Little Love. escrita por YasuSama


Capítulo 1
For the rest of time.




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É absurdamente incrível...

Como alguém pode te mudar e te deixar bobo com apenas um sorriso e apenas sua voz cause arrepios por todo seu corpo.

É estranho e incógnito você se apaixonar perdidamente por alguém que é como um irmão para você. Mas para a minha sorte, ou infelicidade, a vida nos prega alguns desses desafios e nos prensa contra a parede e nos manda escolher entre o amor e a amizade. E tens que estar ciente do que serás melhor para ti e para teu amor, pois se fizestes a escolha errada; ambos pagaram o preço.

Mas o amor na maioria das vezes é empregado como um perigo, sendo realmente um, mas não um perigo que devemos temer. O meu caso, por exemplo, eu me curvei diante dessa ilustre paixão e me tornei um serviçal desse amor louco, mas por vontade súbita. Mesmo esse amor sendo desconhecido e inconsciente para quem eu tanto desejo.

É complicado, em quase todo show, ter aquele ser deslumbrante cantando tão próximo a mim, chega a ser embaraçoso. E cada vez mais, exijo do meu autocontrole ao máximo.

E isso está a cada ano se tornando mais insuportável e instável. Meu coração não tolera mais que eu esconda tanto meus sentimentos, ao ponto de palpitar e me aproximar demasiado dele e logo após me afastar sem explicação alguma.

Tornou-se uma coisa explicita, tanto que Tom certa vez viera me perguntar o que acontecera comigo, que estava tão distante e sempre com melancolia com qualquer coisa relacionada a Steven.

Sinceramente, eu esperava ares de mudanças. Mas depois de tanto tempo, cansei de esperar alguma atitude dele, e cheguei a crer que realmente ele não queria nada comigo e o sentimento não era recíproco.

Fiquei completamente alucinado com essa idéia. A verdade, é que eu queria isso fosse sincero. Que ele não gostasse de mim e não sofrêssemos com esse amor.

Eu não acreditara que se ficássemos juntos algum dia, eu fosse suficientemente bom para ele, que não poderia dar-lhe carícias quando ele estivesse mal, que não secasse suas lágrimas com as pontas dos dedos e não lhe abraçar após qualquer show.

Era uma hipótese meio impossível. Nosso amor sempre iria se trancafiar entre nós dois, e nunca seria compartilhado, por escolha dele provavelmente. Pela minha parte, eu gritaria ao mundo o quanto eu lutei para tê-lo perto de mim e beijá-lo antes de encerrar o show.

Mas considero que isto seria meio inadequado aos olhos dos fãs.

Uma hora teria que tomar alguma atitude. Não sei qual até agora, mas acho que o melhor seria deixar acontecer. Nunca gostara de planejar algo, ainda mais algo tão incerto.

Para minha alegria, ou minha desgraça, Tom cismou que deveríamos fazer uma reunião do grupo para distrair; como um encontro de amigos. E logicamente, ele não me dera chance para escapar.

E a casa dele, era estranhamente grande. E estranhamente ele tinha quartos para os integrantes da banda. Um onde sempre dormíamos, Steven e eu, e os outros três em outro quarto.

Nunca entendera realmente o porque nós dois ficamos em um quarto separado, mas por fim, era o que se tinha para o final de semana.

Cheguei à reunião e todos já estavam jogados no sofá comendo pizza e se enchendo de bebidas e refrigerante. Fui recebido por um ecoante “Demorou ein Joe, estava fazendo algo melhor do que vir passar o final de semana com seus amigos?”. Eu apenas meneei a cabeça para dizer que não estivera fazendo nada nas últimas horas.

Percebi que Steven demorava seu olhar em mim, e estremeci, porém sorri para ele e fui praticamente hipnotizado com aquele sorriso que sempre me encantara e deixara louco.

Com o passar do tempo comecei a conversar e entrar na bebedeira, porém, sem a pizza, porque eles a devoraram antes que eu pudesse pedir um pedaço.

Fiquei extremamente alegre com aquela bebida que me ofereceram que pelo jeito, nunca descobrirei qual era. Mas o gosto era completamente doce, ou seja, o porre foi pior do que o esperado.

Resolvi que ia dormir, ficar ali olhando pra cara do Steven que estava pior que eu, após ter ingerido uma grande quantidade daquela bebida estranha e hipnótica. Não dera explicação nenhuma a nenhum deles e fora diretamente para o quarto que de costume eu dormira.

