Amargo Regresso escrita por Aki Nara


Capítulo 1
Capítulo 1 - Tristezas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/17557/chapter/1

Cavalgava para fugir da dor, corria para os campos, para o seu recanto e para a árvore que sempre acolhia suas tristezas. O vento agitava seus cabelos longos, fustigando seu rosto como chicote, as lágrimas desciam sem controle, tudo à sua frente era um borrão e só pulou o cercado por que “Tsubasa” conhecia o caminho.

Quando seu cavalo parou praticamente havia se jogado na relva macia, enterrando o rosto sobre os braços, podia sentir o cheiro familiar do capim verde, ali ela podia chorar e soluçou extravasando toda a mágoa de seu coração novamente partido. Finalmente após achar que já tinha sofrido o bastante por um dia: sua alma não pareceu mais leve, a cabeça doía e os olhos pesavam.

Ela sentou-se para recompor o que restava de sua aparência, a respiração normalizava para manter a calma e a frieza de sempre, jamais deixaria Gustavo ter o prazer de perceber que conseguia feri-la. Por que tudo exatamente tinha que girar em torno de dinheiro e poder? Quando ainda podia lembrar dos dias em que isso não tinha importância nenhuma.

Eles foram felizes, alegres, despreocupados, e agora, a vida parecia um relógio descompassado e quebrado. Quando foi que eles haviam se perdido de vista? Deitou novamente na relva, desta vez olhando para a imensidão do céu azul. O cansaço veio e o corpo pedia descanso, ainda tinha tempo para voltar, assim relaxaria só um pouco. Respirava tranquilamente e em seus sonhos lembrava que havia sido num dia assim...

_ Mia! Eu não quero mais brincar de esconde-esconde. MIA! – ouvia-se uma voz infantil choramingando em gradativa escala de desespero.

_ Eu estou... com medo... MIAAAA! – a criança esfregava os olhos até cair ferindo o joelho e o que era um choro contido agora era demonstrado com todas as forças.

_ Por que não está no céu, anjinho?

A criança olhou para a grande árvore, mas os olhos borrados pelas lágrimas e as copas atrapalhavam sua visão. Ela era uma menina encantadora que tinha os olhos amendoados e os cabelos negros que lhe emolduravam o rosto oriental.

_ Não chore, pequenina.– Um garoto pulou descendo da árvore.

_ Um anjo! – a menina sussurrou espantada.

O garoto tinha uns dez anos, uma palidez no rosto e cabelos loiros, mas o que era mais fascinante eram os seus olhos azuis de um anil como o céu numa linda manhã de sol.

_ Você está ferida... – sentou-se junto dela cruzando as pernas e como se lembrasse de súbito, retirou um lenço do bolso. – Ah! Sorte! Minha mãe me deu isso hoje de manhã. Era pra assoar o nariz, mas isso é coisa para maricas, sabe?

Ele desdobrou o pedaço de pano enrolando-o no joelho ferido da menina.

_ Pronto! Como se chama?

_ Mai Nagano.

_ Ah! Ouvi meu pai dizer que fazenda do Sr.Nagano fica pra lá daquela cerca.

Ele segurou a pequena pela mão levando-a até a cerca e a transportou com cuidado para o outro lado.

_ Você consegue ver o telhado vermelho? Aquela é a sua casa. Tchau bonequinha!

Para os pés de uma criança o caminho de volta para casa parecia longo, ela olhou para trás várias vezes até não avistar mais o anjo acenando, à medida que se aproximava de casa seu coração batia apressado e com medo, pois já não enxergava o telhado entre a copa das árvores.

_ Maaaaiiii! Maaaaiiii!

_ Mamãe! Mai aqui!

_ Onde você estava?

_ Com um anjo! Mai se perdeu da Mia. Mai estava com muito medo, mas o anjo loiro ensinou pra Mai como voltar.

_ Mia? Ela já está em casa e não me disse nada. Oh! Você se feriu. Venha! Vamos para casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom... Não sei se consegui me fazer entender, mas a história já começa com a heroina sofrendo. kakakaka Eu sou tão má! E ela vai recordando os principais acontecimentos até chegar no dia atual.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amargo Regresso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.