Wishes And Dreams escrita por Naaticps


Capítulo 33
Capítulo 33 Complications!


Notas iniciais do capítulo

E ai shawtys? Hei, obrigada pelos reviews viu? Amei todos :DD Olha eu não ia colocar nada aqui nas notas, mas tipo, ontem a KIM, a RobertaBarros e a biebermylife estavam brigando por mim *-* UASHUASHUA' sério muito louco! Sem contar que nossas trocas de carinhos são divinas. Vadia é o melhor apelido UASHUAHSUA' Amo as três ok? HAHA Vadias loucas!
Olha, eu nem ia postar hoje, até então o capitulo ficou bem ruim, mas se eu demorasse mais um dia, a bieberfeverswag me matava UASHUASHU' sério, a mina surtou no review e disse que ia bater HAHA. Esse capitulo é dedicado á todas vocês e especialmente á nossa mais nova leitora, AndressaConte *-*
BOA LEITURA!



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– Esse garoto só come fast food... Não sei como não engorda! – reclamei e ela riu. – Viu como ele é romântico? – ironizei e ela riu novamente. Mas esse Justin me paga se eu virar uma gorda com as pernas flácidas...

POV JUSTIN

Alice fica brava por eu só comer porcaria, mas eu tinha de fazer uma surpresa para ela por tudo o que tem feito por mim. A garota me perdoou, aceitou viajar e está disposta a largar tudo e todos para ficar comigo. Tem coisa melhor? De fato acho que não, mas a questão é que eu queria fazer uma surpresa para ela e esperava que ela gostasse. Eu nunca havia entendido o significado de amor, mas com Alice, eu sei que essa palavra nunca foi tão pequena para descrever um sentimento tão grande. Meu coração dispara quando estou perto dela, sinto como se não fosse eu quem mandasse em meu próprio corpo, tudo gira ao redor dela. De repente ela é o ar que respiro, é o calor que aquece meu corpo é a razão da minha existência. Não sei se pode existir uma coisa maior do que isso, mas se um dia eu descobrir que sim, espero que seja por Alice e que ela retribua...

– JB, está tudo pronto! – Kenny avisou entrando no quarto. Ele estava ansioso assim como eu. Ele á principio não tinha ido com a cara de Alice, preferia Selena, mas agora, está louco para conhecê-la de verdade. Também, quem não estaria? A garota é incrível!

– Valeu Kenny! – agradeci. Tinha acabado de mandar a mensagem para Alice, provavelmente ela já estaria chegando, e eu já estava pronto.

– Ela parece ser uma garota bem legal, pelo menos faz o J aqui ficar parecendo um bobão. – ele disse empurrando meu ombro. Ri fraco. De fato, eu fico bobo quando estou com Alice, e longe dela também, porque fico pensando naquele sorriso, naquela risada e naqueles olhos...

– Eu sei... – disse ainda sorrindo. Nunca vou me cansar de dizer quanto Alice é linda, o quanto eu a desejo, e o quanto a amo...

– Já contou á ela sobre a turnê? – Kenny perguntou repreensivo.

– Na verdade não, mas eu acho que ela sabe... – disse tristonho. A verdade é que por mais que Alice vá comigo, eu não poderei dar á ela toda a atenção necessária, e isso é ruim, pois na verdade, eu queria tê-la ao meu lado 24h por dia. Ir dormir e acordar ao lado dela ainda não seria o suficiente. Eu queria mais, muito mais. Talvez mais do que é possível...

POV ALICE

Já havíamos chego ao hotel. Pedi para o recepcionista ligar para o quarto de Justin e avisar que o esperava aqui em baixo. Ally já havia subido para encontrar com seu namorado lindo e maravilhoso. Ela disse que queria aproveitar que é a ultima noite aqui no hotel, então imaginem o que ela vai fazer, ou melhor, não imaginem! Deve ser estranho imaginar Ally gemendo.

– Pensando em que? – Justin chegou me abraçando por trás.

– Em como você é maravilhoso. – debochei e ele sorriu.

– Eu sei, mas posso de mostrar isso melhor mais tarde.

– Bobão! Estava pensando na vida... – falei olhando para o nada.

– Entendi. – disse me soltando. – E então, pronta? – perguntou animado.

