Acidental escrita por Bella Cullen


Capítulo 6
Capítulo 6




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Acordei assustada, coloquei a mão sobre a minha barriga e suspirei de alivio quando senti o volume do meu bebê.

- Como está se sentindo amor¿ – papai estava numa poltrona do meu lado, mamãe estava dormindo no sofá um pouco mais distante, eu estava em um quarto de hospital.

- O que aconteceu¿ - perguntei com a garganta seca, tentei alcançar o copo de água no criado mudo, mais me senti muito fraca, meus ossos pareciam geléia, papai pegou o copo e me ajudou a beber.

- Você rolou a escada abaixo e quase perdeu o bebê – falou papai engolindo em seco, meus olhos se encheram de lágrima quando me lembrei de tudo, do sumiço do Tom, o perfume de mulher quando ele chegou, suas palavras e a indiferença.

- O que ele fez pra você meu bem¿ - papai perguntou limpando as lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

- Como você sabe que ele fez alguma coisa¿ - perguntei com a voz falha.

-  Por que eu sabia lá no fundo que ele iria magoar você – falou papai sabiamente.

Comecei a chorar e ele me abraçou, em meio a soluços contei a ele o que tinha acontecido, papai não falou nada só me deixou chorar, mamãe que estava acordada ouviu tudo  e também não falou nada só fez me abraçar, quando o choro acabou me afastei deles limpando o rosto e falei.

- Eu quero ir embora daqui – falei para os dois.

- Ainda não querida o médico disse que você tem ficar de repouso – falou mamãe colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

- Não mamãe, eu quero ir embora dessa cidade, eu quero voltar pra casa, para as minhas amigas, eu quero esquecer o dia em que ele entrou na minha vida, eu fui burra de pensar que ele podia ser um pai para o nosso filho, mais ele deixou bem claro que isso nunca vai acontecer e se eu ficar aqui eu só vou sofrer e isso pode fazer mal para o bebê – falei.

- Tudo bem vamos esperar você ter alta e voltamos para Berlim – disse ela, logo alguém bateu na porta.

- Entra – falou papai, eram Simone, Bill, Gustav e Georg, é pelo visto Tom não liga mesmo pra mim.

- Olá querida, como está se sentido¿ - perguntou Simone ficando ao pé da cama, os garotos ficaram em pé do lado oposto da cama ficando de frente pros meus pais.

- Eu to bem, obrigada por perguntar – falei com a voz embargada pelo choro por que a pessoa que devia estar fazendo essa pergunta não devia ser nenhum deles.

- Nós vamos lá fora fazer umas ligações e depois voltamos tudo bem querida¿ - assenti e papai e mamãe sairam.

- Por que Tom não estava ajudando você a descer as escadas¿ Ele sabe que você não pode descer as escadas sozinha – falou Bill sentando na poltrona que meu pai estava sentado antes.

- Deve ser por que ele não dar a mínima pra mim - falei seca.

- O quê¿ - perguntaram todos.

- Olha eu não quero falar disso – falei limpando as lágrimas que começaram a escorrer de novo.

- Mais Tessa ... – começou Georg.

- Gente por favor não – interrompi ele – Olha já que vocês estão aqui eu vou aproveitar e contar que eu vou embora.

- O que¿ Embora pra onde¿ - perguntou Simone, enquanto os garotos só arregalaram os olhos.

- Eu vou voltar pra casa, em Berlim – falei, todos ficaram calado, Bill pegou minha mão e começou fazendo carinho nela.

- Eu já tava acostumado a você e a essa criança, imaginava eu indo ao shopping e comprando roupinhas pra ele e um monte de brinquedos – falou ele com a voz chorosa, eu abracei ele e comecei a chorar de novo.

- Eu não posso Bill ... eu não quero passar o resto da minha vida vivendo assim, essa não foi a primeira e nem vai ser a última vez que ele vai me decepcionar e eu tenho uma criança pra cuidar agora – me afastei limpando as lágrimas do meu rosto.

- Eu posso ... posso e visitar vocês¿ - perguntou ele.

