[Billie's POV]

Essas lembranças vindo a tona do nada estão me perturbando. Já faz cinco anos, Billie Joe, como você não esqueceu a garota em cinco anos? Pior que eu meio que esqueci ela sim, mas não esqueci tudo o que sentia. E a Adrienne já percebeu que estou estranho desde que voltei da rua.

- Billie, eu conheço esse seu olhar distante. Ainda lembra dela? - Adie perguntou

- Eu lembro do jeito dela, do rosto, do olhar... só não lembro o nome. - respondi

- A essa altura ela já deve ter casado, mas se bem que o casamento não muda nada, né. - ela respondeu, me alfinetado

- Adie, por favor, eu te amo e você sabe disso... - eu disse

- Mas eu nunca serei ela, né? Tudo bem, Billie. Reorganize seus pensamentos, e só venha falar comigo quando re-esquecer essa garota. - ela disse e foi pro quarto

Droga. Já prevejo uma greve de sexo terrível. Eu tive que dizer a verdade, a Adie me conhece muito bem. Só me resta ver TV.

- Fome na Hungría, bombardeamento no Afeganistão, novo video-game aprovado pelo presidente dos EUA, governo americano confisca armas nucleares do Ira.... - os jornais diziam na tv

Esse não é o país que eu costumava viver. Maldito presidente Bush, alienando os cidadões. Vou compor que eu ganho mais. Que tal uma música sobre essa nova América que vivemos? Vai se chamar... American Idiot.

"Don't wanna be an American idiot

Don't want a nation under the new midia

And can you hear the sound of hysteria?

The subliminal mind, fuck America

Welcome to a new kind of tension

All across the alienation

Where everything isn't meant to be ok

Television dreams of tomorrow

We're not the ones meant to follow

For that's enough to argue

Well maybe I am the faggot America

I'm not a part of a redneck agenda

Now everybody do the propaganda!

And sing along in the age of paranoia

Welcome to a new kind of tension

All across the alienation

Where everything isn't meant to be ok

Television dreams of tomorrow

We're not the ones who're meant to follow

For that's enough to argue

Don't want to be an American idiot

One nation controlled by the media

Information age of hysteria

Is callin' out the idiot America

Welcome to a new kind of tension

All across the alienation

Where everything isn't meant to be ok

Television dreams of tomorrow

We're not the ones who're meant to follow

For that's enough to argue"

É, tô puta revolts com o sistema.

[Glória's POV]

Cheguei, minha querida Berkeley! E agora, onde morar até eu conseguir comprar uma casinha? Já sei! The Punkiest Wicked Warehouse!

- Eai. - eu disse, pra dona da TPWW

- Fala. - ela respondeu, seca

- Tem vaga? - perguntei

- Depende pra quem. - ela disse

- Pra minha vó sabe... af, claro que é pra mim. - eu disse

- Aham... - ela foi me analizando pra cima e pra baixo com um olhar crítico

- Então? - perguntei

- Você é... linda. Quantos anos você tem? - ela disse, espantada e me tarando com os olhos

- Não te interessa, e obrigada. - eu disse, pegando a chave da mão dela e deixando o dinheiro da primeira noite na mesa

Essa garota é pervertida mesmo, heim. Enfim, agora vou me arrumar e sair. Pra onde? Vou descobrir agora.

- Galera, galera. - chamei todos na sala

- Oi? - eles me olharam tentando me reconhecer

- Tem algum lugar que preste pra a gente sair hoje? - perguntei

- Quem é você? Você é do nosso grupo? - Kyle perguntou

- Kyle! É, eu lembro de vocês todos, vocês que não se lembram de mim. Mas enfim, bora sair galera! - eu falei, indo em direção a porta

Lá fora acendi um cigarro, nem acreditando que finalmente estava fumando de novo (é, eu tinha parado). De lá eu conseguia ouvir os cochichos lá dentro, sobre mim, é claro.

- Gente, vocês reconhecem ela? - alguém perguntou

- O corpo dela, o tamanho, a pele... ela já esteve aqui, disso eu tenho certeza. Mas, não lembro o nome dessa tal whatsername. - uma mulher disse

- Bem, ela parece muito bacana, e se vocês demorarem eu pego pra mim. - um dos caras disse

- Bora gente, a "whatsername" tá lá fora esperando, haha.

Whatsername significa algo como qualéonomedela, ou simplificando mais, "fulana". Gostei, a partir de agora vou ser conhecida como a fulana, a whatsername. Vi um grupo de 15 pessoas saindo da TPWW, fechando a porta e vindo na minha direção. Eu estava encostada em poste.

- E ai, Whatsername? A gente criou um apelido pra você, já que você é tão misteriosa que nem o nome revela. - Riot, um gay do grupo, ironizou

- Ai, Riot, adorei! E ai, ainda tá meio cedo pra ir pra algum lugar... que tal tocarmos o terror na cidade antes? - sugeri

- Assim que eu curto, Whatsername! - todos disseram

Passamos num posto de gasolina do tipo "vende tudo" e compramos um monte de coisas. Andamos rua por rua, pichando muros, tacando papel higiênico, quebrando coisas, gritando. Resumindo: estavamos nos divertindo.

- Amanhã a cidade vai acordar com uma surpresinha, graças a TPWW! - dissemos

- Agora sim tá na hora! Aonde vamos? - perguntei

- Que tal... Gilman Street? - Forbs perguntou

- Como se tivessemos outro lugar pra ir... - ironizei

Chegamos no Gilman, uma super nostalgia tomou conta de mim, me sentia como se nunca tivesse deixado esse lugar. Festei tanto, mas tanto, que todo mundo notou minha presença lá. Não eram só as roupas, era o espirito, e de boca em boca todo mundo ia se perguntando quem era a tal garota... eu. Só havia uma resposta: Whatsername.

- Nós somos os The Fucked, e um passarinho me contou que temos a visita ilustre de uma garota punk que não vem ao Gilman faz tempo. Quem é ela galera? - o vocalista perguntou

- Aqui! Aqui! A Whatsername aqui! - meu grupo gritou

- Não acredito, vocês armaram pra eu subir no palco? - perguntei, emocionada

- Claro, seja lá quem você é ou era, você é nossa mais nova punk rocker, merece um presentinho. - Brad falou, piscando pra mim

- Obrigada! - gritei pra ele, indo em direção ao palco

- Você é a tal Whatsername? - o vocalista perguntou

- Sim, sou eu! - eu disse

- Que tal mostrar pra eles como se bota pra quebrar aqui no Gilman? - ele disse

Eu já sabia o que ele queria dizer com isso.

- Demorou. - respondi

Peguei o microfone e comecei a "gritar" uma música dos Misfits. Eu não sou a melhor cantora do universo, mas até que me dei bem. Depois, passei o microfone para o vocalista e me joguei na plateia.

- Garota, você arrasou! - meus amigos disseram

De repente, um braço me puchou um pouco. Ué?

- Quem diria, Little Girl. - ouvi uma voz conhecida

Virei para trás.

- Tré? - arregalei os olhos