A Herdeira de Gotan escrita por your_rogue


Capítulo 3
Dois




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Capítulo II

 

Dançava num ritmo tão envolvente e tão impossível de resistir que o celular tocou diversas vezes, mas não ouviu nenhuma delas. Por acaso, quando seguia um garçom carregando uma bandeja de tequilla, passou pela mesa onde deixara a bolsa e ouviu o celular tocando. O garçom lhe deu uma garrafa inteira, que ela provou de um só gole e depois retornou para a mesa. O celular continuava tocando e só de olhar para ele desanimou. O nome no identificador de chamadas sugou-lhe toda a felicidade.

 

- Oi. – respondeu sem vontade. Nunca tinha ânimo para aquelas ligações, nunca para ele.

 

- Venha para casa, é urgente. – e desligou sem ao menos perguntar onde estava, se estava com os amigos e se estava divertindo. Sentiu falta de uma mãe, de alguém que tivesse palavras carinhosas para dizer, mas quem cresce com vários empregados à volta aprende rápido o caminho para salvar a si mesma.

 

Olhou para a garrafa ainda ¾ cheia. Não, era melhor não beber aquilo tudo, deixar para outro dia e sair para salvar o mundo antes que alguém morresse. Despediu-se de todos e fez seu caminho de volta para a limusine e de volta para casa.

 

Quando chegou a casa, Bruce Wayne a esperava, sentado numa poltrona de frente para a porta, ao lado do relógio/porta escondida para a Batcaverna.

 

- Sentiu minha falta?

 

- Está ocorrendo um assalto numa joalheria na esquina da Rua 4 com a Avenida 7. Troque de roupa e vá para lá imediatamente.

 

- Também senti sua falta, papai.

 

Subiu as escadas e deixou o pai saboreando sua xícara de café. Velho inútil. Trocou a roupa, vestiu a fantasia de couro e saiu de moto para o local do assalto. A bebida a deixara tonta, mas o vento batendo forte em seu rosto devolvia-lhe a sanidade aos poucos. Quando parou a moto e saltou para dentro da joalheria jogando-se pelo vidro da janela foi que percebeu que talvez não estivesse tão sã quanto pensava.

 

Mas já era tarde para remorso. Já a haviam visto e estavam atirando contra ela. Os braceletes de prata da mãe a ajudavam a se defender dos tiros e permitiam que se aproximasse de cada um dos assaltantes e os apagasse. Foi atrás de um deles que fugiu e socou nele toda a frustração de ter sido tirada da festa antes que o primeiro nerd saísse. Só parou quando viu sangue demais espalhado pelo chão e teve a impressão de a respiração do homem estar curta demais.

 

Pegou-o no colo e correu para o hospital mais próximo. Merda de noite.

 


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