- Claro, vocês todos podem – falei  para os outros, conversamos um pouco e logo eu fiquei sozinha, mais não por muito tempo.

Fechei os olhos quando vi ele entrar pela porta, sentou na cadeira que o Bill tava e ficou calado, abri os olhos e olhei pra ele, sua cabeça estava baixa e ele tinha um pacote nas mãos, esperei ele falar alguma coisa mais ele não disse, depois de alguns minutos em silêncio ele levantou seu rosto e vi agonia estampada e seus olhos, ele parecia cansando, seus olhos estavam vermelhos, mais eu não conseguia imaginar Tom Kaulitz chorando, não aquele Tom que disse aquelas coisas pra mim horas antes.

- Como você tá¿ - perguntou ele com a voz rouca, imaginei tantas vezes ele entrar por aquela porta e me fazendo essa pergunta que agora a resposta ficou presa na minha garganta.

- Você está bem¿ - perguntou ele preocupado, assenti que sim, mais logo depois fiz que não e comecei a chorar de novo. Droga acho que já chorei por um ano inteiro em menos de 24 hrs.

- Olha Tessa eu não queira ter dito aquilo pra você eu só ... eu fiquei com medo ... d-d-d-d-de ... sei lá – falou ele, depois ele suspirou fundo – Olha eu não estava com nenhuma mulher ontem.

- Como não¿ E-e-eu senti o perfume e aquelas coisas que você falou ... – não consegui falar mais, senti o buraco aumentando no meu peito, ele pegou meus rosto entre suas mãos me fazendo olhar em seus olhos cheios de dor.

- Eu sei me desculpe. Olha eu acordei de manhã e fiquei olhando você dormir, eu sempre faço isso e fico esperando você acordar, então vi sua barriga e me lembrei que eu ainda não tinha comprado nada de presente pra você e para o bebê ai eu sai, ainda não tinha ninguém acordado na casa então ninguém me viu sair, peguei ao carro e fui ao shopping, rodei tentando achar alguma coisa pra você mais não sabia do que você gostaria, então vi uns sapatinhos lindos numa vitrine e comprei, quando estava saindo da loja vi alguns paparazzi e tive que despistar, entrei na loja ao lado e era uma loja de perfume, para o meu azar tinha um grupo de adolescentes comprando perfumes, elas pediram autografos, fotos abraçadas comigo  foi daí que veio o cheirou de perfume de mulher, depois que sai da loja vi uma joalheria fui até lá e comprei isso pra você – falou ele pegando uma caixinha na sacola e colocando sobre minhas pernas, peguei a caixinha tremendo e abri, era um anel de ouro branco com uma fileira de pequenos diamantes que chegavam até a metade do anel e uma pedra maior no meio.

http://m.i.uol.com.br/estilo/2011/10/17/alianca-em-ouro-branco-com-brilhantes-de-rosana-chinche-sac-11-3661-9325-1318887349074_956x500.jpg

- Tom éééé lindo – falei sorrindo.

- Igual a você – falou ele olhando pra mim – Posso colocar em você¿

- Pode – falei, ele pegou o anel da caixinha e colocou ele no dedo médio da minha  mão direita e entrelaçou nossas mãos, ficamos olhando o brilho dos diamantes.

- Bill falou que você vai voltar para Berlim – falou ele ainda olhando pro anel.

- Sim – falei olhando seu rosto.

- Acho que ... que é melhor, assim eu não posso mais machucar você de novo – disse ele, soltei sua mão e segurei seu rosto o forçando a olhar pra mim, seus olhos brilhavam com lágrimas, puxei sua boca em direção a minha e o beijei, seus lábios sempre  macios e suaves, passei minha língua pelo seus lábios pedindo passagem que ele rapidamente concedeu, suas mãos seguravam meu rosto com delicadeza e nosso beijo era de despedida.

Quando no separamos pela falta de ar só ficamos olhando os olhos um do outro até que ele falou.

