O dia foi tranqüilo, mas na hora do recreio conversamos:

– Rogério o que você acha do grupo das patricinhas? – eu perguntei.

– Um grupo chato! – ele respondeu.

– E você Maria? –perguntei.

– Também! – ela me respondeu olhando para o RO.

– Hoje vamos fazer uma reunião no clube? – perguntou Paula.

– Vamos! Mas tenho que ligar para minha mãe, tá?– falei.

– Tá! – ela respondeu.

– Pode ser na sua casa Rogério? – perguntei.

– Não! – ele respondeu.

– Por quê?

– Meu pai não deixa eu ficar com garotas na minha casa!

– Tudo bem! Pode ser na minha? – falou Malu.

– Pode! - disse Paula. Logo depois liguei para a minha mãe e ela deixou.

Depois pegamos o ônibus da Malu , a casa dela era pequena, ela tinha um cachorro maior que ela e o quarto dela parecia um cubo, mas deu espaço para todos em tão começamos a debater:

– Temos que dar um jeito nelas! – disse Malu.

– É! - concordou RO

– Como? Paulinha... – perguntei.

– Não sei! – confessou Paula.

– Então como? – perguntou Malu.

– Ninguém pode se meter com elas! - eu lembrei o que Paula me dissera.

– É! – disse Malu.

– Ninguém pode se meter com pessoas que usam o símbolo dos hipes, que são muitos! – falei.

– Tive uma idéia! Vamos tentar não ser brutos e tentar conversar com uma delas. – disse o RO.

– Isso é loucura! – disse Paula.

– Vamos tentar! Quem vai falar com uma delas? – disse Malu. O silêncio reinou no quarto.

– Eu não vou! – falou Paula quebrando o silencio.

– Nem eu! – disse Malu.

– Eu vou! - falei com coragem.

– Tá! – falou RO aliviado.

– Vamos mudar de assunto. – sugeri.

– Tá. – disse Paula.

– Eu quero fazer vôlei na praia! Alguém quer fazer comigo? – eu disse alegre.

– Não! - todos falaram em coro.

– Tá! - falei sem jeito.

– RO vamos marcar um dia para o trabalho em dupla? – falou Malu.

– Tá! Aqui pode ser? – falou RO meio avermelhado.

– Pode! Vou falar com a minha mãe, tudo bem? Vai ser rápido!

– Claro! – todos disseram e ela foi.

– Por que você fica vermelho quando fala com ela? – perguntou Paula.

– Não sei! – ele disse.

– Só pode estar apaixonado pela Malu, em? – continuou Paula.

– Não sei! – ele disse. Suspirou –  Acho que sim! - Rogério respondeu vermelho.

Malu entrou.

– Ela deixou! Só falta o meu pai, mas depois te ligo, ele é mais complicado – disse ela.

–Tudo bem! – Rogério respondeu.

– Vou ter que ir para a casa, se não minha mãe fica uma fera! Vou ligar para ela. – falei.

– É mesmo! Olha o horário. Sua mãe pode me dar uma carona até em casa? – falou a Paula.

– Acho que sim! – respondi.

– Se todo mundo vai, também vou! – disse o RO.

– Tá! – disse Malu desanimada.

Nós fomos e Malu ficou. Em casa minha mãe logo perguntou:

– Por que você me ligou as pressas?

– Porque não tinha mais tempo! – respondi.

– Então tá.

– Mãe, posso fazer vôlei na praia? – perguntei.

– Pode filha, quando é a mensalidade?

– 80 reais.

– Está ótimo! Vá dormir já são 10 da noite.

– Boa noite!

– Boa noite!

Fui dormir.