- Surpresa! – comentei, abrindo um sorriso sarcástico. Me virei para James que se encontrava um pouco atrás de Albus – Não falei que tinha um presente, irmãozinho?

- O que ele está fazendo aqui? – Rose perguntou, se colocando ao lado de Scorpius e me olhando irada.

- O que você faz de mãos dadas a um Malfoy, Lilian Luna Potter? – meu pai se intrometeu antes que eu pudesse responder à Rose.

- Ele é meu namorado, papai – falei calma e Scorpius passou um de seus braços por minha cintura, ato que fez meu pai soltar um rosnado.

- Como assim namorado, Lilian? – ele perguntou, minha mãe segurava seu braço, me olhando com intensidade.

- Ora, papai, na sua época não existia namoros? Eu vou ter que realmente explica-lo sobre isso? – comentei com sarcasmo e ele ameaçou avançar – Bom, pelo visto sim. É assim: um garoto e uma garota gostam um do out...

- Lilian, chega – minha mãe me advertiu. Pisquei com inocência e voltei a olhar para meu pai, em silencio. Ele estava vermelho.

- Com quem você pensa que está falando, garota? – meu pai perguntou, a voz elevada – Me respeite, sou seu pai!

- Então por que parou de agir como um? – minha voz aumentou também e Scorpius apertou um pouco minha cintura, como se me dissesse para me controlar. Respirei fundo e abaixei o tom de voz, já havia alguns curiosos nos olhando – Você deixou de ser meu pai quando eu entrei para a Sonserina. Atitude bem falsa a sua, não? Se me lembro direito, lembro de você ter falado algo para Albus, em seu primeiro ano... Como era mesmo? Ah, acho que foi algo dizendo sobre Severus Snape ser a pessoa mais corajosa que você já conheceu e sobre não fazer diferença para vocês se ele fosse para a Sonserina... O que mudou, papai? Ou isso só servia para ele? O que me faz diferente?

- Lilian... – minha mãe falou de novo, olhando nervosamente para os lados.

- A culpa é desse garoto! – meu pai exclamou, se soltando de minha mãe e apontando o dedo para Scorpius, que continuou com a expressão imutável, o encarando – Lilian não era assim, você está mudando nossa filha!

- Harry, é apenas uma criança – minha mãe falou, se colocando ao seu lado.

- Ele é igual ao pai, uma cobra! Desde pequeno Draco queria acabar comigo e, quando não conseguiu, o filho dele vem roubar a minha filha, a deixando contra nós! – ele grunhiu.

- Você está sendo irracional, querido – minha vó tentou intervir – Não julgue o garoto pelos erros do pai, você sabe que isso não é certo.

- Deixe-o, vovó – falei sem desviar os olhos de meu pai – É verdade, Scorpius me mudou. Ele me fez parar de ser uma idiota que fica chorando pelos cantos por culpa da família, que a despreza. Fez com que eu parasse de me lamentar por ser de uma casa diferente e começar a ter orgulho do que sou. Sim, ele me mudou e eu agradeço imensamente por isso. Eu não me importo mais, papai.

- Isso não importa – a voz aguda de Rose chamou a atenção, ela parecia tensa. Sorri sarcasticamente, ela parecia ter medo que eu dissesse algo sobre ela e eles acreditassem – A pergunta certa é o que ele está fazendo aqui.

- Ele irá passar o natal conosco, prima – comentei cínica – Não é maravilhoso?

- O que significa isso, Molly? – meu pai perguntou, se virando para minha vó, que nos observava séria.

- Ele não tinha onde ficar – ela deu de ombros – Não iria deixar-lo passar o natal sozinho em Hogwarts.

- Eu me recuso a aceitar isso, ele não ficará aqui! – meu pai exclamou, seu rosto ainda vermelho.

- Mas é claro que não – vovó negou, horrorizada – Imagine se eu ia deixar que uma pobre criança passasse o natal em uma estação de trem? Ele virá conosco para casa e sinto dizer, Harry, mas não é você que decide isso.

-*-

Me separei de minha mãe assim que chegamos a Toca, voltei a entrelaçar minha mão com a de Scorpius e o puxei até a porta. Me sentia enjoada e tonta, odiava aparatar.

