Margaridas escrita por Liliaceae


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

One de Natal... Meio atrasada, mas ainda assim de Natal... xD
A segunda de uma série que era pra ser de três... Mas o Natal se foi e eu acabei ficando só nas duas mesmo... Gomen ne... T.T



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Outono. Sua estação favorita. Mas, qual era a dela? Não sabia tantas coisas sobre ela. O amor era algo realmente engraçado. Não que nunca tivesse se apaixonado por uma colega antes, pelo contrário, já havia passado por essa experiência algumas vezes. Mas nada como o que sentia agora. Já fazia um bom tempo que não conseguia pensar em nada, a não ser ela.

Yuuhi Kurenai. Recém promovida a jounin. Além de exímia em genjutsus, a novata era ponderada, séria. Algo que chamou a atenção, não apenas dele, mas de todos os outros colegas. Felizmente, ninguém havia sido cara-de-pau o suficiente para chamá-la para sair. Nem mesmo o Hatake, este era conhecido por ser o mais mulherengo entre eles, ousou algo do gênero. A prova de que a Yuuhi era diferente.

Onde ele estava se metendo? Seria apenas curiosidade? Impossível. Se fosse mera curiosidade teria se controlado e não estaria parado diante da porta dela.

“Droga! Que você pensa que está fazendo Asuma? Ela nunca sequer lhe dirigiu mais que um bom dia... Que desculpa idiota você vai arranjar para estar parado feito uma pedra na frente dessa porta quando ela a abrir?”, repreendeu-se pela banalidade de seu ato. Estava agindo como um adolescente!

Voltou às costas, pronto para ir embora quando...

- Sarutobi-san? – a voz dela fez-se ouvir enquanto a porta da casa era aberta – Precisa de algo?

“Você...”, se tivesse que ser sincero, essa seria a resposta.

- Yuuhi-san... Eu estava apenas de passagem... Eto... Estou meio à toa... Pensei em ver se você não estaria disposta a me fazer companhia numa volta por aí... Não gosto muito de caminhar sozinho... Mas desisti... Você deve ter mais coisas para fazer... Gomen ne...

- Espere um momento... Vou pegar um casaco, parece que vai esfriar... – respondeu sumindo para dentro da residência, deixando um Asuma atônito plantado à porta.

“Ela vai comigo? Não... Acho que dei pra delirar agora... Essa vida de shinobi tira nossa razão aos poucos...”, estava se preparando para sumir num Konoha Sushin, quando a viu retornar, trajando por cima das roupas diárias, um casaco feito dum tecido leve.

- Vamos? – perguntou trancando a porta e voltando-se para ele – Que foi? Por que está me olhando com essa cara?

- Er... Bem... Não esperava que você estivesse livre...

Ela sorriu. Nunca havia feito isso na presença dele. O coração do jounin quase parou de funcionar. Como era linda sorrindo.

- Pois se enganou. Estou tão entediada de ficar em casa que estava mesmo pensando em sair. Apareceu na hora certa, Sarutobi-san.

- Vamos... Não precisa dessa formalidade toda... Kurenai... – arriscou-se ao pronunciar o nome dela. Havia feito isso várias vezes nos últimos dias, mas nunca em público... Muito menos na presença dela.

- De acordo, Asuma... – nunca pensou que seu nome pudesse soar tão doce.

 

“Eu levo essa canção
De amor dançante
Pra você lembrar de mim
Seu coração lembrar de mim...”

 

“Kurenai... O que pensa que está fazendo? Flertando com o filho de Sandaime! Você deve estar louca... Só pode estar...”, caminhavam pela vila, conversando banalidades, comentando a rotina de treinos e missões, mas nada tirava de sua cabeça que estava sendo tola por acreditar que ele desejava algo mais que sua companhia. “Ora... Ele quem estava parado na minha porta! Não pode dizer que fui eu a sair atrás dele!”.

- Eu estava querendo te perguntar uma coisa... Mas temo que fique ofendida...

- Crê mesmo que eu sou o tipo de pessoa que se ofende com palavras? – ela sorriu, trêmula.

- Não... Mas, tratando-se de uma pergunta pessoal, não sei se devo arriscar a tomar um tapa ou mesmo ficar preso em um genjutsu...

