Pov JAKE

Enquanto andavamos pelos trilhos de trem, os garotos tiraram as camisetas, pois estava muito calor. Ficamos andando, ao que pareceu, horas. Nenhum de nós tinha relógio então não tinha como saber o exato.

Hamilton e eu andamos de mãos dadas, abraçados... até que ele, numa hora, resolveu me pegar nas costas. Eu já não fazia mais idéia de a quanto tempo estavamos caminhando, mas Bela nos garantiu que já estavamos chegando.

Depois de algum tempo, avistei Sean pedindo um beijo para Bela. Hamilton vendo isso acabou querendo o mesmo. Ele virou meu rosto e me deu um beijo. Eu ri e escutei Scout dizer:

– Muito legal! Agora ficamos de vela.

Will de repente agarrou o rosto de Scout e lhe deu um beijão na bochecha. Todos começaram a gritar e a dar risadas.

Pov HAMILTON

Enfim chegamos à tal casa onde a mãe de Bela morava. Entramos num cémiterio e mais adiante havia uma casa cinza, enorme.

– Deve ser ali - disse Bela apontando para a casa.

– É ela? - perguntou Scout e vi uma mulher de cabelos castanhos enrolados, andando até a porta da casa, com sacolas de supermercado nas mãos.

– É - responde Bela, observando a mulher - Deus, eu não pensei que fosse tão fácil. Eu me sinto diferente. Achei que aconteceria algo... Alguma coisa.

– Ela é bonita - disse para cortar o clima. Todos olharam para mim - O que? Não é?

Bela voltou sua atenção para a mulher com as compras nas mãos.

– Bem, pessoal. Eu posso fazer isso - e dizendo isso ela seguiu em direção a mãe dela.

Ficamos parados, só olhando para ver o que acontecia. Bela se aproximou o bastante e as duas começaram a conversar. Não ouvimos o que elas estavam falando, afinal estavamos a metrôs de distância. Bela e sua mãe se abraçaram.

– Dez anos - disse Will.

– Sim - respondeu Jake, então as duas entraram na casa.

Pov JAKE

Ficamos esperando, sentados, por Bela no cemiterio por alguns minutos, até que vimos ela saindo da casa, aos prantos.

– Oh, não - disse Will se levando e vendo Bela vindo em nossa direção chorando. Pela reação desta, ela não devia ter conseguido o que queria. A assinatura da sua mãe.

Pegamos nossa mochilas e fomos até Bela.

– Está bem? - perguntou Will.

– Me leva para casa - disse Bela chorando, abraçada em Sean.

– Ok - respondeu ele.

Fomos todos embora depois disso. Hamilton ofereceu o braço e eu me engachei, então seguimos por onde viemos.

Depois de termos passados novamente pelos trilhos de trem, chegamos na estrada e resolvemos parar e esperar uma carona. Não daria para ir andando até Rawley. O carro de Bela teve o seu pequeno acidente, mas já tinhamos viajado com ele a maior parte do caminho, e voltar por tudo isso andando, não daria certo.

Sean e Hamilton tentavam, sem sucesso, conseguir uma carona para nós, enquanto esperavamos largados na grama. Um carro preto passou, mas não quis parar.

– Sabe, sobre a sua bolsa - ouvi Scout falar com Will. Eles estavam do meu lado - Meus pais tem muito dinheiro.

Will olhou para Scout.

– Scout, não - respondeu ele.

– Isso não tem sentido.

– Quero ter as minhas oportunidades - justificou Will - Não quero depender de ninguém.

Nesse momento, mais um carro passou, dessa vez um vermelho. Mas ele nem pareceu perceber as mãos estendidas de Sean e Hamilton, pois passou na maior velocidade, como se estivesse na formula 1.

– Se fosse ao contrário, você me ajudaria - ouvi a voz de Scout de novo.

Vi Will sorri para Scout.

– Tem uma caneta? - perguntou Scout para Will. Ele estava escrevendo seus poemas numa folha de papel. Will lhe passou uma caneta e também uma folha. Então ouvi algo parando.

Me virei para a estrada e vi um caminhão de feno parando ao ver as mãos de Sean e Hamilton estendidas.

– Vamos! - gritou Sean e nós nos levantamos e subimos no caminhão.

Pov HAMILTON

Durante a viagem acabamos dormindo, entre os fenos que jaziam ali. Acabei acordando antes mesmo de o caminhão parar, então pude ver quando chegamos em Nova Rawley. Enfim estavamos em casa, depois da noite que tivemos.

Descemos do caminhão quando este parou. Estavamos quase em frente do posto de gasolina do pai de Bela.

– Muito obrigado! - gritou Sean em agredescimento ao homem que nos trouxe de volta a cidade.

