The price of evil... escrita por Laís


Capítulo 10
Possibilities I'd never considered.


Notas iniciais do capítulo

Pois é, agradecendo quem manda reviews e vocês que não mandam mais, saibam que eu vou me afogar em um copinho de coca-cola por isso UAHSUSAH
Fiz de tudo pra preparar esse capítulo antes de postar, mas com dia 28 chegando eu não penso em muitas outras coisas, sem contar que resolvi ficar doente D:
Ok, vocês não querem saber disso.
Beijos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/178165/chapter/10

Estava sem fôlego. Precisava correr o mais rápido possível, mas minhas pernas já não aguentavam mais. Meu pulmão ardia. Não podia parar. Era difícil enxergar o que estava à minha frente. Algo no chão fez com que meus joelhos cedessem. Totalmente sem forças, percebi no que eu havia tropeçado, ou melhor, em quem.

Mamãe.

Girei meu corpo para o lado, apoiei-me sobre meus joelhos e comecei a sacudir minha mãe pelos ombros.

–Acorda! Acorda! Por favor! Mãe volta!

Deitei minha cabeça em seu peito, nada de batimentos cardíacos.

“Você não deveria ter feito isso.” Uma voz doce sussurrava em minha mente. Vovó.

“Você mentiu! Eu não posso perdoar isso.” A voz que agora ecoava na minha cabeça não era nem um pouco doce. Era a voz de Zacky, mas em um tom que eu nunca havia escutado.

Meus olhos queimavam. Eu queria chorar e dessa vez não tentei impedir minhas lágrimas.

–----------

–Sim, ela ta comigo. Uns 30 minutos. Ok. –Ouvi a voz de Synyster ao fundo, ainda estava encolhida sobre seu peito. Percebi que eu soluçava. Que sonho foi aquele?

–Calma, foi só um sonho. –Ele dizia como uma mãe que consolava um filho depois de um pesadelo.

–Por quanto tempo eu apaguei? –Enxuguei minhas lágrimas com a costa da mão.

–A tarde inteira! Como conseguiu isso? –Gesticulava com os braços como se eu tivesse feito uma coisa absurda. –Aliás, você babou na minha camisa! Eu amava essa camisa!

–Não fode. –Dei um leve soco em um de seus braços.

–Nunca mais vou usá-la, uma pena. –Esfreguei os olhos, ainda estava sonolenta e me joguei novamente no abraço de Syn. –Nós precisamos voltar para o hotel.

–Por quê?

–Não sei, talvez seja por que temos um show pra fazer daqui algumas horas.

–Tinha esquecido. Temos que ir agora? –Estava com o rosto afundado no peito de Synyster e minha voz saiu como um sussurro abafado.

–Meia hora.

–O que você ficou fazendo a tarde inteira? –Perguntei enquanto levantava.

–Pensando. –Fitou o horizonte. O sol estava se pondo, a cor do céu era linda e o mar não muito agitado. –Enquanto uma criança babava em mim. –O fuzilei com o olhar.

O barulho das ondas do mar quebrando-se dominou o lugar. Percebi pelo canto do olho Synyster levantando-se com um único salto.

–Vem. –Não falei nada, segurei a mão estendida e levantei.

Andamos para próximo de onde as ondas do mar quebravam.

–Liss, por que você acordou chorando? –Sabia que ele tinha milhões de perguntas em mente, mas resolveu começar aos poucos.

–Sabe aqueles sonhos que você pensa que ta caindo? Pois é.

–Você mente muito mal. - Não virei para olhar seu rosto. Estávamos andando vagarosamente, o vento batia em meu cabelo e colava a camisa enorme que eu usava em meu corpo. –Só hoje você poderia confiar em mim e deixar essa Muralha da China que te envolve cair? Só hoje. –Foi impossível controlar uma risada.

–Sonhei com a minha mãe. –Ele permaneceu em silêncio. –E com minha avó. –Mordi o lábio.

–Como foi o sonho? –Contei tudo para ele, não muito detalhadamente, exceto o que vovó e Zacky me disseram.

–Que estranho.

–Também achei.

–Me conta sobre a sua vida antes.

–Syn... –Não sabia se aquela era uma boa ideia.

–Por favor. –Virou de repente para me encarar. Desviei o olhar e comecei a falar.

–Meu pai me abandonou...

–Mas você disse que ele havia morrido em um acidente.

–Menti.

–Mentiu sobre mais o que?

–Posso terminar de falar, Sr Gates? –Ele assentiu.

–Minha mãe fugiu com um cara quando eu tinha dois anos e minha avó tornou-se minha família. Eu cresci sempre como ‘a esquisita’ da turma, depois comecei a tocar bateria e foi quando eu conheci o Avenged. –Sorri.

–Acho que tem mais coisa aí nessa história. –Piscou.

Suspirei e continuei a falar.

–Minha avó descobriu que tinha câncer e começou a morrer aos poucos. Foi bem difícil assistir aquilo.

–Sinto muito.

–Eu também.

–E depois?

–No dia em que minha avó morreu, mamãe reapareceu. Nós brigamos muito por alguns meses, mas conseguimos nos acertar. Não éramos próximas, mas eu já conseguia suportar a sua presença. –Já está falando demais, chega. –Ela morreu um tempo depois em um acidente de carro na estrada. –Não percebi que havia pronunciado as últimas palavras com tanta frieza. –E depois de umas semanas, encontrei uns carinhas barulhentos, bêbados, tatuados e insuportáveis que me salvaram de tudo. –Percebi um leve sorriso no rosto de Syn.

Seu celular tocou.

–Ah, to indo agora mesmo. A gente se ver lá. Tchau. –Colocou o aparelho no bolso e puxou-me pelo braço. –Estamos atrasados.

