Dance Of Love escrita por Pryh


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Coloque o vídeo para carregar. (só usarei o audio, se quiser ver deixe pra depois okay?)

https://www.youtube.com/watch?v=lMr-rtx91WM



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Os acordes da música da apresentação de Ryoko e Toshio chegavam a fim ao mesmo tempo em que as cortinas do anfiteatro se fechavam, eles haviam sido perfeitos junto, contudo, suas notas não haviam sido tão boas quanto imaginei. Eu definitivamente estaria ferrada, eles eram os dois melhores das turmas do ultimo ano de Performance Artística. A constatação desse fato me fez tremer.

– Akemi você tem que se acalmar! – Kyoichi repetia pela décima vez enquanto apertava minha mão.

Eu estava a beira de um ataque de pânico que poderia custar-me a aprovação da minha monografia pela banca da faculdade. Estávamos na coxia observando as apresentações de nossos colegas de turma. Nossos nomes haviam ficado por ultimo no sorteio. O que antes eu havia achado o máximo agora se tornara meu pior pesadelo.

Suspirei pesadora, abrindo os olhos e encarando aquela figura de cabelos negros longos que emolduravam um rosto de olhos negros tomados de preocupação. Que bela melhor amiga e parceira de dança eu estava me saindo. Ao invés de cooperar estava-lhe causando mais um problema. Apesar da visível apreensão um fato não mudava, ele estava lindo. Camisa branca com detalhes em azul céu, perfeitamente combinado com meu vestido e seus detalhes no mesmo tom de azul espalhados pelos bicos da saia.

– Você nunca teve medo de palco, esse não é o momento para começar a ter. – brincou ele enquanto passava os dedos por cima dos padrões em branco gelo das minhas meias.

– Não consigo relaxar. – confessei o óbvio.

Antes que ele pudesse responder alguém avisou que haveria um intervalo de meia hora para as próximas apresentações. Kyoichi sorriu como quem dissesse que aquilo era um bom sinal. E assim como os outros se levantou seguindo em direção a uma sala onde havia alguns lanches leves. Quando notou que eu não o seguia voltou só para me levantar num puxão.

– Você sabe que não vou conseguir comer nada. Só preciso me distrair. – falei já tentando ligar o ipod.

Ele fez um bico que sempre denunciava o fato de estar tendo alguma idéia. Seus olhos negros brilharam num sinal agourento de que ele aprontaria. Sem dizer nada tomou o aparelho de minha mão, foi até a aparelhagem de som que havia no lado esquerdo dos bastidores e o plugou. Uma música de acordes dramáticos começou a soar. [N/A: dar play no vídeo]

– O que está fazendo? – perguntei enquanto ele abria as cortinas revelando as cadeiras vermelhas totalmente vazias. Um único ponto de luz baça se acendeu bem no meio do palco enquanto as outras luzes tinham suas intensidades diminuídas.

– Distraindo você... Vem dança comigo. – olhei-o confusa. Eu estava com medo de apresentar minha monografia e ele ainda queria que eu fizesse uma performace extra? – Nós dois sabemos que essa música tem toda uma coreografia em particular e você a sabe de cor, então quer fazer o favor de vir aqui? Também quero me acalmar.

Revirei os olhos balançando a cabeça e seguia até ele já bailando ao som da melodia. Os passos suaves, mas firmes, que executávamos em perfeita sincronia demonstrando a tristeza que o compositor depositara nas notas. Sorri contidamente encarando os olhos negros de Kyoichi, que agora exibiam um brilho diferente causado pela chama pela dança que se inflamava do fundo de sua alma. Nesse momento eu me esqueci de onde estava, esqueci dos jurados, e até do maldito pânico. Só precisava dançar com ele, o resto era apenas um borrão negro ao fundo de minha mente.

Os acordes chegaram ao seu ápice mais dramático. Deixamos-nos levar, possuídos pela dor da historia da canção, personificado a dor do casal que não poderia concretizar seu amor, definhando-se nos empecilhos que os atrapalhavam. Eu mesma sentia vontade de chorar enquanto rodopiava dramaticamente para longe de Kyoichi, vendo-o dançar um pouco mais lentamente, como-se não pudesse me alcançar.

Os acordes seguiram, ate o momento final, o reencontro, nossos rostos iluminados de alegria, não só por sentir a música em sintonia com as batidas de nossos corações. Mas por algo novo, que naquele momento nem eu soube identificar. O último salto e a coreografia chegaria ao fim. Corri em direção aos braços Kyoichi e ele me pegou, levantando-me no ar e descendo lentamente. Abri os olhos no momento em que suas orbes se nivelavam as minhas. Um sorriso que eu costumava chamar de “meu”, repleto de felicidade se abriu em seu rosto e automaticamente se espelhou em meus lábios. Conforme a música se esvaia fomos ajoelhando lentamente um de frente ao outro, os braços dele ainda em torno de minha cintura, minhas mãos nos seus ombros, cada um com uma das pernas esticadas para trás. Tudo isso sem desfazer o contato visual.

Ao contrario das outras vezes em que simplesmente ficávamos naquela posição ate que as cortinas se fechassem dando fim a apresentação, algo aconteceu de diferente. Kyoichi aproximou seu rosto ainda mais do meu, selando delicadamente nossos lábios, trazendo-me uma sensação avassaladoramente extasiante, tomando cada célula do meu corpo e enfraquecendo-me de prazer. Seu efeito era um milhão de vezes mais forte do que se tivesse recebido uma salva de palmas após uma apresentação consagrada.

Mas, falando em salva de palmas, nós também a ouvimos, vinda, de nada mais nada menos, do que os cinco jurados de nossa banca. Eles aplaudiam com os olhos marejados de lágrimas. Havíamos sidos aprovados na monografia sem nem perceber. No entanto, o que mais marca aquela noite não é o fato de ser o fim de nossos testes na faculdade. Mas sim, o começo, de uma bela história de amor, a de Akemi e Kyoichi.


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Notas finais do capítulo

03/12/2011



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