Aquela estava sendo a pior semana que já tivera, estava começando a acreditar que sair de casa fora o maior erro que já cometerá tudo que fazia era ir do hotel para o hospital e às vezes nem voltava, mas o pior era que não via mais Kagome, ela parará de fazer o serviço comunitário no hospital e suspeitava que fosse por sua causa.

Mas a questão era... sentia sua falta, seu sorriso, sua voz, seus beijos e esses eram os que mais o atormentavam.

-então como anda a vida de reclusão? –disse Miroku se sentando à mesa em que Inuyasha almoçava.

-muito engraçado.

-não acha que esta um pouco grande para dar uma de rebelde e sair de casa?

-e você Miroku não acha que estou grande para se meter na minha vida? –disse com um falso sorriso.

-parece que alguém acordou no lado errado da cama. –disse sem se incomodar com o mau humor do amigo.

-desculpa. –disse desanimado.

-você esta levando isso longe demais Inuyasha. –Miroku adquiriu uma expressão seria. –até quando você acha que ela vai agüentar isso?

-já nem sei mais, não sei como lidar com isso.

-admitir seria um bom começo.

-você acha? –Inuyasha deu um fraco sorriso.  

 -se não fizer isso você vai acabar transformando o amor dela por você em ódio, é isso que você quer? –Inuyasha não disse nada, mas as palavras de Miroku ficaram em sua cabeça.

Kagome não estava mais agüentado aquilo. Pensou que ao parar de ir ao hospital talvez Inuyasha percebesse que estava sendo um grande tolo.

Embora Sango insistisse que logo Inuyasha voltaria Kagome sabia que não seria tão fácil assim, Inuyasha era a pessoa mais teimosa que conhecerá e havia apreendido que a única maneira de enfrentá-lo era de frente, assim como havia feito nas ultimas duas vezes anteriores, na primeira eles acabaram se beijando e embora na segunda a reação de Inuyasha não fora como imaginará, o fato de ele ter fugido significava que ele sabia que havia algo entre eles, mas não queria admitir, agora era a hora de fazê-lo aceitar e dessa vez também iria ganhar.

Inuyasha acordou com o toque insistente da campainha, quando abriu a porta se surpreendeu ao se deparar com Kagome.

-o que esta fazendo aqui Kagome? –perguntou surpreso e um pouco confuso com a expressão da jovem, essa não disse nada, apenas passou por Inuyasha entrando no apartamento.

-certo pode entrar. –disse ironicamente, fechou a porta e se virou para Kagome que permanecia parada de costas para ela. –o que houve Kagome. Ela deu um longo suspiro e então se virou para ele.

-uma vez você me disse que prometeu ao meu pai que cuidaria de mim, não é?

-foi. –disse sem entender onde ela queria chegar.

-então é por isso que esta fugindo de mim, por causa dessa promessa? –Inuyasha apertou a mão em sinal de nervosismo.

-Kagome esta tarde vamos falar sobre isso depois.

-não Inuyasha, chega de fugir!

-eu não estou fugindo. –declarou serio.

-esta fugindo sim, pois tem medo de assumir seus próprios sentimentos.

-já chega Kagome é melhor você ir embora.

-certo se é isso que você quer. –Kagome deu um longo suspiro e o encarou seriamente. –mas se eu for agora será definitivo, se você não esta disposto a me ver como uma mulher tenho certeza que o Kouga esta. -Inuyasha sentiu seu sangue gelar, ela não podia estar falando serio.

-você não esta falando serio, não é?

-e o que você pensa? –Inuyasha não estava acreditando naquilo, ela o estava ameaçando, a simples idéia de Kagome junto de Kouga era algo que ele não conseguia imaginar.

-você não vai.

-e o que você vai fazer? –Kagome cruzou os braços desafiadora. –você ainda não percebeu Inuyasha, eu já tenho vinte anos posso perfeitamente decidir o que fazer com a minha vida. –ela deu um sorriso triste. –ouviu... eu não sou mais uma criança, eu sou uma mulher não preciso de alguém que cuide de mim, mas sim de alguém que me ame. –e sem dizer nada saiu correndo, deixando Inuyasha sozinho sem saber o que fazer.

“-Inuyasha me prometa que cuidara da Kagome.”

A lembrança de Souta não saia da cabeça de Inuyasha, tinha que fazer alguma coisa, mas não sabia o que.

“-eu não preciso que cuidem de mim, mas preciso de alguém que me ame.” –de repente foi como se um raio o atingisse, sem pensar duas vezes correu para fora do apartamento, se a deixasse ir agora a perderia para sempre e isso era algo que não poderia suportar.

Kagome estava para em frente ao elevador, as lagrimas que tanto estava segurando, as mesmas lagrimas que jurará a si mesma não chorar na frente dele agora caiam sem controle.

Quando a porta de elevador se abriu antes que ela pudesse entrar sentiu seu braço sendo agarrado, de repente foi puxada se deparando com Inuyasha.

-se você quer que eu deixe de vê-la como uma garotinha de doze anos. –começou Inuyasha ofegante. –saiba que isso já aconteceu a muito tempo e como foi difícil tentar negar.

-Inuyasha... –antes que Kagome continuasse Inuyasha a puxou pela nuca unindo seus lábios em um beijo possessivo e ardente. Kagome passou os braços envolta de Inuyasha se deixando levar pela maravilhosa sensação que a envolvia, o chão aos seus pés parecia ter sumido. –o que o fez mudar de idéia? –perguntou Kagome quando se separaram em busca de ar.

-por um simples motivo. Disse a abraçando pela cintura puxando-a para si. –você é minha e não vou deixar que nenhum outro cara a tire de mim. –e voltou a beijá-la, mas agora era um beijo mais suave, saboreando cada sensação que tê-la nos braços o despertava.  

-Inuyasha... –sua voz não passava de um sussurro enquanto Inuyasha beijava seu pescoço.

-não fale. –disse agora beijando cada centímetro de sua face.

-então... foi tão ruim assim? –perguntou sorriso, Inuyasha retribuiu o sorriso.

-é muito melhor. –ele lhe acariciava o rosto suavemente. Só não sei se consigo parar.

-não precisa. –disse encostando sua testa na de Inuyasha. –eu confio em você.

-você não devia ter dito isso. Com um sorriso sedutor Inuyasha apegou no colo levando-a de volta para o apartamento.