Ambos caíram na risada. Estavam relativamente afastados do centro. Mais precisamente, perto do Monte Hokage. Sem que ambos percebessem, tinham subido boa parte do caminho.

- Pois a faça logo. Prometo que não me ofenderei, nem vou atacá-lo – riu debochada.

- Olha... Se eu for parar na enfermaria depois você vai acabar se sentindo culpada...

- Se você for parar na enfermaria, pode me cobrar, serei sua enfermeira malvada! – riu ainda mais ao imaginar Asuma deitado todo enfaixado enquanto ela lhe empurrava um prato de sopa garganta  a baixo.

- Está certo, me convenceu – admitiu temendo a reação que estava por vir – Bem... Eu queria perguntar se... Bem... Se você tem namorado...

Kurenai sentiu o rosto arder, estava ficando mais vermelha que um pimentão. “Por que ele está me perguntando isso? Ah... Kurenai fique firme... Fique firme...”.

- Era só isso? Por Kami-sama, pensei que fosse algo mais grave! – sorriu tentando desviar o assunto.

- Hai... – respondeu corando um pouco diante do sorriso espontâneo dela – Mas então? Você tem alguém? – insistiu.

- Por que está tão curioso? Por um acaso está pensando em me chamar pra sair? – “Mas que espécie de oferecida você é? Kurenai controle-se!”, repetia mentalmente sem parar.

- Gomen ne... – desculpou-se. Ela acertara em cheio – Eto... Se eu fizesse isso... Você...

“Como assim? ‘Se eu fizesse isso’... Será possível que... Não... Ele não pode estar interessado em mim... Pode? Kuso... Isso não vai dar certo...”

- Quer dizer... Eu não quero parecer um intrometido, muito menos um tarado... Mas... Confesso que estou curioso... Nunca vi você com ninguém... E pensei que talvez...

- Que talvez fosse mais fácil pegar uma ‘encalhada’? – ela tinha parado de caminhar e olhava furiosa para Asuma – Pensei que ao menos com você eu pudesse manter uma conversa normal... – “Não minta para si mesma! Estava louca para ouvi-lo dizer isso! Kuso... O que está acontecendo comigo?”, pensava isso enquanto dava as costas ao jounin e voltava para casa ofegante.

Este, perdido em meio ao que acabava de presenciar, limitou-se a acender mais um cigarro. “Eu sou mesmo um baka... Se ela mal me dizia bom dia antes, agora vai me mandar às favas toda vez que nos encontrarmos”, pensou chegando à conclusão de que não tinha mesmo o menor jeito com as mulheres.

 

“Na confusão do dia-a-dia
No sufoco de uma dúvida
Na dor de qualquer coisa...”

 

O Outono se foi e o Inverno veio com uma força anormal. Konoha se viu assolada por uma nevasca que pegou todos de surpresa. Há anos não nevava com tamanha intensidade.

“Já faz muito tempo...”, Asuma constatava ao ver Kurenai passar indiferente por ele mais uma vez. Não fazia muito tempo realmente que ambos não se falavam. Não mais que o tempo das folhas douradas do outono fossem ao chão, dando lugar aos galhos secos do inverno. Sentado naquele sofá de uma das salas da academia, sentia-se completamente inútil.

- O que houve entre você e a Kurenai? – a voz rouca do Hatake soou nos ouvidos distraídos de Asuma – Vocês nunca foram íntimos, mas, antes, ao menos, ela não te olhava como se fosse um verme... – segurou o riso ao notar a expressão de fúria no rosto do colega que se voltava para ele.

- Se você conseguir descobrir o que eu fiz de errado, por favor, me diga! – respondeu exasperado. Estava cansado de tentar entender como ela podia ter se ofendido com uma única pergunta...

- Calma... Não vai conseguir descobrir nunca desse jeito... Vamos, me conte o que aconteceu...

Pelos minutos seguintes, Kakashi ouviu a história do Sarutobi. Quase chorou de rir quando este terminou.

- Kamis! Como vocês dois podem ser tão infantis? – ria em alto tom, já com as mãos segurando o ventre – Ambos agindo como dois adolescentes!

- Cala a boca Kakashi! – redargüiu irritado – Eu até agora não entendi o porquê dela ter ficado tão irritada a ponto de não falar mais comigo e você fica rindo como se fosse a coisa mais óbvia do mundo!

