O Jardim Secreto escrita por MarinaHinacha


Capítulo 4
Quarto




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Quando a Hyuuga entra no quarto vê o loiro se divertindo no colchão. Ele se enrola no cobertor. Genma entra depois da Hyuuga e arregala os olhos. Admirado pelo tamanhão do homem, o Shiranui sussurra:

— Isso é o que? O monte Everest?

— Naruto! Ainda não se arrumou? — Hinata se finge de surpresa e corre para tirá-lo da cama. Dá graças a Deus por ele não se livrar da toalha. Ela trata de apresenta-los:

— esse aqui é o policial Genma Shiranui. Um guarda da cidade. Senhor Genma, esse é Naruto Uzumaki.

— Um guarda. — O loiro sorrir:

— prazer em conhecer-te.

Genma assente. Não consegue sorrir. Observa as mãos delicadas da Hyuuga nos músculos do braço direito do loiro.

— Somente vim verificar se está tudo bem. Preciso confirmar se está tudo seguro antes de retornar para meu posto.

O loiro aprecia o trabalho do guarda e fala:

— Seguro?! Sim! Comigo aqui Hinata estará segura! Protegê-la-ei e também protegerei a casa de Hinata.

Genma ergue uma sobrancelha. Achou diferente o modo de falar do loiro. E se lembra da menção da Hyuuga sobre o estrangeirismo do sujeito.

— Onde mora, senhor Uzumaki?

— Com Hinata. — Ele envolve o ombro dela com seu braço.

— Eu quis dizer- Genma esclarece: — Onde morava antes de vir para cá?

— No reino de Samas.

— Reino?

— Fica na Grécia. — De forma veloz Hinata interfere.

— Isso explica seu tamanho. Gregos são muito altos. — Genma decide partir:

— estou indo. Desculpem-me qualquer incomodo.

— Não precisa se desculpar. Eu o acompanho até a porta. — Hinata se afasta do loiro e caminha para fora do quarto. Segurando a porta aberta, a Hyuuga aguarda o policial passar por ela. Depois, com a mão na maçaneta, ela avisa ao loiro:

— Naruto, eu não demoro.

— Tudo bem. — Ele se joga de costas na cama se divertindo.

— Não Naruto. Não pule tão forte. Você pode quebrar a cama.

— Tens razão. Peço-te perdão.

— Comporte-se.

Ela encosta a porta e acompanha Genma para fora de casa. Em Hinata não resta nenhum pingo de temor pelo homem loiro. Está impressionada consigo mesma por contornar a situação tão bem. Com os policiais dentro do carro, ela se inclina para fita-los pela janela e soltar mais um pedido de desculpas. Depois aguarda o veículo partir. Os vizinhos param de espiar pelas janelas e portas. Os cachorros não latem mais. A caminho do quarto, a Hyuuga muda de percurso. Ela vai verificar a porta dos fundos e também confirma a inexistência de qualquer sinal de invasão. Ela refaz o caminho e guarda as chaves pendurando-as em um dos pinos na parede ao lado da porta. A passos ligeiros ela retorna ao quarto. Lá dentro, ela sorrir vendo que Naruto encontrou sapatos e sandálias que ela guarda sob a cama. Ele está agachado, mas quando escuta a Hyuuga entrando, ele se levanta e sorrir para ela. Em cada mão dele há uma sapatilha branca.

— Tudo em você é tão pequenino. — Ele está agraciado. Hinata o sorrir. A voz dele é rouca, mas há um pouco de doce nela.

— Naruto. — Ela decide testá-lo:

— lembra quando eu li os primeiros trechos sobre você?

Carinhosamente, ele leva as sapatilhas ao peito e a responde:

— Claro. Tu deste o primeiro beijo no livro. Depois de ler que salvei uma criança. A família dessa criança continuou a me evitar. Por eu ser escravo. Mas a mim, bastava-me ver a criança feliz com a família.

