Behind the Sea escrita por reinventlove


Capítulo 3
But the prince can't walk!


Notas iniciais do capítulo

Ommo, amo o fim desse cap! *O*
Desculpem a demora, hn? ;;
E ah, revisado por mim, deve estar cheio de erros, again ;_; MIL PERDÕES, PRECISO DE UMA BETA URGENTE ;_;
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Boa leitura! ♥



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JaeJoong ficou feliz em saber que o castelo secreto do Grande Rei JunSu ficava justamente na direção oposta de sua casa. Assim sendo, não corria perigo de ser pego por seu pai e ficar de castigo pelo resto da eternidade.

A viagem era demorada, afinal, era um castelo secreto, ficava em um local de difícil acesso e apenas golfinhos sabiam como chegar lá. De acordo com SuHoon, poderiam levar 24 horas ou mais para chegarem ao destino.

JaeJoong não se importava de ter que nadar por tanto tempo, contato que o Rei lhe desse uma solução maravilhosamente bela para seu problema.

Assim sendo, na tarde do dia seguinte, após passarem por uma larga fenda onde a escuridão era quase total, o menino conseguiu avistar algo cintilando sozinho e imponente em meio àquele lugar deserto e abandonado.

Um lindo castelo de três torres e quatro andares surgia em meio a águas turvas. Suas paredes pareciam pérolas raríssimas, juntas, sem nenhuma elevação, completamente lisas e perfeitas. Suas janelas não tinham vidros, mas sim, uma espécie de cortina flutuante, tecida em pequenas conchas que cintilavam tanto quanto o resto do local. Era belíssimo, perfeito.

JaeJoong nadou lado a lado com seus amigos, atravessando os portões que também pareciam serem feitos de pérolas. Muitos golfinhos lhe reverenciaram, reconhecendo-lhe como príncipe, alguns poucos cumprimentaram HyunChul e SuHoon, e quase nenhum pareceu notar na presença de YooChun.

Seus dois amigos passaram cerca de quinze minutos esperando um golfinho chamado HyunMin em uma belíssima sala que retratava um salão de dança de um navio. Talvez, os golfinhos colecionassem essas belas peças de diversos náufragos.

Quando, finalmente, HyunMin chegou, SuHoon conversou com ele, pedindo permissão para falar com o Rei, uma vez que o assunto era urgente.

JaeJoong ficou se perguntando se a importância do tal HyunMin era a mesma de ChangMin em seu reino. Talvez ele fosse o golfinho mais próximo do rei, talvez até se achasse terrivelmente importante. Mas ele pareceu bem legal, na verdade, até mesmo divertido.

“Ah, o Rei sempre está disponível para os queridinhos dele!” Disse em um tom brincalhão. “Principalmente quando vossa alteza veio de brinde.”

Fez uma leve reverência ao que se referiu a JaeJoong, e logo pedia para que o grupo lhes seguisse.

O castelo era amplo, bem iluminado e com uma decoração rústica, porém delicada e alegre. Os golfinhos que viviam lá pareciam felizes, todos cumprimentavam e perguntavam se precisavam de algo. JaeJoong sentia-se tão bem ali dentro, que cogitou a possibilidade de morar ali para sempre, já que nem seu pai nem YunHo lhe amavam mais.

Por fim, no último andar do castelo, uma grande porta dupla de ouro puro encontrava-se sozinha no corredor. HyunMin abriu espaço e permitiu que os quatro amigos batessem à mesma. Estava abriu-se lentamente e a visão que tiveram foi a de um amplo salão que, de tão grande, era quase impossível ver seu fim.

Ou era apenas a fumaça que causava essa impressão.

Sim, uma espécie de fumaça marinha –talvez pequenas partículas de areia- vinda de algum lugar que JaeJoong não conseguia distinguir tomava conta da sala, feita de pequenos pontos cintilantes. Uma fumaça cor de marfim, que desenhava-se em pequenas estrelas, contornando as pilastras do local, como se tivessem vida.

E de fato pareciam ter. Alguns rostos, aqui e ali, lhes sorriam, lhes chamavam, sussurravam.

“Ora, mas que visita fenomenal!”

Uma voz suave, infantil e aconchegante soou em algum lugar, fazendo com que os rostos de fumaça se afastassem do grupo, espalhando-se em névoa pelo chão e deixando o local praticamente limpo.