– Toda essa animação para ir no Mc? Vai brincar naquele escorregador, por isso tá assim? – perguntei irônica e ele fechou a cara.

– HÁ, HÁ. Muito engraçadinha, já pensou em ser piadista? – Jus disse um pouco irritado.

– ALICE! – Kenny gritou e veio me abraçar.

– Oi Kenny. Caramba, quanto tempo! – resmunguei e ele me apertou mais forte. Me sentia uma completa criança perto de Kenny. Se porte grandão e forte me deixava parecendo uma formiguinha, se comparássemos. Nunca tínhamos conversado, mas ele me parecia uma boa pessoa.

– Hei, quer me deixar viúvo? – zombou Justin e Kenny me soltou. Depois eu que tenho que ser piadista...

– Nossa, mas você está crescida hem... – Kenny disse pegando em minha mão e me girando.

– Pra você ver... E mesmo assim continuo parecendo o Mort de Madagascar, perto de você. – brinquei e ele e Justin me olharam confuso. – O lêmure dos olhos esbugalhados, todo fofinho e pequeno do filme. – Eles se entre olharam ainda confusos. – Poxa gente, vocês não assistem desenho não? – resmunguei fazendo bico e eles riram.

– Ás vezes você é pior que criança. – Justin disse e eu forcei um sorriso falso e depois bati em seu ombro revirando os olhos.

– Ok, pombinhos. Vamos comer! Estou com fome. – Kenny disse batendo em sua própria barriga, fazendo Justin e eu rir.

Kenny disse que preferia dirigir, então assim fez. Pegou meu carro, que eu teria de devolver ainda hoje para a locadora, e fomos rumo ao Mc Donald’s. Justin estava mais agitado que o normal, e não parava de batucar seus dedos em minha coxa enquanto olhava a paisagem em volta. Aqui devia ser bem diferente de tudo o que ele está acostumado, á começar pelas pessoas bregas, sem o mínimo de vergonha na cara, que sai praticamente de peças intimas na rua... Que vergonha! Começou a tocar What Makes You Beautiful, do One Direction no CD que eu havia gravado e eu comecei a cantarolar. Qual é, a música é contagiante...

– You don’t know Oh Oh, you don’t know you’re beautiful... – cantarolei batucando meus pés e rebolando um pouco no assento do carro. Justin começou á rir e eu parei. – Que foi?! – perguntei fazendo cara de brava, mas eu sabia que devia ser uma cena ridícula me ver cantarolando aquela música.

– Nada, é só que... Nada! – disse rindo fraco e voltando sua atenção para a janela.

– Justin, seu idiota! – disse batendo em seu ombro. A música foi acabando, e no lugar começou We Found Love, Rihanna, no refrão, Justin começou a cantar.

– We found love in a hopeless place, we found love in a hopeless place… - cantarolou. Sua voz saia tão perfeita e afinada. Ele chegava ao tom certo da música sem o mínimo esforço. Quando viu que o encarava, parou de cantar um pouco. – Que foi? Você pode e eu não? – perguntou ofendido.

– Não, é só que... Sua voz é linda. – assumi abobada e ele sorriu radiante.

– Deve ser por isso que eu me dei bem na carreira musical. – riu fraco. Claro, eu que sou idiota de falar isso para o cantor mais amado de todo mundo. Ele deve escutar isso todo dia de suas fãs... - Você também canta bem, por que não arrisca a profissão? – perguntou passando a mão em meu braço. Gargalhei assim que aquelas palavras saíram de sua boca. Eu, cantar? HÁ, HÁ! Faça-me rir! Quando encontrei os olhos de Justin, eles pareciam sérios. Quer dizer que aquilo não foi uma piada...

– Óh, não! – disse negando com a cabeça. – Microfone, multidão, centro das atenções... Não, isso não é para mim. - disse engasgando com as palavras. Só de pensar em ter milhões de pessoas me ouvindo, já me deixa arrepiada.

– Ah, qual é Alice! Medo do palco? – perguntou entre risadas.

– Mais do que você imagina... – sussurrei, mas acho que ele não escutou.

– Vai, canta para mim! – pediu.

– Não!

– Vai, só um trecho... – implorou fazendo seu biquinho fofo. Quase cedi aos seus encantos, mas depois neguei. – Kenny, manda ela cantar?! – Justin disse, para o moreno que até então estava quieto.

