Já tinha passado quase dois meses que as aulas haviam começado e tinham passado a correr. Tinha discutido com a Pansy e acabado a amizade, já não discutia tanto com o Draco apesar de passar mais tempo com ele e com o Blaise agora que a Pansy não se vinha intrometer.

– Draco? - chamei por ele enquanto olhava para as chamas calorosas da lareira da sala comum dos Slytherin.

– Diz. - pude ouvir a sua voz ao meu lado. Estávamos sentados no chão da sala vazia, encostados ao sofá verde de veludo.

Ficamos em silêncio durante uns minutos enquanto escolhia cuidadosamente as palavras. Apesar de já passar da hora do recolher nunca estamos sozinhos no que se toca aos Slytherins.

– Temos de terminar com aquilo. - digo finalmente.

– Temos de falar com o teu pai.

Olho para ele confusa. Com o meu pai?!

– Como assim? Ele já nos disse o que temos de fazer e quando temos de fazer. - digo quase num sussurro.

– Eu sei. Mas temos de o avisar para o caso de algo correr mal. - ele devolve me o olhar.

Penso no que ele me diz. - Sim, tens razão. - acabo por concordar com ele por muito que não quisesse. E volto a olhar para a lareira.

Ficamos em silêncio novamente ouvindo a chuva a bater nas pedras do castelo e o crepitar do fogo.

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Era já de manha e o último dia de fim de semana, infelizmente. Tinha ficado até tarde com o Malfoy sem fazermos nada, literalmente nada.

Desci até ao salão principal acompanhada com alguns Slytherins mal humorados, para não variar...

– Lexi! - ouço aquela voz que podia distinguir em qualquer sitio. Olho para Blaise com um sorriso de orelha a orelha. Vejo-o a fazer um gesto que interpreto sem quaisquer dificuldade e vou-me sentar ao seu lado e à frente de Draco.

– Bom dia. - sorri aos dois. - Como estão?

– Estava melhor antes de teres chegado. - olho para o Malfoy incrédula. Pensei que já tivessemos passado esta fase.

– Tas mal?! - aponto para o resto da mesa. - Olha ali tantos lugares de vago. - e faço um sorriso cínico.

– Pensei que vocês já não andassem nisto. - lancei um olhar ao Blaise e ele percebeu que eu partilhava a mesma opinião que ele.

– Nem sequer me vou dar ao trabalho de vos responder. - ele levanta-se e vai-se embora.

– O que se passa Blaise? - pergunto confusa. - Ainda ontem estávamos bem.

– Não sei Lexi. - vejo-o a morder a torrada.

– Vou atrás dele. - levanto-me agarrando a torrada que ele tinha na mão e fui comendo enquanto percorria o salão. Quando sai deste não o conseguia ver em lado nenhum e decidi ir à procura dele a onde todos os Slytherins iam, à sala das necessidades.

– Draco? - pergunto quando o vejo sentado no chão encostado à parede e apoiando a cabeça nas mãos. Mas o que raio se está a passar?! - O que se passa? O qe aconteceu?

Coloco-me à sua frente, com os joelhos no chão e gentilmente agarro nos seus pulsos com as minhas mãos e afasto-os de modo a puder olhar o seu rosto. Podia ver que lágrimas escorriam por ele.

– O que se passa? - pergunto novamente preocupada.

– Ele cumpriu o aviso. - acabou por me responder por entre soluços.