One Piece ACD escrita por Hellt


Capítulo 17
Capítulo 17




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Capítulo 17: O passado de Gabriel, vovó Slash

O músico estava sentado na beira do navio ensaiando umas notas em sua guitarra, pensava em alguns nomes pra sua futura banda, “que tal Sistem of a Up? Não, ficou quase legal, e se fosse Iron Maker? Não também não fica legal, mas to quase achando...” de repente ele olha para o lado e vê Rebeka tentando explicar algo para Daniel.

- Vou te explicar mais uma vez garoto, olha o mapa... – a navegadora falou mostrando um mapa com um triângulo desenhado por ela mesmo. – Seguinte, nós não podemos seguir reto para Lávia por que tem uma mega tempestade aqui no meio do caminho, daí a gente vai aumentar o caminho alguns dias pois vamos desviar da rota para Rotéria, depois vamos voltar a rota indo para Lávia, só estamos fazendo isso para desviar da tempestade entendeu agora? – ela falou vagarosamente para o gordinho entender.

- Ta, a gente vai só desviar da chuva passando por outra cidade, é tão simples. – Daniel falou sorrindo largamente.

- Ele finalmente entendeu. – a moça falou respirando fundo, afinal eram ininterruptas três horas e meia tentando explicar um desvio lógico da rota devido a uma adversidade temporal próxima, Gabriel observa essa cena com um leve sorriso, o garoto acende um cigarro e continua dedilhando sua guitarra.

- Viajando em seus pensamentos Gabriel? Pensando na Lucinda né? – Hellt se aproxima e pergunta.

- Go to hell cara! Eu nem vi você se aproximando... – o jovem guitarrista falou. – na verdade eu to pensando numas coisas de meu passado, dessa vez não tava pensando na Lucinda.

- Milagre você não está pensando na Lucinda! – o mais alto falou em tom de piada. – Só vim pra avisar que a comida ta quase pronta. – Um calafrio passou pela espinha do garoto.

- Ta certo, depois eu vou. – o músico disse e o desenhista voltou à cozinha, Gabriel então voltou a dedilhar sua guitarra, estava pensando em seu passado nas redondezas da cidade de Liros.

Gabriel não conheceu seus pais, sua primeira lembrança o remete a um orfanato que viveu quando bem criança, ficou lá por alguns anos, fez alguns amigos que constantemente iam embora por adoção, embora a tristeza da partida de seus colegas e a de ser renegado ele estava de certa forma feliz, a vida naquele lugar não era tão ruim, até o dia que a mulher que cuidava do lugar morreu devido a um acidente corriqueiro, a pessoa que a substituiu era ruim como poucos, castigos físicos eram constantemente aplicados aquelas crianças.

- Arthur ela te bateu muito? – Gabriel perguntava a seu amigo que acabara de tomar uma surra.

- Muito, muito mesmo, mas ela não me venceu ainda, ela quer nos destruir mas eu não vou deixar, eu e outros garotos vamos fugir daqui amanhã a noite, vem com a gente.

- Mas é perigoso lá fora, aqui pelo menos temos comida e companhia, depois se a gente se comportar a gente não vai apanhar... – Gabriel tinha medo do desconhecido.

- Ela está conseguindo destruir seu espírito. – Arthur falou. – Qualquer coisa lá fora é melhor que morar aqui, é só você que não quer enxergar isso! Talvez você enxergue depois que alguém morrer. – As palavras daquele garoto assustaram o jovem Gabriel, naquele momento ele também decidiu fugir.

A fuga seria naquela noite, esperaram que todos estivessem dormindo para tentarem escapar, eram ao todo cinco garotos e duas garotas que tentariam escapar dali, desceram pela sacada da casa de dois andares e depois pularam o muro, foi mais fácil que imaginavam, entretanto nada costuma ser tão fácil assim.

- Parados aí garotos! – policias gritaram ao ver os garotos pulando o muro fugindo do orfanato.

- Merda! Correndo todo mundo gente! – Arthur falou e todos obedeceram, se embrenharam na mata próxima ao orfanato, Gabriel correu como se nada mais importasse, chegou ao fim da mata e esperou alguns minutos, ninguém saíra de lá não sabia se haviam sido pegos ou se conseguiram fugir, de repente ele escuta uma voz masculina.

