The Vampires Forest escrita por AnnySama


Capítulo 18
Isso nunca vai acabar




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Sai cambaleando na chuva. Estava tonta, não pensava direito. Tudo já havia acontecido. Uma humana que se achou no direito de ir para o mundo vampiro. O que eu estava fazendo? O que eu achava que estava fazendo? Agora tudo estava errado. E Henry? Ele...Ele iria morrer como Louis? Por uma peça fora de tudo, eu. Colibri se fazia de minha amiga, e eu estava começando a gostar dela. E então a traição veio à tona, o remorso por ter acreditado em Heidi. Mas eu não tinha tempo para pensar nisso, precisava pensar em alguma forma de deter o plano de Colibri. Corri para a casa. Liana ainda não havia chegado. Dei um “oi” para Maison e corri para o quarto. Peguei o livro de novo. Passei a mão na capa dele umas cinco vezes, o folheei algumas vezes até ouvir um pequeno batido na janela. Era delicado, mas rápido.

      Olhei. Não acreditei no que estava vendo. Era uma menina...De no máximo 16 anos, como eu. Tinha cabelos tão loiros que pareciam brancos e eram rebeldes. Balançavam ao vento. Sua pele era de um incrível tom branco, isso me lembrava o tom de pele de vampiros. Abri a janela para tentar entender a situação. Ela pulou com agilidade para dentro de meu quarto. Eu fiquei vermelha de raiva.

      -Quem é você? O que está fazendo aqui? – Disse duramente.

      -Acalme-se Alice. Achei que me reconheceria. Pelo visto me enganei. – Ela riu minuciosamente.  O tom de voz. Doce e solidário. Só podia ser Heidi. Enfureci-me mais. Mas sorri duramente.

      -Heidi. O que...Aconteceu com o seu corpo? – Disse olhando algumas vezes para o rosto mais jovial do que antes.

      -Eu precisava de um disfarce para ficar com você publicamente. – Ela disse como se fosse obvio. – Não se preocupe, não tive que matar ninguém para pegar esse corpo. Ela já estava morta. – Ela disse simplesmente. Meus olhos se arregalaram de pavor. Não que isso fosse ruim, pelo menos ela não teve que matar, como disse.

      Passei as mãos mais algumas vezes sobre a capa e olhei para ela, séria. Ela se assustou, depois seus olhos voltaram ao sereno normal.

      -O que tem a me dizer sobre isso, Heidi? Louis? Viollet? Ben? – Disse, cética.

      -Histórias do passado, Alice. Vamos viver o hoje. – Disse ela calmamente.

      -Mas isto está se repetindo? O que tem a me dizer sobre isso? – Repeti, pressionando-a.

      -Opa! Cuidado Alice, posso ser sua amiga. Mas eu me irrito com facilidade. – Disse ela, cruelmente. Eu fuzilei os olhos nela. – Muito bem, acho que você merece uma explicação. – Disse ela, por fim.

      -É claro que mereço! – Disse rispidamente.

      -Muito bem. Não estou aplicando golpes, se é o que pensa. Eu só tenho planos para conseguir o que eu quero. Não me diga que você nunca usou de estratégias para conseguir o que queria? – Perguntou ela. Era uma pergunta retórica, eu fiquei em silencio. – Essa história já aconteceu há muitos anos atrás. Admito.

      -Mas então você não é minha amiga? – Disse como uma daquelas garotas que idolatram uma menina que é o exemplo da sala, bonita e chamada de deusa.

      -Mas sinceramente, eu gosto de você. Não vejo por que não um acordo saudável e verdadeiro. – Ela sorriu sugestivamente. – Aliás, Viollet não era uma pessoa muito legal de se conversar. Nervosa demais, você foi tão natural na floresta.

      -Eu sabia o que ia acontecer. Mas eu não estou calma por dentro. – Disse firmemente.

      -Hummm...Não se preocupe, não irei te machucar. Não machucarei ninguém dos Phillper.

      -Machucou Hillary. – Disse friamente.

      -Antes de nosso acordo, e ela me atacou primeiro. – Ela se encolheu com o pavor em meus olhos.

      -Ela vai morrer. E você não pode fazer nada quanto a isso. O acordo de nada serve. – Cruzei os braços tentando segurar a dor em meu peito. – Você não é muito confiável. – Disse, provocando-a. Eu não entendi direito o que havia acontecido. Mas, em um só segundo, Colibri havia pulado para cima de mim. Os dentes a mostra, eu suava frio.

      -Olhe aqui! Você fará o que eu mandar se ainda quer Jaden de volta e a vida de seus preciosos Phillper. E a sua própria vida! Entende? Ninguém vai atrapalhar meus planos. – Disse ela. Num rosnado feroz.

