Destino Indecifrável escrita por Ayame Tsukinoki
Sasuke deitou-se de lado, ficando mais precisamente de costas para itachi, o que foi o suficiente para que o mais velho se deitasse ali, o abraçando por detrás. O menor se encolheu enquanto o outro já dormia pesadamente.
– Nossa, mas já?
Sasuke virou-se e se deu conta que Itachi realmente adormecera, permitiu-se ficar ali, o olhando. Observava sua face, suas olheiras, boca, feitio de rosto. Era impressionante como se parecia com o pai deles.
– Se ele apagou desse jeito, é porque... primeiro, não há ameaças e segundo, ele confia em mim.
Sasuke ficou a encarar o teto, deitado de frente, um dos braços do maior passava-lhe pelo peito.
– É uma mudança tremenda...
Olhou novamente para o maior, suspirou.
– Satisfazer... puta que pariu.
Sasuke retirou cuidadosamente o braço do outro e sentou-se, pensava tenso.
– Dois homens... caralho.
Levantou-se e se dirigiu para a varanda, encostou-se numa pilastra de madeira dali, olhava as estrelas da madrugada, algumas ainda insistiam em permanecer no céu.
– Pelo que vi ele tem um bom tamanho. Puta que pariu!
Gesticulou agressivamente dando um murro no ar.
– Deve doer... muito. Ele não é efeminado... putz... deve ser o que comanda, o que fode.
Itachi remexeu-se na cama, deu falta do mais novo, mas tamanho era seu sono que continuou dormindo. Sasuke resolvera dar uma volta pela cidade, procuraria coisas que ajudasse no entrosamento íntimo deles, lembrava-se de um creme que Karin usava no anal, aquilo deveria aliviar a dor, já que por amor ao seu niisan, aceitaria a dor e a humilhação, sim, para ele, aquela era uma forma de humilhação, de subordinação, mas não tinha outra opção. Por Itachi ser gay, nunca poderiam pegar uma mulher ou mais mulheres juntas, somente homens e de homens, Sasuke já estava satisfeito.
Horas se passaram, agora eram em torno de umas dez da manhã. A luz do Sol entrava pela brecha da saída do quarto que dava para a varanda. Itachi finalmente piscou os olhos algumas vezes, olhou para o lado e se perguntou onde estaria o seu caçula. Sentou-se, esfregou as palmas das mãos algumas vezes na face, bocejou longamente e finalmente decidiu se levantar, foi até o banheiro, fez suas necessidades e se direcionou para a sala.
– Sasuke?
Seguiu para a cozinha e nada.
– Sasuke?
Saiu para frente do dojo, se aproximou da varanda, olhava por ela.
– Onde se meteu?
O mais velho arregalou os olhos ao pensar na sutil possibilidade de ter sido abandonado, de seu otouto ter ido embora, correu até o quarto e procurou a Kusanagi dele e lá estava ela, Itachi levou uma mão ao peito, respirou profundamente e aliviado.
– Ufa... mas... aonde será que foi? Tem tudo aqui...e..
Finalmente barulho de passos do lado de fora, o maior foi lá e viu que Sasuke chegou com uma sacola e o menor corou assim que o viu.
– Aconteceu alguma coisa?
– Niisan... já acordou?
– Já são dez horas, Sasuke.
– Hum...
Sasuke escondia a sacola atrás do corpo, o que despertou a curiosidade do mais velho.
– Aconteceu alguma coisa, otouto?
– Não, nada.
– O que é isso... o que você tem aí?
– Medicamentos.
– Ufa, que bom... ainda bem que percebeu que havia acabado o soro, farei uma compressa agora mesmo, sinto meus olhos ressecados... vamos me dê, por favor.
Sasuke disfarçou e quando ia seguir para o quarto, Itachi tirou-lhe tão rápido a sacola que este nem se deu conta do que acontecera e finalmente quando percebeu já era tarde. Itachi viu que se tratava de uma pomada lubrificante e algumas camisinhas. O mais velho ficou parado, olhando aquelas coisas.
– Bem, deve doer, sou precavido.
Disse o menor corado e sem encarar o mais velho.
– Sasuke.
– Não se faça de inocente, é inevitável, não é? Um dia faremos... isso é fato, a não ser que você aceite relacionamento aberto e... e eu transe com uma mulher enquanto você com um homem e no mesmo quarto, talvez... eu.. eu só pensei alto.
– ... você me odeia não é? Você tem nojo de mim.
Itachi sentou-se num sofá ali perto, ainda tinha aquelas coisas em suas mãos, as olhava desanimado.
– Não te culpo. Eu entendo. Você é heterossexual.
– Niisa...
– Não ouse me chamar assim! Sasuke não entende? Isso me machuca! Não me chame de nissan em momentos como esse! Estamos falando de sexo, Sasuke! Preste atenção!
– Sim.
E o mais novo sentou ao lado do mais velho, caçou-lhe uma das mãos e o olhava enquanto sentia este permanecer de olhos fechados e com o corpo levemente trêmulo.
– Me desculpe, Itachi.
Itachi engoliu em seco, sentia os olhos úmidos. Sasuke o puxou para si, acomodou-o em seu peito.
– Tudo vai ficar bem.
E ambos se aquietaram, o dia só estava começando.
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