É noite e Freddie está sentado na velha escada de incêndio onde havia beijado Sam pela primeira vez, lágrimas caem de seus olhos, e uma vã esperança de que ela entre pela janela passeia pela sua mente, fazendo-o olhar pateticamente, esperando que em algum minuto entre sua namorada para dizer que tudo não passava de uma brincadeira, eles continuavam firmes e fortes.

Há um ruído, e o garoto sorri. Sua loira havia voltado! Sua cara muda de alegria para tristeza em um décimo de segundo, ao perceber que a pessoa que estava lá era sua amiga Carly.

“Oi, Freddie.”

“Oi.”

A amiga se senta ao seu lado na escada, e fica muda por alguns minutos, observando junto com ele a cidade. Finalmente, ela quebra o silêncio incômodo.

“Saiba que eu não concordo com o que a Sam te fez, Freddie. Eu falei umas verdades pra ela.”

“Obrigado, mas você não precisava, Carls. Ela não está mais a fim de mim...”

“Eu acho que ela está deslumbrada com as posses do Brad, Freddie... não acredito que ela goste dele...”

Freddie abaixa a cabeça e começa novamente a chorar. Enquanto isso, ele sussura para a amiga:

“Você sabe... cheguei até a me humilhar. Eu fui à casa dela e disse que aceitava que ela ficasse com ele, mas que a gente ainda saísse de vez em quando... nem assim ela me quis.”

Carly abraça seu amigo. Depois de vários minutos de silêncio, Freddie fala.

“Aproveitando que você está aqui... eu queria falar que vou sair do iCarly... o Brad com certeza consegue fazer tudo o que eu faço.”

“Não, Freddie! Se alguém devia sair, era a Sam!”

Freddie olha para os olhos negros da morena e solta um leve sorriso.

“Carly... você e eu sabemos perfeitamente que a graça do programa está em vocês duas... eu sou só o produtor técnico que faz algumas coisas sem graça.”

“Mas... não é justo!”

“O mundo não é justo. Vai por mim, vou ficar bem, ia ser muito esquisito continuar fazendo o programa com o Brad e a Sam na mesma sala. Eu prometo ajudar vocês, tá? Se houver qualquer dificuldade, eu vou depois e conserto.”

Carly apoia seu queixo em suas mãos e suspira.

“Nunca pensei que na nossa amizade ia chegar a este ponto... que coisa horrível.”

“Nem eu pensei, Carls... nem eu.”

E os dois amigos continuam a observar a cinzenta cidade por um par de horas. Um avião passa no céu e Freddie se sente compelido a olhar para ele, por algum motivo desconhecido.

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Cat está no voo de Los Angeles para Washington observando a paisagem que passa abaixo dela. Vez por outra, o avião passa por cima de algumas cidades pequenas, e a ruiva consegue admirar o belo desenho formado pelas luzes acesas.

Quando chega próximo a Seattle, ela vê mais luzes ainda, admirando a visão.

“Eles podiam montar frases, tipo ‘Bem-vindos, viajantes do céu!’, não acha? Ia ser tão legal...”

A senhora que estava ao lado dela faz uma expressão de quem não entendeu nada, e procura disfarçar olhando para o outro lado, ignorando a garota.

Cat nem percebe e continua imaginando outras coisas.

Minutos depois, ela pega suas malas e vai ao saguão encontrar sua Tia Íris, que ela encontra poucos segundos depois de sair pelo portão. A Tia Íris é uma mulher de 35 anos (irmã mais nova do seu pai), cabelos longos, lisos e ruivos. Ela é alta e esbelta, tratando-se de uma mulher muito bonita. É a tia favorita de Cat.

Cat vai correndo em direção à sua tia, dando-lhe um abraço apertado tão logo a tem ao alcance.

“Tia!!!”

“Oh, que saudades da minha ruivinha...”

Cumpridas as conversas formais de praxe, tia e sobrinha vão até o carro da mulher (um Mustang), colocando a bagagem no porta-malas e entrando no carro para seguirem à residência.

“Você já sabe em qual escola vai ficar nesse tempo em que vai ficar comigo?”

“Não, ninguém me falou nada, tia.”

“Ah... é uma escola muito boa, chamada Ridgeway. Lá estudam quatro garotos que têm um webshow muito famoso aqui de Seattle, o iCarly, conhece?”

“Ah, conheço! Adoro aquele Gibby - sinto que temos várias coisas em comum... e o Freddie é tão bonitinho...”

“Então, mais alguns dias e você começa lá. Animada?”

“Claro, vou conhecer gente nova! Será que vou ficar amiga de algum dos iCarlies?”

“Quem sabe, querida... tás a fim de um hamburguer, o melhor aqui de Seattle?”

“Oba! Vamos lá!”

Íris acelera seu carro e vai até uma das lanchonetes mais conhecidas da cidade.