A Esperança Dos Renegados escrita por Aldneo


Capítulo 9
CAPÍTULO VII: A sorte ao acaso




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Alan e Ezequiel seguiam ao longo da catedral, procurando algum indicio de pessoas, enquanto observavam a fumaça, que continuava a escapar de seu interior, através de alguns vitrais quebrados. Alan caminhava um pouco mais a frente, enquanto uma fina chuva caia sobre eles dos céus acinzentados. De repente, os dois ouvem um forte estrondo, o chão abaixo de seus pés tremba, e não muito a frente deles o asfalto começa a ceder e desabar. Grandes rachaduras se espalhavam pelo chão, abrindo uma grande cratera. Os dois correm, Ezequiel, que estava mais atrás, mesmo mancando um pouco, consegue escapar de ser engolido pelo desmoronamento, porém Alan é alcançado. O chão desaba por debaixo de seus pés, engolindo-o. Em uma rápido reflexo, ele lança sua corrente, a mesma que havia usado contra os hell-hounds nas planícies, e consegue prendê-la em uma placa de sinalização na calçada, próxima de onde a cratera havia parado de se expandir. A placa absorve parte do impacto, impedindo que Alan caísse bruscamente no fundo da cratera, fazendo-o desferir um movimento em arco, pendurado próximo as paredes do buraco que se abrira. Porém a velha placa, incapaz de suportar o peso, logo se parte, fazendo com que Alan caísse. Dolorido, porém sem danos sérios, ele consegue se recuperar e se levantar. Assim que levantou, passou a buscar por sua arma e seu chapéu, os quais também haviam caído com ele, porém estavam a uma certa distancia. Após reencontrar seus pertences e se limpar um pouco da poeira de sobre suas roupas, ele escuta o jovem lhe chamando de fora da cratera. Ele perscrutou ao seu redor com o olhar, procurando uma forma de sair, enquanto o jovem continuava a chamá-lo e perguntar por ele. Ao perceber-se preso, ele responde: “Estou aqui, estou bem...” Ao ouvi-lo, Ezequiel segue até a beira da cratera e o localiza.

“Acha que tem alguma forma de subir pra cá, ou de eu descer?”, o jovem questiona, ao que Alan responde, enquanto ainda analisava seu derredor: “Acho que não... Espere estou vendo uma abertura ali, acho que leva a algum túnel ou coisa do tipo, talvez por ele possa retornar ao nível da rua.. Quando a você, procure um abrigo aqui por perto, algum lugar fechado em que possa se proteger até o amanhecer, já vai anoitecer, e não é seguro ficar por estes locais quando está escuro... Quando sair daqui eu o encontro...” O jovem, sem escolha, aceita o proposto e, enquanto Alan seguia para averiguar o suposto túnel, ele olhava ao redor, ponderando para onde ir. Sem opção ele começa a andar por aquelas ruas desertas, observando o tenebroso cenário de construções abandonadas, onde algumas vezes o cinza dos prédios ao seu redor parecia se misturar ao cinza dos céus nublados acima dele.

Após caminhar ao longo de um quarteirão, ele chega a uma grande área construída (tratava-se do que um dia fora um hipermercado), ele adentra o terreno, atravessando uma grande área aberta e coberta de concreto (a área que outrora fora o estacionamento do mercado), com alguns veículos abandonados, entregues a ferrugem, e todo o tipo de tralhas e lixo jogados pelo chão. Ele caminha até a área construída, e se aproxima da porta de entrada, tratava-se de uma porta dupla, de correr, feita de vidro. Uma das metades desta porta, a da direita, apresentava o vidro trincado, enquanto que a outra permitia que o jovem adentra-se aquele local, por não possuir mais o vidro, do qual só restavam alguns estilhaços espalhados pelo chão das proximidades. Ao adentrar, ele se depara com um salão escuro, com restos de mercadorias, equipamentos, peças de propaganda e outras coisas espalhadas pelo chão e por cima de balcões e prateleiras, tudo coberto de poeira e visivelmente desgastado pelo tempo. Adentrando mais, ele passa pelo que fora o balcão de informações e ao chegar a “área da loja”, passa inicialmente pelo departamento de eletrônicos, onde ainda se podia observar diversos aparelhos (rádios, TVs, computadores, notebooks, etc), muitos deles caídos pelo chão, e outros ainda nos mostruários, degradados e aparentemente quebrados. Ele continua caminhando, adentrando cada vez mais aquele local abandonado, sujo e bagunçado, que ainda ostentava grande variedade de mercadorias e produtos.

