Músicas E Escrita escrita por Bia_C_Santos


Capítulo 16
Conto 15 - What Makes You Beautiful


Notas iniciais do capítulo

Bom, pessoas, primeiramente desculpas por eu não ter postado antes, mas a escola não me deixou! Eu não estou conseguindo escrever mais DD:
Enfim, mas aqui estou com um conto baseado na música da banda One Direction (que só tem músicas inspirados, então me aguentem se eu postar muitas histórias das músicas deles)que é muuuuito fofa!
Espero que gostem! Essa é para vocês que são sortudos e viajaram essa semana de feriado.



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Sabe aquela sensação de estar em um sonho? Que aquilo era bom demais para ser verdade? Mas, não importava quantas vezes você se beliscava e simplesmente você não acordava?

Então, essa foi minha sensação quando eu entrei na sorveteria perto da praia. Era verão e, como em todo verão, íamos a uma praia. Sempre uma diferente. Eu nem perguntava mias o nome dos lugares que costumávamos viajar.

E aquelas férias com certeza iam ser entediantes, já que minha irmã mais velha não quis ir esse ano, ou seja, ninguém para incomodar.

Mas daí eu resolvi dispensar a caminhada matinal dos meus pais, sempre com preguiça, claro, e fiquei assistindo até ficar com fome.

E para matar a minha fome resolvi comer um sorvete, mas pelo jeito eu não fui o único a ter essa ideia. A sorveteria não estava totalmente vazia, mesmo sendo 11 da manhã.

Quando eu vi aquela cabeleira ruiva que parecia o céu quando estava no pôr-do-sol. A garota estava com o cabelo preso, vestia uma camiseta rosa clara e uma saia jeans que não era até curta, mesmo ela estando na praia.

E eu pensei que talvez – apenas talvez – aquelas não seriam umas férias tão chatas afinal.

E quando aquela garota se virou e eu pude ver aqueles olhos azuis, uma expressão que dizia “eu te conheço de algum lugar, não é?” eu pensei que talvez – talvez mesmo – eu ainda estivesse na cama dormindo.

Eu quase me belisquei para conferir se aquilo era vida real, mas achei que não ia pegar vem isso na frente dela, caso fosse mesmo real.

A garota era Dianna. Estava na minha classe. Era nova, entrara no primeiro ano no final do ano, porque, de acordo com as minhas fontes, seu pai teve que mudar para São Paulo em trabalho.

Eu a conhecia bem pouco, mas isso era o suficiente para eu a querer. Sim, eu a queria. E a amava. Podia soar como um absurdo, mas o jeito dela me encantava.

Dianna andou até mim, sorrindo. O sorriso dela era meio pequeno, meio tímido, assim como ela era. Eu comecei a abrir a boca para falar algo que eu nem mesmo sabia o que, mas Dianna foi mais rápida:

— Eu... te conheço. Você é o... Leonardo, certo? Você senta algumas carteiras à frente.

— Isso — concordei. — E você é Dianna. Entrou no final do ano passado na escola. Por causa do trabalho do seu pai?

— Isso. — Dianna sorriu. — O que faz por aqui? — Dianna pensou por um tempo. — Ah, que pergunta! Você deve estar de viagem. Primeira vez?

Aquela não era a Dianna que eu conhecia. Não a garota tímida. Ela até falava meio rápido demais.

— Primeira vez — respondi —, e você?

— Venho todos os anos.

Espera. Porque diabos eu não tinha ido antes nessa praia? E seu eu a conhecesse antes, será que ela me amaria?

Ficamos um tempo em silêncio olhando um para o outro, sorrindo. Eu sentia o sorvete dela derretendo.

— Então, é, estou de saída — Dianna disse. — Nos vemos na praia?

Assenti e depois observei-a pagando o sorvete e saindo da sorveteria. Por um tempo, esqueci o que tinha ido fazer ali. Até a moça de o caixa perguntar que eu queria.

