A semana seguinte foi a mais agitada da vida de Kagome, na segunda noite que ela passou na mansão Taisho, Izayo organizou um jantar para que ela conhecesse Miroku. Kagome se perguntava se era a primeira vez que o conhecia ou se somente havia se esquecido.  Como se adivinha-se seus pensamentos Inuyasha lhe explicara que ela não chegara a conhecer Miroku antes do acidente, ficara sabendo que Sango e Miroku iriam se casar e que o jantar de noivado seria em suas semanas, na verdade ficara feliz, casamentos sempre mexiam com ela, nunca pensou que um dia casaria, afinal nuca teve um namorado, mas sempre se imaginou entrando na igreja com um magnífico vestido e que no altar estaria um homem que a amasse e com quem dividiria toda a sua vida, os momentos feliz e triste. Mas o que mais a angustiava e que ultimamente esse posto era ocupado por Inuyasha em seus sonhos e isso ela sabia que era impossível, na verdade vinha tentando se convencer que a causa de ficar tão nervosa ao estar perto de Inuyasha era por que eles eram muito unidos quando ela era criança, Izayo lhe contara que Inuyasha sempre havia sido como um irmão mais velho para ela, talvez esses sentimentos ainda estivessem adormecidos dentro dela e agora estavam se manifestando, pelo menos era o que queria acreditar.

Na sexta a noite depois do jantar Sango chamara Kagome para saírem juntas sábados, Kagome aceitou com entusiasmo, desde que chegara ali não sairá para lugar algum, logo cedo ela e Sango estavam prontas e assim que terminaram o café foram para cidade.

Inuyasha chegara a sua sala e se jogou no sofá, acabara de terminar uma operação de uma hora e estava exausto. Sua mãe ligará avisando que iria almoçar com uns amigos, que haviam voltado de viajam e que Kagome e Sango almoçariam fora, era a primeira vez em anos que queria ir para casa almoçar com sua família e elas não estavam.

Um sorriso apareceu em seus lábios ao achara a solução perfeita, pediu sua secretaria que remarcasse todas as suas consultas, afinal um dia não faria diferença mesmo. Ligou para Sango marcando um horário para se encontrarem, e claro que sua irmãzinha não perdeu a chance de fazer um comentário irônico em sua súbita mudança de comportamento, já que ele na maioria das vezes almoçava no hospital.

Não foi difícil encontra-las já que Sango escolhera o restaurante em que sempre que ele se dava uma folga levava ela e sua mãe para jantarem, quando chegou pode perceber que Kagome e Sango já pareciam bem próximas, imaginou se teria a mesma facilidade que Sango para se aproximar de Kagome, talvez a pouca diferença de idade entre elas ajudasse, a diferença entre ele e Kagome era de quinze anos, antes isso não era um problema, mas agora talvez fosse diferente.

Ao se aproximar da mesa e olhar Kagome a lembrança da noite em que eles conversaram no jardim veio a sua mente, depois daquilo eles não ficaram mais a sois e Inuyasha se sentia frustrado e aliviado ao mesmo tempo, era algo bem confuso. Depois dele cumprimentar as duas e se sentar o garçom veio atende-los, e eles fizeram os pedidos e Inuyasha esperou o garçom se retirar antes de falar.

—deve estar cansada Kagome depois de um dia inteiro de compras com Sango? –disse Inuyasha tentando formar um dialogo entro os dois, ele percebeu desde que chegou que Kagome parecia nervosa com sua presença.

—um pouco, mas estou muito animada foi divertido. –respondeu Kagome, Inuyasha pode ver o brilho em seus olhos e aquilo mexeu com ele, mas do que queria.

—esta vendo Inuyasha. –comentou Sango com um sorriso vitorioso. –nem todos acham à experiência desagradável.

—fico feliz que tenha achado alguém que consegue acompanhá-la por mais de uma hora. –Sango ia dizer algo, mas o toque de seu telefono a impediu.

—mas foi tão grave assim. –disse Sango chamando a atenção dos outros dois pelo tom de voz preocupado. –certo estou indo pra ai agora mesmo. –disse e desligou. –desculpem-me mais não vou poder almoçar com vocês.

—algum problema Sango?

—não é nada de mais... parece que ou um erro com a encomenda dos enfeites para o jantar, terei que ir ate a loja resolver.

