O sol aos pouco invadia a ampla casa iluminando aos poucos os móveis claros, as paredes esverdeadas.

Chegava a ser uma pena levantar daquela cama, uma preguiça lhe imergia cada vez mais, por mais que fosse domingo, ela não conseguia dormir mais do que aquilo. Pôs as mãos dos dois lados da cama para constatar que não era sonho, e não era.

- Lisa...

Ela escuta aquela voz doce, meiga, lhe aquecendo, porém sabendo que algo muito sério sairia em suas palavras...

- O que aconteceu aqui não pode sair dessas quatro paredes...

- Como se eu tivesse alguém para contar além de vocês dois.

- Tem gente querendo dormir aqui... – disse o terceiro naquele triângulo mexendo-se na cama se acomodando mais um pouco. Lisa põe o travesseiro na cabeça, sempre ele...

- Vamos erm.. Tomar café da manhã? – falou para Wilson que confirmou com a cabeça e foram.

- EU GOSTARIA DE TORRADAS. – gritou House sem sair da cama.

A noite anterior havia sido orgia de vida, Cuddy que se encontrava sem ninguém na noite anterior descobriu junto a ambos que ninguém está tão sozinho assim.

- Onde fica o açúcar? – perguntou Wilson.

- Na segunda porta do armário. – era tudo leve naquela manhã.

- Good Morning Women. – disse vindo preguiçosamente batendo sua bengala contra o chão de forma igualmente preguiçosa.

- Bom dia, House. – responderam ambos.

- O que temos para comer?

- Estamos preparando o café da manhã. – falou Wilson terminando de passar o café.

- Que mulheres preguiço...

- Shut up, House.

O silêncio invadiu o espaço, ouvia-se o rangido das xícaras, um mastigar baixinho, alguns suspiros, os carros lá fora e alguns grunhidos quase animais.

- Não posso deixar de comentar a flexibilidade e vulnerabilidade de ambos... Não que fosse novidade, mas é bom ver em conjunto...

- House, em algumas culturas isso é considerado ofensivo.- diz Wilson pausadamente após engolir um pedaço de pão.

- Em algumas culturas você é considerado um chato passivo. – resmunga House.

- E em qualquer cultura essa situação é patética. – ao dizer isso, Cuddy levantou-se pegando sua xícara e levando-a até a pia.

- Eu acredito ser de comum-acordo que isso não sai daqui.- falou Wilson exasperado balançando as mãos no ar.

Enquanto James Wilson mostrava desespero com as mãos, Lisa Cuddy estava tão vermelha quanto seus sapatos favoritos e House tirava uma folha de papel do bolso da calça.

- O que... É isso? – Wilson não tinha a mínima idéia, tratando-se de Gregory House podia ser... QUALQUER COISA, really.

- Hooooooooooooooooooooouuuusseee? – ignorando ambos, House ergueu o que parecia ser uma planilha.

- Um quadro de horários? – Lisa pegou o papel em suas mãos lendo-o junto a James.

- Até perdi meu tempo fazendo no Excel. – disse vitorioso.

- Você previra o que ia acontecer aqui ontem?

- A pergunta na verdade é: Você não faz um simples relatório , porém se preocupa em fazer um quadro de horários pra...

- Uma escala sexual, todos satisfeitos e meu dinheiro de prostitutas pode ir prum Dsi ou um Wii, não decidi ainda...

Lisa e James se olharam.

- Isso é uma loucura! – exclamaram juntos.

- Nenhum “em algumas culturas isso seria considerado falta de caráter”? – olhou para Wilson, seu olhar passou para Cuddy. – Nenhum “nós precisamos conversar depois de eu limpar minha bunda com os cheques que eu mesma assino”?

- Eu não posso... – Cuddy pôs uma das mãos sobre a boca e levantou as sobrancelhas sem saber o que dizer.

- Por que não? Antes de nós você estava numa seca de anos e você ainda estava em fase “não abro as pernas de ninguém porque minha namorada morreu.” Vocês não tem vida sexual ou social sem a minha pessoa.

- Como se você tivesse qualquer vida social. – falou Wilson pondo o papel aberto sobre a mesa.

- Estou... ofendido? – disse House pegando o papel para guardar.

- House... erm... – Cuddy mordia o lábio inferior procurando novamente palavras, olhou para Wilson que entendeu o recado.

- Vamos... Por que não?... Aceitar ou... Procurar... Entender? O quadro de horários.

- James Evan Wilson, sempre tão articulado.

- Olha, eu... aceito. Por que não? Sou solteira e...

- Ok. – falou House pondo-se de pé.

- House, onde você vai? – Wilson estava no mínimo confuso.

- Chequem o horário, domingos são de vocês dois.

- House? – perguntaram juntos.

- Have yourself a merry little Christmas. – Forçou um sotaque.

- House? – insistiram.

- Pode deixar eu sei o caminho de volta. – fechou a porta.

- Então? – perguntou Wilson.

Cuddy apenas deu ombros, ainda teriam tempo para entender o quadro.