Fiquei paralisada na porta simplesmente olhando pra ele por alguns segundos.

–Acho que errei de casa, desculpe – eu disse já dando meia volta e descendo as escadas da varanda.

–Não Karen, espere – disse a voz que parecia ser de Liana

Olhei de novo pra porta e lá estava eles dois juntos um ao lado do outro, o que aquele garoto estava fazendo ali ? E por que ele me deixava tão sem reação?

–Ah , oi Liana – falei dando um meio sorriso parada onde eu estava

–Venha entre, o Peter já estava mesmo de saída – ela sorri e ele apenas sorriu de volta.

Eu fiquei parada e depois percebi que eu tinha que voltar pra varanda, então vi o que eu não imaginava Peter beijou Liana, SIM MINHA GENTE, ele beijou ela ali na minha frente. Não um super beijo mais um selinho.

Fiquei meio chocada mais tentei disfarçar, ele passou por mim e apenas deu um sorriso como forma de cumprimento, eu fiquei bestinha com aquele casal pra falar a verdade .

–Nossa Liana, não sabia que você namorava o cara mais estranho da escola – falei com aquele meu jeito sincero de mais.

–Todos o acham estranho mais eu sei o porquê de ele ser assim.

–Ok né – falei com aquela minha ironia

Talvez seja exagero meu mais esse pessoal dessa cidade tem um tipo de mistério na vida que sinceramente tenho medo de descobrir .

A tarde foi tranquila, concluímos nosso trabalho de química e eu fui pra casa a pé mesmo, era só uns 2 ou 3 quarteirões de onde eu morava. Dai enquanto eu estava plugando meu fone de ouvido no celular olhei pro lado e vi uma pracinha, como não tinha ninguém em casa e eu iria passar o resto da tarde sozinha mesmo resolvi sentar um pouco ali. Então botei meus fones com a Hayley Williams gritando The only exception nos meus ouvidos, e me sentei em um banco daquela linda praça talvez o único lugar de Sorocaba que fosse realmente sossegado. Quando olhei pra trás e vi, ele, novamente com aqueles olhos claros que me deixavam hipnotizada.

Ele sorriu.

E eu achei ter perdido uma batida do coração.

E então ele baixou a cabeça e veio andando sem muita pressa para onde eu estava sentada.

Conclusão mental: Eu esqueci como se respira.

“Karen ele tem namorada, por que você continua reagindo assim?” pensei

–Por que ele tem um efeito sobre mim – sussurrei respondendo ao meu próprio pensamento – Droga, estou ficando louca.

Então sem falar absolutamente nada, sem nem ao menos perguntar se podia sentar ( o que de fato podia ) ele sentou-se ao meu lado no banco, e então eu o encarei ele sorriu novamente.

–Qual teu problema afinal ? – falei sem pensar, mais já me arrependendo quando o sorriso dele sumiu.

–Muitos – falou com uma voz tão rouca e tão sexy – Boa tarde Karen – e sorriu novamente

–Por que você ...

E então parei de falar, acho que eu tinha cara de retardada quando ele me encarou e ficou com um sorriso meio torto, como se estivesse esperando que eu concluísse o que eu estava falando.

–Por que eu o que? – falou

–Faz isso ...

–Isso o que? Só estou aqui, sentado com você. Em uma praça qualquer em uma tarde qualquer – ele disse olhando para as mãos sem me olhar desta vez.

–Esquece, eu só estou meio que tentando me acostumar ainda sabe? – falei tentando mudar de assunto.

–Você é muito mimada – ele falou me olhando.

Eu semicerrei os olhos e olhei fixo pro rosto dele, aquele lindo rosto ...

–Que idiota que você é, não sou mimada!

–Você é sim

Então me levantei e voltei a encara-lo

–Se veio ate aqui pra me ofender eu posso me retirar e me sentar em outro banco – falei ainda de pé

–Só estou dizendo que você quer que seus pais façam o que você quer, e a vida não é bem assim. Chega certo momento que a gente simplesmente tem que mudar o que um dia a gente foi.

Eu fiquei parada olhando pra ele sem entender onde ele queria chegar e respondi:

–Agora você sim é estranho, por que veio conversar com uma garota que você nem conhece direito?

–Por que geralmente as pessoas gostam de chegar em uma cidade e conhecer pessoas bonitas – ele sorriu – E pra sua sorte eu sou exatamente essa pessoa

–Você é ridículo – falei pegando minha bolsa e andando para longe de onde estávamos sentados antes.

Então ele pegou no meu braço me fazendo parar.

–Você acha um problema ter se mudado pra cá, mais devia pensar que existem outras pessoas que tem problemas mais importantes do que suas birras.

–Por que você não para de me encher o saco e vai embora?

–Por que alguma coisa em você me faz ... – e então ele parou de falar – A gente se vê por ai

Então soltou meu braço e saiu andando pro lado contrario de onde eu estava indo, eu apenas fiquei ali mais uma vez vendo ele ir embora sem entender absolutamente nada.

Eu ia descobrir o problema dele.

Então botei novamente meus fones nos ouvidos e resolvi ir embora de vez dali, quando eu estava a um quarteirão de casa ouço um barulho de moto e vejo Erick parando ao meu lado.

–Esta perdida gatinha ?

–Quem está perdido é você, sua casa não é pro outro lado?

–Você acha que eu to perdido?

–Eu deveria achar?

–Você sempre responde uma pergunta com outra?

–Algum problema? – falei ficando de frente pra ele que estava encostado na moto.

–Você vai continuar bancando a difícil?

–Você devia aprender que nem toda mulher esta disposta a se entregar em um beijo louco, por um cara grande e bonitão como você. – falei cruzando os braços

–Então você admite que eu sou bonitão?

–É – falei, e ele sorriu safado – Mais não faz o meu tipo – sorri irônica

–Você gosta de joguinhos né?

–Você vai continuar fazendo perguntas? Por que eu estou apenas afim de ir pra casa

–Quer carona?

–Não

–Então boa sorte – ele diz botando o capacete subindo na moto e indo embora.

Eu juro que eu não queria ficar louca, mais poxa vida esses caras vão me enlouquecer.

{....}

Já tinha chegado em casa tomado banho e tinha vestido uma short jeans uma blusa regata azul e calçado havaianas e me sentado no sofá, eram mais ou menos 16:40 da tarde quando alguém bateu na porta da minha casa. Achei ser minha mãe que sempre esquece as chaves, então abri a porta sem esperar que fosse outra pessoa então aconteceu o que eu jamais imaginei que pudesse acontecer.

Eu abri a porta.

E lá estava ele encostado na coluna perto da escada da varanda.

De braços cruzados e com aquele maldito sorriso no rosto.

–Como você... – comecei

–SHIIIIII – ele colocou o indicador nos lábios mandando que eu me calasse – Vem ver o por do sol comigo no lugar mais lindo de Sorocaba?

E eu juro pra vocês que eu poderia ter dito não, mais era ele o dono do sorriso e dos olhos mais lindos que eu já tinha visto em toda a minha vida, era ele Peter na soleira da minha varanda.

Então eu apenas respondi:

–Vou