Ele segue caminhando, adentrando à penumbra do local, a qual só era levemente minimizada pela fraca iluminação que adentrava por buracos no teto, nos quais o forro parecia ter desabado; sendo que alguns pedaços deste forro ainda se podia ver espalhado pelo chão, entre equipamentos e mercadorias. O jovem avança olhando, quase que admirando, o cenário que o envolve, até que chega em um certo ponto e sente como se não estivesse sozinho. Ele se vira lentamente e olha para o corredor que se abria por detrás dele, e vê, a sua frente, não muito longe, um infectado. A criatura de forma que lembrava a de um homem com uma espécie de carapaça negra lhe cobrindo o corpo, estava em pé e, embora não se percebia olhos em sua face, podia-se ver que aquilo o encarava. O ser escancara suas mandíbulas, emitindo um urro assustador, mostrando os dentes grandes e amarelados e deixando uma boa quantia de saliva espirrar de sua boca. Ezequiel dispara, correndo o máximo que pode, ao longo do corredor que estava, enquanto a criatura o segue urrando. Ele corre ao longo de outra prateleira, e, no corredor que se abria ao final desta, ele vê uma porta, para a qual decide correr, enquanto muda de direção, ele percebe uma outra criatura saltando para cima de uma das prateleiras, o localizando e começando a persegui-lo também, além de ouvir gritos e urros, que pareciam indicar que haviam ainda outros daqueles seres se aproximando.

Ele consegue atravessar a porta, com as criaturas em sua cola. Ao atravessar a porta, ele localiza no chão um pedaço de ferro, o qual apanha, e, girando o corpo, desfere violentamente um golpe contra a cabeça de um dos infectados, o qual já o estava alcançando. O pedaço de ferro, extremamente enferrujado, praticamente se esfarela ao atingir a criatura, mas o golpe, ainda assim, é forte o suficiente para derrubar o infectado no chão e dar certa vantagem para que o jovem continuasse a correr. Ele segue por um longo corredor, que possuía portas de câmaras frigorificas do lado esquerdo e alguns armários e pilhas de caixas e caixotes do lado direito. O corredor levava até a área de estocagem da loja (o qual ainda estava repleta de caixas, mercadorias e equipamentos, tanto no que restavam das prateleiras, quando espalhados pelo chão). Ao chegar lá, o jovem se vê diante de um terceiro infectado, que também avança contra ele, forçando-o a se desviar para um corredor entre duas prateleiras do estoque, ao final do qual havia uma porta entreaberta, na qual ainda se via partes de uma placa escrita “Sala Elétrica”. Ele adentra a sala e fecha porta, percebendo que na fechadura, do lado de dentro, ainda se encontrava a chave da mesma, o que lhe possibilita trancá-la. Após se trancar dentro da sala, ele se afasta um pouco da porta e logo ouve as criaturas do outro lado urrando e golpeando-a, tentando forçar sua abertura.

Ezequiel olha ao seu redor e percebe-se em uma sala escura e completamente fechada, de paredes feitas com blocos de concreto, em seu interior apenas se via alguns painéis elétricos avariados e oxidados. O jovem continua olhando ao redor até se assustar com a visão de um cadáver (ao que parecia morto já há um bom tempo) em um dos cantos no fundo daquela sala. O susto o deixa ofegante, porém ele se aproxima ao perceber que o morto parecia ter algo útil próximo a seu braço: uma arma. Tratava-se de uma submetralhadora. Analisando o corpo, o jovem também encontra mais quatro pentes com munições.

Carregando a arma, que analisar por alguns instantes, Ezequiel descobre que se fazia encaixando um dos pentes na abertura de carregador do lado esquerdo do cano, ele se volta para a porta e começa a tomar coragem para abri-la e enfrentar os monstros do lado de fora. Após respirar fundo, ele abre a porta rapidamente, e, assim que se põe de frente aos infectados aperta o gatilho da arma, disparando contra elas. Porém a arma se mostra difícil de controlar, e a maioria dos tiros,devido ao recuo da arma, acaba acertando-as apenas de raspão, ainda que tenha conseguido derrubar uma delas ao chão (porém não fora o suficiente para matá-la), além disso a arma acaba travando após disparar a rajada inicial. Porém, o ataque do jovem fora suficiente para abrir espaço e lhe permitir sair daquela sala, passando por entre os infectados. As duas criaturas atingidas de raspão se recuperam rapidamente e logo se voltam contra ele novamente, o qual corre para um espaço que percebera por detrás de uma das prateleiras próximas. Espremendo-se, ele consegue passar por este vão e chegar ao outro corredor, do outro lado da prateleira. As duas criaturas que investiram contra ele, acabam se esbarrando uma na outra, o que lhe dá mais tempo para fugir. Nisto, a terceira, que havia sido derrubada, se recupera, levanta-se e se põe novamente a persegui-lo, ainda que estivesse visivelmente debilitada pelos tiros que recebera. Ezequiel corre novamente pelo corredor com as portas de câmaras frigoríficas. Porém desta vez, enquanto passava por uma delas, a porta se abre e ele é puxado para dentro, sendo a porta fechada de imediato depois disto. Uma vez em seu interior, ele se depara com uma garota de cabelos ruivos, não muito longos, que lhe cobre a boca com uma das mãos, enquanto com a outra lhe faz um gesto, com dedos diante da boca, pedindo que fizesse silêncio.


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