Terraço de Meu Apartamento – Duas da Manhã

IA, simplesmente IA, este é meu nome. 19 Anos. Amo ficar sozinha, como sempre ficava quando não estava chovendo, eu ficava no terraço, vendo as estrelas e como eu queria ser uma delas. Ficar observando todo mundo, e todos me admirando. Ser brilhante era isso que eu queria.

Cantando no terraço, era como eu passava a noite, sozinha, só eu e minha voz. Sim, eu morava sozinha, meus pais simplesmente não existiam para mim. Eles não viveram comigo, eles não cuidaram de mim, então para mim eles não existem.

O único motivo deu saber minha idade e uma parte de meu nome é por causa de uma corrente que eles deram a mim, só isso. Até os dezoito anos eu vivia na rua, até que uma generosa família me decidiu doar este apartamento a mim.

Estava sentindo um sono, decidi deitar no chão do terraço, enquanto olhava as estrelas, adormeci sem perceber.

Terraço do Meu Apartamento – Dez da Manhã

- Ai, minha cabeça. Eu dormi no terraço de novo. Como sempre faço quando olho as estrelas, quando vou aprender? – Estava pensando alto, até que, a vizinha abriu a janela.

- Ohayou, Ia-chan. Dormiu no terraço de novo? – Perguntou a vizinha que me viu deitada ali no chão frio.

- Que seja... – Corei um pouco. E me rendi. – Sim, dormi de novo, Clara-chan. Eu nunca vou aprender.

- Você nunca aprende mesmo, Ia-chan. – Ela suspirou e riu um pouco. – Vai ficar gripada desse jeito.

- Foda-se, não ligo. – Eu era grosseira, não tive meus pais, então minhas regras para a vida. – Eu não pego gripe tão facilmente, Clara-chan.

- Ainda me preocupo com você. – Falou seriamente. – Te considero como uma irmã mais nova, você sabe disso.

- Eu também te adoro, Clara. Mas eu não gosto de pessoas mandando em mim. – Falei grosseiramente com um toque fofo. – Vou entrar, está realmente frio. Sayonara, Clara-senpai.

Levantei-me, entrei pela porta de vidro e fui direto ao banheiro. Meu cabelo estava bagunçado, peguei a escova e o penteei.

- Ouutch! Escova dura essa. Acho que irei tomar banho, depois escovar o cabelo. – Fiz uma expressão de raiva e comecei a encher a banheira.

Até que era bom morar sozinha, ninguém para me obrigar a nada, ninguém vai me dizer o que eu devo fazer, eu já passei por muitas coisas na vida e sei o que não devo fazer.

Ouço alguém bater na porta, quem seria? Parei de encher a banheira e fui em direção a porta de toalha. Eu a abro e vejo uma menina de cabelos azuis cumpridos me cumprimentado.

- Ohayou Gozaimasu, sou nova na vizinhança, meu nome é Suzune Ring. Pode me chamar de Ring-chan. – Falou sorridente.

- Ohayou? Não quero ser grosseira, mas... – Eu quero ser sim. – Por que está aqui? Interrompendo meu banho? – Deixar a aparência de grossa é bom para novatos.

- Gomene. – Ela ficou vermelha. – Não queria incomodar, só queria dizer que sou sua vizinha.

- Você podia ter avisado antes de invadir meu banho. – Novamente fiz uma expressão brava.

- Gomene, gomene, gomene... Ela repetia arrependida.

- Não precisa se desculpar, eu ainda não tinha entrado mesmo. – Ela parecia ser tão fofa, atingiu meu ponto fraco, onde eu também me mostrava fofa, assim como eu faço com garotos. – Etto... Quer comer alguma coisa? – Fiquei corada.

- Não seria um incômodo? – Ela perguntou baixinho e gaguejando.

- Claro que não, pode entrar, mas... Pode esperar eu acabar meu ban... Etto... Esquece, farei o café para você. – Eu estava no meu lado fofo.

- Acho que estou atrapalhando. – Ela disse gentilmente e vermelha.

- Foda-se. Eu vou fazer o café para você. – Dei um sorriso meio malvado, acho que ela se assustou, eu tentei corrigir. – Gomene, é que eu tenho essa maneira de ser grossa com os outros. – Olhei para o lado envergonhada.

- Tudo bem, as pessoas costumam ser assim comigo. – Quando ela falou isso, me deu uma dó.

Parei de cozinhar as panquecas, e sentei ao lado dela no sofá. E ao mesmo tempo eu a abracei, estava com pena, uma pessoa onde todas não gostam dela e eram grossas com ela. Pobrezinha, tão delicada, tão bonita e tão fofa, não deveria ser tratada assim.

E eu tinha notado que eu estou tendo pensamentos bonitos, isso não é da minha política.

- Não fique assim. Farei logo as panquecas. – Levantei e fiquei com um sorriso sério indo fazer as panquecas.

- Arigatôu gozaimasu. – Me deu uma certa felicidade quando ela disse isso.

Continua~