Entretendimento Inusitado escrita por Ayame Tsukinoki


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

O dia começava como todo os outros, até aquele momento. Uma paz reinava na cidade, finalmente a Umbrella dera um descanso para os nossos amados policiais, batalhadores do mundo, seguranças da paz e ordem tanto de Rancon City, quanto de qualquer outra cidade. Claro que a população diminuíra bastante, muitas mortes haviam ocorrido e, na verdade, ainda estavam ocorrendo, só que agora, estavam ainda "disfarçadas" dentro dos enormes laboratórios da Umbrella, em ações altamente confidenciais. Wesker haveria sobrevivido? O G-virus havia sofrido tamanhas transformações e passado por um processo evolutivo bem elaborado e inesperado. Jill sentira em sua entranhas o poder que aquele ser inexplicável, ou seres, que poderiam aparecer em diferentes formas e até se tornarem parasitas humanos bem eficientes e com vontade própria.



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O dia começava como todo os outros, até aquele momento. Uma paz reinava na cidade, finalmente a Umbrella dera um descanso para os nossos amados policiais, batalhadores do mundo, seguranças da paz e ordem tanto de Rancon City, quanto de qualquer outra cidade. Claro que a população diminuíra bastante, muitas mortes haviam ocorrido e, na verdade, ainda estavam ocorrendo, só que agora, estavam ainda "disfarçadas" dentro dos enormes laboratórios da Umbrella, em ações altamente confidenciais. Wesker haveria sobrevivido? O G-virus havia sofrido tamanhas transformações e passado por um processo evolutivo bem elaborado e inesperado. Jill sentira em sua entranhas o poder que aquele ser inexplicável, ou seres, que poderiam aparecer em diferentes formas e até se tornarem parasitas humanos bem eficientes e com vontade própria.

Mas não nos perderemos em distintas explicações ou até mesmo resoluções de uma realidade que estava, a principio, bem incerta. A falsa idéia de paz predominada por todos lugares, mas os pouquíssimos humanos que sobreviveram, agora, estavam encaixotados em verdadeiros campos de guerra, cercados por todos os lados e quando precisavam sair dos mesmos, tinham que faze-lo através de fortes carros blindados ou verdadeiros tanques de guerra, com canhões capazes de atingir, se quiserem, outros planetas. Isso sem contar com equipamentos altamente bélicos e mortais que poderiam causar um estrago de longo e amplo alcance.

Mas toda aquela preparação era suficiente para o ambiente em questão? Pessoas, ou se quiser dizer, voluntários, trabalhavam nos campos que serviam de abrigo. Produziam armas e balas de variadas formas e conteúdos. Tudo em nome da paz e sobrevivência. Algumas mulheres conseguiam ter filhos e até construir família, outros conseguiam plantar e criar poços para regar a terra e saciar a sede dos sobreviventes. Costureiros produziam as roupas artesanalmente para as novas crianças, sendo que a maioria das roupas que vestiam, provinham de lojas saqueadas ao longo do trajeto que percorreram para chegar até esse local apropriado de "descanso" e segurança.

Os campos de abrigo localizavam-se em antigas cidades mais populares, que continham maiores centros urbanos, até porque era mais conveniente, pois havia uma maior disponibilidade de alimentos e material de construção. Construído a base onde ficariam amparados, a auto-suficiência se fazia presente. Todos começavam a desempenhar corretamente seus determinados papéis. Os sobreviventes experientes no assunto são: Chris, Jill, Sheva, Leon, Ada, Ashley, Claire, Carlos, Barry e Rebeca. Só que todos estavam distribuídos em cidades diferentes, era uma proporção de mais ou menos três por cidade. Como haviam experimentados situações com zumbis e derivados, apresentavam um "currículo" bem detalhado sobre o assunto. Eles decidiram numa reunião confidencial, fazer a devida distribuíção, com a condição de entrarem em contato constante entre si e transmitir as devidas novidades ou não, sobre o dia-a-dia dos campos de abrigo e dos sobreviventes.

Se alguém da cidade apresentasse características suspeitas, era colocado em quarentena, já que não se sabia se o G-vírus, agora, poderia atacar pelo ar, alguns casos foram registrados no campo G 5 onde Jill, Chris e Sheva encontravam-se, mais expecificamente, 3. Sem mordidas, apenas começavam a tossir e depois paravam de comer e ficavam pálidos apresentando um aspecto mórbido.

A vegetação era predominantemente desértica e o ar era mais rarefeito e por isso poderia se tornar mais perigoso, ele se tornara um bem precioso e ao mesmo tempo, perigoso. Prédios abandonados constantemente caíam ou desmoronavam devido ao seu desuso e sucateamento, e algumas vezes, a animais transformados, ou melhor, monstros que mordiam, cortavam e até mesmo derrubavam mesmo suas estruturas.

Visitas de cautela eram feitas e o grupo responsável por um determinado setor ou Grupo de abrigo, eram os responsáveis pela sua constante vigilância e contenção de possíveis ameaças, se acaso o grupo não conseguisse dar conta, geralmente vinha algum apoio das outras cidades e fora o que ocorrera na última viagem de "Contenção apocalíptica" . Eles chamavam assim essas visitas às cidades próximas em busca de possíveis ameaças.

