In Love With My Guitar escrita por Roli Cruz


Capítulo 16
Capítulo 16 - A... Sister?


Notas iniciais do capítulo

Logo, logo eu coloco a foto desse capítulo ^^



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Depois da formatura, os quatro voltaram de táxi. Não tinham a menor ideia de onde Hanna poderia estar. Então vieram somente eles.

Chegaram em casa e se jogaram no sofá. Ansiosos para saber por que a menina mais forte que eles já tinham conhecido se debulhava em lágrimas

– Samuel, você brigou com ela? – Richard perguntava, com um sorriso brincalhão no rosto.

– Não. – O baterista simplesmente respondeu, abraçando a loira mais forte, como se quisesse fazer toda a dor e tristeza se dissolver com um simples abraço.

– Meu... Meu... – Yara tentava falar em meio as lágrimas que caíam continuamente, molhando toda a camiseta do namorado.

– Calma, respira fundo. – Leo tentava ajudar.

Ela fez o que o moreno dizia. Quando pensou que poderia contar, ela disse:

– Meu pai morreu. – Ao ouvir essa frase, os três garotos ficaram pasmos. Não acreditavam no que ela falava.

– Como... Como você soube? – Samuel perguntou.

– Longa história... – Ela respondeu.

– A história de Yara é bem triste. – Leo murmurou.

– Eu não conheço... – O baterista estava confuso.

– Quer contar, Leo? – A loira perguntou. Sabia que se ela começasse a falar, iria chorar mais ainda.

– Tem certeza?

– Sim.

– Bom. Quando ela tinha nove meses de idade, a mãe se divorciou do marido e simplesmente sumiu. Não deixou nenhuma lembrança, a não ser um homem de coração partido. – Leo começou a contar, atraindo a atenção dos dois garotos que não conheciam direito a história da amiga. - Quando a mulher o largou, o Sr. Jackson entrou em depressão profunda. Não fazia a menor ideia de como criar uma garotinha como ela. Por isso, colocou-a em um orfanato. – O moreno olhava cada vez mais aflito para a menina. Ela fazia uma careta a fim de tentar segurar o choro. - Todos os anos, o cara ia visitar Yara. Sempre no mesmo dia. No aniversário da garota. Por esse motivo, ela não perdeu contato com o pai, mas isso não impediu que eles tivessem um muro na relação. Afinal, quase não se conheciam. – Leo olhou para Yara carinhosamente, como um irmão amoroso olha para a irmã recém-nascida.
- Por eu ser tão dura e amarga com todos que iam falar comigo, ninguém me adotou. – Ela continuou a partir de onde o moreno tinha parado. - Quando completei 15 anos, fugi do orfanato, direto para a casa Leo. Morei por um tempo com ele e seus pais. Apesar de todas as brigas, eu sou eternamente agradecida por você ter me abrigado. – Ela sorriu para ele afetivamente. Leo retribuiu com o mesmo sorriso.

– Então, assim que a gente se firmou na Chrono Time, todos vocês se mudaram para essa casa? – Richard perguntou, completando.

– É. Afinal, qual a história daqui? – Samuel perguntou. Ainda abraçado com a namorada.

– Bom, meus pais tinham comprado aqui, na intenção de ser especialmente a casa de Hanna, mas eu consegui fazer a cabeça deles – Ele piscou para os amigos de um jeito maroto. – Mas... Yara. Como você soube que...? – Ele não teve coragem de continuar a frase, apenas esperou a resposta da loira.

– Um dia, quando todos estavam dormindo, eu liguei para o orfanato. Quando morava lá, por mais incrível que pareça, eu fiz amizade com uma das mulheres que cuidavam das crianças. E então, desde que fugi, sentia saudades dela. - A loira sorriu ao se lembrar dos raros bons momentos que teve de baixo daquele teto. - Sempre chamava a mulher de Nana. Não sabia por quê. Mas sempre foi assim. Quando ela atendeu, meu coração parecia pular de alegria. Nós conversamos por uma hora inteira. Falamos sobre absolutamente tudo, mas aí quando eu perguntei se ela tinha notícias do meu pai, ela ficou em silêncio. – Yara suspirou. – Eu sabia que tinha alguma coisa errada. Mas não sabia que era tão grave até ela falar que ele tinha sido assassinado.

– Você sabe quem fez isso? – Leo perguntou cautelosamente.

– Não. Ninguém sabe. Acho que nem minha mãe sabe que ele está... Morto.