– Meu Deus! - disse Bela de repente olhando para algo. Segui o olhar dela e vi uma faixa pendurada na frente do posto de gasolina. Dizia: ATENCÃO, terça as 2:00h.

Com toda a certeza essa seria a data do leilão público. Então vimos o pai de Bela saindo de dentro do posto e andando em direção a faixa. Ele a arrancou. Charlie viu Bela e sorriu. Ela retribuiu o sorriso e se virou para nós.

– Necessitam mais do que uma faixa para nos derrubar.

Sean abraçou Bela. E vendo os dois namorandos abraçados, me lembrei de algo.

Estavamos em Nova Rawley de novo. As aulas tinham acabado e Jake voltaria para Nova York. Olhei para ela, e Jake parecia estar pensando a mesma coisa que eu.

Puxei Jake pela cintura e ela começou a destribuir beijos por todo meu rosto, eu fechei os olhos com o toque de seus lábios macios. Sentiria saudades de suas caricias.

– Ei - disse Jake, então eu abri os olhos de novo. Ela olhava algo - É a minha moto.

Olhei para onde ela fitava e vi sua moto, novinha em folha, dentro do posto de gasolina.

– Meu pai deve ter concertado - disse Bela.

Jake pegou sua mochila e sua jaqueta do chão, então olhou para mim de novo.

– Eu acho que tenho que ir - disse ela me olhando nos olhos - Se não volto minha mãe chama a policia.

– Não tem graça - disse para ela.

Pov JAKE

Tentei fazer uma piada, só para cortar o clima, mas Hamilton não pareceu achar nem um pouco engraçado. Ele estava triste, estava preocupado mesmo, dava para ver em seus olhos. Me aproximei mais dele.

– Por que? - disse fixando seus olhos azuis. Hamilton encostou sua testa na minha.

– Você está indo? Simplesmente acabou?

– Quem disse que acabou? - perguntei, então Hamilton me abraçou.

– Eu vou perder você. Deus, vou sentir muito sua falta.

– Vá para Nova York de trem - me afastei para ver seu rosto novamente, então o beijei.

– É - disse Hamilton triste. Ele sabia que não seria a mesma coisa. Nós dois sabiamos disso. Diminui a distância entre nós e o beijei de novo. Um pouco mais demorado e doloroso dessa vez.

Me afastei de Hamilton e suspirei. Balacei a cabeça compulsivamente para perceber a onde estavamos. Will, Scout, Sean e Bela nos olhavam em silêncio. Olhei para Bela e levantei a saia que ela tinha me esprestado. Tinha dado um jeito antes de trocar a saia pela minha velha calça jeans. Bela sorriu.

– Obrigado - disse a Bela. Ela me puxou para um abraço. Eu ia sentir falta dela. Assim como de todos presente ali.

Me afastei de Bela e olhei para os rostos a diante. Não tinha tanta afinidade assim para dar um abraço neles. Pelo menos, não assim, de garota, como agora eles já sabiam o que eu realmente era.

– Nos vemos no semestre que vem - disse Scout, de braços cruzados.

– Se não me espussarem - disse a ele, então olhei para Hamilton novamente - Tchau.

Me aproximei de Hamilton e ele me puxou em seus braços para um longo e último beijo. Fiquei nas pontas dos pés e colei meus lábios aos dele, então nos beijamos.

Pov HAMILTON

Aquilo era uma sensação horrivel. Beijá-la pela última vez. Mas eu tinha que pensar positivo. Eu voltaria a ver Jake. Voltaria. Então ela se afastou.

Foi realmente doloroso descolar meu lábios dos dela, sem saber quando voltaria a beijá-la de novo. Jake foi se afastando de mim, porem não tirava seus olhos verdes dos meus. Ela colocou a jaqueta preta enquanto subia na moto, e logo depois o capacete. E mesmo de longe consegui ver que ela ainda me olhava.

Enfim Jake colocou seus oculos e sorriu para mim. Acabei me lembrando da primeira vez que à vi. Naquele primeiro dia, em que todos estavam chegando na Academia Rawley. Jake estava exatamente assim. Só que agora eu enchergava uma mulher e não um homem. Sorri para ela então Jake pisou no acelerador e foi embora.

Fiquei parado, vendo-a partir, até que não consegui mais vê-la. Agora ela tinha ido embora, e eu estava sozinho de novo.

– Então, vejo vocês por ai - disse enfim olhando para as pessoas presentes.

– Claro - disse Will. Demos um toque de mão - Agente se vê, Hamilton.

– Até - disse para todos.

Segui em direção a Academia Rawley. Minha eterna casa. Pensando em quando eu veria Jake novamente.