Attack escrita por Feelings


Capítulo 1
Attack




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Costumava andar com calma, lento, apreciando o passo e a brisa soprando o rosto. Mas naquele dia percebeu estar sendo seguido. Não teve outra reação além de começar a correr. 
Correu. Correu mais rápido. O ar faltava nos pulmões.

Colocou toda sua força nas pernas, correndo o mais rápido que podia.Ainda estava sendo seguido. 

Passou por dezenas de pessoas, interrogações humanas lhe perguntando o por quê da pressa, para onde corria. 

Não respondeu, apenas continuou seu destino. Mas qual era este, afinal?

Levantou mais os joelhos, ignorando a pergunta sem resposta. A carne latejava pedindo por repouso, os pulmões ardiam, e não teve outra escolha: desacelerou os passos.
Arrependeu-se.

Assim que encostou em uma parede qualquer na sombra, mãos o agarraram fortemente.

Não sabia de quem eram, mas não lhe importava. Debateu-se, tentou fugir diversas vezes, mas aquele que o segurava era forte.

Com algum esforço, conseguiu se soltar. Continuou correndo, ouvindo os passos atrás de si. Suava, tremia. Precisava correr mais rápido, mas não conseguia correr o suficiente. Agora que já havia sido pego era difícil manter-se em movimento. As pernas estavam mais pesadas, a respiração falha, e, principalmente, o coração latejava contra o peito, uma mistura de dor, incerteza, covardia. Sentia medo, frio, insegurança.

Pensou em gritar, mas estava sozinho. Chorou. Sentiu raiva. Decidiu lutar.Sentiu um soco no estômago. Outro na boca. Gosto metálico. Dor.

Levantou o pulso, acertando em cheio um olho. Viu um sorriso diabólico, e sentiu o soco no coração.

A respiração falhou e a vertigem atacou com força. Gritou, fraco. Precisava correr.

Uma perna cansada na frente de outra perna cansada. Aquele atrás de si ria de seu esforço patético. 

"Não adianta fugir, te alcançarei onde quer que esteja!" Gritou, onipotente.

Mesmo assim, o homem continuou correndo, atordoado. Um aperto no pulso foi sentido, e com um suspiro cansado, pensou em desistir.

Estava uma bagunça. O sangue corria rápido, o corpo estava suado, dolorido, preguiçoso. As mãos geladas ainda tremiam e o maldito brilho do olhar estava presente. Não havia mais volta.

Sentiu braços firmes lhe rodeando, e desistiu de vez, deixando-se ser abraçado por aquele que o perseguia, que o fazia rir e chorar, sofrer e cantar.

Deixou-se ser abraçado pelo amor.


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