Fantasmas Do Passado São Aterrorizantes escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 3
O informante inesperado




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O informante inesperado

– Pra que quer saber, Hijikata?

– Se você não sabe, o Distrito Kabuki é o foco de uma série de assassinatos misteriosos. Só esta semana, foram três. Até agora, você é o único sobrevivente. Estou procurando alguma ligação entre as mortes e a sua quase morte.

– Não perca seu tempo, o meu caso foi atípico. Não tem ligação com os outros. Até onde eu ouvi falar, os outros morreram por causa das dívidas com drogas.

– Como é a pessoa que tentou te matar?

– Uma mulher.

– Sim. E como é essa mulher?

– Não diga que quer saber se ela é bonita.

– Não seja imbecil. Acontece que testemunhas dos assassinatos disseram que o suposto autor é justamente uma mulher. E eles fizeram a mesma descrição até agora. Isso não é hora pra fazer seu sarcasmo barato.

Gintoki suspirou pesadamente, dando a entender que estava ficando aborrecido.

– Ela tem dois olhos, um nariz, uma boca, dois braços, duas pernas e dois peitos. Além de uma cabeça. Satisfeito?

Hijikata agarrou o albino pela gola, quase fazendo que seu nariz tocasse o dele:

– Isso não é hora pra asneiras! – disse, tentando a todo custo controlar a voz pra não soltar um berro em pleno hospital. – Por acaso seu cérebro estava nas suas tripas, pra uma punhalada te deixar ainda mais idiota? Você quase morreu, seu bastardo! Apenas me descreva a sua “quase-assassina”!

– Tá bom. – respondeu de má-vontade, logo que o moreno o soltou. – O nome dela é Yamada Naru. Ela tem mais ou menos a minha idade, um pouco mais alta que a “irmã-gorila” do Shinpachi...

– Minha irmã não é gorila! – Shinpachi protestou.

– Não implique com um detalhe tão pequeno, quatro-olhos.

– QUE MANÉ “DETALHE PEQUENO” O QUÊ! VOCÊ TÁ CHAMANDO A MINHA IRMÃ DE GORILA!

De repente, uma enfermeira com o físico de Arnold Schwarzenegger apareceu de forma ameaçadora:

– Por favor, não grite no hospital.

– D-Desculpa... – o garoto murmurou aterrorizado. – Não vai acontecer de novo...

Assim que a enfermeira assustadora se retirou, Gintoki prosseguiu:

–... Ela tem a pele clara, cabelos curtos, negros e lisos, e olhos negros. Ela estava vestindo um quimono azul-claro estampado.

– Chegou a ver se a mulher estava com uma katana? – o vice-comandante perguntou.

– Vi de relance. Acho que tinha uma, além do punhal que usou pra tentar me matar.

– A descrição bate com as informações que Yamazaki me repassou dos homicídios anteriores. E você acaba de me fornecer um dado importante, o nome dela. Aliás, como você sabe o nome dela? De onde a conhece?

– Ela é uma ex-namorada minha de anos atrás.

*

“Acho que nem era necessário que Kondo-san fizesse perguntas aos outros.”, Hijikata pensou consigo logo que saíra do hospital. “Aquele encrenqueiro até que forneceu umas boas informações sobre a tal Yamada.”

O vice-comandante do Shinsengumi andava pensativo a respeito do quebra-cabeça que devia montar. Já sabia o nome da suspeita e como ela era. Mas não sabia a razão que a levara a atentar contra a vida do Yorozuya. Tudo bem que assassinatos andavam meio banalizados ultimamente, mas o ataque ao albino destoava completamente dos outros três ataques anteriores. O dele era o único que não tinha droga envolvida... Apesar de ele ser uma “aberração do açúcar”, por seu vício em doces.

Não dava para ser tratado como um caso isolado, mas ao mesmo tempo não tinha como considerar que havia uma sólida ligação entre esse caso e os demais que envolviam drogas.

– O caso do Yorozuya só pode ter sido um ataque por engano. – murmurou.

– Não penso assim.

– Quem está aí? – Hijikata perguntou, já prestes a desembainhar instintivamente a sua katana.

– Sou eu. – Katsura se revelou, desta vez sem a companhia de Elizabeth.

– Katsura?! É uma grande surpresa você estar facilitando meu serviço...

Hijikata algemou o líder Joui a si mesmo sem pestanejar.

– Você vem comigo!

Katsura não ofereceu resistência, e os dois seguiram rumo ao bar de Otose... De onde um corpo acabava de ser lançado do andar logo acima. Hijikata reconheceu, mas limitou-se apenas a levar a mão ao rosto em sinal de desaprovação e desolação.

Com um comandante como aquele, não era de se surpreender que o vice-comandante fosse o cérebro do Shinsengumi. Apressou o passo e entrou com Katsura no bar, deixando Kondo do jeito que estava, estirado no chão e com o rosto todo arrebentado.

Ao entrar lá, Hijikata e Katsura causaram um pouco de surpresa ao aparecerem um algemado ao outro. Apesar disso, sabiam que um dia isso aconteceria.

– Katsura, você sabe que o Gintoki ainda não teve alta. Por que veio procurá-lo?

– Eu não vim procurá-lo, Otose-san. Eu vim pra... Oops! – foi interrompido ao ser puxado por Hijikata.

Policial e preso se sentaram à mesa do bar e o primeiro logo perguntou:

– Qual é o seu jogo, Katsura?

– Tenho informações que levam a quem está por trás da mulher que tentou matar Gintoki e que matou outras três vítimas.

– O que quer em troca?

– O benefício da “delação premiada”. Eu conto tudo o que sei, e você me solta.

Hijikata agora chegava a um impasse. Tinha tido a sorte suspeita de ter prendido Katsura Kotarou, líder da Facção Anti-Estrangeiros. Mas, por outro lado, ele dissera ter informações sobre os assassinatos e a tentativa de matar o Yorozuya. Seria verdade, ou poderia ser uma manobra para que o “terrorista” escapasse?

Apagou mais um cigarro em um dos cinzeiros do bar, antes de tomar o último gole de água – já que não poderia beber em serviço. Pensativo, encarou Katsura, que declarou:

– Apenas não quero que fique impune o fato de terem tentado matar Gintoki. Ele é um amigo de longa data. Não ligo se for preso mesmo assim, mas dê crédito ao que eu disser.

O vice-comandante do Shinsengumi ainda permanecia pensativo. O que fazer diante disso?


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Notas finais do capítulo

Continua...



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