POV Sam

Ele ficou me encarando e eu não sabia o que falar para ele.

- Então? – ele perguntou.

- Você está enganado. Foi você que me beijou. – eu falei nervosa.

- Não mesmo. – ele falou.

Escutamos um trovão distante.

- Acho melhor você ir antes que caia essa chuva. – falei olhando o tempo pela janela.

- Você tem razão. E se minha mãe ligar e eu não estiver em casa ela vai me matar quando voltar. – ele falou pensativo.

- E cadê sua mãe? – perguntei.

- Foi visitar minha tia que está doente. – ele me respondeu.

Ouvimos mais trovões, sinal que logo cairia uma forte chuva.

- Então melhor ir logo. – falei.

- Tchau Puckett. – ele falou e abriu a porta.

- Tchau Benson. – falei e fechei a porta.

Peguei as compras que ele havia deixado no sofá e levei até o meu quarto.

Ainda não acredito que eu o beijei.

Acho que preciso urgentemente me internar no hospital psiquiátrico mais próximo de casa.

Com esse pensamento feliz eu fui dormir.

Acordei tarde, mas dessa vez foi por culpa da chuva, pois quando está chovendo me dá preguiça de me levantar.

Levantei e me arrumei rapidamente.

Não encontrei minha mãe, o que realmente não me surpreendeu.

Peguei um guarda-chuva e sai de casa rumo a escola.

Chegando lá encontrei Carly conversando com seu namorado.

- Bom dia. – falei.

- Bom dia Sam. – eles me responderam.

Olhei em volta pelo corredor e não encontrei a pessoa que eu estava procurando.

- Cadê o Freddie? – perguntei.

- Eu não o vejo desde ontem quando vocês saíram. – ela falou.

- Talvez ele tenha perdido o horário. – falei.

Esse era o único motivo, pois já estava tarde.

O sinal tocou e eu fui para minha primeira aula que por coincidência eu tinha junto com o Nerd.

Ele não apareceu nas aulas o que estava começando a me preocupar.

- Nada do Freddie? – perguntou minha amiga no final das aulas.

- Não. – falei um pouco apreensiva.

Ele havia saído um pouco tarde lá de casa e com toda aquela chuva. E se algo de ruim aconteceu?

Isso já estava me deixando nervosa.

-Liga pra ele. – falou Carly.

Como eu não tinha pensado nisso antes.

Peguei meu celular e disquei seu número.

O celular chamou até cair a ligação, mas ele não me atendeu.

- Nada. – falei.

- Eu vou ter que sair com o John agora, então passa no apartamento dele e ver se algo aconteceu. – falou Carly.

- Vou fazer isso. – falei e sai da escola sem me despedi direito da minha amiga.

Cheguei ao Bushwell cansada de tanto correr.

Peguei o elevador e subi até o oitavo andar.

Bati na porta do Benson, mas ele não me atendeu.

Como a porta estava trancada, resolvi abri-la com um grampo que havia no meu cabelo.

Entrei no apartamento e não havia sinal de vida.

Fui até o quarto do Freddie e o encontrei deitado e encolhido.

- Você está bem? – perguntei me aproximando dele.

- Não. – ele falou com uma voz muito baixa.

Quando coloquei minha mão sobre sua testa notei que ele estava queimando em febre.

- Freddie você está com febre. – falei.

- Sério? Nem tinha notado. – ele falou sarcástico.

Eu estava preste a acertá-lo quando notei a roupa que ele vestia.

Toquei na roupa e notei que ela estava molhada.

- Você é louco ou o que? – perguntei.

- O que foi agora? – ele perguntou confuso.

- Você ainda está com a roupa de ontem e ela está molhada. Assim você vai acabar pegando uma pneumonia. – falei irritada com a irresponsabilidade dele.

- É que eu cheguei em casa molhado e como estava cansado resolvi dormir assim mesmo, quando acordei estava com febre e sem condição de levantar. – ele explicou.

Respirei fundo pra me acalmar.

- Vai trocar essa roupa que eu vou trazer um remédio pra diminuir sua febre. – falei.

- Sam, muito obrigado, mas não precisa. – ele falou.

- Agora. – praticamente gritei.

- Tudo bem Sra. Benson. – ele falou.

- Engraçadinho. – falei e sai do seu quarto.

Sra. Benson? Até parece que eu me casaria com ele.

Peguei o remédio e voltei para seu quarto.

- Aqui. – falei e entreguei o comprimido para ele.

- Obrigado. – ele falou.

Ficamos alguns instantes em silêncio.

- Acho melhor você ir ao hospital. – falei.

- Não, pois minha mãe vai saber e vai fazer um escândalo. É só esperar mais um pouco que logo passa. - ele falou.

- Por enquanto eu deixo assim, mas se você piorar por causa da sua própria irresponsabilidade, eu vou te levar ao médico. –falei.

- Por isso eu te chamei de Sra. Benson, com você me dando ordem assim não dá nem pra sentir falta da minha mãe. – ele falou rindo.

Agora eu entendi o que ele quis dizer e não tinha nada a ver com que eu estava pensando.

Senti como se minhas bochechas queimassem.

- Você está bem? – ele perguntou.

- Sim, só com um pouco de frio. Vou fazer algo pra nós comermos, tchau. – falei e sai logo do seu quarto.

Fui até o apartamento da Carly e pedi ao Spencer fazer algo para uma pessoa com febre.

Ele reclamou um pouco, mas fez.

Quando voltei ao quarto do Freddie ele estava dormindo.

Toquei em sua testa e notei que a febre havia diminuído.

Resolvi chamá-lo.

- Freddie, acorda, é melhor você comer algo. – falei e ele lentamente abriu os olhos.

- Não tenho fome. – ele falou como uma criança pequena.

- Mas vai comer. – falei.

- Não quero. – ele colocou o cobertor enquanto falava.

- Anda Freddie. Se não te levo ao hospital. – ameacei.

Ele levantou um pouco e começou a comer.

- Como você está se sentindo? – perguntei.

- Um pouco melhor, mas minha cabeça ainda dói muito. – ele falou.

- Você é chato quando está doente. – falei.

- Você já viu alguém legal quando está doente? – ele perguntou.

- Você está certo. – falei.

Ele continuou comendo e eu só o observava.

- Obrigado. – ele falou assim que terminou.

- Não fui eu que fiz, foi o Spencer. – falei.

- Não por isso, mas por está aqui cuidando de mim. – ele falou.

- Não precisa agradecer. – falei sem olhar pra ele.

- Me responde uma coisa? – ele perguntou.

- O que? – perguntei agora o encarando.

- Por que você está fazendo isso? Digo cuidar de mim. – ele falou.

E como na noite anterior não sabia o que eu responderia a ele.