—quer que eu vá com você? –perguntou Kagome.

—não precisa Kagome, não é nada serio você fica e almoça com o Inuyasha. –disse pegando sua bolsa e se levantando. –eu vou levar o carro, você leva a Kagome depois Inuyasha?

—deixa comigo. –Sango se despediu e saiu deixando os dois sozinhos, Inuyasha percebeu que Kagome ficou ainda mais nervosa, também não podia culpá-la, a primeira impressão que ela passará não fora nada boa.  

—se você quiser posso levá-la embora agora? –perguntou Inuyasha quebrando o silencio que se formara entre os dois depois que Sango sairá, Kagome se sentiu culpada, na certa ele percebera que ela parecia incomodada.

—não precisa... eu quero ficar. –disse torcendo para parecer o mais tranqüila possível, afinal ela não podia ficar assim sempre que o via, o que agora era sempre, Izayo lhe dissera que antes eles eram como irmãos, então a parti de agora era assim que Kagome o veria. –Inu eu...

—o que você disse? –perguntou no mesmo estante encarando Kagome surpreso.

—Inu? –Kagome não entendeu o espanto de Inuyasha. –e que isso me veio a cabeça, mas se você não gostar eu não o chamo assim.

—não... não é isso. –Inuyasha se apressou a explicar. –é que era assim que você me chamava antes, foi um pouco nostálgico. –Inuyasha tinha o olhar mais terno e sorriso doce que Kagome já vira, ela agradeceu por ter uma mesa entre ele, por que ela não confiança em resistir à tentação de abraçá-lo. –você é a única pessoa que me chama assim, por isso eu não me importo. –Kagome podia sentir seu rosto ficar corado. –então o que queria me perguntar? –a essa altura Kagome já havia esquecido qualquer coisa que passará por sua cabeça, mas se forçou a recuperar o juízo.

—eu queria que você me falasse sobre o meu pai. –o pedido pareceu pega-lo de surpresa e Kagome se perguntava se seria difícil para Inuyasha falar sobre isso, Izayo comentará que ele fora quem mais sofrerá com a perda.

—na verdade não tem muito a ser dito. –Inuyasha disse perdido em suas lembranças. –ele era um cara bem simples e que entrava de cabeça em tudo que fazia. –um sorriso apareceu em seus lábios. –minha mãe o chamava de irresponsável, afinal o que ele queria engravidando a namorada. –Kagome levou a mão à boca com a revelação, mas logo um sorriso divertido surgiu em seus lábios. –até hoje eu acredito que ele fez isso para ter uma desculpa que fizesse Saory se casar com ele, aqueles dois realmente as amavam. –der repente a face de Inuyasha ficou sombria. –eu estava com ele quando morreu. –ele olhou Kagome no fundo dos olhos. –a ultima coisa que ele me pediu foi que te encontrasse e cuidasse de você, e a única coisa que eu podia fazer por ele era lhe prometer que a acharia e cuidaria de você. –Kagome pode sentir a emoção em sua voz. –Souta sempre acreditou que com esforço podíamos fazer qualquer coisa e foi isso que fiz, nesses últimos oito anos me esforcei o máximo para encontrá-la... e fico feliz de não ter desistido.

—eu também. –disse Kagome sem pensar, não conseguia desviar daqueles olhos dourados que a encaravam tão intensamente. –Inuyasha eu... –a chegada do garçom a interrompeu, o clima entre eles mudou, como se eles tivessem voltado para a realidade de um mundo onde só os dois estavam e Kagome tinha plena certeza de que seu rosto estava corado, ela queria que um buraco se abrisse no chão de onde ela nunca mais sairia, seu coração batia descontrolado, quase sentia falta de ar. O resto do almoço e a volta foram em silencio, assim que chegaram Kagome foi direto para seu quarto de onde não sairia até o jantar.

—o que eu estava fazendo? –se perguntava Kagome já na segurança de seu quarto. Jogou-se na cama afundando o rosto no travesseiro, ela sabia muito bem o que teria dito se o garçom não a interrompesse. –“eu quero que você cuide de mim Inuyasha, mas não como sua irmãzinha...” - repetia as palavras que estivera preste a dizer, tinha que se controlar, afinal mal o conhecia isso era impossível.

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