- Vamos, eu vi um deles por aqui. – Gabriel não pensou duas vezes e começou a correr novamente, sentia muito medo de ser pego pela polícia e mais medo ainda do castigo que receberia no orfanato por ter fugido, suas forças foram se esgotando, começou a andar cada vez mais devagar, até que caiu de cansaço, afinal de contas foram dois dias fugindo sem parar nem por um minuto, começa a nevar.

- Porra! Nós somos um bando de burros, por que não esperamos o verão para fugir? Agora eu vou morrer de frio, fome e cansaço, pelo menos consegui fugir, aquela mulher não destruiu meu espírito Arthur. – o garoto falou pra si mesmo antes de fechar os olhos.

“Que cheiro é esse? Parece comida... É cheiro de carne...” pensou isso antes de abrir os olhos, para sua surpresa estava em uma cama quente, seus machucados estavam tratados e estava numa casa bonita, olhou para o lado e uma figura trajando roupas pretas com cabelos um pouco abaixo do pescoço encaracolados e uma cartola cozinhando.

- Go to hell garoto! Não se deve fugir em uma noite de neve! – a figura se virou e disse essas palavras ao ver Gabriel acordado, falava fazendo sinais de chifres com a mão esquerda e usava óculos escuros, percebia-se que se tratava de uma mulher já de mais idade, o garoto se assustou com o estilo dessa mulher.

- Go to hell? Desculpa senhora mas o que eu to fazendo aqui?

- Você tava caído na frente da minha casa, eu não podia te deixar morrer no frio, agora me diz onde você mora? Temos que avisar seus pais que você está bem.

- Eu não tenho família dona, sou um garoto de rua. – Gabriel ia falar que morava num orfanato mas achou melhor não citar isso com medo da mulher querer o levar de volta praquele lugar.

- Go to hell! Nenhuma criança deveria morar na rua, isso pede uma música. – de repente a mulher pega uma guitarra e senta-se numa cadeira, é como se uma luz a iluminasse e ela começa a tocar e a cantar umas coisas não identificáveis, Gabriel começa a rir.

- A senhora é muito engraçada, como se chama?

- As pessoas aqui me chamam de vovó Slash! Go to hell! – apesar desta maneira um tanto excêntrica de a chamarem ela não era avó, na verdade nem mãe.

- Eu sou Gabriel, prazer. – começava nesse instante um laço que mudaria toda a vida do garoto, vovó Slash começou a cuidar de Gabriel que resolveu morar com ela, era o mais próximo de família que ele tivera por muito tempo.

A mulher era muito fã de um estilo musical que engatinhava, o rock, as suas vestimentas eram como a dos músicos que escutava em shows, ela mesma tinha uma banda, tudo aquilo causava um fascínio mágico no jovem Gabriel, depois de um dos shows daquela mulher o garoto tomou uma decisão.

- Vovó Slash eu decidi que eu vou formar uma banda de rock que vai entrar para história!

- Go to Hell garoto! Que instrumento você quer tocar? – a mulher falou empolgada.

- Guitarra igual à senhora! Vou ser um grande guitarrista!

- É isso aí moleque! – a mulher falou fazendo sinal de chifres com sua mão direita, depois desse dia a mulher ensinou ao garoto tudo o que sabia sobre guitarras, na verdade tudo o que sabia sobre o rock, o garoto tinha a aplicação necessária pra aprender rápido que a mulher ensinara e até para desenvolver mais do que aprendera.

- Muito bom garoto, você vai se tornar um excelente guitarrista, toma eu quero que você fique com isso. – a mulher falou depois de ouvir Gabriel tocando e lhe deu sua cartola, a mesma cartola que o músico usa até hoje.

- Muito obrigado! Essa cartola é muito legal! – o jovem falou com os olhos brilhando.

- Agora tenho que dormir, estou muito cansada, acho que to envelhecendo... – falou a mulher em tom de piada, mas a situação era séria e Gabriel percebia o quanto sua amiga estava ficando fraca e doente, apesar de seu espírito jovem a mulher já era de idade avançada, o garoto sabia que mais cedo ou tarde ele perderia sua amiga para sempre.

Os dias se passaram na forma de meses, a vovó mau saia de sua cama, Gabriel cuidava dela com muito carinho, ele sabia que estava a perdendo, naquela noite ela o chamou.

