Superfreddie escrita por Beto El


Capítulo 51
Super-Sam ao resgate


Notas iniciais do capítulo

Olá, super-leitores!
Mais um capítulo pronto, muito próximo do final! Tomara que a capa tenha ficado boa, fiz meio esculachado mas foi com carinho. Tá, eu sei que não ficou parecido com a Sam, mas pelo menos é loira... rs



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- Kelex?! O que você tá fazendo aqui?

Sam, com um semblante de surpresa ao visualizar o pequeno robô flutuante logo à sua frente, perguntou. Já percebendo que o visitante não ofereceria qualquer risco, a policial colocou o revólver na parte de trás da calça.

- Milady Samantha, boa tarde.

A cordialidade do pequeno Kelex sempre admirava Sam, que não pôde se furtar um pequeno sorriso.

- Boa tarde, Kelex. Qual é o pó? - ela perguntou, sentando-se logo a seguir na cama. O robô flutuava logo à sua frente.

- Não compreendo muito bem sua assertiva, milady, mas o que tenho a lhe informar é da mais suma importância.

- Pode falar.

- Não quero que a senhora fique de sobressalto...

- Pode falar, Kelex.

- Ressalto que a notícia é chocante...

- Porra, Kelex, pode falar de uma vez e parar de embromar?!

O robozinho se assustou, flutuando alguns centímetros para trás, mas, por fim, começou a falar.

- Kal-El...

Ao ouvir o nome kryptoniano do amor de sua vida, os olhos azuis outrora opacos de Samantha Lang pareceram ganhar cor, arregalando-se a fim de prestar a máxima atenção possível ao que o servo robótico tinha a falar.

- … ele pode estar vivo, milady.

- QUÊ?! TEM CERTEZA?! - de sobressalto, a loira postou-se à frente do robô, pegando-o pelo corpo e o trazendo para perto de si. - FREDDIE PODE ESTAR VIVO?!

A sinapse artificial de Kelex se ajustou àquela atitude inesperada. Precisava anotar aquela reação para incorporá-la ao banco de dados sobre o comportamento dos terrestres.

- Há uma grande probabilidade. Captamos um singular batimento cardíaco, único até então, há 28 horas, 22 minutos e 52 segundos.

- Um batimento?! Do Freddie?! - e, ao ouvir isso, pela primeira vez em meses a alma daquela pobre mulher pareceu ganhar vida. No fundo, ela sempre esperou que isso pudesse ocorrer, que seu marido voltaria a viver. Afinal, não havia mais ninguém como ele.

- Sim. Contudo, desde então não captamos mais nada.

Sam se sentou, a mão na lateral da cabeça, pensando em mil possibilidades. Poderia ele estar vivo? Fora apenas um engano?

- Eu tenho... tenho que ir até o túmulo dele, tirar o Freddie dali!

O túmulo citado por Samantha se tratava de um grande monumento erguido em uma das principais praças de Seattle em homenagem ao Superman. Na imponente estátua, o herói vigiava a cidade com os braços cruzados logo à frente do mundialmente conhecido símbolo peitoral. Ao fim da grande comoção gerada pelo funeral do herói, seu corpo fora colocado para seu devido descanso ali. Sam frequentemente visitava o monumento levando flores, que eram deixadas na base da estátua.

- O corpo de Kal-El não está ali, milady.

Sam ficou pasma em um primeiro momento, mas não tardou para aceitar a verdade. Era óbvio demais que algum canto obscuro do governo se apoderaria do cadáver do homem mais poderoso do mundo para estudos.

- E onde ele está?

- Em uma base militar fortemente vigiada, no local popularmente conhecido como Área 51.

- Mas... o Freddie vai acordar, ou algo do tipo? Ele vai conseguir sair dali?

- Não. - um arrepio de medo viajou pela espinha da loira - Não sozinho, milady. Pelo que pude aferir, o corpo de Kal-El, no ambiente em que se encontra confinado, não consegue absorver ondas solares, impedindo-o de se recuperar plenamente. Na realidade, ainda tento entender o porquê do coração dele ter batido.

- Não importa, ele está vivo! Mas, mas... como vou fazer pra tirar ele dali? Meus contatos não chegam nem perto do que é necessário pra conseguir isso... Nem o presidente conseguiria... o que eu faço???

