Gabrielle escrita por BULL3TPROOF


Capítulo 13
Magoei.




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Desde aquele dia eu passei a ignorar o Diego, sempre saia de perto quando ele chegava, ficava distanciada dele, e quando não dava para sair, eu cortava tudo o que ele falava. Já faz uma semana e um pouco que aquilo aconteceu, e acho que ta surtindo efeito.

O Lipe me diz que quase toda noite o Diego manda mensagem para ele perguntando como eu estou. Eu estou tentando fazer ele achar que eu não dou a minima para ele, o que na verdade é totalmente ao contrário. 

Como de costume de um tempo para cá, eu passava meus recreios com o Lipe. No meio da nossa interessante conversa de como se faz milk shake - conversa de guloso - nós escutamos um grito. O Lipe se virou para ver quem era, mas eu não, já desconfiava.

- O que tu quer cara? - o Lipe gritou, levantando os braços.

- Eu gritei 'gostosa' e não 'Lipe'. - falou, enquanto andava até nós.

Ele nunca tinha me chamado de gostosa, mas valeu o elogio.

- Do que vocês estavam falando? - o Diego se meteu.

- Não te interessa. - rebati.

- Por que tu ta assim comigo, em? - cruzou os braços.

- Não se faz, tu sabe sim.

- Ah, eu não acredito. Tu ainda tá braba por causa daquele outro dia? - levantou as mãos.

- E como eu não vou ficar? Tu troca de guria do mesmo jeito que troca de roupa.  Eu só fui mais uma das 'trocadas'. - levantei a voz.

- Da pra te trocar por qualquer uma, todas são melhores que tu. - gritou.

Eu não acredito que ele fez isso, acho que uma facada é o melhor jeito de descrever o que eu estou sentindo. Sabe, eu desconfiava que ele iria fazer isso, mas não levava a sério. Eu comecei a chorar bem na frente dele. Ele continuava a me olhar de um jeito frio, mas logo o uma expressão de arrependimento tomou conta do rosto dele.

- Então vai para aquelas que são melhores que eu. - falei com a voz falhada.

Depois disso, eu sai correndo o mais rápido que pude para o banheiro. Me apoiei na pia e desabei no choro, e alto, cada pessoa que passava olhava para ver quem era que tava soluçando. Se passou uns quatro ou cinco minutos e a Dai entrou.

- Ah Gabi, não chora. O Lipe me disse o que aconteceu.- ela veio me abraçar.

- É dificil não chorar. - limpei uma lagrima.

- O Lipe da com vontade de matar o Diego agora.

- Sabe Dai, eu não deveria gostar de alguém como ele. Mas agora ja ta feita a coisa, não tem como voltar.

- Olha Gabi, eu vou estar sempre contiga, tá certo? 

- Brigada. 

- A Lu vai avisar o professor que tu tá mal e que eu vou ficar aqui contigo.

Depois de termos matado o 3º período, subimos para a nossa sala. Eu ainda estava com olhos muito vermelhos e um pouco inchados. Quando entrei, todos ficaram me olhando com umas caras espantadas, mas eu nem dei muita bola para isso, era o menor dos males. Não consegui prestar o mínimo de atenção na aula, eu estava mal demais para isso. De vez em quando eu olhava para traz e o Diego estava me olhando, agora com uma expressão indecifravel. Eu ficava uns instantes encarando ele e depois me virava para frente de novo.

Na saída, eu, a Lu, a Dai, o Lipe e o Marcio - irmão do Lipe - ficavamos na esquina da escola até quase a 1 da tarde. De vez em quando o Diego aparecia, mas até agora nada dele.

**POV Diego**

- Diego, o que houve? - a Miranda veio me perguntar - Ta com uma cara tão triste.

- Esquece, Mi. Não é nada. - dei um meio sorriso.

Se arrependimento matasse, eu já estaria enterrado. Eu não sei o que me deu na cabeça de falar aquilo pra ela. É lógico que qualquer uma não é melhor que ela, e acho que foi a unica que me amou mesmo, o resto foi só... resto. E talvez, ela nem queira mais me olhar na cara agora. Eu sou um jumento mesmo.

- Ta carente, é? - a Mi perguntou, chegando mais perto.

Eu não respondi, apenas fiquei parado olhando para ela, que deve ter achado que eu assenti. Ela foi chegando mais perto e me deu um leve selinho, sem perceber eu a abracei pela cintura e ela aprofundou o beijo. Como eu queria isso, mas não foi tão satisfatório como eu pensava que seria, no momento eu só pensava na Gabi, e falando nela, ela estava olhando para mim.

- Chega, Mi. - falei no ouvido dela.

- O que? Mas... 

Antes que ela pudesse terminar de falar, eu atravessei a rua correndo e fui atraz da Gabi, que tava chorando demais. Eu cheguei perto dela, mas ela deu um passo para trás.

- O que tu quer? - ela perguntou com a voz falhada. - Já não me fez sofrer o suficiente?

- Me deixa explicar, por favor. - implorei.

- Explica então. - ela gritou. 

- Eu já gostava da Miranda desde a outra escola.

- Quer dizer que ela só trocou de escola porque tu também fez isso?

- Eu não sei porque ela trocou, eu te juro, não faço ideia.

- Quer saber, chega. Quando tu mudar essa cabeçinha, vem falar comigo, certo? Duas coisas assim no mesmo dia é horrivel. - ela saiu, na companhia do Lipe.

- Ta vendo o que tu faz? - minha irmã foi me estapear.

- Ei, chega de tapas. - falei.

- Tu não consegue não magoar, né? Tu te superou dessa vez, duas coisas em uma só manha. 

- Em vez de ficar falando isso, que tal me dar uma ajuda pra resolver esse problema?

- Não é tu que precisa de ajuda, é ela. Agora é melhor nós irmos pra casa e tenta resolve essa cagada que tu fez.

É, minha irmã tem razão, me superei agora. E nem foi boa essa superação, foi horrivel.


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