O coração da Hyuuga se comprime. Ela se aproxima dele e de modo delicado pega as sapatilhas e as joga no chão. Silencioso e curioso o loiro a assiste. Ela o segura pelos punhos e o faz abrir as mãos. Volta as palmas dele para cima. Ela percebe umas manchas de tinta nas grandes palmas. Os perolados ardem. E lacrimejados fitam os azuis. Iluminados não somente pela claridade do abajur, mas também pelo luar que transpassa a janela.

— É você mesmo. Naruto Uzumaki.

— Tu não acreditavas em mim?

— Estava sendo difícil acreditar. Eu lamento. — Ela contorna o punho direito dele r o conduz a se sentar na cama. Ela também se senta:

— tem tantas coisas que quero perguntar. Sabe como foi parar no livro?

— Quem dera eu saber a resposta. Doce Hinata. Antes do lugar escuro. Lembro-me de deitar-me à beira do lago. Desnudo. Após um banho. Mas faz tanto tempo. Que isso importa agora? Estou contigo. — Ele leva a mão dela até a boca. Beija os dedos magrinhos e macios.

— Antes de minha voz, que voz mais escutava?

— Ao longo dos séculos, várias. As últimas vozes, antes de eu escutar a tua, pertenciam a duas pessoas. Mas eram muito baixas. Elas estavam distantes.

— Você tentava se comunicar com elas?

— Desisti há tempos. Há tempos. Haja gritar eu. E nenhuma das pessoas que teve a posse do livro me escutou. Somente eu podia escutá-las. Não o contrário.

— Como sabe que estava em um livro?

— Escuto eu tudo o que é dito perto do livro. Todos os possuidores do livro se referiam a mim como livro. Melhor esclarecendo: ao lugar onde estava eu. Também sinto qualquer toque no livro. O livro foi passando de mão em mão. De lar em lar. Preferia eu dormir a maior parte do tempo. Não me cativei por nenhum daqueles que se apoderou do livro antes de ti. — Ele retorna a beijar a mão dela.

Ela o sorrir, porém tem pena. Uma vida bem solitária.

— Sabe Naruto, se você é real, tudo o que há na história do livro também pode ser real. E se na história do livro existe magia, você deve ter sido aprisionado, por meio de alguma magia.

— É no que acredito eu. Doce Hinata. — Ele move o olhar ao abajur:

— mas não é apenas na história do livro que existe magia. Na tua própria casa há magia. Veja aquele pedaço de sol a iluminar a nós. — Ele observa o abajur.

A Hyuuga acha graça:

— Não. Seu bobo. Não é um pedaço do sol. É somente uma lâmpada dentro do abajur.

Na testa dele se forma ondinhas. Desentendido.

— Eu tenho tanta coisa para lhe ensinar sobre meu mundo. — Hinata se ajoelha no colchão e o abraça em torno do pescoço e ele envolve o tamaninho dela. Os braços musculosos entornados na cintura feminina. Sem exercer força demasiada.

— Estou ansioso para conhecer tua era. Doce Hinata.

Um receio se germina na mente da Hyuuga. Ela nunca considerou que a história do livro fosse real. Por causa do uso de elementos fantasiosos. Mas para Naruto. Ele crer que tenha sido real. Como ele reagiria se ele assimilasse que fosse um personagem inventado e que nada do que ele viveu foi real? Bem. Seria melhor ela não pensar nisso por enquanto. Até porque ela nunca esperava que um dia um personagem de livro ganhasse vida. Então quem garante que antigamente não existia magia? Deus! Naruto em seus braços é a prova de que magia existiu e continua existindo!!!

— Você é bem real para mim. — Ela murmura e com mais força o abraça.

— O que disse? Doce Hinata?

— Nada- é- eu queria tanto conhecer mais pessoas como você. — Ela se emociona. É como alguém conhecer um ídolo pessoalmente. Muitos ídolos não transparecem o que são. Mas quanto a Naruto, ela não tem duvida da doce, honrada e valente personalidade dele.