O robô flutua mais para perto da loira.

- Há uma maneira... arriscada, milady.

O olhar de Sam tornou-se severo, como se encarasse os olhos robóticos de Kelex de forma impaciente.

- Eu faço qualquer coisa para salvar meu marido.

Do peito do pequeno robô, abriu-se um compartimento e, trazido por meio de um braço mecânico, um pequeno tubo de ensaio contendo um líquido rosa fluorescente.

- O que é isso? - ela perguntou, após pegar o tubo de ensaio e analisar seu conteúdo contra a luz da lâmpada.

- Algo no qual Kal-El trabalhava há meses, milady. Um soro que pode conferir poderes similares aos dos kryptonianos a seres humanos.

Esquecendo um pouco do tudo de ensaio, Sam olhou espantada para o robô:

- E o que o Freddie estava pretendendo com isso?

- Ele... queria... como posso dizer, ‘copular’ com a senhora na Lua...

Sam corou na mesma hora, arrependendo-se de ter feito a pergunta, ainda que Kelex não fosse um ser vivo.

- De toda a forma, o soro não está concluído, Kal-El não o finalizou apropriadamente.

- Como assim?

- Pelas minhas projeções, o soro não dará à senhora mais do que cinco minutos de poder. Seria este o limite para invadir o complexo, retirar Kal-El dali e fugir.

- Cinco? Minutos?

- Por isso eu afirmei que seria algo arriscado à senhora, milady Samantha.

Sam olhou para o frasco. Em seguida, para o inseparável porta-retratos exposto no criado mudo, que continha a sua foto favorita com Freddie, os dois sorrindo abertamente, exalando felicidade.

- Eu faço. Se eu tiver uma chance de ter o Freddie de volta, eu faço sem me arrepender das consequências. Eu preciso beber isto?

Mais um compartimento do robô se abriu, revelando à loira uma espécie de tiara que parecia conter tecnologia avançada.

- Sim, e logo depois coloque esta tiara, com parte das experiências sensoriais de Kal-El, para que a senhora aprenda usar os poderes. A tiara a avisará quando os cinco minutos se esgotarem. Tenha a consciência de que o complexo é fortemente guardado e mesmo Kal-El teria dificuldades para invadi-lo.

A loira concordou com a cabeça e sorveu de uma só vez o líquido, que estranhamente tinha gosto de bacon.

“Esse Freddie, sempre pensando nos detalhes...”, ela pensou sorrindo para si mesma.

Sam sentiu a energia vindo do que parecia ser seu estômago, e, de repente, espantou-se ao ouvir dezenas de sons quase indistinguiveis, oriundos de toda a direção possível.

- Deus, é assim que ele se sente?! - ela berrou, enquanto tentava tapar os ouvidos com as mãos. Um pisão em falso e a loira abriu um buraco no chão, sua perna invadiu o apartamento do andar inferior.

- Milady, eu instalarei o dispositivo! - o robô apressou-se em encaixar a tiara na cabeça da loira, que teve sua mente inundada por percepções de como o seu marido via o mundo: uma miríade de cores, sons, sensações, odores, que ela nem fazia ideia que existissem.

- Rápido, milady, o tempo urge!

Recomposta, Sam acenou com a cabeça e apanhou uma camiseta preta que foi colocada sobre sua cabeça, as mangas dobradas na altura da nuca, e a gola servindo de abertura para seu olhos. Seu visual lembrava o de um ninja. Ela pensou nisso pois sabia que seria filmada.

- Okay. Como ele falava mesmo? Para o alto e avante!

Com as percepções de como se usar os poderes, Sam, em supervelocidade, decolou em direção ao céu, localizando-se e pondo-se na direção da tal Área 51. A sensação de liberdade e a adrenalina despendida pelo voo em tal velocidade invadiram seu corpo.

Apesar de estar acostumada a passear com Freddie nas altura, ela jamais experimentara tamanha velocidade, ou certamente seria feita em pedaços pelo atrito do seu corpo com o ar.

Ao longe, sua visão privilegiada lhe permitiu enxergar o complexo onde o corpo de Freddie era guardado.

Acima da superfície, havia apenas uma reles cabana de madeira apodrecendo sob o sol implacável.