“Eu pensei que JunSu fosse um golfinho!” Disse JaeJoong, abismado.

Uma sereia, como seu pai. Sim, JunSu era uma sereia de grande porte e sorriso sincero. Carregava consigo um medalhão de ouro, que flutuava em volta de seu pescoço, cintilando alguns rubis aqui e ali.

Ele riu da reação do menino, o que o fez parecer mais jovem ainda.

“Ora, mas por que surpresa! Sou bonito, não sou?” Sorriu, nadando ao redor do grupo. “Então, diga-me, veio à procura de ajuda, jovem príncipe?”

JunSu piscou os olhos algumas vezes, de maneira infantil. Ele parecia bastante jovial e fora de si para um grande rei famoso, e isso deixou o príncipe desconfiado.

“Como sabe?” Indagou, inflando as bochechas.

“Ouço seu coração batendo por alguém.” Disse simples, dando de ombros e rindo.

Nadou até uma grande estante de mogno, deslizando os dedos sobre os livros e pequenos frascos e objetos que cobriam sua superfície, como se procurasse algo.

“Como ela é, jovem príncipe?”

Tinha um tom vago, levando um dos indicadores aos lábios, pensativo, como se escolhesse cuidadosamente algo naquela estante.

“Ele... É humano.” Sussurrou, desconsertado.

Pensou em abaixar o olhar quando o rei resolveu lhe fitar, mas ficara surpreso demais com a reação que este teve: JunSu atirou os braços para o alto, impaciente, nadando rapidamente até o topo da estante.

“Por que não disse logo?” Indagou, em um tom irritado, porém incrivelmente amistoso. “Isso é bem simples, apesar de complicado.” Riu, nadando na direção do príncipe com um pequeno baú em mãos. “Algumas dificuldades aqui e ali, mas você é um príncipe, consegue tudo! E, afinal, ele já te viu?”

JaeJoong pareceu confuso, não sabia ao certo se deveria segurar o baúzinho ou não, e nem conseguia entender o raciocínio do rei.

“Bem, já... Nós conversamos e ele pensou que eu fosse um garoto da aldeia, então...”

“Perfeito!” Cortou-o o rei, sorridente. “As fêmeas de nossa espécie conseguem seduzir os humanos sem nenhum tipo de esforço, mas nós, machos, temos uma espécie de magia diferente. Os humanos nos vêem como criaturas verdes, asquerosas, com guelras...”

Enquanto falava, o rei gesticulava e fazia caretas, encenando cada uma de suas palavras, e não deixando de rir quando tomava fôlego.

“Mas como ele te viu da maneira que é, possivelmente é um humano especial. Ponto para você!”

Jogou o baú levemente para cima e, enquanto este caia lentamente, bateu palmas, logo retomando-o entre suas mãos.

“Mas se eu fosse você, não arriscaria de deixá-lo chegar perto de alguma fêmea, mesmo.”

Seu tom fora de bronca, mas logo abria o baú, sorrindo como se nada tivesse acontecido. Dentro deste, havia um colar com contas de pérolas acinzentadas e pequenas estrelas do mar, em um fio trançado de pequenas conchas reluzentes.

“Use este colar, quando todas as pérolas estiverem brancas, você perderá sua essência marinha e se tornará completamente humano.” Disse, estendendo a jóia ao menino. “Cuide para estar na superfície quando isso acontecer.” Advertiu-o.

JaeJoong segurou o colar entre seus dedos. Era longo e leve, delicado e belo. Colocou-o no pescoço e sentiu uma sensação engraçada na boca do estômago, como cócegas. Em seguida, cada cantinho do seu corpo formigou e, então, sentiu-se estranhamente aquecido.

“Você não pode seduzi-lo, nem forçá-lo a lhe amar, senão a magia não funciona.” Continuou o rei, voltando à estante e procurando alguma outra coisa. “Se todas as pérolas tornarem-se negras e ele não tiver se apaixonado por você, o encantamento encerra e você voltará a ser sereia.”

Passava os dedos distraidamente sobre seus frascos de cristal, que encontravam-se na quinta prateleira. JaeJoong repassava as regras calmamente em sua cabeça, pareciam simples, apesar de se questionar quanto tempo teria até que a magia acabasse.

“Majestade, e se o marinheiro descobrir que JaeJoong pertence ao mar?” Indagou SuHoon, que parecia estar pensando em qualquer tipo de erro que houvesse no plano.