– Alice, canta se não você vai ter de me ouvir cantar... – Kenny ameaçou e então Justin arregalou os olhos.

– Óh não! Isso não, sério! Alice, por favor, você não vai querer ouvi-lo cantar... – resmungou Justin e eu ri. Kenny nem deve cantar tão mal assim.

– Não! – repeti e então Kenny aumentou o volume.

– It’s the way I’m feeling, I just can’t deny, But I’ve gotta let it go… - Kenny cantou em alto e bom som. Sua voz não era como a de Justin, que ficavam em harmonia com as notas. Ele era desafinado e praticamente berrava as notas. Dava para ver as veias de seu pescoço, saltando quando forçava a voz. A música já estava acabando, então Kenny abaixou o volume e parou de cantar. – Quer mais? – perguntou animado.

– Não! – Justin e eu gritamos em coro. Kenny riu.

– Então vai, canta uma música ai... – pediu.

– Ok, ok. Mas não ligue para minha voz, eu não canto como Justin... – declarei e Justin sorriu.

– Ninguém canta como eu, baby! – se gabou e eu bati em sua cabeça. – Ai! Sua mão é pesada!

– Então fica quieto, e ai de você se ficar de gracinha depois. – ameacei e ele ergueu as mãos como quem se rendia. – Bom mesmo! E você também Kenny, sem risadas, vocês que estão pedindo por isso... – disse séria e ele assentiu, me fitando pelo retrovisor. We found Love havia acabado, em seu lugar tocava, S&M, Rihanna. Droga, eu amava aquela música, mas a letra não era nem um pouco adequada para cantar ali, e tipo, eu me empolgava demais com a música... - Dá para mudar? – perguntei receosa. Justin negou, e a malicia havia tomado conta de seu olhar. Ok teria de ser essa, era só não me deixar levar... Fechei os olhos e Rihanna ainda cantava o come on, come on, e então me preparei para começar. A vergonha ainda me dominava. Muitos disseram que sou boa, as meninas, mas a maioria, quem não me conhecia, dizia que eu era ruim. Bom, era agora que descobriria. Justin não mentiria para mim, nem Kenny... Rihanna já havia começado a cantar, Justin me encarava curioso, mas eu não sei se podia fazer aquilo.

– Vai Alice, só estamos nós aqui... – Kenny disse me incentivando e eu assenti.

– Ok! – dei de ombros. – Love is great, love is fine. – disse baixinho e Justin sorriu me incentivando á continuar. Respirei fundo e deixei a música me levar. – Outta box, Outta Line, the affliction of the feeling, leaves me wanting more…Cause I may be bad, but I’m perfectly good at it. Sex in the air, I don’t care, I love the smell of it, sticks and stones may break, my bones, but chains and whips excite me… - quando percebi, já estava cantando na altura da música, Kenny parecia fitar a estrada abismado e Justin estava estático ao meu lado, de queixo caído, com os olhos brilhando e um certo volume nas calças. Opa! Acho que me deixei levar... Parei de cantar e levei minhas mãos ao rosto, querendo cavar um buraco ali e sumir. – E-Eu avisei que não cantava bem.. – disse gaguejando. Droga, agora Justin estava... OMG!

– Cala a boca! – Justin gritou e eu me assustei, ele parecia estar voltando de um choque. – Está estragando o momento... – ele disse agora mais calmo. A encarei confusa e corei quando ele piscou duas vezes seguidas, tentando voltar ao normal. – Caralho, se isso foi você não sabendo cantar, nem quero ver você cantando para não me sentir mal... – zombou, mas eu não estava vendo graça. Eu não gostava de cantar, muito menos na frente dos outros.

– Kenny... – disse querendo que pelo menos ele dissesse algo coerente.

– Alice, você é demais! – disse olhando pelo retrovisor. Todo meu sangue subiu para minhas bochechas.

– Ok, agora chega! Sem comentários sobre o assunto. – disse séria e Kenny assentiu. Justin ainda me encarava.

– Alice... – Justin ia começar a dizer algo mais o interrompi.

– Sem comentários! – lembrei-o e ele abaixou a cabeça.

