Os lábios do homem a minha frente me prendiam com um perfeito sorriso. Nunca havia visto um homem tão bonito e cavalheiro. - É um prazer conhece-lo, Sr. - Abri um belo sorriso, um tanto que sedutor. Era evidente que não havia me apaixonado por ele, mais precisava de alguém que pudesse recuperar a minha criança. Iria fazer qualquer coisa por ela.

- Meu irmão disse que esta a pouco tempo na cidade e que não tem familia, é verdade? - Ele novamente tomou minha mão, colocando em seu antebraço e caminhando ao meu lado pelo saguão.

- Meus pais morreram em um acidente, deixando a mim e minhas irmãs orfãs porém, as duas são casadas e não me aceitaram em suas casas. - Respirei fundo. De um certo modo chegava a ser engraçada toda essa mentira. Porém, mantinha meus olhos voltados para baixo, como se realmente estivesse triste. - Tem alguns meses que isso aconteceu e, não sei mais o que fazer. - Sentir uma lágrima brotar em meus olhos e escorrer pela minha face bronzeada. De fato, não me lembrava de meus pais naquele momento e sim, de Charlotte.

- Sinto muito pela sua perda. - Ele parou de andar e ficou na minha frente. Levou sua mão até meu queixo, levantando meu rosto e me olhando nos olhos. Estremeci. Seus olhos azuis brilhavam. - Essa sua dor irá acabar, certo? - Estava hipnotizada. - Confia em mim? -

- Certo. - Me senti dominada pelo seu cheiro e cambaleei. - Confio. - Ele voltou para o meu lado e na mesma hora balancei a cabeça, saindo do transe. - O que estavamos falando? - Sorri. Não me lembrava mais do que falavamos antes do momento em que disse que confiava nele, apenas estava encantada.

Passamos o resto da noite juntos, dançando e bebendo. Parecia que nos conheciamos a anos só não me sentia a vontade de lhe contar o que realmente tinha me acontecido apesar de que, no fundo, acreditava que ele sabia que mentia para  ele. As vezes meus olhos percorriam pelo salão, encontrando o jovem Elijah nos olhando, parecia preocupado e feliz ao mesmo tempo. Provavelmente tinha algo de errado.

Horas se passaram até Niklaus me levar até um jardim muito lindo, o que daria uma bela cena romantica. Dava pra ver a felicidade em meus olhos, acreditava que havia feito o mesmo se apaixonar por mim. Sentei-me em um banco e respirei lentamente, de olhos fechado, sentindo a leve brisa bater em meu rosto e movimentando lentamente meus cabelos castanhos ondulados.

- O que achou do baile? - Sua voz era tranquila e doce.

- Perfeita. Me diverti bastante. - Lhe respondi na mesma hora, abrindo os olhos.

- Algo me diz que não estas me falando a verdade. - Ele sorriu de maneira amigavel mas, mesmo assim me senti encurralada e fui obrigada a olhar ele e, antes de lhe responder qualquer coisas seus olhos azuis encontraram o meu mais uma vez. - Pode me falar a verdade Katerina, confie em mim. - Acariciou meu rosto.