- Gabi, vem pra cá. - a Dai chamou, dando um lugar ao lado dela no meio da multidão. Ela estava a uns dois metros de mim.

Me dirigi até o lado dela, com muita dificuldade devo dizer. Acho que tropeçei umas duas vezes, e só ouvia risadinhas.

- Ufa... Finalmente - falei - mas daqui não da para enxergar quase nada, vamos um pouco mais pra frente, gente. - eu realmente sou baixinha, então né...

Escutei varios "nãos" dos meus amigos, até que o Gustavo se ofereceu para ir comigo até onde eu poderia visualizar toda a cerimonia.

Ele saiu de traz das pessoas e veio ao meu encontro. Devo dizer que achei meio estranho, ele colocou a mão na minha cintura e me guiou de leve, e quando eu olhava, ele sorria. Mas que sorriso lindo, meu santinho. Paramos na frente de um monte de gente que começou a reclamar.

- Sai da frente. - veio de traz de nós.

O Gustavo somente olhou e ignorou a criatura que eu descobri ser um homem, depois de um tempo de observação. Mas parecia mais uma criança.

Voltei a olhar a cerimonia. A Gi deve ter dançado com uns quinze homens, porque demorou, um monte. Depois disso, todos voltaram aos seus lugares enquanto ela se preparava para comprimentar os convidados.

- Hmmm, eu vi isso, ok? - o Marcio começou a me encomodar assim que eu me sentei.

- Ah Marcio, por favor, sem encheção de saco. - rimos.

- Eu só falo o que eu pressinto, e eu to achando que ele ta afim de te dar uns pegas nessa festa. - nossa, uns pegas? Então ta ok.

Confesso que eu tenho um pouco de medo, ou vergonha de ficar com ele. Não beijei muitos garotos na minha vida, além de ter sido chutada uma vez... Pois é. Só espero não me apegar muito, porque senão, não tem volta. Creio que isso será apenas uma noite.

- Bem... Até pode ser, mas não vai ser eu que vou chegar nele, pode esquecer. - olá vergonha.

- Claro que não vai ser tu, né o mongolona. - ele deu uma risadinha - Eu vou falar com ele, um minuto. - ele mostrou o indicador. - O Gustavo. - ele gritou. Nossa, eu não acredito que ele ta fazendo isso, comigo aqui, com que cara que eu fico agora? Calma Gabi, respira, isso, acalma e finge que nem sabe de nada.

- O que? - o Gustavo tirou os olhos do celular e esperou uma resposta.

- Fica com ela? - o Marcio apontou pra mim. Eu devo ter ficado vermelhissima, tanto que consegui sentir meu rosto aquecendo.

Ele arregalou os olhos como se não estivesse acreditando no que o Marcio estava falando, e ainda mais na vergolha que ele estava me fazendo passar.

- Er... An... É sério isso? - deu pra ver que ele ficou sem jeito.

- Serio. - o Marcio o respondeu com uma cara fechada, afirmando as suas palavras. - Vai me dizer agora que não escutou a nossa conversa.

O Gustavo balançou a cabeça negativamente.

- Ta, agora responde, quer ou não? - Ele quase gritou com o garoto.

- Como eu poderia dizer não pra uma garota tão linda como a Gabi? - ok, retiro o "sem jeito". Ele me olhou com um olhar um tanto malicioso, que ao mesmo tempo era romantico e reconfortante.

Não disse nada, apenas dei um sorriso sincero a ele, que me retribuiu com o mesmo. De uma hora pra outra voltou a atenção ao seu celular sem tirar o sorriso do rosto, que foi aos poucos se desmanchando. Minha vergonha e nervosismo continuava. Sim, eu estava nervosa. Bastante.

- Eu não tenho explicação para o tamanho da vergonha que tu me fez passar, Marcio. - coloquei as mãos no rosto. - O que tu tem na cabeça, em?

- Agora vai me dizer que não quer mais?

- Não é isso, é que...

- Então relaxa. - ele me cortou - Agora tu tem um par nessa festa, menina.

Fiquei quieta, mas na verdade, esse tempo todo eu não consegui tirar o Diego da minha cabeça. Eu gosto tanto dele, não, eu amo ele. Eu sei que o Gustavo não vai me fazer esquecer ele, e nem pretendo, eu quase nunca vejo o Gustavo, e fiquei sabendo que ele veio apenas passar o mes na casa da Lu, então, nada de se apegar.

- O que tu tem? - o Marcio notou que eu tava pensativa.

- Ahn, nada. - despertei dos meus desvaneios.

- Diego? - ele chutou.

- Como tu sabe? - me surpreendi agora.

- A Lu falou um dia, só sei que escutei esse nome no meio da conversa, mas não me pergunte o que aconteceu com vocês que eu não vou nem lembrar. - ele sorriu amigavel.

- Não, tudo bem, até porque acho que garotos não tem paciencia para escutar sobre isso, não é?

- Na verdade é. - admitiu.

Conversamos, jogamos no super celular moderno do Marcio, fizemos guerra de dedos, tiramos fotos da galera, enfim, matamos tempo até a Gi chegar na nossa mesa.

- Oi gente. - ela sorriu um sorriso metalico.

Levantamos de nossas cadeiras com uma certa rapidez, todos competiam para ficar do ladinho da aniversáriante, e eu consegui, palmas para mim. No final ficou ela no meio, eu do lado dela e a Dai do meu lado. E no outro lado dela ficou a Lu, o Marcio em seguida o Gustavo. Aposto que ele queria ficar do meu lado.