Bom, isso foi só o começo. Agora, eu relembrava esse começo. De pé, com meu violão e com minha mochila, na qual dentro tinha uma garrafa de água, um caderno e uma caneta. Eu relembrava e comecei a achar que era um belo começo.

Mas os meios das histórias eram sempre melhor.

Dianna, que segurava uma cadeira de praia e um guarda-sol, com uma mochila na costa também, me olhava com a boca aberta. Torci que fosse por causa dos meus “músculos expostos” (ah, ta, grandes músculos), já que estava só com uma bermuda.

— Indo para praia? — perguntei. Era fácil de perceber o quanto eu estava feliz em vê-la. Eu devia estar com o sorriso mais bobo na cara, mas eu não conseguia tirá-lo de lá.

Ela assentiu e pôs a franja atrás da orelha. Estranho era que mesmo estando pronta para ir à praia, usava uma camiseta azul escura e um short jeans.

Caminhamos juntos, quietos. Eu até que não me incomodava com isso. Observava, pelo canto do olho, Dianna olhando para baixo.

— Quer ajuda? — perguntou. Dianna deu de ombros e eu tomei da mão dela o guarda sol. Senti sua mão trêmula quando nossas mãos se roçaram.

Chegando lá, o sol brilhava e as ondas eram calmas. Ajudei-a montar o guarda-sol. Ela montou a cadeira e perguntou:

— Quer sentar?

— Não. Senta você.

Dianna se sentou e desviou seu olhar para o mar. Eu me sentei na areia e não consegui tirar os olhos de Dianna.

Era sério. Eu não conseguia mesmo. Depois de um tempo, percebi que não era o único. Mesmo ela estando com o short e com a camiseta, estava roubando olhares de inveja das garotas e olhares de admiração dos garotos. Eu não gostava mesmo desses últimos.

Eu estava observando então a pele branca como a areia de Dianna, os olhos azuis como o mar e o cabelo da cor do céu naquele final de tarde. Dianna fechou os olhos e respirou fundo. Eu senti como se o ar que eu respirava fosse tomado por ela.

Logo que Dianna abriu os olhos, olhou em volta até seus olhos pararem em mim. Por azar, eu não fui rápido o suficiente. Dianna percebeu que eu a observava.

—O que foi? Tem algum bicho em mim? — Dianna logo me perguntou.

— Não. — Resolvi ser sincero. — É só que você é muito bonita.

Dianna riu, jogando a cabeça para trás. A piranha que prendia seu cabelo caiu, fazendo-o se soltar e cair emocionalmente. O som do riso dela era como o som de sinos. Percebi suas bochechas levemente coradas em um tom mais de rosa.

Depois disso, ela pegou a piranha no chão e já ia preparando para prender o cabelo de novo, mas parei a mão dela e peguei a piranha.

— Fica mais bonito solto — expliquei.

— Meu cabelo é uma porcaria. — Dianna tentou pegar a piranha de novo, mas eu joguei no mar. Boquiaberta, ela continuou. — Eu sou uma porcaria!

— Isso é mentira. Vou te provar. Sei que você está de biquíni. — Apontei para a parte do biquíni que aparecia. — Tire a camiseta.

— Não. Eu sou muito gorda. — Outra mentira. Ela devia pesar no máximo 50 quilos, sendo alta comparada às garotas da idade dela.

— Ok, eu tiro por você. — Comecei a me levantar. Dianna começou a ficar desesperada.

— Não... — A voz dela ficou estridente. Quando comecei a pôr a mão na cintura dela, na blusa, ela percebeu que eu não estava blefando. — Não! Eu tiro, eu tiro!

Eu me afastei, desapontado. Seria legal fazer aquilo, ter que me aproximar. Dianna tirou a camiseta. Perdi o ar novamente.

Cara, ela era... indescritível!