– Chegamos! – disse Kenny parando o carro. Olhei em volta e não reconheci o local. Tipo, que Mc é esse? Justin abriu um sorriso enorme ao meu lado e pegou minha mão, me puxando para fora do carro.

Justin parou de frente para um restaurante Frances. Era um dos mais caros daqui, mas que tinha uma das melhores comidas também. Ville du vin, Supus que dinheiro não fosse o problema, mas poxa, olha meu estado, calça jeans, blusa de frio, eu não estava adequada para a ocasião...

– Justin, o que estamos fazendo aqui? Não íamos no Mc? – perguntei olhando para o restaurante bem iluminado á nossa frente.

– Você realmente achou que eu te levaria ao Mc? – perguntou sério e eu assenti. Kenny que estava ao nosso lado riu. Ele sabia de tudo e não me falou nada! Justin bufou.

O lugar era bem decorado, não era grande, mas tinha jeito de ser bem sofisticado desde a calçada. Era uma rua bem movimentada, as luzes do local eram amarelas e iluminava o jardim. Não era um local grande, mas era bonito. Arquitetura moderna, com detalhes em madeira e parede creme... Na entrada tinha um pequeno jardim com algumas folhas verdes rodeadas por pedras brancas... Era um local bonito. Kenny foi andando na frente e Justin e eu o acompanhamos. Eu ainda observava todo o local, curiosa, e não tinha palavras para dizer algo. Uma mulher loira e alta nos recepcionou toda sorridente. Kenny havia feito as reservas, pois apenas disse seu nome e a moça nos encaminhou á mesa. Nossa mesa ficava num lugar mais isolado, mas o restaurante não estava cheio, então nem sei se aquilo era necessário. Tudo era de madeira, vinhos e antiguidades enfeitavam o local, eu estava admirada.

– Gostou? – Justin perguntou puxando a cadeira para que eu sentasse. Assenti e me sentei. – Kenny que reservou. – disse e eu sorri para o moreno que faltava devorar o cardápio.

Justin e eu rimos.

– Já vão querer fazer o pedido? – um senhor perguntou tirando um bloquinho de seu terno.

– Sim! – Kenny disse sem nem pensar duas vezes. Ri fraco.

– O que você vai querer? - Jus perguntou para mim enquanto Kenny passava uma lista para o garçom do que iria querer.

– Um espaguete e uma coca. – disse e ele assentiu. O garçom falava inglês, então não precisei abrir minha boca para ajudar Justin. Fiquei grata.

– Preparada para a viagem? – Kenny perguntou assim que o senhor saiu.

– Acho que sim... – sorri tímida.

Ficamos conversando até nossa comida chegar. Kenny me contava dos apuros que passou por causa de Justin e o que o mesmo aprontava com a equipe. Justin era terrível!

POV JUSTIN

Puta que pariu, se eu fiquei excitado a ouvindo cantar aquela música? Imagina! Meu pau só faltou pular da cueca e ir até ela... Tem noção o que é ouvir a voz da sua garota, e ainda dizendo (leia-se cantarolando) que é bom ser má, que gosta de sexo e que correntes a excita? Cara, eu surtei ao escutar aquelas palavras saindo de sua boca. As notas saiam de sua boca tão fácil e delicadamente, sem contar que ela começou a rebolar o corpo enquanto cantava. Deus, o que era aquilo? Sério, eu fiquei chocado! Não sabia que Alice era assim... O almoço inteiro, fiquei pensando naquele showzinho e tenho que admitir que não está me ajudando em nada ficar só pensando nisso... Preciso tê-la, e logo! Kenny estava contando tudo que eu aprontava no backstage, e Alice só ria. Quando nossa comida chegou, desafiei Kenny á quem comia mais e mais rápido. Era óbvio que ele ganharia, a quantidade de comida que ele pediu foi muito maior que a minha, mas eu não estava nem ai.

POV ALICE

Quando nossa comida chegou, eu fiquei pasma. Justin e Kenny pareciam estar numa competição de quem comia mais rápido. Kenny com certeza estava ganhando, não só por quantidade quanto por velocidade.

– Vai comer isso aqui? – Justin perguntou pegando minhas batatas fritas. Neguei com a cabeça. Os dois pareciam que nunca tinham comido na vida. Comecei a rir quando eles deram para beber todos os refrigerantes do lugar. Kenny virou umas três latas de coca facilmente, e Justin travou na primeira.