- Eu fiquei com medo, eu sempre tive minha liberdade e nunca tive que dar satisfação a ninguém e quando eu cheguei em casa mamãe e Bill começaram a me fazer perguntas, ficavam falando que agora eu tinha duas pessoas pra cuidar, que eu tinha sumido e não tinha não tinha dado nenhuma explicação a você, e lá no quarto quando você perguntou pra onde eu tinha eu fiquei mais assustado ainda e imaginei que sempre seria assim, as pessoas me cobrando uma maturidade que eu não tenho, por isso eu acabei agindo daquele jeito e você perdeu bebê – disse ele acaciando minha barriga.

- Tudo bem Tom eu entendo, eu também fiquei com medo assim que descobri que estava grávida, por que agora não era só EU  tem uma pessoa crescendo dentro de mim, que depende de mim e eu to com medo de não ser boa o bastante pra ela – falei, ele suspirou deitando sua cabeça no meu colo, ficamos assim até a minha mãe entrar no quarto, ela não falou nada só olhou pra nós e sentou no sofá e fingiu que olhava para a TV.

- Acho melhor eu ir e deixar você descansar – falou ele levantando – Há quase ia esquecendo o outro presente.

- Obrigada – disse pegando a sacola das suas mãos, ele me deu um beijo na testa e foi embora.

- O que ele estava fazendo aqui¿ - perguntou mamãe com raiva, não dei atenção a ela, abri a caixa e vi dois pares de sapatinhos brancos, a coisa mais linda do mundo e tinha um bilhete.

Tenho certeza que vão ser gêmeos!


http://www.elo7.com.br/pp/sapatinho-bebe-branco-26364B.jpg - Imaginem dois desses

- Ele deu isso pra você¿ - perguntou  mamãe vindo até mim.

- Sim – falei segurando os sapatinhos na palma da mão.

- O anel também¿ - perguntou ela espantada.

- Sim – respondi, ela não perguntou mais nada, logo depois papai entrou e disse que eu teria alta amanhã de manhã e que de tarde pegaríamos a estrada de volta pra Berlim, ele viu os presentes mais não perguntou nada.

No outro dia a tarde fomos a casa dos Kaulitz para um almoço de despedida, todos conversavam sobre como seria o bebê, de uma possível viagem a Berlim no próximo mês, se eu ficaria gorda pra sempre e muitas outras besteiras, Tom ficou o tempo todo calado, não olhava pra mim, não participava das brincadeiras, passou o almoço inteiro brincando com a comida, assim que a mesa foi tirada ele subiu para o seu quarto, ficamos na sala conversando, mais de vez enquanto eu olhava para o escada esperando ver ele descer, mais isso não aconteceu.

- Por que você não sobe e vai falar com ele¿ - falou Simone quando me pegou olhando as escadas pela quinta vez, todos se calaram.

Olhei em seus olhos e só havia compreensão, suspirei e me levantei devagar, papai me ajudou a subir as escadas, assim que paramos em frente à porta do Tom ele foi embora. Abri a porta e vi Tom deitado na cama com a cara enfiada no travesseiro, quando fechei a porta ele se sentou na cama sem olhar pra mim, fui até ele e sentei no seu colo encostando minha cabeça em seu ombro, seus braços me abraçaram com força e ele cheirou meus cabelos.

- Vou sentir sua falta – disse ele – Já estava acostumado a acordar com você do meu lado todos os dias.

- Eu também – falei suspirando.

- Eu posso ligar pra você¿ - perguntou.

- Pode – respondi, ficamos em silêncio até baterem na porta.

- Filha tá na hora – falou papai, Tom me apertou mais contra seu peito, levantei a cabeça para olhar seu rosto, uma lágrima escorreu pela sua bochecha e eu a enxuguei.

- Eu amo você Tessa – falou ele rouco – Só não to pronto pra assumir as responsabilidades  dessas palavras.

- Eu também amo você Tom e eu vou esperar por você, nos trés vamos – falei sorrindo colocando sua mão sobre a minha barriga, beijei seus lábios delicadamente e sai, nos despedimos de todos e fomos embora.


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Notas finais do capítulo

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