JunSu, então, voltou ao grupo, trazendo um pequeno frasco de cristal no formato de estrela do mar, muito bem preso entre seus dedos. Sorriu ao golfinho, com um olhar paternal.

“O único risco que JaeJoong corre, caso o marinheiro saiba da verdade, é que se passe por mentiroso, nada mais.” Deu de ombros, como se aquilo fose natural.

“Mas majestade... E se o feitiço acabar antes que ele se apaixone por mim?” Indagou JaeJoong, temeroso.

O rei sorriu, segurando uma das mãos do mais novo e depositando nesta o pequeno frasco. Fechou os dedos do menino delicadamente sobre o cristal e sorriu.

“Não se preocupe com isso por hora, e boa sorte.”

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JaeJoong não soube exatamente como fora parar fora do castelo. Só sabia que em um segundo sentia as mãos quentes do rei contra as suas e, no segundo seguinte, estava perto de um campo de tubarões lixa, que ficava relativamente próximo ao local anterior.

“Rei JunSu nunca deixa que seus hóspedes se lembrem como chegaram ao castelo.” Riu HyunChul, nadando convicto na direção oposta aos tubarões.

SuHoon lhe seguiu, convicto.

De fato, JaeJoong estava atordoado. Sabia que tinham viajado por horas, sabia por onde haviam passado, mas havia pedaços de sua memória faltando, havia coisas que não se encaixavam.

Realmente, JunSu era um rei poderoso.

Por sorte, JunSu lhes colocara na metade do caminho, ao menos fora essa a impressão que Jae tivera, uma vez que parecia ter nadado muito menos. Apesar disso, as pérolas pareciam empalidecer de acordo com os segundos, o menino mal podia piscar e menos uma cinza estava ali em seu pescoço.

Preocupou-se, questionando-se a que velocidade aquelas pérolas tornar-se-iam negras. Teria que agir rápido, assim que chegasse à praia. Precisava encontrar YunHo, precisava falar com ele.

Próximos à praia, resolveram que seria mais seguro se Jae seguisse o caminho das pedras, e não o da praia. Se um menino sozinho aparecesse, de repente, do mar, e saísse andando para a praia, todos iriam suspeitar.

Nas pedras corria menos risco. O máximo que poderia lhe acontecer seria YunHo estar lá, mas isso não seria de todo mal.

“Tem uma floresta logo depois.” Dizia SuHoon, enquanto tentava acompanhar o parceiro, que nadava em círculos. “Ouvi alguns humanos falando sobre ela. É pequena, você não deve se perder nela. Logo depois, tem a cidade. Não se esqueça, o hotel onde o YunHo está é o...”

“Jae!” YooChun gritou em sua orelha, desesperado. “A última pérola!”

O menino segurou o colar, contando e recontando as pérolas, girando-o em seu pescoço. De fato, a última delas estava quase branca. Precisava se apressar.

“Jae, estaremos aqui todos os dias, não se esqueça da gente!” Choramingou HyunChul, ao apoiar o corpo do amigo sobre o próprio e dar impulso para a superfície.

JaeJoong, com a ajuda dos dois golfinhos, conseguiu sentar-se à pedra, anteriormente ocupada por um certo marinheiro que lia um livro.

“Eu amo vocês.”

As últimas palavras que JaeJoong pronunciou soaram como um choramingo no vento gelado que cortou sua pele, fazendo-o tremer completamente. Algo estranho começava a acontecer com seu corpo, uma espécie de sensação quente que iniciava em seu estômago e corria para sua cauda.

De início, o fôlego escapou-lhe, ao notar as escamas perdendo seu tom azulado e adquirindo menos viscosidade e toque aveludado. Seus olhos arregalaram-se ao notar que a cauda dividia-se em dois e, logo, dedos começavam a surgir em um pé bem desenhado e formado.

Quando o menino menos esperou, conseguia fitar as próprias pernas. Pálidas como o resto de seu corpo. Nuas, molhadas e tremendo de frio.

Os golfinhos colocaram a cabeça para fora da água, observando o amigo.

“Gente, eu ganhei duas pernas e um brinde.” Riu, passando os dedos pelo seu novo corpo, mal acreditando.

Então, para seu desespero, não conseguia entender o que os golfinhos lhe disseram. Guinchos brincalhões eram as únicas coisas que seu cérebro absorvia quando os amigos tentavam se comunicar.

