A Flor Que Desabrocha No Verão escrita por Ledger


Capítulo 1
Você é importante.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Então, eu não estava muito animada para participar do desafio, porém depois tive uma ideia, e entrei. Desculpem-me, a fanfic ficou uma bosta, eu não gostei muito. Porém, vou postá-la mesmo assim, e acho que posso considerar meu esforço para escrever algo bom, não é?
Espero, do fundo do coração, que gostem.



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Único - Você é importante.


Para ele, ela era a flor mais delicada de seu jardim.


Seus longos cabelos azulados – que tinham sido cortados na última primavera, e agora estavam um pouco mais curtos, na altura dos cotovelos – balançavam ao vento, e ela sorria ao brincar com a sua irmã mais nova. Hanabi, no entanto, era meio violenta – deu-lhe um tapa no braço, para depois sair correndo, rindo da cara da irmã mais velha.


De primeira, a Hyuuga pareceu assustada. Depois, abriu um sorriso, e levou a mão direita a seu braço esquerdo, agora avermelhado.


Neji foi até ela.


– Como você está? – perguntou – Ela te machucou?


Hinata aumentou seu sorriso, e negou, balançando a cabeça.


Neji franziu o cenho, desconfiado. Encarou-a por um instante, mas ela apenas manteve firme o sorriso que, para o Hyuuga, era o mais bonito da terra.


Ele repetiu a pergunta.


– Está mesmo bem?


Hinata suspirou, e assentiu. Depois, voltou a sua atenção para as plantas. A rosa, a violeta, Neji sabia que ela sempre gostara delas. Suspirou, para depois adentrar no casarão branco, atrás de si.


Uma enfermeira veio em sua direção, e ele resolveu aproveitar a oportunidade.


Perguntou-lhe:


– Você sabe por quanto tempo ela ficará daquele jeito?


Matsui, que já era conhecida por Neji, tentou explicar-lhe:


– Desculpe-me, Neji-sama. Isso é algo que não sabemos. As crises dela vieram aumentando, e o Sr. Honda aconselhou que ela ficasse aqui por uma semana. Talvez duas, até. Mas por enquanto é melhor mantê-la longe da escola.


O Hyuuga, que já possuía olheiras de tão cansado que estava, assentiu. Depois, despediu-se da enfermeira, e dirigiu-se até a prima mais nova.


Ela ainda mexia com as plantas, e não notou a presença do primo atrás de si. O Hyuuga observou-a. Cuidara dela por anos, enquanto o pai mexia com negócios. A mãe fugira quando ele mudara-se para a casa dela, e a irmã parecia tornar-se mais rebelde e chata a cada ano que se passava. E lá estava Neji, tentando ser um pai. Ele não imaginara que seria tão difícil assim.


– Hinata – sua voz, um tanto grossa e baixa, assustou a Hyuuga, e ela virou-se, curiosa – eu estou indo, está bem?


Ela assentiu, e voltou a sua atenção para as flores.


Neji bufou, enquanto dirigia-se até o portão da clínica. Ela era, para ele, a pessoa mais especial que tinha passado por sua vida. Sempre tímida, ele já percebera que nutria alguma coisa a mais pela prima um ano mais nova, só não sabia o quê. Tentara descobrir inúmeras vezes, mas as respostas pareciam não querer vir. Ele, no entanto, por mais que adorasse Hinata, já não estava suportando ser tão indiferente para ela.

Sei que são tempos difíceis, pensou. Porém, parece que só a minha presença a atrapalha.


Resolveu tirar isso da cabeça. Precisava, urgentemente, falar com Hiashi-sama. Pegou seu celular, e discou seu número.


De primeira, o Hyuuga teve a certeza que o tio não atenderia. Porém, depois de certo tempo, ouviu a fria voz do outro lado da linha:


– Moshi-moshi?


– Hiashi-sama, sou eu.


Olá, Neji. Como vão as coisas por aí?


Neji suspirou, retomando forças.


– Ela não parece estar bem. O senhor devia vir, e vê-la com os próprios olhos.


O telefone ficou mudo por um tempo, e depois Hiashi voltou a falar:


– Eu não sei, Neji. Desculpe-me. Mas não quero ver a minha filha cheia de cortes, parecendo uma suicida.


Neji ferveu. Quis jogar seu celular fora, mandar o tio tomar em seu cu, e depois matá-lo. Explodiu:


– Ela precisa do senhor! Acha que fez isso á toa? As pessoas não costumam querer morrer por nenhum motivo!


Dizendo isso, desligou o telefone, irado. Ajeitou a sua mochila nas costas, e dirigiu-se para a Universidade, afinal, estava atrasado para a aula de Sociologia.


