You Are All Your Hate escrita por CarolynNinne


Capítulo 5
My love, mon amour, my reason to live!


Notas iniciais do capítulo

Okay, okay. Este capítulo está apresentavel...
É daqueles que se escreve em 10 minutos, mas está grandinho (não está nada Carolina, não mintas porra!).
Desculpem lá se os BVB não estão a aparecer tanto quanto esperavam, só que agora neste início eles não são tãããããooooo importantes para a história.
Home - Three Days Grace
I Don't Like The Drugs - Marilyn Manson



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/178233/chapter/5

Podia ouvir a música. As batidas eram viciantes, a voz era linda e as guitarras inebriantes. Fiquei parada durante um minuto a abanar a cabeça a curtir o som da banda.

Merda, é a banda do Sr. Ser Deprimente.

Olha, que se foda! A banda é espetacular. Não tenho a culpa do vocalista ser mais um motherfucker que anda por aí!

Só depois de estar a ouvir a música é que me lembrei. Hello, Sam? Fãns desmaiadas e a Sally trouxe marijuana! Corri lá para dentro tirando a roupa que tinha vestido para fazer de porteira – por que como não fazia intenções de ficar com ela muito tempo vestia por cima da outra – e mandei a mala para a sala onde estavam os cacifos e tal.

– Simon, estou aqui. – disse olhando para o cenário à minha frente. Uma Sally drogada e cinco fãns prestes a acordar e a desmaiar novamente quando se lembrassem que estavam no show.

– Finalmente! Demoraste mais de dois minutos. Havias de ser despedida por causa disso!

– Vá lá, Simon. Para de ser resmungão. – dei um toque com a biqueira da bota na Sally e ela sorriu-me. Okay, ela estava super drogada.

– Não sei onde a deixar. Eu nunca lidei com um drogado na vida porra!

– Acalma-te Simon! Tenho uma ideia.

Já comentei que não gosto nada da Sally, nunca gostei nem nunca vou gostar? E é já um ódio antigo, por que desde que ela se mudou quando tinha sete anos que eu basicamente a odeio. No início ainda fui simpática com ela, mas ela não quis ser cabrazana e gozar comigo? Só levou o troco.

– Sam… vê lá o que vais fazer.

– Nada de mal. É para o bem dela. Vá, agarra aí nas pernas dela.

– Estás diferente. – eu sorri com o comentário enquanto segurava nos braços dela.

– Eu sei.

– A banda fez-te bem. – deixei cair a Sally no meio do chão.

– A banda o caralho!

– Ei, acalma-te okay?

– Mais um comentário sobre como eu estou feliz por causa da banda e juro que ficas sem poder fazer filhos! – ele agarrou nas pernas dela e eu nos braços e levamo-la para a arrecadação. Tinha uma cama lá. Veêm, eu não sou tão mal assim!

– Okay, Menina Eu Não Gosto dos Black Veil Brides. Mas foi a única vez que depois dos bilhetes esgotados que andavam a implorar por mais uma entrada.

– Por favor, Simon. Achas que essas raparigas que estão alí estão a fazer o quê? A ouvir a música? Bem, algumas talvez. A maior parte está a babar para os rapazes.

– Então concordas que eles são bonitos.

– Eles não são só bonitos. São sexy! – Simon largou a Sally em cima do colchão e olhou para mim chocado – Ei! Podia não estar toda “eu tenho sentimentos” quando os conheci, mas os meus olhos trabalham bem!

– Okay. Diz-me quem tu és e o que fizeste à Sam!

– Arg, bem. Eu sou a Sam. Habitua-te!

– Oh! Eu acho que vou gostar muito mais desta nova Sam!

Saímos da arrecadação e fomos ter com a Susan. Eu devia-lhe um pedido de desculpas e um grande obrigada. Ela ajudou-me no processo de “Abrir Os Olhos”. Ela estava quase no palco. E contiuava a babar. Dude, duas piscinas olímpicas não chegam porra!

– Ei. – gritei eu para poder ser ouvida por Susan – Desculpa aqui de há bocado.

– Eu é que te devo um pedido de desculpas. Sério! – gritou ela de volta.

– Só te desculpo se me perdoares primeiro. – falei com um sorriso espetado no meio da minha face. Ela olhou para mim fazendo de conta que estava desconfiada e depois sorriu.

– Okay. Estás desculpada.

– Tu também! – dei a puta da merda de um salto. Quem é que se lembrou de fazer screamo no meio de um discurso? Pois claro, o Famosinho! Olhei para ele com cara de quem vai matar alguém e ele só sorriu de lado – Motherfucker. – mimei.

– Love you too! – mimou ele de volta longe do microfone. Mostrei-lhe os meus dois dedos do meio e ele e o Guitarrista Bom Jake começaram a rir feitos conas.

– Estás muito amiga do Andy Sixx, Sam.

– Merdinha. O motherfucker havia de morrer!

– Não digas isso, Sam! Ainda és meio bruxa e a praga concretiza-se!

