A Esperança Dos Renegados escrita por Aldneo


Capítulo 4
CAPITULO II: O pacto dos Cavaleiros




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Longe daquelas campinas desérticas, próximo às encostas de uma montanha, havia um grande castelo, com largas muralhas, uma verdadeira fortaleza, imponente e construído seguindo padrões de épocas passadas, utilizando pedras de coloração escura. Em seu interior, caminhando pelos corredores de pedra, seguia um homem, acompanhado de outros dois, que formavam uma escolta, sua guarda pessoal. Era um homem de grande porte físico, inteiramente coberto com roupas grossas e pesadas, de coloração branca com detalhes prateados e coberta por ornamentações metálicas, tais como correntes, insígnias e medalhas. Calçava botas de metal, o que dava um som pesado aos seus passos, e suas mãos também se viam encobertas por luvas grossas e alvas. Em sua cintura, presa ao cinto, ele ostentava um espada longa, cuja empunhadura, de coloração dourada, era elegantemente ornamentada. A partir de seus ombros uma longa capa lhe cobria as costas, quase até a altura dos tornozelos, o andar altivo e rápido fazia com que esta capa, de coloração alva, tremulasse no ar. Também a cabeça estava envolta em panos, que formavam uma espécie de capuz justo em volta dela, e mesmo seu rosto estava encoberto, este porém, por uma máscara de metal, a qual imitava as feições da face humana, em uma expressão extremamente sóbria e fria, a mascara era de coloração dourada, parecendo ser feita, ou pelo menos recoberta, de ouro. O som de seu andar era extremamente pesado e metálico. Os dois homens de sua guarda, vestiam-se de maneira semelhante, porém bem menos imponente. Suas vestes eram também brancas, mas com menos detalhes e sem ornamentações, também as espadas que carregavam na cintura pareciam menores e não tinham ornamentações. O rosto de ambos também estava encoberto por mascaras, semelhantes a de seu senhor, porém, as deles eram de coloração cinza, parecendo serem feitas de ferro.

Eles seguem pelo corredor, até chegarem a uma grande porta dupla ao final do mesmo. A porta era protegida por dois outros guardas. Estes também se vestiam como os da guarda pessoal, porém, usavam uma brigantina cinza sobre o tronco e elmos sobre a cabeça; e, ao invés de espadas na cintura, estes seguravam lanças, e permaneciam na posição de sentido, como sentinelas, um de cada lado da grande porta, sendo que o que estava do lado direito, segurava a lança com a mão direita e o que estava do lado esquerdo, segurava sua arma com a mão esquerda. Ao verem a aproximação dos três, os dois guardas da porta, usaram as mãos livres para uma saudação, batendo com o punho cerrado por sobre o peito, reclinando a cabeça e dizendo: “Meu senhor!” Após a saudação, os dois, abrem a porta dupla, cada um abrindo a folha da porta que estava ao seu lado, permitindo assim que o homem adentrasse o cômodo a que ela dava acesso sem precisar parar ou diminuir sua marcha. Quando as grandes e grossas folhas de madeira da porta são abertas, ouve-se o rangido e o estalar de suas dobradiças.

As portas conduziam a um amplo comodo, uma sala grande com teto alto, segurado por grosas colunas. O comodo possuía móveis luxuosos (cadeiras, sofás, mesas, armários, etc), ainda que com estilo antigo. O chão apresentava belos tapetes, e as paredes estavam enfeitadas por quadros, estandartes e armas penduradas. Também se podiam ver estatuas, bustos e cerâmicas decorativas nos cantos da sala. As altas janelas, em forma de vidrais, as quais deixavam a sala muito bem iluminada, possuíam cortinas de linho vermelhas. Tal sala poderia ser descrita como sendo a tipica visão de um castelo dos quais se imagina em contos de reis lendários. No interior da sala havia um outro homem, vestido como os demais, porém suas vestes brancas continham detalhes de coloração marrom, além disto, estavam um tanto sujas, dando um tom acinzentado a elas, sua mascara era de uma coloração prateada, e estava trincada, na parte da testa, do lado esquerdo. Uma rachadura que ia deste o seu topo até a fenda para o olho. Em sua cintura estava pendurada uma espada bastarda (espada de uma mão e meia), de empunhadura pouco ornamentada, mas visualmente muito usada. Sua capa tinha uma coloração amarronzada. O homem que estava na sala, ao ver a aproximação daquele de mascara dourada, o reverencia, curvando-se e dizendo: “Salve, senhor dos Cavaleiros!”