...


“Eu quero morrer” – leu em voz alta, o homem a sua frente – porque escreveu isso, Hinata? Você pode me falar.


A Hyuuga encolheu-se na poltrona. Não gostava de falar sobre isso.


– Você só fala se estiver à vontade – o psicólogo sorriu para ela – tudo bem?


Ela olhou para ele. O homem – que devia ter seus quarenta anos – sorria para ela. Ele possuía um sorriso bonito, e Hinata sentiu-se acolhida pelo homem. Porém, como saberia ela, se aquele sorriso tinha passado ou não por momentos difíceis, e era, agora, apenas um sorriso sem sentimento? Hinata sempre gostara de sorrisos, porém ultimamente aprendera a mentir, abrindo um sorriso falso e falando que tudo estava bem.


As pessoas acreditavam nela quando ela sorria, e deixavam-na sozinha no escuro.


No entanto, ela era contraditória. Dizia sempre que tudo estava bem, porém necessitava que alguém percebesse que ela estava sufocada. Cansada. A vida já não era mais convidativa, e ela se sentia egoísta demais quando tentou se matar.


Talvez ela realmente fosse. Só não queria mais ficar na terra, vivendo com seres hipócritas.


O psicólogo continuou:


– Entenda, Hinata. Na adolescência, é comum ficarmos tristes. Termos, uma vez ou outra, vontade de morrer. Porém, pelo o que seu primo me contou, você tem essas tendências desde criança. Não gostaria de contar-me sobre a sua infância?


Mantendo firme o seu voto de silêncio – ela estava há dois meses sem falar – ela negou.


O psicólogo pareceu pensativo, e depois falou:


– Que tal, então, escrever? Disseram-me que você tem um belo dom para a escrita.


A menina pensou por um tempo. Sentiu desconfiança, e pensou em não fazer isso. Mas... Quem sabe? Decidida, ela pegou um papel, e começou a escrever a história de sua vida.


...


Neji chegou atrasado, como imaginou.


Entrou sorrateiro na sala, e dirigiu-se lentamente á carteira ao lado de Lee. Ao sentar-se, o moreno perguntou-lhe:


– Qual o motivo do atraso?


Neji suspirou, tentando não se lembrar.


– Coisas que não estão em questão agora.


Rock Lee deu de ombros, e depois voltou a sua atenção na explicação do professor.


Neji não manteve a sua cabeça na aula. Ela voava, pensando em como a prima estaria agora. Tentava conectar esse estranho sentimento desconhecido a ela. Olhou, pela janela, dois amigos – um menino e uma menina – e viu que se divertiam. Porém, era mais do que aquilo. Quando estava com Hinata, ele sentia vontade de tocar-lhe as mãos – e, quando estava com TenTen, por exemplo, não tinha esse desejo impetuoso – e dizer que deviam sair mais juntos para se divertir.


Ainda olhando para a janela, viu um casal passar. Pareciam muito apaixonados, e beijavam-se fervorosamente. Neji pensou que o que sentia era menos do que aquilo, porém mais do que amizade. Qual era o sentimento que estava entre a amizade e o amor?


Gostar? Ele gostava dela. Como prima, amiga, companheira... Companheira. Essa palavra soou bem nos ouvidos do Hyuuga, e, de repente, ele soube. Ele soube que gostava dela. Não como um amigo, mas ainda assim, não como namorado.


Ele simplesmente gostava, e queria ficar ao seu lado em todos os momentos que pudesse.


Levantou-se de ímpeto.


– O que foi? – sussurrou Rock Lee, parecendo confuso.


– Preciso ir embora.


O quê? Mas você acabou de chegar.


Estamos na faculdade, não tenho a obrigação de estar aqui – ele pegou sua mochila, e vendo todos os olhares direcionados para ele, saiu, precisando, a todo custo, revelar seus sentimentos.


...



– Você quer que eu leia em voz alta?


A menina assentiu, não vendo problemas.


“Quando eu tinha cinco anos, o meu pai e o pai de Neji-niisan brigaram. O tio tinha uma arma, por ser policial, e meu pai, em um ato horrível, acabou matando o meu tio. Ele estava fora de si, e, tempos depois, tentou se matar. Eu vi tudo. O meu pai sangrando, e quase morrendo. Quando comecei a gritar, ele pediu para eu abaixar a voz e disse-me: Hinata, o mundo lá em cima pode ser bem melhor do que esse. Perceba, a partir de hoje, como as pessoas são más e estão errando sempre. Eu sou cruel, e não devo mais viver.”


O homem parou de ler e olhou para a Hyuuga.


–Você, nessa época, já sabia que o seu pai tomava remédios para bipolaridade?


