Gabrielle escrita por BULL3TPROOF


Capítulo 18
Eu sei que vou me arrepender




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Na manha seguinte, eu acordei mais ou menos 9:30, mas a Dai ainda estava dormindo. Peguei as minhas roupas e fui tomar um banho bem quente e demorado. Fiz tudo muito tranquilamente. Depois de uns 45 minutos eu acordei a Dai. Ela tomou um banho também e nós descemos para tomar café. Meus pais já estavam acordados, tomando chimarrão na pequena área, na grande porta da frente. Demos bom dia a eles e fomos preparar o café.

- O Gabiiii!? - a Dai gritou do outro canto da cozinha. - Cade as xícaras?

- Na ultima porta desse armarinho aí. - falei, apontando.

Enquanto eu fazia os pães, ela preparava o café. Depois de uns minutos ficou pronto. Chamamos meus pais para a mesa, e atacamos.  Enquanto meus pais tiravam a mesa, já que tinhamos feito toda a comida, nós subimos para o quarto. Assim que cheguei me joguei na minha cama.

- Aaah Dai. A vida não é facil. - falei, olhando para o teto.

- Porque fala isso? - ela estava futricando nas minhas gavetas.

- Por que é a verdade.

Eu falei isso porque, sim, é a verdade, e sempre que eu penso isso, eu penso no sofrimento que temos que passar, ou melhor, eu tenho que passar por causa do irmão dela. Eu sei que eu que estou me afastando, mas se eu não fizer isso, já era. E agora também, ele as vezes nem ve que eu to ali, e outras vezes me da oi e tenta puxar assunto como se fossemos melhores amigos, é muito estranho tudo isso.

- Se eu te conheço, tu tá falando isso por causa do Diego, não é?

- É, isso mesmo, essa é a prova de que tu me conheçe bem. - rimos.

- Ele me falou uma coisa esses dias... quer saber por acaso?

- Mas é claro que eu quero. - me sentei rápido na cama para poder captar melhor a história. Que curiosidade.

- Ele disse que ta meio triste porque tu tá dando esse gelo nele. Que queria que tu tratasse ele do mesmo jeito que tratava antes disso tudo.

- Pode dizer pra ele, que... ah, nem sei, que ele me machuca muito... - nem sei o que eu diria pra ele.

-Ta certo então. Quer ir dar uma volta?

- Onde? - olhei para ela.

- Sei lá, no centro tomar um sorvete...

- Ta pode ser, so vou me arrumar.

- Eu também vou.

Trocamos de roupa, demos uma ajeitada na cara e saimos para tomar sorvete as 10:30 da manha, coisa que gente normal não faz.

- Paie. - gritei.

- To aqui, filha. - a voz vinha do pátio.

- Eu e a Dai vamos dar uma saida, ta bom?

- Ta certo.

- Mas que horas vocês voltam? - minha mãe perguntou.

- Acho que antes do almoço.

Demos tchau, pegamos o dinheiro e fomos de ônibus. Descemos na parada na frente do shopping. Quando estavamos subindo a escada rolante, que dá na praça de alimentação, adivinha quem nós vimos. Pois é, Diego e Lipe, que já tinham visto nós e agora estavam vindo em nossa direção.

Enquanto a Dai comprimentava eles, eu estava recém saindo da escada. Dei um beijo no rosto do Lipe, e um abraço, e no Diego eu dei só um oi rápido.

- Gabi, vem aqui que eu quero falar contigo. - o Lipe me chamou para um canto.

- Fale. - eu disse.

- O Diego ta começando a achar que tu não gosta mais dele. - ai.

- E isso é bom ou é ruim? - perguntei, mas com medo da reposta.

- É logico que é bom. - ele sorriu. - Os guris gostam de quem despreza, porque é bom de vez em quando, correr atráz de alguém um pouco, então pode ter certeza, ele vai vim atraz de ti.

Depois de falarmos mais um pouco, fomos até a Dai e o Diego, que já tinham pegado uma mesa, e para variar, o Lipe me fez sentar do lado dele.

Na maior parte do tempo, eu e o Diego ficavamos quietos enquento o Lipe e a Dai conversavam. Eles se tornaram grandes amigos também. De vez em quando, o Diego ficava me olhando, por um tempo.

- Já volto, eu vou pegar um sorvete. - falei.

- Eu vou também. - o Diego falou, se levantando.

Andamos um pouco até chegar na enorme fila.

- Ah, Gabi. Tu não tem noção da vontade que eu estou de te agarrar agora. - o que? Eu não acredito que ele me disse isso. - Eu posso?

Eu olhei para ele, espantada, e, devia estar escrito na minha testa já, que eu queria sim, porque vontade é o que não falta.

- Olha Diego... melhor não.

Deu uma vontade de chorar nesse momento. Eu sei que depois eu vou provavelmente, me arrepender de ter dito não. Ele me olhou com uns olhos de cachorro pidão, e me abraçou. Só assim mesmo, sem dizer nada.


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