Acidental escrita por Bella Cullen


Capítulo 22
Capítulo 23




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Não sei como papai conseguiu me fazer embarcar num avião já que faltavam dois dias pra completar oito meses de gestação e o doutor Willian disse que as gêmeas poderiam resolver nascer a qualquer momento. Mais os 45 minutos de viagem não tiveram nenhuma surpresa nem mesmo no aeroporto que tinha mais paparazzi do que pessoas embarcando e desembarcando.

O caminho até a casa do Tom foi agonizante, eu estava quase tendo um treco de tão nervosa. E se ele não me aceitasse de volta¿ Uma garota que  só trás problemas pra vida dele. Que só faz desconfiar dele. Eu não queria pensar nessa possibilidades.

Chegamos à casa da dona Simone, onde ela, Gordon e o Bill nos receberão muito bem pra quem estava acabando com a saúde do Tom.

- Olá Tessa querida – disse dona Simone gentil como sempre – Está tudo bem¿

Eu não conseguia falar, tinha um caroço entalado na minha garganta então só fiz assentir.

Depois dos cumprimentos fomos direto a parte que realmente importava: Tom.

 Bill foi quem me levou até o quarto dele.

- Ele ainda deve está dormindo – disse ele – O doutor disse pra nós colocarmos uma remédio pra dormir em alguma bebida dele de vez enquanto pra evitar que ele saia e vá... encher a cara.

Bill estava sofrendo tanto quanto o Tom e a culpa era toda minha.

- Me desculpe Bill – falei baixinho.

- Tudo bem não é culpa sua Tessa – disse ele me tranqüilizando.

Paramos em frente à porta do quarto do Tom e minha pulsação acelerou. Bill abriu a porta e o quarto estava uma zona, roupas, tênis jogados pra todo lado, alguns objetos que pareciam ter ido de encontro à parede, uma zona.

- Cuidado onde pisa – disse Bill antes de sair fechando a porta.

A única luz que iluminava o quarto vinha do banheiro, então fui até a janela e há abri um pouco. Tom estava na cama dormindo de barriga pra baixo. Fui até ele sentando na beirada da cama perto dele, ele estava pálido, com olheiras escuras e parecia mais magro. Acariciei seu rosto com as pontas dos dedos e ele sorriu pequeno.

- Tessa – disse ele suspirando aliviado. Ele estava sonhando comigo!

Meu coração se comprimiu dentro do meu peito e comecei a chorar. Chorei por ser tão idiota, por ser tão fraca, e ter ficado tanto tempo longe dele por causa de uma idiotice, por ser tão estúpida e não ter procurado ele para saber a sua versão dos fatos.

- Tessa – ouvi ele falar de novo mais dessa vez suas mãos tocavam meu rosto timidamente como pra ter certeza que eu era real. Olhei pra ele que estava sentado sorrindo lindo como sempre e isso só me fez chorar mais. Joguei os braços em volta do seu pescoço o abraçando com força, suas mãos me tocavam com delicadeza só apreciando o momento.

- D-d-d-desculpe  - gaguejei.

- Tudo bem – disse ele com a voz falha.

Eu não sabia o quanto eu sentia falta dele até agora, dos seus braços, do carinho que ele me passava, do jeito que ele me amava. Quando minha angustia passou eu não o soltei, eu não estava com pressa de perde- ló. Parecia que eu estava faminta por isso a muito, mais não entendia a fome.

- Promete que você não vai duvidar de mim de novo¿ - falou ele com um tom de voz ferido que me deu vontade de chorar de novo.

Me afastei para olhar seu rosto e vi toda a dor que eu causei a ele, parecia que tinha milhares de navalhas afiadas marcando minha pele.

- Eu prometo – falei olhando nos seus olhos. E dessa vez era verdade.

Ele deu um sorriso torto e me beijou. Sua boca se movia sobre a minha voraz, agarrei sua nunca puxando ele pra mais perto possível e quando o ar acabou ele só fez enterrar o rosto no vão do meu pescoço ficando quieto.

Tom estava dormindo sobre meu colo, suas mãos pousadas sobre a minha barriga onde antes ele antes sentia as gêmeas chutarem. Eu acariciava seu rosto com cuidado para não acordá-lo. Senti uma pontada na barriga foi um chute muito forte mais passou tão rápido quanto veio. Eu estava sonolenta quando senti outra dessa vez demorou mais e logo se foi também. Mais logo veio outra atrás e fiz força para segurar o gemido, e logo mais forte e mais forte. Então senti uma coisa molhar entre minhas pernas.

- Tom ... Tom acor ... – arfei sentindo outra pontada mais forte ainda.

- Hum – gemeu Tom acordando – O que¿

- Eu acho ... Ahhhhhhhh – dessa vez foi um grito que fez o Tom acorda completamente – Chama ... meu pai ... Urrrggggg.

Tom correu a até porta e gritou desesperado e quando ele olhou pra mim de novo ficou mais pálido do que já estava. Em menos de dois segundos todos estavam na porta me olhando com cara de que viram um fantasma.

- Dá pra vocês pararem de me olharem assim e fazer alguma coisa – falei quase gritando enquanto a dor na barriga parecia aumentar cada vez mais.

- Tom – papai foi o primeiro a se recuperar – Prepare o carro, Belinda ligue para do doutor Willian, Bill me ajude a carregar a Tessa.

Todos começaram a se mexer seguindo as instruções do meu pai.

Quando papai me ajudou a ficar, percebi o motivo do desespero deles, não era uma grande poça de água de uma grávida normal, era uma grande poça de sangue vermelho vivo que me deixou tonta.

O caminho para o hospital foi rápido. Cheguei lá e fui logo atendida pelo doutor Saul, um velho amigo do doutor Willian que tinha ligado pra ele passando todas as informações sobre a minha gestação. A aquela altura eu já não conseguia mais segurar os gritos.

Eu sempre via aquelas mulheres berrando nos filmes e pensava que era tudo exagerado, mais agora eu via, quer dizer, sentia que não era e doía ... muito. Eu não tinha consciência nada ao meu redor a não ser a dor.

Eu estava na sala de cirurgia, foi o que ouvi uma das enfermeiras falarem, todos falavam ao mesmo tempo, e com os meus gritos era difícil escutar o que eles diziam, mais pelos pedaços de conversa que eu peguei eu estava perdendo muito sangue e isso era mal.

A dor aumentava me deixando atordoada. Não conseguia entender nada ao meu redor, não conseguia ver o que estava acontecendo.

De repente a face do doutor Saul entrou no ponto de vista e ele falava alguma coisa mais eu não conseguia escutar. De repente sentia uma fisgada, me rasgando por dentro que vinha de entre as minhas pernas como se alguma coisa estivesse tentando sair. Então lembrei do por que estava aqui, o que era a coisa tentando sair e fiz força. Uma dor forte me apunhalou, era agonia pura, alguma coisa se rompeu dentro de mim  e depois a dor cedeu, me senti vazia. Ouvi um grito estranho mais parecia longe, bem longe, não era uma voz de adulto, era um choro fino, choro de ...

Senti outra fisgada de dor me fazendo perde a linha do pensamento, mais eu não tinha mais força, meu corpo estava mole, vazio. A única coisa que eu ouvia era o batimento do meu coração que parecia bater dentro da minha cabeça. De repente foi ficando mais baixo, ao poucos pude ouvir uma correria ao meu redor, com muito custo abri uma fresta entre as minhas pálpebras e vi uma enfermeira se debruçar sobre mim e foi tudo ficando ainda mais borrado e logo tudo se apagou.


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