Sem Dinheiro escrita por Mikki Wilhelm


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Bom, é minha segunda fic que não é original, então tenham paciência comigo ;-;
Enfim, boa leitura!



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Por mais que Kanou-san fosse ótimo para mim, ainda não entendia o que sentia por ele. Entender era pouco, eu me desespero só por pensar nisso.



— Ayase-san! Ayase-san, abra essa porta! — ele gritava do outro lado da mesma.



Continuei apoiado na pia, minhas mãos tremiam sobre a porcelana. Eu odeio vê-lo assim, é tão doloroso saber que eu o causo mal, que eu o machuco. E o pior é que sei que machuco, mas continuo tocando no mesmo lugar, apertando tanto a ferida a ponto de sangrar de novo. Talvez eu nem dê o tempo o suficiente para a ferida cicatrizar.



O que me tornei?, pensei sem quase perceber.


Fitei meu rosto no espelho. Por que tinha que ser tão verdadeiro? Não quero vê essa meu rosto, na verdade, eu não quero vê minha expressão. Meu corpo foi deslizando até os azulejos, senti a frieza nas minhas pernas nuas. No mesmo instante me aconcheguei nas roupas gigantes dele.


Por que ele tinha que ser tão confortável?, ao passo que pensei nisso queria me aninhar.


Não está certo eu o usá-lo, abraça-lo quando não conseguir mais suportar essa coisa latente no meu peito. Coro só de pensar que ele desorganiza minha frágil existência, ás vezes acho que ele nem tenta, porém em outras penso que faz de proposito só para vê minha reação. E que reação. Eu o arranho, o expulso de perto de mim. E por quê? Porque eu simplesmente pareço não gostar de felicidade. Eu tento rotular o que ele me faz sentir, o anormal não deveria me fazer... Sentir-me bem, deveria ser algo que eu repudiasse sem me arrepender. Mas eu fico me contradizendo tanto que minha cabeça chega a doer, meu coração chega a doer. Porém eu sinto que essa dor pode ser agradável.


Será que tudo é somente eu fazendo confusão? Para Kanou-san não parece ser tão simples... Por causa de mim.


Será que ele me odeia?, refleti não gostando da ideia.


— Ayase-san, abra essa porta. — Kanou-san falou perto o suficiente da madeira para eu ouvir sua respiração, estava descompassada.


Eu sei que ele conseguiria abrir essa porta com somente um chute. Mas...


— Você é tão gentil comigo, Kanou-san. Tão gentil. — sussurrei me aconchegando ainda mais em suas roupas.


Suspirou, provavelmente me ouvindo. — Ayase-san...


— Abra, por favor. — sussurrei para ele.


Alguns segundos se passaram e em um som até que leve, a porta se rompeu, ou melhor, a maçaneta. Ele passou, empurrando a madeira que agora se tornava inutilizada. Ficou em pé em minha frente, pousando a mão esquerda na testa; como se amparando seus pensamentos e desejos.


— Você me odeia, Kanou-san? — perguntei me sentindo corar. Não devo encarar isso como um chute em meu ego.


Ele pareceu suspirar de novo, mas dessa vez sem cansaço e sim surpresa.


— Se eu te odiasse, Ayase-san, acha mesmo que estaria aqui no meu próprio banheiro me perguntando o que fiz de errado contigo? Lamentando e pedindo permissão por algo que deveria ser meu?


Tremi com suas palavras. Suas roupas me pareceram frias e distantes, me sentia tão vulnerável e nu. Levantei meu rosto só o bastante para vê-lo inteiro.


Ele sorriu um riso triste, sentou-se no chão ficando apoiado no canto direito. Chamou-me com um dedo. Fui até o mesmo, meus gestos pareciam tão contidos que até mesmo eu me assustei. E se eu o machucasse sendo tão frio? Parei perto dele, com uma mão ele poderia me trazer para si, e assim o fez. Agarrei-me em seu pescoço, senti seu corpo ficar rígido.


— Por favor, Kanou-san...


— O-o que, Ayase-san?


— Por favor, me beije. — aquela voz era mesmo a minha?

Kanou logo segurou meu queixo entre seus dedos, puxando-o em direção a sua boca. Fechei meus olhos, puxei o gatilho imaginário que daria fim a minha lamuria. Acomodei melhor minhas mãos em sua nuca, triscando levemente em seu cabelo. Ele abriu meus lábios com os seus, rapidamente avançando sua língua, tentei fazer o mesmo, porém meus movimentos pareciam sempre depender dele. E ele abriu passagem para mim, surpreso, mas abriu. Senti a textura macia da parte interna de sua bochecha, sem marcas, escorregadia. Logo ele tomou o controle novamente do beijo. Deixei que ele explorasse meu corpo, ainda mais. Finalmente sem ar, nos separamos.


— Ayase-san, eu queria dizer que...


— Não precisa. Por favor, me desculpe, Kanou-san.


— Te desculpar?


— Sim. — falei me escondendo na curva de seu pescoço, minhas mãos ainda em sua nuca.


— Ayase-san, eu te amo.


Chorei suavemente, tentando não deixar molhar sua pele.


— E-eu também te a-amo, Kanou-san.


E realmente, eu o amava.



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Notas finais do capítulo

Espero ter ficado parecido com o modo que o Ay-chan pensa, eu me esforcei bastante 8D
Mereço reviews?