Cambaleante conseguira chegar até lá sem tomar nem um tombo e transformar aquela noite em algo ainda mais desastroso.  Não acendera a luz nem nada, apenas entrei e sentei-me na cama e decidi por fumar um cigarro.

Refleti, refleti muito, talvez fosse a bebida que me fizesse pensar o quanto louco era o meu sentimento. Sentia-me tonto, embriagado com o cheiro da bebida e do cigarro que a pouco, percebera que era de cereja. Aliás, acho que peguei esse cigarro na sala, provavelmente era do Steven, afinal, ele que gostava de cigarros com esse sabor.

No quarto, não se via nada, apenas a ponta avermelhada do cigarro, que agora estava no final já, afinal, já sentira o sabor mais forte, demonstrando que estava próximo ao filtro.

Vi um pequeno facho de luz aparecer entre as sombras, e notara que a porta fora aberta e alguém entrara no quarto e sentara-se ao meu lado; pelo seu cheiro e pela doce voz que me domara desde que a ouvi ressoando dentro do quarto cantarolando um trecho de Angel, só que de forma mais melodiosa e melancólica. Era Steven.

Senti o colchão se afagar levemente quando ele sentou-se ao meu lado e perguntou se estava tudo bem. Eu dissera que talvez sim, talvez não, e acrescentei:

 - Talvez seja alucinação minha. – E para a minha surpresa ele se aproximara e dissera rente ao meu ouvido;

-Algo para me dizer? Ou vai esconder alguma coisa de mim?

Senti minha pele inteira arrepiar-se com a proximidade, e ainda mais quando seus lábios tocaram de leve minha orelha causando um leve e trêmulo suspiro que lutei para contê-lo.

- Parece incorreto... Parece incerto... Talvez até louco, alucinado.

Eu dizia palavras desconexas, sempre deixando o quanto eu estava inerte em algo.  Não tinha noção do que estava dizendo e fazendo. Muito álcool, pouco pensamento. Destilados e fermentados resultam nisso.

Então restou-me um silêncio longo e constrangedor. Em que provavelmente, minhas bochechas coraram nesse meio tempo, agradeço a situação estar sob luzes apagadas. Parece, aliás, é idiota uma pessoa da minha idade, que tem quem quiser deitado em sua cama, ficar corado por uma situação como esta.

Então ele enlaçou minha cintura e repousou sua cabeça em meu ombro, e tinha certeza que ele me mirava. Suavemente passei minhas mãos em seus cabelos... Sempre tão macios e bem cuidados, que por anos eu sentira sua textura aveludada. Senti sua respiração um pouco mais próxima às maçãs do meu rosto e beijou-me a bochecha de leve.

- Entendo o que está passando...

Apenas disse-me isso e calou-se afagando ligeiramente minha cintura. Quisera aproveitar o momento ao máximo. Já que estava ali, não poderia perder a coragem mais uma vez e adiantar o que eu sempre quisera fazer.

Passei minha mão pelo seu rosto e tomei um último ar antes de falar. Coloquei meu rosto rente ao seu e murmurei falhado;

- Entende o que eu passo? Entende que eu te amo e sempre escondera isso de tudo e todos?- Pausei, pois o ar me faltou. – Entende que isso na maioria das vezes me corrói? Me deixa aturdido e alucinado?

- Se tanto o quer... – Pausou a fala. – Por que não o faz? Eu estive esperando por esse momento durante anos em minha vida.

Perdi a noção do tempo, do tanto que bebi, o chão pareceu afundar-se e tudo sumiu ao meu redor. Sentia-me pisando em pequenos ramos de flores ou até mesmo flutuando. Então resolvi acabar com aquilo logo, o tomei em meus braços e o beijei lenta e profundamente, como sempre sonhara.

Nunca imaginara que seus lábios fossem tão macios, tão deliciosos e viciantes de se provar, muito menos que seu toque pudesse me causar tantos arrepios e arrancar-me suspiros sem pudor algum... Não imaginara que um dia, ele me daria um beijo tão carinhoso e cheio de amor. Não imaginara também, o quanto eu o desejava. Era muito mais do que eu achava e sentia, antes de provar daqueles lábios tão doces e mentolados.

- Joe, eu te amo. – E ele voltou a acariciar-me e assim passamos provavelmente o resto da noite, até adormecemos um nos braços dos outros.


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Notas finais do capítulo

Agradeço a todos que leram. :{
Se gostaram ou não, deixa de ser problema meu, afinal, para quem eu escrevera a história, gostara e muito.



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