Entretanto, uma rápida visualização com a visão de raios-x demonstrou que o solo continha um avançado e fortificado complexo, com instalações gigantescas e ramificações que perfaziam centenas de quilômetros, tudo isso a centenas de metros abaixo do solo árido.

“Meu Deus, o que é isso? O que esses caras escondem da gente?”

2m50s restantes

O dispositivo em sua cabeça a alertava sobre o tempo restante, e, ao conferi-lo, Sam se dispôs a esvaziar sua mente, penetrando na terra dura como uma broca, como Freddie lhe disse que fizera uma vez.

Sam abriu um buraco em uma parede de metal. Não havia ninguém ali. Os raios-x não revelaram nada adiante, provavelmente as paredes eram revestidas de algum tipo de liga tão densa quanto o chumbo, o qual Freddie não conseguia olhar através. Uma luz vermelha instalada quase na altura do teto do corredor começou a piscar, indicando que provavelmente já tinham ciência da sua invasão.

Olhou para os lados e viu uma espécie de terminal, onde se posicionou.

- Kelex, por favor, o que eu faço agora? Eu não sei aonde ir!

- Um momento, milady. Tão próximo assim, serei capaz de invadir o sistema e descobrir onde está Kal-El.

2m01s restantes

- Aí está, milady. Na sua mente, já forneci o mapa do local.

Sam recebeu as informações e logo soube o que fazer, o corpo do seu marido estava a quase um quilômetro de distância, e o tempo já era escasso. De repente, um grupo de militares fortemente armados apareceu.

- Parado, seja quem for! Você invadiu instalações militares e está sujeito a força letal caso não se renda imediatamente!

O aviso fora uma mera distração, pois logo em seguida choveram balas contra o corpo de Sam, que instintivamente colocou seus antebraços à frente para se proteger. Então, lembrou-se que não precisava fazer isso.

Seus olhos azuis ficaram vermelhos, e feixes precisos da visão de calor atingiram os pesados fuzis carregados pelos militares, que os jogavam ao chão, ao sentir o insuportável calor do metal derretendo.

Então, alguns que estavam na retaguarda jogaram granadas na direção dela, explodindo com violência a poucos pés de distância. O incômodo resultante dessas explosões mal foi comparável ao de um cutucão.

1m30s restantes

Sam não tinha tempo a perder. Ela abriu suas mãos e, com um rápido movimento, juntou-as, gerando um estrondo sônico que incapacitou todos os militares que tentavam proteger aquele corredor.

“Preciso pegar o Freddie...”

Correndo em alta velocidade pelos corredores, Samantha seguiu derrubando tudo o que aparecesse à sua frente, tomando sempre o cuidado de não ferir ninguém. Não que ela se importasse se quebrasse os ossos de algum daqueles coitados, mas ela sabia que Freddie não aprovaria tal atitude, ainda que fosse por um bem maior.

A loira então chegou à frente de um reforçado e enorme cofre. Ela ativou a visão de calor, mas mal houve efeito.

“Merda!”

Seus punhos atingiram com força o metal, e finalmente começaram a ceder. Seguidos golpes castigavam a porta, e, ao cabo de vinte segundos, ela finalmente conseguiu abrir uma passagem.

1m00s restantes

Então, Samantha adentrou uma sala com equipamentos bem avançados, em se tratando da Terra. Cabos cruzavam o teto de um lado a outro, havia máquinas que a policial supôs serem computadores, mas de uma complexidade tal que ela nem sabia como eram ligados e para quê serviam.

Um cientista que lá trabalhava logo foi enxotado com uma lufada do supersopro.

Observando mais ao fundo, aterrorizou-se com a visao do monstro que havia matado seu marido. Apocalypse jazia em um tubo cheio de algum tipo de líquido desconhecido para ela, o corpo do monstro repleto de fios e terminais ligados a alguns dos computadores das laterais. Sam sorriu ao constatar que Freddie havia feito um bom trabalho, aquele golpe com as duas mãos havia quase arrancado a cabeça do monstro. Ela estava presa apenas por um pequeno pedaço de carne e pele.

Andou alguns passos e viu o que procurava.

Em um tubo de êxtase similar ao de Apocalypse, estava o corpo de Freddie, o rosto tão deformado quanto antes, o que fez a loira se perguntar se ele realmente estava vivo. Como Apocalypse, havia fios conectados a cada parte do corpo dele, todos ligados a um computador.