– Acabaram? – perguntei quando os dois se aconchegaram na cadeira. Pareciam cansados.

– Acho que sim... – Justin disse bufando e colocando a mão na barriga.

– É, mas antes de irmos embora tenho que ir ao banheiro. – Kenny disse levantando e assim saiu, deixando Justin e eu á sós.

– Não sabia que você era assim... – disse rindo. Justin fez cara feia, mas não respondeu. – Hei, eu estava pensando, bem que podíamos ir para o hotel, ficar no quarto e depois ir viajar né? – disse tentando fazer uma voz sexy. Queria provocar Justin, mas sabia que depois de tudo isso que ele comeu, não ia aguentar consigo mesmo.

– O QUE? – Justin perguntou chocado. Eu queria muito rir da sua cara. – M-Mas Alice, eu... Poxa, você vem falar isso depois que me acabei de tanto comer? – disse bufando e eu ri.

– Justin querido, você está com a mente muito poluída... – Disse balançando a cabeça.

– M-Mas você disse... – o interrompi.

– Disse para irmos ao hotel e ficarmos um pouco lá antes de viajar. Não disse que rolaria algo mais quente entre a gente. – disse séria e ele revirou os olhos.

– Fala sério... – praguejou. Minha vontade de rir estava incontrolável.

– Amor, tenho que pegar Anna ainda, deixei-a com Tyler e depois temos de falar com Ryan e Ally. Quero ir logo... – esclareci e ele assentiu ainda bravo. – Ah, vem cá meu emburrado! – disse puxando-o pela gola e selando nossos lábios. Os lábios doces de Justin estavam com um gosto forte de tempero e de molho de tomate. Por debaixo da mesa ele acariciou minha coxa e a apertou. Separei nossos lábios rindo. Justin estava muito safado... – Melhor assim? – perguntei me endireitando na cadeira.

– Você sabe que não, mas é melhor que nada... – reclamou e eu ri. Menino bobo! Kenny chegou, disse que já havia pagado a conta e assim voltamos para o hotel. Estavam os dois exaustos, Ally e Ryan pareciam se divertir no outro quarto, eu estava no tédio, e tínhamos resolvido sair só depois das 16h, e ainda eram 15h. Tinha uma hora para fazer nada... Lembrei-me do que Gabi havia dito sobre a mãe de Tyler... Precisava vê-lo, saber como estava, dar meu apoio.

Levantei da cama num salto e Justin ainda dormia tranquilo. Ele havia implorado para poder ficar no meu quarto, eu concordei, mas assim que chegamos, ele capotou. Coloquei meus sapatos que havia deixado perto da porta e fui até o quarto de Tyler.

– Tyler! – gritei da porta, mas ninguém respondeu. – Ty! – tentei de novo.

– Oi! – disse com a voz embargada. Parecia que ele havia chorando...

– Hei, eu vim ver como você está. Gabi falou que sua mãe não está bem... – disse e ele abaixou a cabeça. Ele foi andando até a cama e eu entendi que era para que eu entrasse. O quarto estava vazio, o que era estranho. – Cadê as meninas?- perguntei constatando que para estar aquele silêncio, elas não deveriam estar ali.

– Foram no parquinho com uma nova amiguinha. Daqui a pouco estão ai. – disse sem ânimo. Deus! Dava dó ver Tyler daquele jeito...

– Ty, vamos conversar. Diga-me o que houve. É bom desabafar ás vezes. – disse passando a mão em seu cabelo sedoso. Tyler pegou minhas mãos e sentou comigo na cama.

– É complicado... – disse com voz de choro.

– Eu posso fingir que entendo. – zombei tentando animá-lo. Ele não riu, mas pelo menos começou a falar.

