- Vamos! Não vai querer perder o primeiro dia de aula, vai? – minha mãe gritou do andar debaixo.

- Já vou mãe – falei.

Bom, deixa eu me apresenta meu nome é Lolita Smith, mas conhecida como Lola, sou uma típica adolescente de 15 anos, e moradora para todo, todo sempre da cidade minúscula de Sumycity, onde fica isso?Fica em uma área esquecida do Arizona, e pra sai daqui só com 18 anos, por sorte está chegando, só falta três anos (ok, é tempo pra caramba). Moro com meus pais, no entanto se for contar com minha mãe, melhor ter ninguém. Passa o tempo á viajar para Phoenix, onda vive minha avó e três das minhas tias, uma cidade ensolarada, que minha mãe ama ir, mas o fato de haver um shopping lá deve facilitar isso. Meu pai trabalha feito louco, fica tão ocupado trabalhando, que acha que á mulher vai apenas pela família, o que na minha opinião é doidera porque ele sustenta três cartões de créditos que estouram magicamente todo mês, sendo que não há se quer uma um lugar na cidade que aceite o maldito pedaço de plástico.

Hoje é simplesmente o primeiro dia no ensino médio, hora de esquecer os anos infantis e virar uma adolescente do ensino médio.

 Coloquei uma roupa impecável, uma calça jeans apertada, um all-star preto, uma blusa azul esverdeada que apertava apenas o busto, o resto seguia solta. Passei um brilho de leve nos lábios, e uma sombra. Desci as escadas correndo, tomei café, peguei minha mochila, coloquei meu celular no bolso e corri, a escola era á dois quarteirões da minha casa.

Cansada de correr eu diminui o ritmo, nem preciso dizer que esportes não é minha praia.

Ok, ok ... Parece tudo normal. Vendo desse ângulo, pareço uma adolescente normal, que apesar de alguns problemas familiares, que são até comuns, é feliz e reclama de barriga cheia, um mar de rosas, só que quem pensa assim está totalmente enganado.

- Pensando demais Smith – Ele me falara, enquanto eu parava de andar – Vai acabar batendo em um poste desse jeito.

- Mesmo se eu batesse você ainda seria mais idiota do que eu – respondi.

- Carona? – ele perguntara abrindo a porta de sua luxuosa BMW vermelha, como não aceita?

Entrei sentando no banco passageiro.

- Era para ter ido te busca na sua casa, mas você não estava lá.

- Humrum... Eu sai mais cedo, sabe como é, ansiosa como sempre – sorri amarelo para ele.

- Á sua mãe... – ele tentou falar, mas logo interrompi.

- Piter, por favor, não estrague meu dia intocado até agora – suspirei.

- Tudo bem, só estou preocupado com você Lola – ele me olhou como se estivesse pedindo desculpas.

Piter, na verdade Pietro Simonetti Montemezzo, o nome verdadeiro que faz á língua de todo mundo enrolar, nos conhecemos desde á 3º série, quando em um mês ensolarado de fevereiro se mudara para nossa pequena cidade no Arizona, vindo de Florença – Itália, ele chegara à escola triste, deprimido, estava repetindo á 3º série, graças á uma assistente social que obrigou ele á passar metade do ano em um maldito orfanato, enquanto tentavam achar parentes vivos dos dois lados de sua família, afinal único parente que cuidara dele desde os um ano de idade havia morrido, á única Montemezzo viva, era á avó dele, que morrera de um infarto repentinamente, porém encontraram um parente sobrevivente dos Simonetti.

- E... Seu tio Pa... – comecei á falar.

- Lola, vamos fazer o seguinte – interrompeu - não estrago seu dia e você não estraga o meu, ok?

- Ok – falei, eu sabia que o assunto do tio dele, era incomodo para ele, mas sempre queria saber noticias, o responsável por Piter e Stefano, seu irmão, era o tio Paolo Russo Simonetti, mas na verdade o tio que era rico assim como os pais dos dois vivia  viajando deixando Piter sozinho no mundo com o irmão - Stef vai no carro dele?

