É estranho como quando uma pessoa, quando triste, repara em pequenas coisas ao seu redor, e, quando essa tristeza vem de um amor perdido, como tudo visto remete àquela pessoa. Enquanto o garoto está sentado à sombra de uma árvore, lhe vem à mente lembranças compartilhadas com a loira que lhe deu um fora há pouco tempo, de quando eles ficavam por várias horas abraçados naquele mesmo lugar, sem ligar para os automóveis que fazem sons irritantes, sem ligar para as crianças gritando e correndo de um lado para o outro, apenas focados um no outro.

Mas isso era passado.

O presente é cheio de dor, que Freddie sente incessante em seu peito desde que Sam o rejeitara. E o pior para o garoto, é que Brad parecia sentir um prazer sádico em vê-lo triste, pois constantemente o casal esbarrava em Freddie, fazendo-o sofrer ainda mais.

Ele não culpava tanto Sam por esses encontros indesejados. A bem da verdade, a loira parecia tão constrangida quanto ele.

“Oi!!!”, vem de uma voz doce, mas que assusta Freddie, fazendo-o se virar bruscamente na direção da pessoa que a soltou.

Ele encara com estranheza aquela garota ruiva esquisita que havia vindo de Los Angeles. Ele se esforça para lembrar de seu nome... Cat.

“Oi... Cat.”

A adolescente, sem cerimônia, senta-se ao seu lado, sorrindo docemente para ele.

“Então...”, ela diz sorrindo. “Eu queria muito te agradecer apropriadamente por ter me apresentado tão gentilmente à escola. Olha, minha tia Íris te convidou pra almoçar com a gente hoje. Ela fez um assado especial pra você.”

“Eu... não estou muito a fim.”

“Não não é uma opção pra mim, carinha...”

“Eu não quero!”

“Ah, vamosvamosvamosvamosvamosvamosvamosvamosvamos!”

Freddie coça a cabeça.

“Putz, você não vai desistir até eu aceitar, né?”

Cat abre um grande sorriso. De certa forma, os lábios carnudos e pintados com um batom vermelho reluzente o afetam; o que Freddie não sabe é de que forma.

“Não vou não!”

“Okay, eu vou...”

“Ieba! Mais tarde a gente se encontra então!”

Em pulinhos, Cat sai em direção à escola. Freddie a observa, balançando a cabeça negativamente.

…

Mais tarde, após compartilhar um delicioso assado com batatas ao lado de Cat e sua tia, que, aliás, foi a primeira pessoa a conseguir fazer Freddie rir espontaneamente. Ele se levanta e começa a apanhar a louça, mas é interceptado por Íris.

“Não, nada disso! Eu limpo aqui, vão se divertir.”

Cat leva Freddie até o seu quarto, onde ela mostra para ele, em seu laptop, fotos de seus amigos de LA.

“Essa garota de cabelos pretos...”

“É a Jade! Reparou justo na encrenqueira!”

Freddie morde seus lábios e olha para o lado, levantando-se logo em seguida.

“Preciso ir. Minha mãe já deve estar preocupada.”

“Tá bom, gatinho. Vamos nos encontrar mais vezes, né?”

Cat o guia até a porta da casa, e Freddie lhe dá um sorriso e vai embora.

Ela fecha a porta, entrelaça seus dedos, estalando-os logo em seguida e sorri. Por hoje está satisfeita. Uma pontinha do verdadeiro Freddie Benson aparecera.

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Sam está na sala de estar da enorme casa onde mora a família de seu namorado Brad, olhando curiosa para retratos dispostos na estante. São fotos da família em diversos estados norte-americanos, que mostram Brad em diversas idades. A loira supõe que a família dele viaje muito.

De repente, fortes braços a abraçam por trás, ato seguido de beijos em sua nuca, que lhe fazem arrepiar. Era seu namorado.

“Bisbilhotando, baixinha?”

“É... olhando pra suas fotos. Você viajam à beça...”

“Oh, sim... você sabe, o Papai é um homem de negócios muito ocupado, ele tem de supervisionar todas as filiais de suas empresas, então nunca ficamos muito tempo em um lugar.”

“Oh...”

“Ei, não se preocupe. Já sou grande, posso escolher ficar aqui.”

Eles se beijam, sendo interrompidos pela empregada da família.

“Sr. Brad? O desjejum noturno já está posto.”

“Grato, Solange.”

Sam é levada por Brad à sala de jantar da casa, onde ela arregala seus olhos ao ver a refeição posta, digna de um rei medieval. Havia um leitão, diversos tipos de salada, batatas assadas, entre diversas outras guloseimas. Sua boca ficou cheia d’água só de vislumbrar a cena.

Os dois se sentam à mesa e degustam um refinado e portentoso jantar.

…

Eles finalizam a refeição, e logo depois assistem a um filme na gigantesca TV do quarto de Brad, sentados no chão e apoiados no sofá. Não se passa nem uma hora de filme, e Brad começa a beijar o pescoço de Sam, que dá risada e retribui com um beijo de língua.

Ele a faz se agachar logo à sua frente, e corre suas mãos pelos cabelos espalhados nas costas da garota, movendo-os em seguida às costas dela, descendo-os lentamente até suas nádegas.

“Brad... para.”

“Tá bom, desculpa...”

O casal continua se beijando, e, após alguns minutos, o clima esquenta novamente. Brad abraça Sam com seu braço esquerdo, e move sua mão direita sob a blusa listrada vermelha e branca de Sam, a mesma que ela vestia quando beijara Freddie de surpresa. Ele acaricia a barriga da loira, o que a faz gemer de leve enquanto ele a beija.

Ele levanta sua mão e encontra o sutiã dela, rapidamente colocando seus dedos sob o tecido da peça íntima, encontrando seu mamilo do seio esquerdo.

Ela tira a mão do garoto de forma brusca, afastando-se dele.

“Brad! Já falei, eu não quero isso!” - ela brada nervosa.

“Ei, desculpe, mas já namoramos há algumas semanas, já é tempo...”

“Eu vou dizer quando é tempo, manézão.” Ela olha para seu celular. “E, aliás, já está tarde, preciso ir embora.”

Ele tenta apaziguar a situação, mas ela sai nervosa com o namorado, não aceitando nem carona para casa.

Após Sam ir embora, Brad se deita em sua cama.

Sua expressão é maléfica.

Por enquanto, ele aceita as condições de Sam. Mas não seria por muito tempo...

… nenhuma mulher tinha o direito de recusar uma noite de amor com Brad.