(Andy’s POV)

A minha vida baseava-se em ir aos ensaios da banda, dar os shows e depois voltar para o hospital. Os médicos diziam que podia levar anos até ela sair do coma… se ela alguma vez saisse dele. Mas eu não queria saber. Eu ia ficar com ela até ao dia em que ela acordasse. Por que ela ia acordar.

Tinham-se passados dois meses desdo o acidente. Dois meses em que eu a via com os tubos enfiados pela boca, ligada a máquinas para a manter viva…

Deixei-me cair numa das cadeiras que estava mais perto do quarto dela e fiquei a olhar para a parede branca.

– Ela vai acordar, Andy. Ela vai acordar. – sussurrei para mim mesmo.

(Jake’s POV)

Toda nós sabiamos o que se passava com o Andy. Foi um choque saber que a Sam estava entre a vida e a morte, mas… não sei a razão, só sei que não fiquei tão afetado como ficou o Andy. Acho que… eu realmente amo a Sam, só que não é da maneira que eu queria.

Estavamos em casa do Jinxx. Agora tinhamos que vir sempre para aqui, já que era a casa das grávidas. E não, o Jinxx não empranhou de um gajo qualquer! Só que a Sammy e a Susy tão grávidas, e então como a casa do Jinxx é a maior quase que fazemos aqui um acampamento tipo o dos ciganos. E não, não é um comentário racista!

O meu telemóvel tocou e vi que era a Ella.

Não sei bem o que havia entre nós os dois, mas desde que nos conhecemos que cada vez que eu oiço a voz dela, cada vez que mencionam o seu nome um sorrisinho bobo aparece na minha cara. Eles dizem que eu estou apaixonado, mas eu não sei bem.

Okay, para falar a verdade eu estou apaixonado pela Ella… só que é tão recente que eu tenho medo de lhe dizer algo. Quer dizer, conhecemo-nos faz dois meses, as coisas não são bem assim. Mas eu sei que um dia eu vou ter coragem de lhe dizer o que sinto.

(Ashley’s POV)

Estavamos em casa do Jinxx. A Annabelle tinha a sua cabeça no meu colo, e eu não consegui resistir e acariciei-o. Continuei a faze-lo, pois ela não reclamou. Eu amava-a tanto. Não sei como me pude deixar apaixonar assim tão rapidamente, mas com a Annabelle era tudo tão diferente. As coisas ganhavam uma velocidade prórpia. Nós tinhamos o nosso próprio mundo, onde só haviamos nós dois. Ela acabou por adormecer. Dei-lhe um beijo na testa e levei-a ao colo até ao nosso “quarto” na casa do Jinxx que vai ser Papá entretanto.

(Jinxx's POV)

Eu vou ser pai, eu vou ser pai, na-na-na-na-na-na! Okay, já parei com os meus delíreos acriançados. Mas sim, eu vou ser pai. Menino ou menina não sei… mas de uma coisa eu tenho a certeza. Se for uma menina não se vai chamar Samantha! Já temos duas na nossa enorme (coff coff) família, e já viram a confusão que ia ser se aparecesse aí mais uma? Por que sim, a Sam vai acordar. Toda a gente sabe disso.

Deixei a Sammy na cama e quando ia para a sala vi o Ash a subir com a Annabelle ao colo. Como o amor muda as pessoas.

O CC babava cada vez que se falava em crianças, por que o ou a Robin ia nascer daqui a… quantos meses mesmo? Seis, talvez?

O Jake estava com a Ella – e se ainda não estava, faltava pouco – e eu acho que os dois foram feitos um para o outro. Só mesmo a Ella para aturar as cenas do Jake.

O Andy… bem, o Andy… arg, era realmente um caso complicado.

Abriram a porta da frente e entrou o CC com a Susy. Eu ri da cara dele.