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Hinata não dormiu. Passou a madrugada conversando com Naruto. E ele não tinha sono. Ele passou muito tempo dormindo no interior do livro. Pela manhã a Hyuuga preparou um café da manhã. O loiro se mostrou ansioso para experimentar.

— Sabe Naruto. Sua linguagem é arcaica para a época atual. Mas, não precisa tentar falar do mesmo jeito que eu. Por isso eu disse ao guarda Shiranui que você é de outro país. Assim, as pessoas acreditarão que você não aperfeiçoou totalmente a linguagem japonesa. Daqui por diante, se alguém perguntar de onde você veio, responda “Grécia”, e se alguém perguntar de que cidade da Grécia, responda “Samas” no lugar de “Reino de Samas”.

— Como queiras. Doce Hinata. — Os olhos azuis não saem do ovo que ela joga para o alto e apara na frigideira:

— mas que problema seria, se as pessoas soubessem que vim eu de um livro?

— Muito problema. Konoha é uma cidade pequena. Em cidade pequena a fofoca rola solta.

— Quem rola? — o semblante dele se fecha.

Ela apaga o fogo. Ele percebe que ela apagou apenas girando um botão do desconhecido aparelho.

— Eu quis dizer que se o povo de Konoha saber se criará uma situação difícil de lidar. Vão nos encher de perguntas. Vão querer ver o livro. Várias dela poderão querer visitar minha casa. Se isso não acontecer, vão desacreditar em nós e achar que estamos loucos, vivenciando uma fantasia. De qualquer modo, não quero nossos nomes percorrendo o povoado de Konoha.

— Se esta é tua vontade, assim será. Doce Hinata.

Ela sorrir. E passa para ele um ovo frito. Três torradas. Um sanduíche de queijo e presunto. E um pedacinho de bolo de chocolate. De bebida, ela enche de café uma caneca e de leite um copo comprido de vidro.

— Você deve estar faminto.

Ele tira a primeira mordida do sanduíche. Seus orbes reagem cintilando desenfreadamente. Depois de engolir, ele responde sem desviar o olhar do sanduíche:

— Não. No livro a fome não se apoderava de mim. Nem o sono. Não tinha eu vontade de fazer minhas necessidades.

— Como é possível se disse que dormiu no livro?

— Conseguia dormir eu se assim fosse de meu desejo. Ainda que não existisse necessidade. Da mesma forma. Se tivesse alguma comida. Eu gostaria de prová-la. Mesmo sem a fome em mim. — Ele coloca a mão sobre o estômago:

— acredito que estando eu, presentemente, fora do livro, retornarei a sentir sono, fome e vontade de expelir minhas necessidades.

— Compreendo. Era como se no livro todas as suas necessidades fossem bloqueadas. — Ela conclui curiosa. E até se alivia que tenha sido desse modo. Imagina o sofrimento que seria se o loiro sofresse de sede e fome durante séculos dentro do livro:

— Naruto?

— Digas. Doce Hinata.

— Sabe quanto tempo exato ficou dentro do livro?

— Fiz eu a contagem de cem dias. Várias vezes. Mas não tem eu a exatidão de quantos séculos. Meus sonos prolongados me faziam perder o ponto de continuidade, de cada contagem. Então recomeçava eu do zero.

— Entendi. — A paciência do Uzumaki deve superar a de qualquer monge:

— depois do café da manhã eu vou lhe mostrar como se usa o banheiro. É onde as pessoas fazem suas necessidades. E depois vou me arrumar para sair. Eu comprarei roupas para você. Então peço que me espere em casa e não saia daqui.

— Eu sempre hei de espera-la? Hinata?

— Não. Só preciso me organizar. Tenho vontade de passear com você pela cidade. Não sou de sair muito. Mas quero lhe apresentar os poucos lugares que conheço. Porém. Para sairmos pelo menos até a rua em frente de casa, é preciso eu lhe preparar sobre como deve agir na sociedade de hoje.

— Estou ansioso. Doce Hinata.

Ela sorrir vermelhinha. Adorando como ele frequentemente a chama.  

CONTINUA


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