Os gêmeos se encararam.

– Só um palpite, né?! - fita Atsuya

– Você queria que eu falasse o quê?! Olha Hiroto, eu sei que você também gosta dele, mas não sente... Não podia dizer isso e você sabe.

– É, mas tudo bem. Ele vai descobrir isso cedo ou tarde.

Atsuya estava com as duas pernas no braço do sofá, assim de frente para Shirou para ouvir o que este falava. Shirou colocou uma de suas pernas no braço do sofá, obrigando Atsuya a abrir as pernas. Shirou se inclinou e então fazendo Atsuya deitar no sofá beijou-o com toda a calma e paciência que havia dentro de si.

Um beijo calmo, mas envolvente. Shirou tentava aprofundar o beijo fazendo com que sua língua entrasse na boca de Atsuya que por sua vez cedeu passagem. Atsuya colocou uma de suas mãos na nuca de Shirou e empurrou levemente sua cabeça para ter um pouco mais do gosto de seu irmão nele.

– Hmm... - murmuravam eles durante o beijo

Mas logo o ar ficou rarefeito para ambos e infelizmente tiveram que se separar para respirar.

– Shirou...

– Fala

– Quando você se apaixonou por mim e no primeiro momento eu não correspondi você ficou muito mal que eu me lembro muito bem. Mas... Você já tinha pensado em se matar por causa daquilo?

– Sim. Eu tinha até pegado uma faca na mão e colocado sobre meu pulso, mas não tive coragem. Por que a pergunta?

– Só medo de que o Nagumo tente fazer isso.

– Entendi, mas eu acho que ele não faz isso não.

– Tomara...

– Ei Atsuya...

– Fala - Atsuya sente Shirou esfregando-se em seu corpo

– No sofá não Shirou...

– Por quê? Eu sempre tive vontade de fazer sexo no sofá, na cozinha e na piscina, sabia?!

– Que tipo de fantasias sexuais é essas?!

– Ah, sei lá... Vai, vamos... - se esfrega novamente

– Tá certo, tá certo. Eu mereço viu...

Eles começaram a se beijar e a tirar as roupas ali mesmo.

Depois de se chuparem Shirou entrou em Atsuya.

– Ah... Ah... S - Shi... Ah! - Tentava falar Atsuya

– A - ah - Atsu… Ah! Ah! - Falava Shirou

O prazer dos dois já estava no limite, mais um pouco e o orgasmo deles seria atingido.

Com uma última estocada no interior de Atsuya, Shirou gemeu alto o nome de seu irmão e Atsuya fez o mesmo com o nome de Shirou. Eles gozaram juntos e caíram exaustos no sofá.

Começava a escurecer e Nagumo estava na janela de seu quarto ouvindo a música Over and Over do Three Days Grace.

Hiroto estava na janela de seu quarto e ele viu Nagumo que para ele não estava bem.

“Mas o que ele...” Hiroto foi interrompido de seus pensamentos, pois Nagumo começou a cantar uma parte da música, que aparentemente parecia o refrão.

– Over and over, over and over I fall for you. Over and over, over and over I try not to…

“Por que logo por mim Nagumo você foi se apaixonar?” pensou Hiroto ao deitar-se na cama.

A escola continuou, e a vida rotineira de nossos amiguinhos também. Mais uma semana se passou. Nagumo sofrendo por estar gostando de Hiroto, Suzuno tentando entender o que estava acontecendo e Hiroto evitando Nagumo.

Ao lado da casa de Shirou e Atsuya havia se mudado uma menina de 16 anos. Michelly é seu nome. Magra, morena, 1,69m, olhos castanhos claros e cabelo comprido cacheado preto.

Seu pai, Jonas. 1,72m, encorpado, pardo, olhos castanhos escuros, cabelo arrepiado preto.

Sua mãe, Rosely. 1,65m, magra, branca, olhos castanhos claros, cabelo liso ruivo.

Já fazia alguns dias que ela havia se mudado e Atsuya olhava muito para ela. Na verdade ele estava gostando dela, mas deixou em segredo. Mesmo assim ele continuava com Shirou para não dar pistas.

Quinta-feira da terceira semana de Maio. Hiroto não estava em casa, pois foi fazer um trabalho com seu amigo Douglas.

Suzuno foi então à casa de Nagumo para conversar com ele, pois já havia alguns dias que o vira muito triste. Ao chegar lá Nagumo abriu a porta e convidou Suzuno para entrar. Eles então se sentaram e começaram a conversar.

– Nagumo... Faz alguns dias que eu te vejo triste. Aconteceu alguma coisa?

– Não, na verdade não “eu acho”.

– Ah, fala aí, eu prometo ficar quieto e quem sabe eu posso até te ajudar.

– Não sei Suzuno é complicado...

– Mesmo assim dependendo do que for eu posso ser de grande ajuda. Não sou tão próximo de você como meu irmão, mas eu posso tentar te ajudar.

– Será que pode mesmo?

– Talvez, diz aí o que aconteceu pra mim.

– Tá legal, mas vai ter que guardar segredo.

– Sem problemas.

– Então Suzuno, lá vai. Eu estou apaixonado pelo seu irmão.

Suzuno não sabia o que falar e nem conseguia se mexer.

– Você... O quê? - Suzuno perguntou então.

– É isso mesmo que você ouviu. Apaixonei-me por seu irmão, eu não pude evitar... Eu... Eu - começa a chorar

– Tudo bem Nagumo - o abraça - Tá tudo bem...

Nagumo abraçava Suzuno cada vez mais forte, talvez para buscar conforto no mesmo, já que este ficava praticamente só.

– Chore tudo o que tiver pra chorar Nagumo, calma, fica calmo - dizia Suzuno ainda abraçado com Nagumo.

Nagumo ficou um bom tempo abraçado com Suzuno, mas depois ele se soltou e passou a mão no rosto.

– Tá melhor? - pergunta Suzuno - Dizem que chorar tira as impurezas que estão conosco.

– O - obrigado Suzuno - disse Nagumo soluçando.

– Fique tranqüilo, estou aqui para ajudá-lo...

Nagumo apenas sorri. Para ele era embaraçoso conversar com o irmão de Hiroto, já que eles nunca foram bem próximos.

– Nagumo, meu irmão já tentou fazer alguma coisa com você?

– Que tipo de coisa?- limpa os olhos

– Tipo, algo estranho...

– Bom, uma vez ele caiu em cima de mim e começou a se esfregar - Nagumo cora violentamente ao dizer isso

– Como se estivesse te convidando pra transar?

– Digamos que sim...

– Esse Hiroto... É um problema - disse Suzuno cruzando os braços - Me desculpe pelo que ele fez...

– Tudo bem - sorri - Mas aquilo já aconteceu com você?

– Já sim, uma vez só... Sabe Nagumo, meu irmão tem um pequeno problema, por isso às vezes ele faz aquilo

– Que tipo de problema Suzuno?