      -Mas...Mas e Henry? Se ele descobrir o plano...O que acontecerá? – Disse. Minhas pernas tremiam.

      -Henry também não é como Louis. Louis era arrogante e sempre muito orgulhoso. Ele queria Viollet com ele, não se preocupava com a felicidade dela. E, veja, mesmo Henry já sabendo que você ama Jaden, ele nunca ousou de te machucar por isso. Não se preocupe. – Ela se afastou um pouco de mim. Eu suspirei aliviada.

      -Eu serei seu fantoche. Você sabe que sim. Mas não machuque mais ninguém. E que essa historia não acabe como esta – Indiquei o livro. Ela suspirou.

      -Eu sou a Colibri. Não você. Se eu quero que uma coisa aconteça, ninguém me impedirá, está certo? Então não me dê ordens. Nada vai sair como esse livro. – Ela disse rispidamente. Eu trinquei os dentes. – Ah! E, aliás, estou matriculada na Ottawa High School. Então mereço pelo menos um “bem vinda!”. – Falou ela com um olhar triunfante. Suspirei.

      -Bem vinda. - Disse, sem vida. Como um sussurro.

      -Isso mesmo. Até amanhã, então. Tchau. – Disse ela. E saiu voando pela minha janela. O vento bateu em meus cabelos. Amarrei-os fortemente.

      O dia passou normal e sem emoção. Eu já não contava mais com Colibri como amiga. Como uma segurança de que eu teria Jaden de volta. Ela faria o que ela quisesse, e não sabia se ela queria minha felicidade. Lia chegou ás seis horas da tarde. Eu estava terminando de tomar meu banho. Ela não me cumprimentou. Nem veio ao meu quarto, e isso era bom. Como eu explicaria para ela toda a minha infelicidade? Tudo que havia passado no café da manhã? Minhas lagrimas? Notei que o dia passara muito lento. Não senti a hora passar, parecia um martelar cada segundo, um dia que não deveria ser vivido.

      Dormi como se fosse morrer dormindo.

Na verdade, isso seria bom. A melhor forma de morrer. Isso seria perfeito. Mais um item adquirido na minha lista de coisas que eu quero que aconteçam. O primeiro item de minha lista era: Nenhum dos Phillper se machucar.

      Eu sinceramente não esperava nada do mundo, a não ser morrer.

      Acordei ás 4:00. Lia, milagrosamente, ainda estava dormindo. Sai sorrateiramente para a escola. Eu sabia que estava muito cedo para ir para lá, mas eu não podia nem olhar para minha tia. Ela podia tocar no assunto a qualquer momento.

      Fui a pé para a escola. Parei em uma praça. Havia muito tempo para desperdiçar.

      Peguei o livro de novo de Viollet. Desejei conhecê-la. Ela parecia uma vampira com remorso. Talvez ela me entendesse, talvez ela conseguisse me ajudar. A escuridão em que ela vivia, era semelhante a minha vida. Éramos tristemente iguais.

      Uma lagrima desceu devagar em meu rosto. Pingou na capa do livro. Eu a enxuguei rapidamente. Desejei não ter sido tão ruim com Henry ontem. Se não fosse por ele, eu estaria em pedaços. Henry era o único que ainda se mantinha vivo ou perto de mim. Jaden se foi, e Hill logo iria também. Então Henry me ajudaria a superar tudo isso. Eu precisava dele, então não podia tratá-lo como se não precisasse.

      Eu não iria à casa dos Phillper hoje. Eu não podia lidar com mais uma visita a casa das almas perdidas. Eu destruí a vida daquela família. Era melhor eu ficar longe para não causar mais estragos. Alem do mais, eu não aguentaria ver como a casa dos Phillper era cheia de alegria, e agora não é mais.

      O nome de Jaden agora se perdia em lembranças boas. Que não me feriam ao me lembrar delas. Mas a dor ainda existia, bem no fundo do peito. A dor não havia cessado. E mesmo que eu tivesse tido bons momentos com Jaden, não escapava de minha mente que eu poderia ter mais...Se ele estivesse aqui. Então a dor começava a partir desse ponto.

      Peguei meu caderno de Física. A capa dele era a única que ainda não estava rabiscada. Então resolvi mudar isso. Primeiro comecei com um rabiscado de criança de flor. Um caule reto e sem nenhuma ondulação. A flor com as pétalas arredondadas. Cinco pétalas. Pareceu mágica, mas em um momento que olhei a flor mais detalhada depois de outros rabiscos, percebi que ela se transformara praticamente na flor do livro. Eu tenho que tirar isso da minha cabeça! Gritei furiosa em minha mente. Fechei o livro rapidamente.

      Olhei meu relógio de pulso. Eram 5:00. Já era hora de ir para a escola. Levantei-me devagar e caminhei em sonolência.


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