– Bom, não sei o que a Gabi te disse, mas aposto como não sabe a história completa. – concordei com a cabeça e ele respirou fundo. – Bom, há mais ou menos 7 anos, minha mãe descobriu que tinha leucemia. Tinha fadiga, falta de ar, começou a perder o apetite, emagrecer, tinha muitas dores e consequentemente foi ficando mais fraca. Emmily tinha acabado de nascer, e até ficamos preocupados de isso afetá-la... Sabe como é, minha mãe não se alimentava, consequentemente não tinha leite suficiente para Mille.Sem contar que não sabíamos se o que ela tinha era contagiante ou se já tinha passado para Mille quando a mesma nasceu. Eu já tinha 15 anos, então entendia pouco mais e sabia das consequências daqueles sintomas. Á princípio, minha mãe ficou em casa. Tinha começado com os tratamentos assim que descobrimos que era LMC (Leucemia Mieloide Aguda), ela fazia a quimioterapia e sempre voltava cansada demais. Até que uma vez a quimioterapia a deixou mal, tão mal que tiveram de interna-la, e então descobriram que teriam de partir da quimioterapia de indução para a pós-remissão antes do previsto, pois ela estava cada vez pior. Minha vai vegetava naquela cama de hospital e por muito tempo eu só chorava. Minha mãe era tudo o que eu tinha, e vê-la mal, no estado em que estava, era depressivo. Até que decidi que teria de ser forte, não por mim, mas por Mille. A garota já iria ter de crescer sem a mãe, seria demais ter de lidar com a dor do irmão. Desde minha decisão, fui como um pai para Mille, já que o mesmo morreu antes mesmo de ela nascer. Digamos que a situação de minha mãe foi piorando, eu trabalhava meio período e estudava, no tempo que me restava, ficava com Mille. Minha avó fazia toda a parte dura, ficar com minha mãe e cuidar de Mille enquanto estava fora, mas eu não podia deixar que minha pequena crescesse num hospital... Então comecei a trabalhar mais pesado, coloquei Mille numa escolinha quando completou dois anos e aluguei um apartamento para morarmos. Meus amigos me visitavam ás vezes, mais depois, fui me afastando cada vez mais. Não tinha tempo para me divertir, e nem sentia que devia. Toda vez, nas datas festivas, eu ia para o meu quarto e chorava, sentia falta de minha mãe e de tudo que ela fazia. Imagino como seria se ela não tivesse esta doença... Conforme Mille foi crescendo, começou a ‘entender’ o que acontecia com mamãe, e então os papeis inverteram e ela quem começou a me consolar, dizendo que papai do céu faria a mamãe melhorar. Sabe como é difícil escutar isso, sabendo que isso não iria acontecer? Pois é, não foi fácil... – Lágrimas caiam dos olhos de Tyler quando ele dizia isso. Imagino o quão difícil deva ser para ele, e para Mille... – Mille sabia conviver com isso, se tornou uma menina meiga e adorável, mesmo com todos os problemas á sua volta, é como se ela fosse a alegria que veio para levar minha mãe. Como se minha mãe estivesse indo, mas tivesse deixando um tesouro. Mille ia visitar nossa mãe ás vezes, não chorava se fazia de forte e sempre a fazia sorrir. Chegamos até a pensar que mamãe estava melhorando... E de fato, parecia que seu remédio era ver o sorriso de sua filha mais nova e como seus filhos se davam bem e se amavam... O médico disse que o estado dela era estável, que nunca viram uma doença como a dela durar tanto tempo no estado em que estava. Ficamos mais tranquilos e então decidi mostrar á Mille o mundo. Ver tudo o que ela ainda tem á conhecer e tudo mais. Fomos á Disney, á Nova Zelândia, e muitos outros lugares. Eu tinha conseguido pegar nossa herança... Estava feliz em ver minha moreninha feliz. Ela era a minha vida. Vivia dizendo que precisava de uma namorada, mas eu não dava ouvidos. Preferia ficar sozinho mesmo... – Ele disse e sorriu. – Irônico, pois foi eu vim para cá e conhecer Gabi e isso mudou rapidamente, mas parece que é eu começar á ser feliz novamente que tudo piora. Minha avó me ligou esses dias dizendo que minha mãe teve uma piora repentina e que era para eu ir para lá urgentemente, mas estou com medo. Medo porque sei que minha mãe está perto do fim... – disse e enxugou as lágrimas que escorriam por suas bochechas.

– Ty, eu não sabia... Quer dizer, você nunca me disse que... Nossa! – disse chocada. Ele parecia tão animado quando o conheci, um garoto sem problemas, sabe? Mas olha isso, ele, quer dizer, a mãe dele tem uma doença grave, e praticamente vegeta...