O Senhor dos Cavaleiros lhe faz um gesto com a mão, mostrando-lhe sua palma aberta, como que lhe dizendo que a saudação havia sido aceita. Ele então lhe diz: “Levante-se Malachie, agradeço-te por ter atendido a meu chamado tão prontamente” - ele caminha até uma parte da sala em que haviam dois sofás, um de frente para o outro. “Venha, sente-se e irei lhe dizer o motivo de antecipar teu regresso”. Malachie se levanta e, voltando-se para seu senhor, pede desculpas pela demora, ao que este lhe responde, com um tom compreensivo, mais ainda sim muito sério, em sua voz: ”Não te preocupes com isto, compreendo que estavas em terras distantes.”

Os dois se assentam, cada um em um sofá, um de frente ao outro. O senhor começa a falar: “Como já deves ter ouvido falar, o clã dos ladrões cometeu seu mais terrível erro, eles ousaram invadir nosso castelo. Obviamente nossa guarda eliminou a todos antes que conseguissem encontrar o caminho de qualquer saída. Porém, um deles conseguiu escapar de nossas armas, motivo pelo qual puni toda a guarda do castelo naquele mesmo dia. Infelizmente este sobrevivente acabou levanto consigo um de nossos artefatos.” Diante de tais palavras, Malachie conclui: “Então meu senhor desejas que busque tal ladrão e recupere o artefato perdido.”

“Exatamente”, - continuou o senhor dos Cavaleiros - “porém, não será apenas isto. Não creio que o relés ladrão tenha qualquer conhecimento do que ele nos roubou, mas não podemos correr riscos, deves eliminá-lo e também a qualquer um com quem tenha tido contado. Além disso, recebi informações de que o ladrão está sendo buscado por um justiceiro, não sei se este justiceiro sabe sobre o artefato, ou o quando ele sabe, mas, como é certo que se seus caminhos acabem se cruzarem, deves eliminá-lo também.” “Assim será, meu senhor!” - Malachie responde – “Existe algum indicio de por onde eu deveria começar ou algo sobre o ladrão?”

“Pelo o que sabemos do clã dos ladrões, estes sempre levam os frutos de seu 'trabalho' para a central dos ladrões, a leste de aqui. Creio que este membro não irá contrariar a tradição de seu clã, mas é provável que faça paradas pelo caminho. Tente realizar seu trabalho em uma destas paradas, será mais fácil.”

“Sim, meu senhor. Não se preocupe, este homem pagará com o vida por ter ousado roubar de nossa Ordem.”

“Apenas mais uma coisa, pelo que me informam seu alvo não é um homem, mas sim uma garota.”

“Uma garota?... Bem isto não é muito usual, mas com certeza tornará o trabalho mais fácil. Farei com que ela nunca mais torne a roubar.”

“Não subestime a dificuldade de sua missão por seu alvo ser uma jovem. Talvez ela não seja uma grande combatente, porém demonstra grandes habilidades por ter conseguido burlar nossa guarda e escapar deste castelo com um de nossos mais valiosos tesouros. Talvez tê-la subestimado tenha sido o erro de nossos guardas, e o motivo de estarem onde estão agora.” Ao terminar de falar, o Senhor dos Cavaleiros se levanta e segue até a janela mais próxima, de onde olha para o pátio do castelo, onde haviam diversas estruturas de madeira, semelhantes a traves, interligadas entre si, nas quais viam-se diversos homens (ex-membros da guarda do castelo, podendo ser reconhecidos por suas vestes) pendurados de cabeça para baixo, presos nas traves através de correntes por apenas uma das pernas, estando todos, aparentemente, mortos, como carcaças balançando ao vento.


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Notas finais do capítulo

isso ainda vai fazer sentido... rsrs



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