POV's Pedro

Qque garota era aquela MEU DEUS! Ela era... incrível, literalmente dizendo.

A deixei na faculdade e ela fez joguinho pra dar o telefone. Pura sacanagem e eu adorei aquilo, além de estar doidinho pra chegar 16h30 pra vê-le denovo. É, eu iria buscá-la hoje, embora eu ache que ela nem saiba disso.

Saí de lá e fui pra reunião com os produtores da banda, sobre nova turnê, novo dvd, e coisas e tais. Tava um saco e a banda toda tava achando isso, tanto é que o Koba dormiu deitado na mesa, do meu lado e eu o fotografei. Fotografei mesmo, sou malígno e não nego.

Fiquei fazendo hora no twitter e não prestei atenção em porra nenhuma que a produção falava. NINGUÉM prestava. Enquanto mexia no twitter fazia batuques de leve na perna e movimentava os pés inquietamente.

-Quer ir no banheiro, mano? - Pedro Lucas me cutucava e falava baixo, me tirando leves risadinhas.

-Não, quero vazar logo - Fiz um gesto de saída com a mão.

-Acha que é só você? Tô doidinho pra ir pra casa velho, não aguento mais. A tarde toda, que isso!

Chamaram nossa atenção e voltamos e fuçar nos celulares. Quando olhei no relógio que marcavam 16h26 meu corpo esfriou e me ajeitei na cadeira morrendo de vontade de ouvir "É só por isso hoje, quando for preciso mais informações, avisaremos e nos reuniremos novamente." Aí todos vazam. Foi isso mesmo que aconteceu.

Me despedi rapidamente de todos, com um breve "tchau" com a mão e corri pro estacionamento. ÓTIMO tinha um carro logo atrás do meu. Como aquele filho da puta para daquela maneira, na boa?! Será que ele não pensa que alguém pode sair? Finalmente a criatura chegou e eu voei pra USP. Parei do outro lado da rua, e desci. Fiquei encostado no carro, do lado do passageiro, mexendo no celular a às vezes olhando pro portão movimentado pela galera saindo.

POV's Clara

Estava um martírio aquela última aula de física. O pior, ela era tripla. Tive que rezar pra todos os santos pra não dormir nas três aulas. O sinal musical (sim, toca uma música ao invés de sinal) tocou e todos se organizaram pra acabar logo com aquilo tudo. Fui correndo pois estava morta de vontade de chegar em casa e cair na cama.

-Que sono, mulher! - Bruna me deu um empurrão com os ombros, enquanto estávamos no corredor.

-Pois é, e eu nem sei porque! Tô bem grilada com o lance do meu carro ainda, morta de raiva!

-Também né, não tem como ficar de boa! - Ela ria

A essa altura do campeonato já estávamos conversando no portão, rindo e discutindo sobre assuntos idiotas, como todo dia.

Rolei os olhos pela rua e vi o garoto de mais cedo parado do outro lado, encostado em seu carro. Eu desacreditei quando realmente o vi ali. Fiquei olhando e ele levvantou a cabeça, desviando o olhar do celular no mesmo momento para me olhar. Sorriu e me chamou fazendo um breve sinal com a mão.

-Bru eu.... - sorri fraco, correspondendo ao sinal do garoto - tenho que ir. Ela se despediu de mim e ficou me olhando. Atravessei a rua e parei lgo na frente dele, com uma cara de desacreditada.

-Duvidou  que eu viria? Ninguém mandou dar seu horário de saída. - Ele disse me dando um beijo na bochecha. Não me movi. Continuava incrédula.

-Ok. Isso tudo pelo meu telefone? - Falei entre sorrisos, enquanto ele olhava pra cima buscando respostas.

-Hm, talvez sim, talvez não só isso.

-Então o que mais? - Eu já havia perdido meu sono ao vê-lo.

-Topa um Starbucks? Só pra gente conversar, sei lá... Talvez se conhecer melhor.

Não consegui esconder que fiquei corada. Apenas senti minhas bochechas arderem.

-Pode ser. - Sorri timidamente e ele pegou em minha mão.

-Então vem. - Aquele sorriso correto e lindo dele me despertava algo diferente. Não irei dizer que é "algo que nunca havia sentido antes" pois, eu não sei. Parece que é só... diferente.

Entramos e ele colocou The Wanted pra tocar, especificamente Loose My Mind.

-Sério que gostas de The Wanted? - Perguntei apontando para o som.

-Sim! É bem massa o som deles. Gosta?

-É só minha banda preferida - me encostei no banco -Você só me surpreende, e olha que não foi nem um dia. - Ele riu e paramos no shopping.

Enquanto tomava meu cappuccino e ele seu café forte, contávamos ainda mais um do outro. Dali a pouco tempo ele iria com a banda pra Argentina, fazer 5 shows. Depois pro México, 4 shows.

-Mas isso é daqui algumas semanas, acho que pouco mais de um mês.

-Deve ser que você está morrendo de ansiedade. - Disse olhando carinhosamente.

-Nem se mede! Eu, nem sei como imaginar esses shows. Outro país, outros fãs, outra energia. Acho que é outro mundo! - Rimos e percebemos que já era noite.

-Onde mora, Clara? - Ele perguntou enquanto saíamos do shopping

- Rua Jorge Matarazzo, no Prédio Martinelli. - Cruzei os braços, tinha me dado frio.

-Te levo lá... Frio? - Ele perguntou me abrançando.

-Sim, um pouco - Sorri fraco... tá foi abobada.

POV's Pedro

A levei e ela me convidou pra entrar. Morri de medo de seus pais estarem em casa. Os apartamentos eram grandes, fiquei receoso.

-Acho que é melhor eu ir. Seus pais devem estar dormindo agora.  - Parei na porta enquanto ela abria a mesma. Coloquei a mão nos bolsos.

-Pais? - Ela riu da minha cara - E seu eu te contar que moro sozinha, acreditas?

Impossivel não sorrir ao ouvir aquilo.