- Lily, nós vamos para casa... – minha mãe falou atrás de mim e eu parei, piscando.

- Eu não vou – me virei para ela, que me observava com dor – Desculpe mãe, mas eu vou passar minhas férias aqui, não acho que seja bem-vinda em casa, de qualquer maneira.

- Não diga isso, Lily – ela falou, a voz um pouco elevada – Você ainda é nossa filha.

- Não vou deixar Scorpius sozinho aqui, mãe – murmurei, abrindo um sorriso fraco – E tenho certeza que seu marido não iria permitir que Scorpius ficasse por lá.

- Ele é seu pai, Lilian – minha mãe me repreendeu e eu suspirei, derrotada.

- Diz isso para ele – dei de ombros, voltando a caminhar – Nos vemos no jantar? – perguntei, me virando para ela e sorrindo um pouco.

- Claro – ela sorriu de volta e, me lançando mais um olhar triste, se virou para seguir até nossa casa, onde meu pai e meus irmãos já se encontravam.

- Vamos – puxei Scorpius até a entrada da Toca e fui mostrando a casa rapidamente. Apontava sem muito interesse para as portas dos quartos dos meus primos e, finalmente cheguei ao meu, que era o antigo quarto da minha mãe. Eu agradecia infinitamente por minha vó ter deixado eu ficar com um quarto só para mim, já que não suportaria dividir o meu com Rose, Dominique, Roxanne, Molly ou Victorie.

Entrei no quarto e me joguei na cama macia e conhecida, suspirando.

- Como é bom estar em casa – comentei sarcasticamente e me sentei, olhando para Scorpius, que se encontrava parado perto da porta, observando o local.

- Tecnicamente, você não está em casa – falou ironicamente e veio até mim, se sentando ao meu lado.

- Aqui consegue ser melhor que a minha – dei de ombros, me sentia esgotava pela discussão com meu pai mais cedo – Harry ficaria feliz se eu me mudasse logo para cá.

- Pensei que não se importasse mais – ele comentou, me puxando para mais perto dele.

- Pensei que me conhecesse o suficiente para saber quando estou mentindo – devolvi, me soltando de seu semi abraço e me deitando em seu colo.

- E eu sei – ele comentou – Por isso que me preocupo, você realmente quer continuar com isso?

- Não é questão de querer, Scorp – falei baixo, fechando os olhos – Eu preciso disso ou então eu vou explodir! Obviamente sou fraca demais para me vingar da Rose, o que me resta é enfrenta-los, não vou abaixar minha cabeça e depois ir chorar sozinha, sentindo pena de mim mesma. Eu cansei disso.

- Você sabe que eu vou te apoiar de qualquer jeito, não? – eu abri os olhos assim que ele fez essa pergunta, encontrando me olhando com intensidade e sinceridade.

- Mesmo se eu o decepcionar novamente? – perguntei, me lembrando das vinganças contra Rose.

- Eu estou apaixonado por você, Lily Luna, não acho que irá se livrar tão facilmente assim de mim – ele murmurou, sorrindo.

- Obrigada – falei baixo, voltando a fechar os olhos – Não sei onde estaria agora se não fosse você.

- Ah, mas eu sei, você estaria aqui mesmo, deitada na cama e ch...

- Eu sei, Scorpius – o interrompi, abrindo os olhos novamente – Por que você sempre tem que estragar o momento?

- É um dom – ele falou e deu de ombros, sorrindo maliciosamente – Sabe meus outros dons?

Revirei os olhos, deixando um sorriso bobo escapar enquanto Scorpius se inclinava e selava nossos lábios.

- Lily e Scorpius, não me façam subir todas essas escadas para encontrar vocês sozinhos em um quarto, desçam agora! – a voz estridente de minha avó nos interrompeu e Scorpius soltou uma risada divertida, me ajudando a sair de seu colo e levantar.

- Preparada para duas semanas de guerra? – ele perguntou com ironia, sorrindo sarcasticamente.

- Nem um pouco – respondi, arregalando os olhos – Mas vamos lá.