(CC’s POV)

Obá, não tenho a culpa de me ter distraido quando passou uma garota com uma camiseta dos Black Veil Brides. Não, não olhei para ela só por que ela era uma gata do caralho – okya, talvez só um bocadinho mesmo pequeno. 1% em 100% de todas as razões! – e ter ficado curioso por saber se era uma poser ou não. Claro que era, só falava no Andy! Ahahahah! Okay, vou deixar de ser mauzinho.

Mas era por isso que a Susy estava a dar-me um sermão do outro mundo! Okay que ela estava grávida e tal, mas porra, a mão dela continuava pesada. Só a mim que esta frase me soou mal? Dei-lhe um selinho e ela ficou parada meia em choque a olhar para mim.

– Desculpa, Susy. Eu não queria… - ela beijou-me e só aí que eu percebi. Eu amava aquela garota mais ainda do que eu pensava.

(Susy’s POV)

As coisas com o CC estavam a ir bem demais. Parecia um conto de fadas. Era como se tudo à nossa volta fosse perfeito. E eu gostava da nossa “perfeição”. Sim, por que nós os dois de perfeitos não tinhamos nada. Tenho que ser realista, não acham? Por muito bom que o CC fosse ele tinha os seus defeitos. E essa era uma parte nele que eu também amava. Por que só se ama realmente uma pessoa, quando amamos o conjunto completo. As qualidades e os defeitos.

E depois havia o/a Robin. Acho que isso só nos levou para outro nível. Para algo melhor, algo mais real. Mais… sei lá! Algo mais pessoal, mais como o CC e a Susy, e não um mero casal.

(Sammy’s POV)

Acordei e vi que estava sozinha na cama. Jinxx desgraçado! Foi-se embora e nem avisa. Okay, eles estavam todos lá em baixo, por que eu conseguia ouvir as gargalhadas espalhafatosas deles. Fazer o quê? Eles são uma cambada de hienas que só se sabem rir!

Levantei-me e vesti-me. Queria saber qual era a grande piada. Desci as escadas a correr e recebi um olhar reprovador do Jinxx. Jezz, só por que eu tava grávida acha que eu tou inválida! Estes nossos homens só podem ser de outro mundo!

– Então gente! Para onde vamos hoje? – já disse que estava farta de cozinhar para uma banda inteira? E para as namoradas dos integrantes? Okay, só haviam três, mas mesmo assim! Eu não tenho cara de empregada! Nem sou! Eles que não aprendam a cozinhar que não é preciso!

– Arg, não me apetece comer fora hoje. – disse o CC.

– Fazes tu o jantar? – perguntei cruzando os braços.

– Gente, conheço um restaurante fenomenal! Pago eu! – começamos todos a rir, e fomos.

Eu realmente amo esta minha familia emprestada!

(Andy’s POV)

Recebi uma mensagem da Sammy a dizer que eles iam jantar fora. Não que eu realmente me incomodasse que eles tivessem seguido em frente. Principalmente o Jake. Que dizia que amava tanto a Sam. Mas não é ele que está aqui… mas não há nada a fazer. Eu também não escolhi ter-me apaixondado por ela. Não tenho a culpa de estar aqui a ver os dias passarem sem saber se ela vai acordar algum dia. Suspirei e comecei a caminhar pelo corredor.

Haviam vários quartos ocupados. Todos eles sem ninguém que se preocupa-se. Sem nenhuma pessoa a zelar por eles sem ser os médicos. E isso fazia com que o meu coração apertasse. Por que eu sabia que apesar de ser simplesmente eu, a Sam tinha alguém que zelasse por ela.

Ouvi os sons de uma máquina. O mundo abrandou nesse espaço de tempo. Os médicos correram para o quarto da Sam e uma enfermeira puxou-me para longe. Não, aquilo não podia estar a acontecer. A Sam não podia morrer. Não… lágrimas corriam pelo meu rosto e eu deixei-me cair no chão a soluçar. Pontapeei uma cadeira enraivecido.

Por que teve que acabar assim?