Congelada escrita por Lily-Tam


Capítulo 1
Prólogo




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Prólogo
Montanhistas
Os montanhistas são pessoas muito versáteis, simples e corajosas. Eles não precisam de muito para se deliciar da natureza e do mundo que os cerca. O cheiro das arvores, o zunido dos bichos, os pássaros a planar docemente sob suas cabeças, são apenas meras distrações, conforme seguem em seu caminho. Enquanto que o resto das pessoas, os chamados, não-montanhistas são apenas os seres pacatos, que fazem o que deve ser feito. Porém, assim por dizer, seria muito fácil concluir que nunhum outro trabalho no mundo, seria mais gratificante do que o de um montanhista, que pode nem estar recebendo por subir os arranha-céus naturais. Seria um erro. O fato é que sempre haverão os montanhistas e os não-montanhistas, os que fazem a vida parecer perfeita, por não ter altos e baixos, e aqueles que a faz parecer uma montanha, onde se escalam as partes altas, e se descem cuidadosamente as rampas deformadas. O duro é descobrir se você é um montanhista, ou um não-montanhista.
Em Seattle, sempre houveram milhares de monstanhistas, e não apenas no sentido figurado. Existem muitos picos, dos mais belos, que tem um cheiro inquietante e que te carrega até onde você mais sonha em ir. Havia duas garotas, gêmeas, que sempre se aventuraram nas montanhas, as duas, sempre juntas, coladas, uma na outra. Elas eram as piores montanhistas da região, mas não se poderia dizer, que não tentavam. E como eram ricas, e nada mimadas, acabavam transformando seu tempo livre em passeios por sob as alturas da cidade.
Em 1991, no mês de setembro, dia 4, as duas seguiram para as montanhas, estavam enjoadas de ficar em casa na ultima semana de férias. Elas se chamavam Felicity e Prudence. De fato, parecia alguma brincadeira os nomes, mas as duas de alguma forma gostavam. Naquela manhã, seus pais, Gilpert e Maisie, retornavam da viagem que haviam feito com a família de Patrick, o namorado de sua filha mais nova, Diana.
"As duas devem estar escalando a essa hora". Sugeriu Diana, os olhos grudados na janela, enquanto Patrick colocava sua mão em volta dela, suavemente, e lhe puxava, como se dissesse, "não fique grudada na janela, até dela eu tenho ciúmes".
"Provavelmente, devem estar levando alguma bronca do instrutor". Gilpert caçoou, enquanto dirigia cuidadoso, como sempre. Ele estava morrendo de fome, e mesmo sendo totalmente contra a hierarquia dos fast foods, quase parou no primeiro Burger King que surgiu na estada.
"Por que você acha que eu parei com as aulas de montanhismo?" Diana riu, enquanto sua mãe cochilava no banco da frente do Mercedes novinho que Gilpert comprara todo faceiro, apesar de nunca ter sido um grande fã de carros, sempre fez questão de gastar seu dinheiro com eles, o que não surpreendia ninguém, eles eram de uma família rica.
"Meus pais te matariam se dissesse isso. Eles amam escaladas, caminhadas, o que quer que seja haver com as velhas montanhas de Seattle." Patrick olhou para trás, podendo observar seu pai e sua mãe no velho jipe de estrada, que estava completamente carregado, com seu irmão Dale, a prancha de surfe, e as malas empanturradas de tudo que sua mãe Fay havia considerado necessário.
"Eles não devem ter ouvido". Ela sorriu enquanto cutucava a bochecha do rapaz. Aparentemente, a vida dela não podia estar melhor. Era a garota mais inteligente da escola, mas também a mais popular. Era líder de torcida, mas sem ser como as outras. Foi a primeira a ter namorado em sua classe, que permaneceu a mesma por 5 anos seguidos, sem entrar ou sair alunos. Seu namorado, que é o mesmo desde 3 anos, é o garoto mais lindo e educado da escola. Suas amigas, Ella e Linda sempre foram fiéis e compreensíveis. Seus pais sempre apoiaram ela em tudo, e ela igualmente apoiou a eles. Suas irmãs, que eram gêmeas e mais velhas, haviam assumido o papel de padrinhos que ela nunca teve, sempre paparicando a menina com tudo que é possível. Não tinha como ser melhor. Tudo estava indo perfeito, como ela poderia reclamar?
Quando estavam se aproximando de Seattle, as coisas aconteceram muito rápido, Diana estava beijando Patrick quando aconteceu, e aparentemente, ela o salvou. Um caminhão desgovernando bateu no lado direito do carro, exatamente onde Diana estava sentada, ela caiu sobre Patrick e o carro foi destroçado. Gilpert foi o primeiro a sair do carro, ele não teve se quer um arranhão. Maisie gritava apavorada de dor, seu braço tinha sido quebrado, e cacos de vidro estavam grudados em sua perna. Patrick apenas agarrou Diana no colo e se jogou para fora do carro. Ele gritava desesperado por ajuda. Minutos depois, uma ambulancia chegou e levou todos eles para o hospital.
O tempo parecia uma eternidade, mas finalmente vieram com noticias das garotas da família. Gilpert se apoiava numa pilastra enquanto os pais de Patrick tentavam acalmar o garoto.
"Olá." Disse o médico.
"Como a Diana está?!" vociferou Patrick.
"Maisie sofreu apenas uma fratura no braço direito, mas já está engessado." O médico tentou ser preciso na explicação. "Ela deve sair daqui em algumas horas."
"E a garota?" Fay perguntou, abraçando o filho, para tentar aliviar a tensão.
"Infelizmente a jovem terá que ficar no hospital."
"Como assim?" Gilpert parecia estar transparente, de tão atordoado.
"A batida atingiu o cérebro da garota, ela está viva, mas entrou em coma. Sinto muito."
Meia hora depois, as belas montanhistas da família Young estavam ali, acalmando seus pais, os quais foram com elas rezar pela jovem Diana. Patrick inconsolado. O mundo parecia ter virado do avesso.
Só o tempo diria o fim de Diana Young.


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