O fotografo bateu umas quatro ou cinco fotos e logo eles se encaminharam para outra mesa.

- Podem servir. - a Gi falou, e se encaminhou para outra mesa.

Pegamos os pratos e fomos encarar a enorme fila. É obvio que a Lu esfomiada saiu correndo para me alcançar e conseguiu com bonus ainda, me fez tropeçar e quase cair. Ouvi risos vindo das outras mesas e de traz de mim.

- Ja podem parar de achar engraçado. - falei, olhando para os outros três.

- Desculpa minha linda. - peraí. Minha linda? É isso mesmo produção? Que intimidade o Gustavo acha que tem comigo pra me chamar de minha linda. Quem souber favor explicar. - É que eu não pude evitar, ainda mais que foi a Lu que te fez isso.

Com uma cara nada amigavel para ele eu me dirigi para a fila.

- Me desculpa, gatinha. - ele sussurrou no meu ouvido e eu arrepiei.

Sorri amarelo pra elee me virei pra frente. Não vou falar que não gostei, porque se falasse eu estaria mentindo.

Nos servimos e fomos pra nossa mesa. Depois disso, talvez uma hora mais tarde, começou uma musica alegre, eletronica. A gi entrou com dois barmens animadores de festas. O vestido dela agora era curto e azul claro, com detalhes em preto, realmente bem bonito. Os rapazes estavam vertidos com suas roupas tipicas vermelhas com preto. Eles eram lindissimos, um loiro forte de olho bem aul e o outro mereno de olho castanho, também forte. Deviam ter por volta dos vinte anos.

Em pouco tempo juntou todos novamente em volta da pista de dança, mas dessa vez eu e a galera conseguimos chegar bem na frente.

- Nossa, isso ta muito legal. Se ela chamar nós vamos direto e reto em. - rimos. A Dai tem uma cara de quem curte festas mesmo.

- Mas já ta assim? Eu só tento imaginar como vai estar no final, nossa garota, que vontade que tu tem em?

Ela me olhou séria e se preparou para falar.

- Se por um acaso do destino, tiver alcool nas bebidas, no final minha querida, ninguém me segura mais. - ela voltou a atenção para os rapazes e para a Gi, e em cada batida da musica ela dava uma requebrada.

Em certo ponto, a Gi começou a puxar as pessoas para o meio, conosco não foi preciso, a Dai me puxou primeiro, e eu me agarrei no braço da Lu e fomos nós três para o meio da pista. Luzes verdes e azuis começaram a serem ligadas, elas refletiam nos quinze globos de luz que havia pendurados na estrutura metalica. Isso mesmo, eu contei.

Em cinco minutos, passaram distribuindo pulseirinhas de neon, tiaras, óculos, chapéus de festas, plumas e gravatas. Fui o mais rápido possivel, eu amo essas coisas de festa mesmo.

- Vamos no banheiro? - num certo ponto da festa a Lu me chamou. Fui chamar a Dai, mas ela e os outros haviam sumido, então fui.

- Nossa, muito boa essa festa, meu santo, se eu não tivesse namorando... Tu viu os gatinhos que tem?

Realmente, garotos bonitos nessa festa é o que não falta, eu estava até mirando um, mas a tentativa foi frustrada já que eu vi ele com sua namorada, pelo menos acho que era, ou ficante.

- Cavalo preso também pasta minha querida... Vai dizer que tu nunca chifrou o Marcio? - falei enquanto a Lu ia fazer suas necessidades.

- Nunca amiga. - afirmou. Bem, ela não é esse tipo. - Tu bebeu? - ela mudou rápido de assunto.

- Só uma coisa rosa, muito forte, com calda de morango e gelo. - nem me fez tontiar.

- Eu já amiga, dois copos de cerveja e um de vodka. - eu percebi que ela estava meio alegrinha.

- Essa mistura ainda vai te fazer vomitar. - alertei ela.

Ela saiu do banheiro.

- E quem liga? - deu de ombros.

Demos uma ajeitada e saimos.

Um pouco depois da porta, estava o Marcio, a Dai - bêbada - e o Gustavo.

Ele me agarrou. Nunca havia sido pega de surpresa assim, não por um garoto meio mamado com uma musica muito alta, isso só me atordoou ainda mais. Senti os outros saindo de perto enquanto ele me beijava. Um beijo quente e agradavel, e ele beijava bem, super bem. Deve ter ficado com muitas gurias mesmo.

Experiente. - ri com esse pensamento.

- O que ouve? - ele parou de me beijar e me olhou sério.

Apenas neguei com a cabeça e continuamos. Uns cinco minutos de agarração depois nos nos soltamos e voltamos para a pista.

- É minha linda, rolou. - ele me puxou pra perto dele e foi comigo assim comigo até enconrarmos nossa gente.

O Marcio riu malicioso quando me viu assim com o Gustavo, olhou para a gente de canto e do nada agarrou a Lu.

- Esses jovens de hoje em dia não tem jeito não, em? - falei, ou melhor, gritei, senão não daria para escutar.

A Dai riu exageradamente, como uma bêbada mesmo e se encaminhou para pegar outra bebida. Fui atraz dela. Enquanto eles preparavam nossas vodkas com morango - forte, porém boa - ela começou a encher.

- Pegadora em amiga - soltou uma risada - eu vi pra onde tava indo aquela mão boba dele, tembém com essa sua bunda enorme num vestido tão apertado... - riu denovo.

Um garoto que estava do meu lado, ao ouvir isso, deu uma notavel olhada para minha bunda, sem vergonha nenhuma. Eu tive que rir da situação, mas fazer o que, peguei.