- Na verdade não sei, só sei que Abigail e Stefano no mesmo carro nunca mais – ele falou me fazendo rir, já cansei de contar quantas vezes o irmão Stefano, e á namorada Abigail, e minha melhor amiga, nos deixaram em uma situação constrangedora, éramos os famosos segura velas perto deles.

Assim que conseguimos cessar nossos risos, ficamos em silêncio por um tempo, fiquei curiosa para saber o que tanto ele pensava, parecia apreensivo com algo.

- Uma moeda pelos seus pensamentos – ele falou de repente.

- Estava pensando por que você está tão pensativo hoje, e o que está te incomodando – falei, olhei para ele, enquanto ele dava um longo suspiro, conheço esse suspiro de quando ele se sente envergonhado em falar sobre seus sentimentos.

- Eu pensei que conseguiria escapar de você – Piter sorriu amarelo - mas parece que você me conhece melhor do que ninguém, acho que você me conhece melhor do que Stef que mora comigo, melhor do que todos.

- Eu sei, porque você é meu melhor amigo.

- Você também é – Piter olhou para mim fazendo soar sincero o que ele dizia, e logo após sussurrou - minha única e melhor amiga.

Ser amiga do Piter nunca foi um problema, ao contrario sempre fiquei orgulhosa de saber que ele sempre vai ser meu amigo não importa quanto tempo passe, mas desde a festa de fim de ano do ano passado, passei á ter minhas duvidas, às vezes sentia desejo que os beijos dados na minha bochecha fossem invertidos colocados na minha boca, no entanto mesmo com esse pensamento ajudo ele á conquistar a maioria das ficantes dele, isso aí Pietro Montemezzo não se apaixona por ninguém e nunca teve uma namorada na vida, seus relacionamentos não passam de quatro, se passar, recorde querido. O medo de ser mais uma pra ele, sempre cresce quando ele dispensa uma garota do jeito frio que ele dispensa, aí eu fico sempre na duvida, me sinto fraca e confusa, e eu odeio isso, ele era (e ainda é) o garoto mais lindo do colégio, de cabelos negros e rebeldes que caiam insistentemente no rosto dele às vezes, tão brilhosos que quando o sol batia se refletia um pequeno arco-íris nos fios, de corpo escultural, olhos azuis que se derretiam quando me pedia desculpa ou me consolava, voz rouca e sensual, e aquele sotaque italiano? OMG!!! Era tão mais fácil na 3º série quando nós éramos amigos e não importava quem fosse sua ficante naquele tempo ele nunca me deixava sozinho no recreio, e ser sua amiga era tão certo, e não me importava com os boatos de namoro assumido, mas depois que crescemos... tudo mudou. MALDITOS HORMÔNIOS!!!

Saímos do carro, e olhamos arredor todos aqueles alunos mais velhos diferente dos pirralhos da tarde, as crianças correndo foram substituída por jogadores de futebol americano jogando uns para os outros á bola, no lugar dos garotos brigando por qual quer porcaria, valentões tomavam dinheiro de nerds, na casinha onde meninas histéricas brincavam com bonecas, se encontrava estudantes escondidos dentro fumando, e mais atrás dois estudantes se agarrando quase á ponto de arrancarem as roupas... eh... Foi mais ou menos assim que imaginei o ensino médio, só que não vulgar dessa forma.

- Pronta para o ensino médio? – Piter me perguntou olhando para minha cara divertido.

- Com medo de me comerem literalmente, mas tudo bem – falei forçando um sorriso.

- Não se preocupa não, eu protejo sua virgindade e sua sanidade.

- Piter! – falei dando um tapa no ombro dele e logo após corando, ele amava fazer isso comigo.

- O quê?! É sério, quero que alguém se meta com minha loirinha de olhos chocolate! – rimos (lê-se: gargalhamos histericamente, e todo mundo olhou para nós com cara de “vocês são retardados?”).

- Olha só! Aí estão vocês! Achei vocês finalmente – Stef falou enquanto vinha até nós com á namorada Abigail de mãos dadas – vocês parecem que se escondem da gente.

- Não parece, agente se esconde realmente de vocês – Piter falou revirando os olhos, cruzando os braços, se escorando em seu carro, e colocando sua máscara de “eu não ligo pra ninguém” .

- Por que vocês fariam isso, amiga? – Abigail falou chorosa.