–--------

Pegamos um táxi e formos direto ao local do show, entrando por um lugar bem deserto. Lógico, imagina o Synyster Gates no meio daquelas fãs histéricas.

Os meninos estavam ensaiando, nos juntamos a eles e, ao contrário do que eu esperava, eles não comentaram nada por eu ter saído com Syn.

–Lisa. –Zacky beijou minha testa. – Nós precisamos conversar.

–Pode falar meu gordo. –Percebi que todos no pequeno espaço nos observavam e senti o sangue subir para as minhas bochechas.

–Esse é o último show e bom... Você vai embora? –Mordi o lábio. Eu queria ficar, mas não sabia se era o certo a fazer.

–Meninos, eu queria muito ficar, mas não sei se...

–Ótimo, tem espaço na minha casa. –Zacky levantou e me deu um daqueles abraços sufocantes.

–Ei gordo, vai matar a baixinha desse jeito. –Matt ria.

–---------

A luz irritava meus olhos e fui os abrindo lentamente. Meu corpo inteiro doía, provavelmente havia dormido de mau jeito. O quarto que estava era bem arrumado e... Calma aí, onde eu estou?

Despertei-me de meus pensamentos e comecei vagamente a lembrar-me da noite passada.

O show, voltando em uma vã apertada por que a viajem não duraria mais que uma noite e Zacky me carregando. Somente.

Criei coragem e fui até uma porta à direita que provavelmente era o banheiro, lavei meu rosto, escovei os dentes com a única escova que tinha por ali e prendi meu cabelo em um trança lateral. Precisava de minhas coisas e de um banho.

Logo à frente do quarto onde estava, havia uma escada. Desci vagarosamente e escutei uma voz que eu não reconhecia. Uma voz feminina.

–Olha só quem finalmente acordou! Você dorme bastante, não é? –Fitei aquela mulher que era bem mais alta que eu, com os cabelos loiros que passavam da cintura e muito bem vestida. Era do tipo que causava problemas de auto-estima nas outras. –Você deve ta me achando uma louca. Meu nome é Michelle, sou a namorada do Brian.

Namorada? Que porra é essa?

–Oi, eu sou Lisa. –Tentei sorrir.

–É claro que eu sei disso, vi você em muitas revistas com o Brian e telefonei para ele desesperada querendo saber quem era aquela vadia. –Riu. – Mas ele explicou a história e minha nossa, você toca bateria? –Ela chacoalhou-me pelos ombros e depois apertou minhas bochechas. Novamente agarrando-me, virou-me para Syn. –Ela não é linda, amor? Parece uma boneca!

–Não se engane com ela, só tem essa carinha de anjo. –Finalmente Synyster abriu a boca e parecia tão desconfortável quanto eu. Desviei o olhar.

Zacky andou em minha direção, deu um beijo em minha testa e disse bom dia, tirando-me dos braços de Michelle.

–Lisa, quando me disseram que você estaria aqui, fiquei super animada! Conversar com alguém que não seja um bêbado e tatuado. –Riu. –Tenho a tarde livre, vamos ao shopping? Soube que você não teve tempo de pegar suas roupas e não posso deixar você usando essas camisas enormes do Zacky. –Falava como se fosse a coisa mais absurda do mundo.

–Tudo bem. Espera eu trocar de roupa?

–Claro.

–-------

–Vou ver se ela precisa de alguma coisa. –Zacky subiu as escadas.

Aquilo tudo foi bem desagradável. O que Lisa estaria pensando agora? Ah é bobagem, por que eu não tenho nada com ela, mas senti-me muito desconfortável com aquela situação.

–Eles não são lindos juntos? –Michelle sentou em meu colo.

–Quem?

–O Zacky e Lisa. Ah, qual é Brian, vai dizer que não percebeu que eles dois tem uma química incrível?! O jeito que ele olha pra ela, tão protetor...

Michele continuou falando, mas recusei-me a escutar.

Nunca havia pensado naquelas possibilidades, mas fazia sentindo.

Lisa e Zacky.

Senti algo estranho ao pensar nisso, uma fraqueza, como se eu houvesse perdido alguma coisa.

–-------

–Liss, posso entrar?

–Pode, o quarto é seu bonitão.

–Desculpa por isso, não sabia que Michelle viria aqui hoje...

–Que é isso, Zacky? Adorei conhecê-la.

–Sério?

–Sim. Ela é simpática e linda.

–Não tanto quanto você. –Vi que suas bochechas corarem, mas ele tentou aparentar tranquilidade.

–Fala isso como se nós duas estivéssemos em alguma competição.

–Bom, eu pensei que...

–Eu estivesse apaixonada pelo Synyster? Pelo amor de Deus, é mais fácil eu me apaixonar por você! –Gesticulava com as mãos.

–Tem certeza?

–Claro.

Permanecemos imóveis e em silêncio.

–Então, vai tomar banho comigo? -Brinquei maliciosamente.

–A proposta é tentadora, mas sou contra sexo antes do casamento. –Começamos a rir. Zacky foi em direção a porta e já estava um pouco fora do quarto quando o chamei.

–Diga.

–Eu não sei o que seria de mim sem você. Apesar de gordo –ri- é a pessoa mais incrível que já conheci.

–Provavelmente não deve ter conhecido muitas. –Riu fitando o chão. – Você também é incrível, Liss.

E sumiu pelas escadas.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram da Michelle? *-* Awn, o Zacky é um fofo, não é?
Gente, cês lembram do Vernet e a Isabelle? Essa cambada toooda vai reaparecer. Será que a Lisa vai fugir de novo?
Mereço ser queimada em praça pública e ter meus restos mortais distribuídos pela cidade?