Hinata negou, e o homem prosseguiu com a carta escrita pela menina:


“Então, eu gritei. Não queria ver o meu pai morrendo, e foi pelo meu grito que ele não morreu. A mamãe veio, e chamou os médicos. Ele ficou bem um tempo depois, e aí descobri que ele tomava remédios para a sua doença.Porém, aquela frase ficou em minha mente, e comecei a observar o mundo. A cada erro que eu cometia, eu me cortava três vezes. Sentia-me cruel, e má com as pessoas. Eu era um ser humano horrível.”


O psicólogo parou de ler um instante, e a menina perguntou-se se ele estava bem, mas depois ele continuou:


– “Depois, Neji-niisan veio morar com nós. Ele não queria ficar com a mãe, e no momento que veio para a nossa casa, meu pai só se distanciou cada vez mais de mim e de Neji-niisan. Minha mãe foi embora – disse que não aguentava mais essa família louca – e meu pai, perturbado, ia a várias viagens de negócios, e ficava dois dias por semana em casa. Acho que se sentia culpado pelo que tinha feito, e falado a mim. E cresci assim. Evitei pessoas ao máximo, para não magoá-las. Fiz tudo como o meu pai falou, porém me sinto triste, vazia, sozinha. Eu gostaria de algum carinho”.


O psicólogo observou-a. Ela estava encolhida, com vergonha de seu texto. Suspirou, e disse:


Hinata, todos erramos. Quando magoamos alguém, pedimos desculpas, do fundo do nosso coração. Á pessoas que gostam muito de você, então não se distancie delas. Seu primo é um grande exemplo.


A menina sentiu uma dor no coração. Nos últimos dias, principalmente, tratara Neji muito mal, ignorando-o. Mas seria melhor para ele, não seria?


De repente, a Hyuuga sentiu as mãos do psicólogo em seus ombros, e ele disse-lhe:


– Hinata, você é importante. Há aqueles que te amam. E, acredite, eles vão dar tudo de si para vê-la feliz. Então, pegue essa felicidade, e agarre-a. Mais importante do que à vontade de morrer, é a superação dessa vontade. E eu sei que você consegue. – ele sorriu, e Hinata viu, por de trás daquele sorriso, um sentimento – acho que terminamos por hoje.


Ela levantou-se, e fez uma reverência ao psicólogo. Logo depois saiu, sentindo-se diferente. Não era a felicidade plena – era alguma coisa que estava a surgir.


Então, dirigiu-se ao seu quarto. No caminho viu várias pessoas – uma portadora de câncer, e uma mulher que tinha perdido as pernas – e pensou que ainda tinha muitas razões para viver. Tinham tantos sofrendo mais do que ela, e ela, egoísta que era, só pensou em si própria. Pensou em castigar-se quando chegasse ao quarto, porém, as palavras do psicólogo vieram em sua cabeça e ela desistiu. Precisava parar de fazer isso.


Ao chegar em seu quarto, abriu a porta e deu de cara com Neji. Tinha tanto lhe dizer, tantas desculpas, e, sem querer, saiu:


– Neji-niisan? Você está bem?


O menino, á sua frente, arregalou os olhos, e ela só percebeu que falara tempos depois. Levou as mãos a boca, surpresa consigo mesma, porém depois sentiu os braços quentes do primo envolvendo-a em um abraço.


– Obrigado – sussurrou ele em seu ouvido – obrigado por voltar a falar. Não sabe a angústia que passei em relação a isso.


Ela sorriu, e as lágrimas automaticamente saíram. Logo depois, eles se separaram, e ela perguntou:


– O-o que faz aqui? Você não tinha ido embora?


Ele pareceu corar.


– Descobri uma coisa que tentava descobrir a anos.


Hinata sorriu.


– É mesmo? E o que foi?


O Hyuuga abriu um sorriso, e depois perguntou:


– Quer mesmo saber?


Ela assentiu.


– Eu quero.


Neji concordou, e sentou-se, pronto para contar os seus sentimentos á flor mais linda de seu jardim.


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Notas finais do capítulo

OK. Vamos á moral da história.
Bom, eu escrevi essa história, primeiramente como um desabafo. Vamos supor que eu fosse o Neji e uma pessoa querida estivesse passando por um momento difícil, e aí você fica desnorteado, sem rumo, sem saber para onde ir. é horrível.
Depois, resolvi postá-la por outro motivo. Para mostrar aqueles que estão passando por momentos ruins, que nós estamos aqui, com vocês. Nós, os seus amigos, tios, avós e as vezes até vizinhos, te amamos e te queremos BEM.
É isso. Grande beijo.