Mordeu o lábio inferior, sentindo lágrimas acumularem-se em seus olhos. Fizera mesmo a escolha certa?

Virou o corpo, fitando a floresta atrás de si e indagando-se como conseguiria lidar com aquilo. Nunca fora humano, nem mesmo tinha alguma noção de como eram as coisas em um mundo só deles.

Estaria tão encrencado assim?

Tentou colocar-se de pé. Segurou-se em uma rocha mais alta, conseguindo dar o apoio necessário a seu corpo, até que seu peso estivesse bem distribuído em ambas as pernas.

Deu um passo em direção à floresta, ainda segurando firmemente na pedra.

Um segundo passo. E não conseguia mais ter seu apoio.

E o terceiro passo foi em falso, levando-o de encontro ao chão.

Descobrira que não tinha força nenhuma nas pernas, e que ganhara um corte doloroso nos lábios e um joelho ralado como lembrete de que não era mais uma sereia.

“Você tá legal?”

Uma voz soou próximo, e o coração de JaeJoong acelerou. Do ângulo em que estava, completamente jogado ao chão, conseguiu apenas identificar as botas de marinheiro, mas sabia exatamente quem era.

Fortes mãos tocaram em sua cintura gelada e o ajudaram a sentar-se. O menino sentiu como se estivesse nas nuvens, ao notar aquele homem belo e musculoso agachando ao seu lado e fitando preocupado o machucado em seus lábios.

“Foi um tombo feio, não é?” Riu, desta vez desviando o olhar para o corpo alheio, lentamente, observando cada detalhe. Mordeu o lábio inferior, escondendo um sorriso travesso que aparecera ali. “Onde estão suas roupas, menino da aldeia?”

JaeJoong, que já tremia de frio, agora tremia duas vezes mais, de nervosismo. Notara que chorava inconscientemente, pois lágrimas quentes cortavam seu rosto e uma delas atingira o ferimento em seus lábios, fazendo-o arder. Sua garganta estava seca e seu coração acelerado, daria tudo para fugir dali.

“Os... Os golfinhos...” Fitou em direção ao mar, apontando instintivamente para o local onde, anteriormente, encontravam-se os amigos.

“Então os ladrõezinhos da aldeia agora tem nome?” Interrompeu-o o mais alto, rindo.

JaeJoong fitou-o confuso. Ladrões? Como conseguira chegar àquela conclusão com apenas duas palavras?

YunHo, ainda com um sorriso nos lábios, tirou o grosso casaco negro que vestia e passou-o pelos ombros de JaeJoong, certificando-se de que o menor estaria bem aninhado dentro do mesmo, de forma a ficar aquecido.

“Consegue andar?” Indagou, ao dar-lhe apoio para levantar-se.

JaeJoong, agora completamente perdido no perfume do maior que o casaco exalava, apoiou-se no ombro alheio, aproveitando-se da proximidade alheia para notar nos pequenos detalhes de seu rosto. Como seus olhos amendoados que brilhavam de maneira terna, e a pintinha adorável que tinha sobre seus lábios bem desenhados.

O braço direito de YunHo dava-lhe apoio, segurando-o firmemente pela cintura. Mas fora em vão, as pernas do menor estavam realmente fracas, o que quase o levou novamente ao chão, não fosse pelos reflexos ágeis do maior.

YunHo, quase no mesmo instante que o corpo do menor perdeu o equilíbrio, colocou o braço livre embaixo das pernas alheias e levantou-o no colo, como faria com uma garota.

“Mudança de planos, garoto da aldeia. Teremos de te carregar até em casa.” Brincou, enquanto seguia floresta adentro.

YunHo parecia despreocupado, enquanto tinha seu pescoço envolto pelos braços finos de um trêmulo garoto de olhos amendoados.

“JaeJoong.” Sussurrou.

“Desculpe?”

“Sou JaeJoong.” Disse o menino, aconchegando-se para mais perto do maior, mesmo sem notar.

“Sou YunHo, garoto da aldeia. E você precisa de um lugar aquecido antes que fique doente.”


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Notas finais do capítulo

YunHo tão... /rainbow
E o que acharam do Rei? *3* Achei que um rei meio louco faria mais sentido do que um Rei super maléfico e LOL~
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Espero que tenham gostado *3*
Mereço reviews? ♥