– Ai tá bem! Vá, cala-te que eu quero ouvir.

– Óh, agora já gostas da banda?

– Qual a parte de “EU NÃO OS CONHECIA” que é assim tão difícil de entender?

– Arg, toda.

– Fuck you.

– Ó ó ó ó ó menina! – ela olhou para mim com uma cara mesmo estúpida e eu ri. Ela começou a rir comigo e levamos um olhar irritado do vocalista. Olhei para ele de cima a baixo e a Susan começou a rir, e eu ri-me também. Sabem aquela cena que temos com as melhores amigas? Em que basta um olhar ou um gesto que nos começamos logo a rir? Tal e qual o que estava a acontecer agora!

– Rosie, diz-me aí que dia é hoje para eu gravar aqui no meu pulso. – perguntou uma rapariga do público.

– Com’on! Estamos no meio do show! – respondeu a Rosie.

– Não sejas putica e diz-me a merda do dia!

– Ai, chata! 20 de Junho.

Susan olhou para mim enquanto as lágrimas vinham aos meus olhos. Olhei para o relógio. Dez horas da noite. Daqui a cinco minutos vai fazer precisamente um ano que Dereck morreu.

Eu não acredito. Eu não acredito!

O que é que eu estou a fazer aqui? Eu devia de estar com ele, a falar com ele, a reviver os meus momentos com ele!

– Sam… - começou Susan. Eu acenei negativamente com a cabeça para ela deixar isso para trás e saí do show.

***

O cemitério era relativamente perto do bar. Lágrimas gordas corriam pelo meu rosto. Merda! E eu a achar que tinha melhorado! Merda para as hormonas que andam sempre aos saltos! Porra! Eu queria estar melhor. Eu queria ser melhor.

(eu queria que o menino de olhos azuis do meu sonho existisse e me ajudasse como ele prometeu!)

Abri a porta do cemitério e caminhei pelos pequenos carreiros de terra batida.

Havia um buraco no chão perto da porta. Alguém tinha morrido há pouco tempo. De certeza. Só estava feliz de não ter sido eu. De eu ter conseguido escapar da Morte a tempo.

Cheguei à campa de Dereck. Sentei-me naquela coisa grande que era de mármore negro brilhante e olhei para a fotografia dele.

– Hello my love, mon amour, ma cherry, my reason to live. Não sei o que é que estou aqui a fazer a falar contigo. Sei que não me vais responder. Mas eu preciso de falar contigo.

“Não sabes o que tenho passado neste último ano. Pensei que sem ti não podia viver, e eu sei que não posso viver completamente sem ti. Mas só percebi isso agora. A vida continua sem nós, mon amour, e acho que descobri isso da pior maneira. Como se houvesse uma maneira agradável de se descobrir isso!

“Encontrei uma banda nova. Acho que não a conheces. Mas tu conhecias todas as bandas que eu encontrava. As que eu queria encontrar, as que encontrava por acidente, aquela em que o teu primo tocava… tu sempre soubeste tudo. Por isso é que eu precisava de ti. Por que sabia que tu eras o meu guia e que eras tu que me fazias pensar com clareza sobre o mundo.

“Mas eu tenho que aprender a viver sem ti, mon amour. Eu sei que tu me disseste vezes sem conta que tu ias morrer um dia. Mas eu nunca esperei que esse dia chegasse tão rápido.

“E eu sei que eu sou a pessoa mais egoísta do mundo por te querer aqui só para mim, para tu me ajudares. Por que provavelmente tu estás muito melhor onde quer que estejas do que nos teus dezasseis anos em que viveste neste mundo.

“Eu queria que as coisas fossem mais fásseis. Acredita que sim.

“Queria que eu não me cortasse, que eu não pensasse em suicidar-me, queria estar alegre só mais uma vez.

“Mas ainda não encontrei essa razão para ser feliz, entendes? E eu sei que agora provavelmente estás a ralhar comigo – tu sempre agiste como um segundo pai para mim – e queres que eu saiba que tenho que continuar a viver sem ti.

“Eu juro que vou tentar. Eu vou seguir aquele sonho que eu te contei antes de morreres. Eu vou segui-lo. E vou pensar sempre em ti. Sempre.

“E só quero que saibas que se eu gostar de outra pessoa – o que não é o caso – eu vou sempre amar-te. Vais ser sempre parte de mim, parte da minha vida, parte do meu ser.

“Eu amo-te tanto, Dereck.

“Só que eu ainda não te posso deixar ir!

“E eu queria ficar aqui a falar contigo, mas tenho que voltar para o trabalho.

“Fiz uma nova amiga, só para tu saberes. Uma amiga verdadeira, decente como tu gostavas de chamar às pessoas que achavas que não eram posers e fakes. Chama-se Susan e trabalha no turno antes do meu na loja do Simon.

“Sim, o Simon. Aquele que andava – e ainda anda – de skate e que já esteve com o Rian Sheckler!

“Até à próxima, Dereck.

“I fuckin’ love you.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? O que é que acharam?