– A tal de Nanda disse mais alguma coisa? – Samuel perguntou com preocupação, embalando-a como se ela fosse uma boneca de porcelana extremamente frágil.

– Que bom que você perguntou. – Ela olhou profundamente nos olhos castanhos do namorado, passando para os verdes do baixista e depois para os azuis de Leo. – Ele me deixou uma coisa quando morreu...

– O que? – Richard não aguentava tanto suspense.

– Quando meu pai morreu, estava tendo um caso com uma mulher de outro país. Não me lembro de onde ela era. Mas eu sei que o relacionamento dos dois teve fruto.

– Então você está dizendo que... – Leo olhava pasmo para a garota loira. – Que...

– Estou dizendo que meu querido pai, - Ela falou com sarcasmo. – me abandonou quando eu tinha nove meses de idade, mas dezesseis anos depois ele morre sem deixar dinheiro, casa, nem nada. Mas morre me deixando uma criança de cinco anos para cuidar.

– Você tem uma irmã? – Samuel a encarou de boca aberta.

– Eu não tenho uma irmã. Eu tenho uma filha. Ele não me deixou qualquer coisa! Deixou-me uma criança para cuidar! Vai ser como se eu tivesse uma filha! – Yara começava a gritar com paranóia. Ela não conseguiria criar uma garotinha de cinco anos de idade. Mesmo que fosse irmã. Ou meio–irmã. Ela não conseguiria fazer isso.

– Mas... E a mãe da criança? – Leo perguntou indignado com a situação.

– Parece que ela morreu junto com meu pai. – A loira suspirou. – Eu sou a única família da garota. E ela... É minha única família agora.

– Yara. Olhe nos meus olhos. – Leo dizia, enquanto pegava na mão da amiga. Ela fez o que ele pediu. – Está olhando bem no fundo? – Ela assentiu. – Então vai enxergar que eu sou sua família. Junto com Richard e Samuel. E talvez Hanna. – Ele sorriu. – Então, nós vamos te ajudar no que você precisar.

– É. Embora você seja uma chata. – Richard completou brincando. – Eu te amo e vou te ajudar a fazer essa garotinha crescer forte e segura, assim como a irmã. – O comentário fez a loira abrir um lindo sorriso. Que era muito raro de se ver, aliás.

– E você também pode contar comigo para isso. Estou aqui para o que der e vier! – Samuel concordou com os outros dois. – Te amo, viu?

– Obrigada, gente. Eu também amo vocês. – Dizendo isso, puxou todos para um abraço.

“Estamos todos juntos nisso. Somos uma família.” Ela pensava. E essas palavras enchiam seu coração de alegria e conforto.

– Quando vamos ver a pequena Yara? – Richard disse animado, ao sair do abraço em grupo.

– Acho que ela tem um nome diferente do meu. – Ela sorriu. – E eu vou pegá-la no orfanato sábado.

– No orfanato que você ficou? – Leo franziu o cenho. Tentando imaginar uma menina parecida com Yara, mas com cinco anos de idade.

– É. Vocês vão comigo?

– Eu vou. – Leo e Samuel fizeram coro.

– Ah Yara, eu sinto muito mesmo. Mas não vai dar. Sábado eu tenho que ir ver meus pais com Hanna. É aniversário da minha mãe, sabe? – Richard respondeu um pouco envergonhado.

– Tá. Mas eu quero você aqui antes daquela garotinha ir dormir! – Yara estreitou os olhos ao falar com o baixista.

– Ah. Mas depois eu ia encontrar umas garotas, sabe? Elas cobram baratinho e eu não posso perder essa oportunidade. – Ele disse, se divertindo com a cara feia que ela fazia.

– Palhaço! Você está andando muito com o Samuel! – Ela disse jogando uma almofada na cara do garoto.

– Hey! – O baterista resmungou. Sorrindo por trás dos longos cabelos loiros da garota. – A culpa não é minha se o Leo nos leva para o mau caminho!

– O que? Agora eu sou o culpado? – O moreno de olhos azuis fingia indignação.

– Vocês não prestam! – Yara disse, sorrindo para os três. Richard e Samuel colocaram a mão no peito, dando a entender que se sentiram ofendidos.

– Que crueldade! – Os dois fizeram coro, enquanto a loira se levantava do sofá e ia até o quarto.

– Boa noite! – Ela gritou lá de dentro.

– Boa noite! – Eles responderam.

“Vai dar tudo certo.” Foi o último pensamento dela antes de apagar.



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