– É, eu sei, mas é que você nunca perguntou, e até então ela estava ‘bem’... Bom, mas agora você, nem ninguém pode fazer nada. – disse sério.

– Ty, eu sinto muito. Eu queria muito ir com você... – disse passando minhas mãos pelo ombro de meu amigo que parecia realmente abalado.

– Queria, mas vai viajar com seu namorado! – disse ríspido.

– Ty, ele não é meu namorado, e lá é minha casa... – tentei explicar, mas Tyler parecia realmente bolado.

– Tanto faz! – disse indiferente.

– Diz que vai pelo menos se despedir de mim no aeroporto, ou me visitar em Atlanta... – pedi tristonha. Não queria que Tyler ficasse bravo comigo.

– Tá, que seja!

– Por favor Ty, não fica bravo comigo. Eu não quero que você fique assim. Precisa estar forte pela sua mãe. E falando nela, quando for visita-la, sempre me mantenha informada. Quero que você saiba que eu sempre serei sua amiga, independente de qualquer coisa. – disse olhando em seus olhos castanhos.

– Tudo bem Lice... – disse mais tranquilo e me abraçou com força. – Obrigada por isso. Foi bom falar com você.

– Eu te disse que lhe faria bem. – sorri.

– É..

– Bom, agora eu preciso ir, tenho que carregar o carro e tudo mais. Mas por favor, vá ao aeroporto ok?

– OK! – disse forçando um sorriso e me deu um beijo estalado na bochecha.

Saí do quarto e esbarrei em Anna e Mille que vinham correndo.

– Hei meninas! – disse sorrindo.

– Tia Lice, vocês vão embora mesmo? – Mille perguntou fazendo um biquinho fofo.

– Sim meu amor, mas nós vamos se ver muito ainda! Vocês vão nos visitar e a gente vai visitar vocês. – disse agachando para ficar da altura dela.

– Vou sentir saudades. – disse me abraçando e então me lembrei de tudo o que Tyler disse, de como Emmily se faz de forte, de como é carinhosa...

– Eu também princesinha, mas qualquer coisa é só você me ligar e eu vou te ver ok? – disse afastando-a de meu corpo para poder encarar aqueles olhinhos brilhantes.

– ok!

– Anna, vamos? Vou acordar o Justin e temos de ir! – avisei e ela assentiu. – Vou deixar vocês se despedirem, mas não demorem. – disse e as duas assentiram.

– Eu não vou te esquecer tá Anna? – Mille disse com a voz manhosa.

– Eu também não Mille, eu te amo muito! – Anna disse abraçando Mille.

– Eu também.

– Melhores amigas para sempre? – Anna perguntou e Mille assentiu. As duas se abraçaram novamente e aquela imagem partiu meu coração. Iria fazer de tudo para proteger a amizade das duas, e principalmente para nunca me afastar de Mille. Sei o quanto vai ser difícil quando souber de sua mãe... Parei de escutar as duas e entrei em meu quarto. Justin estava acordado, e saia do banheiro quando cheguei.

– Vamos? – perguntou animado e eu assenti. Justin veio até mim e me deu um beijo, um beijo de tirar o fôlego. Foi como se não tivesse mais chão, como se naquele momento só existisse ele ali. Nossas línguas se enroscaram e Justin me apertou contra seu corpo. Minhas mãos foram para sua nuca, num instinto e aprofundei o beijo. Justin sorriu e foi me afastando com selinhos. – Você ainda me deixa doido! – disse entre risos e eu sorri.

– Justin, você já perdeu alguém que amava muito? – perguntei receosa.

– Não, porque? – perguntou confuso.

– Nada, é só que, a mãe de um amigo meu está morrendo e... Sei lá porque perguntei isso. – dei de ombros. A verdade é que eu só queria ajudar Tyler de alguma forma.

– Vai ficar tudo bem. – ele disse me abraçando.

– Eu espero que sim. – sussurrei.



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Notas finais do capítulo

e então, o que acharam? Próximo capitulo trará algumas revelações. Me contem tudo!!! Espero vocês lá nos reviews.
PS: Viciei em Superman - Joe Brooks e em What makes you beautiful - one direction HAHA'
XOXO Nati!