- Mas é a coisa mais óbvia do mundo! – respondeu, rindo ainda mais – Tá na cara que ela também gosta de você! – afirmou, tentando ficar sério.

- Não diga bobagens... – acendeu um cigarro, esticando-se em seguida, olhos fechados – Ela me odeia...

- Asuma, se burrice matasse... Ela gosta tanto de você quanto você dela... A única coisa que você precisa entender é que as mulheres são mais complicadas que a gente – ele parecia saber o que dizia – Em todo o caso, ela não vai poder brigar com você hoje. Além de estar frio demais, é véspera de Natal...

“Véspera de Natal? Eu nem me lembrei disso...”, pensou começando a imaginar o drama que seu pequeno sobrinho, Konohamaru, iria armar se não lhe desse um presente grande o bastante.

- Falando nisso, já comprou o presente dela? – ao notar a expressão na face do amigo, percebeu claramente a resposta – Então é melhor se apressar... Vai ter uma missão dupla esta noite: a primeira é arranjar um bom presente, que diga a ela o que você sente, que a faça esquecer a desavença, caindo nos seus braços; e a segunda é deixar de ser um completo tapado... – caiu novamente na risada.

- Você não perde mesmo a piada, não é?

- Não... Mas falando sério, você tem pouco tempo... Mais algumas horas e a confraternização vai começar... É bom que você esteja com seu presente em mãos quando ela chegar... – não precisou terminar com mais uma gracinha, Asuma já havia desaparecido num Sushin.

- Espero que ele não faça mais nenhuma bobagem... Esses dois já enrolaram demais... – suspirou o shinobi mascarado, levantando-se do sofá e caminhando para a saída do prédio – Melhor eu escapar agora... Antes que me convoquem para arrumar o salão ou qualquer outra coisa...

 

“É só tocar essa balada
De swing inabalável
Que é o oásis pr'o amor
Eu vou dizendo
Na seqüência bem clichê
Eu preciso de você...”

 

“Será que ele vai estar lá?”, ponderava a jounin de negros cabelos e olhos vermelhos intensos. Tinha agido como uma idiota. Sabia disso. Ele não quisera ofendê-la, nem ao menos havia tratado-a com desrespeito. Agira como uma garotinha. Culpou-se por isso. Por que sempre era tão cabeça dura?

“Anko-san tem razão. Se eu não deixar as coisas acontecerem nunca vou ser feliz”, pensou esquanto terminava de se arrumar. Nada extravagante. Um quimono branco. Simples, porém bem cortado e que lhe caia como uma luva. Os cabelos, geralmente soltos, presos num coque, deixando livre apenas os fios mais curtos, que adornavam a face alva, esta, maquiada levemente.

Estava pronta. Bem a tempo. Saiu pelo corredor, rumando para a porta. Ao abri-la, teve a sensação de que tudo tinha parado. Lá estava ele. O punho erguido, pronto para soar na madeira.

- A-Asuma? – a garganta seca quase a impediu de pronunciar o nome dele.

 

“É força antiga do espírito
Virando convivência
De amizade apaixonada
Sonho, sexo, paixão
Vontade gêmea de ficar
E não pensar em nada...”

 

“Como ela pode ser tão linda?”, os pensamentos perderam-se em rubros. Os rubros olhos de Yuuhi Kurenai.

- A-Asuma? – ouviu ela chamar. Implorou para conseguir dizer algo.

- Kurenai-san... Eto... Você está linda... – não se conteve. Arrependeu-se em seguida – Gomen ne... Sei que eu sou a última pessoa que você gostaria de ver no natal...

- Você continua não sabendo nada sobre mim... – murmurou ela.

Negros e rubros perderam-se por longos segundos.

- Bem... Sei que demorei com isso... Mas... Antes tarde do que nunca... – estendeu diante da jounin um buquê de margaridas e uma caixa com chocolates.

 

“Planejando
Pra fazer acontecer
Ou simplesmente
Refinando essa amizade
Eu vou dizendo
Na seqüência bem clichê
Eu preciso de você...”

 

- Essa é sua maneira de se desculpar? – perguntou contendo um sorriso. Não deveria sorrir tanto. Ou ele não a levaria a sério.