- Gabriel você está aí? – a mulher já não enxergava muito bem. – Saiba garoto que você tornou minha vida melhor desde aquele dia que nos conhecemos, não desista nunca de seu sonho e nunca aprisione seu espírito, seja livre como os piratas do oceano.

- Eu nunca vou desistir do meu sonho pode deixar... – o garoto falava com um pouco de lágrimas nos olhos. – Minha vida também se tornou melhor após te conhecer minha amiga! – falou segurando firme a mão da mulher.

- Gabriel já deu pra perceber que estou morrendo, é triste mas é o ciclo da vida, eu não quero ser enterrada, quero ser cremada e que minhas cinzas se percam nas águas do mar, quero ser livre pra sempre, livre como um pirata até na morte! – eram os desejos sinceros daquela mulher, o garoto sabia da dificuldade de realizar tal pedido pois o único forno dedicada ao procedimento de cremação ficava em Liros, não era tão próximo mas com certeza absoluta realizaria o último desejo de sua eterna amiga.

No dia seguinte a mulher não estava mais viva, Gabriel chamou os amigos dela e juntos a levaram em um caixão para o único lugar em Liros que trabalhava com cremação, como desejado da vovó Slash o garoto jogou suas cinzas no oceano para que até na morte fosse livre, depois deste acontecimento o jovem foi até Liros pra tentar montar uma banda, procurou se informou com os amigos de sua falecida amiga e encontrou uma banda que precisava de um guitarrista.

- Você é muito bom mesmo! Pode fazer parte de nossa banda! – falou um cara com cabelo cobrindo todo o rosto. – Vamos nos apresentar naquele restaurante daqui a uma semana, vai ser o primeiro show de uma lenda!

- Go to hell! Tão rápido cara! Eu vou lá no restaurante pra ver o ambiente. – o jovem guitarrista foi em sentido ao lugar que seu companheiro de banda apontara para ver como era o lugar, quando entrou a viu.

- Oi, posso te ajudar? – disse Lucinda olhando o garoto que acabara de entrar, o jovem com corações nos olhos ficou mudo uns instantes pensando: “é a mulher mais linda que já vi!”

- Go to Hell! Eu vou me apresentar aqui com minha banda só vim pra conhecer o lugar.

- Daqui uma semana? A sei você é o novo guitarrista daquela banda ruim né? Os donos só deixam eles se apresentarem aqui por pura dó deles. – mulher falou sorrindo como se não fosse nada demais, o garoto caiu para trás assustado pois pensava que a banda tinha qualidade, andando com aqueles caras aprendeu a fumar e depois se arrependeu, pensou em deixar a banda mas não queria ficar longe de Lucinda, aos poucos seu sonho foi sendo abafado, até que naquele dia um menino gordinho e um cara alto adentraram o camarim dele, o gordinho fez um convite:

- Ou, você não quer fazer parte de minha tripulação pirata? Eu sou o grande capitão Daniel e vou pra Grande Linha achar o One Piece! Eu serei o rei dos piratas!

Naquele momento as palavras de sua falecida amiga ecoaram em sua cabeça, ser livre como um pirata, havia se esquecido da promessa que fizera e aquele garoto o fez lembrar o que ele realmente queria: realizar o sonho de criar a uma banda de rock que entraria para história, seu espírito se encheu de força e esperança, se sentiu vivo como há muito tempo não se sentia.

Preview:

- Rápido! – Daniel fala pra si mesmo em referência ao ataque enquanto se desvia com semblante sério.

- Forte! – Hellt afirma também no momento que se desvia, também com face séria.

- De onde veio isso? – o guitarrista se pergunta se desviando assustado.

- Vamos morrer! – a garota afirma com rosto de pânico extremo, chorando cascatas.

- Espadachim, por que nos ataca? – Hellt pergunta àquela figura que usava uma manta amarronzada que cobria seu corpo por completo exceto seu rosto, este estava fora da visão de todos.

- É obvio, vou acabar com todos vocês da tripulação de Rino! – o espadachim fala com uma voz feminina, qual foi a surpresa de todos ali ao ver que se tratava de uma mulher...

Próximo capítulo: A cidade de Rotéria e a mulher espadachim



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Notas finais do capítulo

Próximo cap uma nova saga começa........
Espero que estejam gostando.............
Té mais..........



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