- Por nada, é lezeira do Piter – falei olhando brava pra ele.

O sinal tocou e colocamos cada um sua mochila nas costas, seguimos caminho para á escola, felizes e entusiasmados, Piter me contava das férias em Acapulco e como ele queria que fossemos lá um dia, porque pra ele seria legal nós quatro irmos.

Depois de entramos na nossa nova sala, combinamos os lugares, como sempre no fundo, Piter na minha frente, na fila encostada na parede, e Stef e Abigail na fila do lado.

Saímos Piter passou estranhamente a mão pela minha cintura enquanto saímos, estranhei, mas deixei pra lá, ele sempre amou me irrita.

Assim, nós quatro seguimos para o ginásio onde conseqüentemente o diretor diria para nós não o decepcionarmos por 2horas no mínimo.

Nós quatro entramos no ginásio, sentamos nas arquibancadas, mas logo que o diretor começou a falar o lugar de Piter foi substituído pelo vento... Ah!Que ótimo! O desgraçado me deixou sozinha!Puf...

Abigail e Stef saíram de fininho, com certeza para se agarrarem. E aqui estou eu, sozinha em pleno começo de ano, vi Piter pela minha visão periférica, e lá estava ele dando em cima de uma garota morena do 2º ano, suspirei, mal começou o ano e já ta atrás de garota, é um galinha de 1º classe.

- O que uma garota tão bonita está fazendo sozinha no primeiro dia de aula? – me virei para ver se era comigo, e assim que constatei que era comigo... Mas é claro que era comigo!Quem mais fica sozinha no primeiro dia de aula!!!Nem os manés ficam sozinhos.

Olhei para quem estava falando comigo, e OMG!Ele é lindo!Tive que fica boquiaberta, ele era loiro de cabelos bagunçados, de olhos castanhos claros derretidos, e aquele corpo... Ah!Aquele corpo lindo musculoso e bronzeado! Que isso, mano! Cuidado com esse corpo, pode matar alguém do coração! Eu quase tive um infarto!

Ele se sentou do meu lado esperando uma resposta.

- Bem, meus amigos gazetaram á palestra, e me deixaram no vácuo – falei desviando olhar de seu rosto.

- Hum... Sinto muito, e quer saber?Somos dois, meu time inteiro tem namorada, menos o Mané aqui, aí eu sempre fico segurando vela no meio daquela galera toda na maior suruba – ele falou com uma tristeza dramática, eu ri e logo após ele me acompanhou – qual é seu nome?

- Lolita, mas pode me chama de Lola – sorri largamente para o garoto que mal conhecia.

- Bonito nome, assim como a dona dele – ri sem graça, corando logo após – me chamo Fernando, mas me chama de Nando.

- E aí, Nando, você disse que tinha um time. Exatamente de quê? – perguntei olhando ele nos olhos.

- Na verdade futebol americano, sou capitão, você é do 1ºano, né? – ele perguntou.

- Sim, e você? – respondi meio temerosa, sou apenas uma novata de turno ele podia querer se afasta de mim.

- Sou do 2º ano, fui um de vocês ano passado, e não é legal, ainda mais quando não se conheci ninguém alem de seus amigos da sua sala, enfim eu estou aqui, então não vai ocorrer o mesmo com você, e muito menos com seus amigos, vou pedir pra ninguém mexer vocês, eles amam bater nos mais fracos – ele balançou á cabeça em reprovação e depois sussurrou – Covardes.

- Bem, eu vou procurar meus amigos – falei, apesar de á conversa está boa, eu não conhecia esse garoto.

- Não, fica aqui, por favor! – ele falou com um olhar pidão.

- E-eu n-não posso, te-tenho que procurar meus a-amigos – gaguejei.

- Tudo bem – falou derrotado – que tal sairmos hoje à noite, te dou meu numero de telefone, que você acha?

- Acho ótimo – falei forçando um sorriso.

Ele me deu o numero dele e saiu, mordi o lábio inferior, enquanto olhava para meu, pelo visto, novo amigo. Sai também soltando um longo suspiro, indo atrás dos traidores dos meus amigos.

- Trocando seus amigos? – pulei de susto depois dessa.