- Não achei uma melhor... – escusou-se.

Desta vez sorriu. Já era hora de parar com as torturas. Segurou as flores e os chocolates, olhando para ele. “Queria ter um espelho agora...”.

- Arigatou... Mas eu é que devia pedir desculpas... – baixou os olhos, virando-se para colocar os presentes em cima da mesa que ficava ao lado da porta, trancando a mesma em seguida – Primeiro por aquele dia... Fui uma completa idiota... E, segundo... Gomen ne... Não comprei nada pra você... – voltou a erguer os rubis na direção dele.

 

“Mesmo que a gente se separe
Por uns tempos ou quando
Você quiser lembrar de mim
Toque a balada
Do Amor Inabalável
Swing de amor nesse planeta...”

 

- Aceito as desculpas – respondeu amável – Mas tem uma condição... Ou melhor, duas.

Deixou-se estar com as mãos nos bolsos, olhando para o batente da porta como se houvesse algo muito interessante ali.

- E quais são elas? – voltou à face, encarando-a com seriedade.

- Primeiro, quanto ao presente, pode se desculpar me acompanhando esta noite... – os lábios entreabertos num sorriso sincero eram a afirmativa que ele precisava – E, segundo, da próxima vez que brigarmos, ao menos me diga porque eu a irritei... – esperou o tapa que não tinha levado tempos antes. Mas o que veio foi bem diferente.

A morena laçou um dos braços do jounin, pondo-se a caminhar rindo como uma criança.

- Tudo bem... Mas não acho que vamos brigar de novo tão cedo... Asuma-kun... – as palavras cortaram o frio e a neve que caia, indo direto aquecerem o coração do shinobi.

Realmente, podia-se esperar tudo dos orbes rubis.

 

“Mesmo que a gente se separe
Por uns tempos ou quando
Você quiser lembrar de mim
Toque a balada
Seja antes ou depois
Eterna Love Song de nós dois...”

 

26 de Dezembro de 2008

 

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Notas finais do capítulo

Música: Balada do Amor Inabalável - Skank
—___ooo____

Bem... Pra começo de conversa... Essa One é o meu presente de Natal pra 2 pessoas importantíssimas: Pedro e Dani.
Amores!!! Vocês disseram que gostariam de ver uma Kurenai/Asuma... Fiz o possível!!!! (Cunhadinha... Cá entre nós... Esse Kakashi me veio sorrindo das suas idéias dele... XD) Perdoem a falta de inspiração... Sei que não chega nem aos pés do que vcs fizeram pra mim e por mim... T.T
Amo vocês, onii-san e cunhadinha!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! xD
—__ooo___

Mas ela vai também como presente de Natal atrasado:
Pro Octavio-kun (que também curtiu a idéia): Domo Arigatou por me aturar primuxo!!! =P
Pra Chelle-chan: Miga!!! Gomen por não ter conseguido escrever a tua Itachi/Sakura... Juro que tentei... Mas eu sempre via eles como na tua fic... T.T... Prometo que vou me esforçar e tentar novamente!!! =)
Pra Dinha: Nanda-chan, Flor!!! Presentinho de Natal e de boas vindas ao Nyah!... Espero que você se divirta tanto quanto eu!!!
Pra S- BK: Sá!!! Você curtiu o Natal do mesmo jeito que eu, né miga?! xD...
Pra HellLady_Choice: Dasty!!! xD... Eu atrasada como sempre... T.T... Mas acho que dessa vez a culpa foi daquela nossa idéia... xP... O Tuti que nos aguarde!!!!
Pra TenTen_san: Nhaaa...(peguei tua mania do Nhaaaa...xD) Minha ídola que me apresentou esse paraíso e que vai aprontar muito nessas férias!!! =D
Pra Rô-Kage-Sama: A grande Kage não podia ficar de fora!!! xD

Hontou Arigatou, Itsumo Arigatou!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
—__ooo___

P.s.: Sei que meu japonês é fraco... Mas pretendo dar um jeito nisso nesse ano que tá chegando!!! xD
Ahhh... E quanto à música... bem... eu tava ouvindo Skank e não resisti... =P... Mas concordo com quem diz que a música perfeita desse casal é mesmo Long Kiss Good Bye - Halcali... U.U
—__ooo___

Kisses!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



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