- Freddie... - ela murmurou, com a mão sobre o vidro.

0m37s restantes

Com um soco, Sam estilhaçou o vidro reforçado do tubo, fazendo vazar seu conteúdo. Antes que o corpo do amado atingisse o chão, ela delicadamente o apanhou em seus braços.

O tempo urgia, então Sam correu em direção ao corredor anterior, somente para ser açoitada por outra saraivada de tiros de pesados fuzis. Dessa vez, entretanto, as balas doeram.

Ela se desesperou. Isso significava que os efeitos do soro já iam passando.

Com um sopro, ela jogou longe os homens que a enfrentavam, e, na base do desespero, lançou-se para o teto, com a mão esquerda à frente, abrindo à base da força um caminho para o exterior.

0m25s restantes

O esforço era descomunal, cada metro passado era extremamente doloroso, e ela procurava retirar da sua mente os danos que Freddie estava sofrendo naquele instante, entrando em contato direto com o duro solo do deserto onde a base era localizada.

Com alívio percebeu que a luz do sol apareceu, tão logo irrompeu do solo para o exterior.

Instintivamente olhou para sua mão, ela estava em carne viva.

Mas, sem querer se ater àquele detalhe, voou com tudo o que tinha em direção ao céu, intentando ir o mais longe que pudesse, para escapar das forças que certamente estariam em breve atrás dela.

Quando chegou a cinco mil metros, sua agora aguçada audição captou ondas de rádio que lhe informaram a respeito de dois caças que já haviam saído em sua interceptação. Sua visão mostrou que tais máquinas já estavam perigosamente próximas a ela.

0m10s restantes

“Vamos, Sam!”

Sam se jogou à velocidade máxima em direção noroeste.

0m00s

Mas o pior aconteceu. A loira sentiu seu corpo começar perder altitude e força, seu poder havia expirado.

- NÃO!!!

Sam fazia força como podia, mas a gravidade venceu, e os dois começaram a despencar em direção ao solo. Ela segurava Freddie pela mão.

- Desculpa, amor... desculpa, eu não consegui!!! Eu falhei!!!

Por mais força que fizesse, Sam entrou em queda livre, girando descontroladamente, e a força centrífuga resultante a fez largar seu amado.

- Não... não... desculpa, Freddie... me perdoa!

Então, Sam fechou os olhos.

Estava feito, ela ia morrer. Contudo, não havia um pingo de arrependimento dentro de si, havia feito o possível para salvar seu marido, as consequências letais eram aceitas de bom grado.

“Foi uma boa vida. Não lamento nada.”

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- Ei, moça... você tem habilitação para voar?

O som da doce voz do amado a fez sorrir de imediato. A sensação de ser amparada lentamente por seus poderosos braços encheu-a de alívio.

Freddie estava vivo. Seu rosto ainda estava judiado, mas ele estava lá.

- FREDDIE!!!

Ela não aguentou a urgência de abraçá-lo e beijá-lo, o que parecia impossível havia acontecido, Freddie estava vivo. Contudo, a lembrança dos perseguidores a retirou desse momento.

- F-Freddie... caças...!!!

Freddie olhou para o lado superior e seus olhos soltaram feixes vermelhos. E aí, tudo que Sam pôde ver foi uma explosão e logo depois uma cadeira com um paraquedas amortecendo sua queda. O mesmo aconteceu com o segundo caça.

- Pronto, acho que estamos em paz agora.

Seu belo rosto já começava a se curar, provavelmente devido à exposição acentuada ao sol, que estava forte àquele horário.

- Oh, meu Deus... como eu estava com saudades! - ela o abraçou e beijou seu pescoço, arrancando a máscara improvisada do rosto, o que fez Freddie sorrir.

- Deixa eu ver... ninja?

- E mais forte que você. Pena que só por cinco minutos.

- Hah! Sei... - ele depositou um singelo beijo em seus lábios - Minha Princesa, vamos pra casa?

- Demorou! Temos muita coisa pra explicar pra sua mãe e pra Carly!


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo é o último. Tô até triste, pois foi mais de um ano escrevendo isto aqui...
Mas vamos lá!
Obrigado e deixem um review caso consideram este arremedo de roteirista e desenhista digno de tal bondoso ato!



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