Dianna pareceu se encolher na cadeira. Antes que ela percebesse que eu a observava, voltei a terra e falei:

— Você é insegura. Eu não sei porquê. Eu te observo, toda vez que você entra na sala de aula. Você abaixa a cabeça quando passa pela porta.

— É costume... — Dianna arranjou uma desculpa.

—Não, não é. Se você entrasse de cabeça erguia seria melhor. Todo mundo veria seus olhos, sua face. Me diga... Você não se maquia, né?

Dianna, que agora tinha os seus olhos em mim e as mãos tentando esconder a barriga, balançou a cabeça negativamente.

— E você nem precisa, sabia? Você não precisa se maquiar para se esconder. Sendo do jeito que você é, é o suficiente.

— Eu sou ridícula, Leo.

Resisti a vontade de pegá-la pelos ombros e a chacoalhar dizendo “se enxerga, Di!”. Ao invés disso, falei:

— Todo mundo pode ver isso. Todo mundo está olhando para você, basicamente te admirando. Todo mundo menos você.

Assim que eu disse isso, Dianna olhou em volta para cada pessoa por perto. Grande parte dessas pessoas realmente a admiravam. Enquanto ela os observava, ele iam virando o rosto.

— Ai, meu Deus, estou tão feia que eles estão me encarando — Dianna disse, ao mesmo tempo em que levantava. — Fique com as coisas. Eu venho buscar depois.

No começo, pensei que ela só estava brincando, mas Dianna realmente começou a andar saindo. No momento de pressa, tinha até esquecido a camiseta.

Andei atrás dela e passei o meu braço pela cintura de Dianna, por trás, como se ela estivesse se engasgado e eu iria ajudá-la dando uns socos na costa dela.

Dianna era tão leve que, mesmo esperneando, consegui arrastá-la de volta ao lugar de antes. Dianna tentava agarrar alguma coisa invisível no percurso, enquanto gritava:

— Me solta, Leo! Eu sou horrível, me solta!

Sentei ela de novo na cadeira e ela cruzou os braços, como uma criança quando não ganha o que quer, me encarando brava.

— Vamos lá, você entendeu errado. Para mostrar que eu estou certo, vou colocar em uma música. — Peguei meu violão e meu caderno na mochila. Já a algum eu estava trabalhando em uma música.

Adivinha para quem?

A música ainda estava incompleta, mas faltava pouco para terminar. Assim que comecei a cantar, Dianna pareceu ficar mais tímida.

Quando terminei, ela disse:

— É uma música linda.

— É para você.

Dianna traçou um caminho com o olhar e eu fiz com que os nossos olhares se cruzassem. Assim que eles se encontraram, ela desviou.

Dianna olhou para frente e, tanto ela quanto eu percebemos um cara piscando para ela. Fui tomado por uma raiva e comecei a me levantar.

—Aonde você vai? — Dianna perguntou?

— Mostrar para aquele cara lá que, se ele quer ficar só com um olho aberto, era só ele conhecer a minha mão — respondi, sarcástico.

— Justo agora que um cara começou a gostar de mim? — Dianna disse, mas seu tom dizia que era uma brincadeira.

— Eu nem a tenho. Não posso me dar ao luxo de te perder.

— Como assim? — Dianna parecia confusa.

— Você ainda não percebeu? Eu te amo. Você ilumina o meu mundo como ninguém mais. O jeito como você balança seus cabelos me deixa arrepiado. — Tomei o fôlego. Dianna olhava para o chão e não era difícil de falar.

— Eu não entendo... — Ela ergueu a cabeça.

— Se você pelo menos visse o que eu posso ver, você ia entender porque eu preciso de você tão desesperadamente. E você não sabe... Você é linda. Acho que isso é que te torna bonita.

Dianna estendeu a mão, sorrindo e eu a peguei.

— Você me tem.

Sorri também. Me aproximei dela e a beijei, suavemente. Eu sentia ela tímida, mas logo era se rendeu.

Percebi quanta sorte eu tinha. E acho que o cara da piscadela também.



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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?



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