Chris e Sheva foram visitar uma área e lá encontraram duas evoluções inesperadas do Tyrant e eles tiveram que voltar para a cidade, mas antes o prenderam num pedaço de prédio abandonado, era uma situação emergencial, já que provavelmente o monstro se livraria de sua prisão temporária. Logo em seguida entraram em contato com a cidade G3 onde Leon, Ada e Claire se encontravam. Chris, habilmente, usou um rádio de transmissão presente dentro do tanque, Leon recebeu o contato e logo se dirigiu para o local de conflito. Levou armamentos solicitados pelo mais recente amigo e logo o monstro deixou de existir da face da terra.

Comecemos o diálogo feito durante o trajeto de volta para o G5. Leon ficaria durante uns dois dias naquele abrigo até que as visitas de rotina tivessem se concluído completamente.

L :   Foi uma grande luta...

Ch : E como... agora imagina aquele "bixinho" querendo morar conosco...

L :   A cidade deixaria de existir.

Ch : Sim, pode crer. Voce tem uma mira infalível, mesmo correndo, como consegue?

Sheva dirigia o tanque, algumas vezes passava por algumas pedras no caminho o que o fazia balançar, a moto onde Leon havia vindo estava depositada num tipo de carroceria e era levada anexada ao automóvel maior.

L : Não sei... acho que aprendi na marra.

Leon sorriu, soltou um sorriso jogoso, ainda lembrara-se de seu primeiro dia na polícia, tudo desértico, morto, destruído. Ada lhe veio á mente, aquela mulher intocável, inalcansável, maliciosa. Embora ela tivesse no mesmo grupo de abrigo que ele, raramente a via, ele preservava até a idéia que ela geralmente saía da cidade sem ao menos avisar, mas preferia ficar omiso em relação a isso, nem mesmo ele sabia a razão de tal atitude.

Ch: hey, que foi cara... ficou sério, tá se sentindo bem?

L : Ah... não é nada.

E se calou. Chris preferiu não forçá-lo, mas algo nao estava nitidamente bem, alguma coisa estava acontecendo no G3 e responsável como era, provavelmente perguntaria maiores detalhes à sua irmã, Claire.

Ch: Seja o que for que esteja pensando, estamos juntos... não precisa se fechar, Leon. Te considero meu amigo e saiba que farei tudo o que puder para te ajudar.

L : .... tenho a certeza disso.

Sheva não deixou de observar a conversa dos dois, algumas vezes olhava para Chris que encarava o outro sem piscar, dando a impressão que parecia querer ler-lhe os pensamentos.

Logo chegaram na cidade, Jill viera recepcioná-los como de costume, alguns sobreviventes a acompanharam e o abraçaram em conjunto. Chris era visto como um herói, algumas crianças pediam para que o mesmo lhes carregassem nos braços, o moreno sem pestamejar, segurou duas em cada braço e uma quinta sobre seus ombros.

Ch : Eta galerinha animada, calma, todos vão brincar, tá? Voce e voce... vambora que o titio Chris tá com fome!

Jill e Sheva sorriam largamente, Leon o observava quieto, de braços cruzados, tinha o olhar distante.

L : Jill Valentine, certo?

J : Sim, sou eu.

L : Onde ficarei hospedado?

J : Hospedado? Melhor dizer abrigado, rs... bem, na mesma barraca do Chris. Me Acompanhe.

L : Mas vocês não tem prédios, quero dizer... ocuparam prédios para tal...

J : Leon,  no G3, onde voce fica até se possui certa vegetação, aqui a maioria das construções ruíram, então, se tornaram inabitáveis. Temos que...

Sem sequer a loira terminar, Kennedy fez um comentário:

L : Por que então voces não se mudam? Tem lugares menos inóspitos... e..

J : Leve essa idéia para a próxima reunião. Aqui está, seja bem vindo.

E ela se retirou, Leon sentou-se num tipo de maca improvisada, resmungou baixo, sentia-se inseguro em um local tão simples. Um lugar sem muros para proteger seu sono tava sendo um tanto incômodo, mas lembrou-se de Chris Redfield, de sua força, de sua garra e finalmente se deitou.

L : Mesmo assim...

E depositou uma arma debaixo do travesseiro, deitou-se de lado e quando ia fechar os olhos. Chris entrara ali.

Ch : Olha o que lhe trouxe, meu quieto amigo... vamos, coma.

Era uma espécie de sopa, tinha alguns legumes, provavelmente cultivados pelas pessoas dali.

L : Estou sem fome. Agradeço, mas...

Ch: Então vai na boquinha. Olha o aviãozinho...

Leon sem paciência sentou-se e olhou-o nitidamente contrariado.

L : Escute, estou realmente, um tanto incomodado...

Ch: Eu sei que não gosta daqui, lembra-se que na reunião voce resaltou bastante que nao queria ficar responsável pelo G5? Sabe, eu pensei e... as pessoas que vivem aqui, nasceram aqui, Leon. Eles tem laços com a cidade, construíram todo o passado deles sobre essas ruínas, é a terra natal deles, onde nasceram. Voce entende, não?

E o mais forte sentou-se na outra maca, abaixou o olhar fitando a tijela com sopa. Leon tocado de certa forma se desculpou e começou a tomar o alimento.

L :   Está muito bom, obrigado.

Ch : Não tem de quê, depois leve pra cozinha ao lado de banheiro e lave. Boa noite.

E deitou-se de lado, ficando de costas para Kennedy, Leon sorriu de leve, percebera a indireta do amigo, ele entendia que havia sido rude e o que outro de certa forma se magoara. Calou-se e terminou de se alimentar, quando ia sair da barraca de acampamento, Sheva esbarrou com ele e pegou a tijela levando-a para lavar. Leon desculpou-se pelo esbarrão e resolveu voltar para dormir. Deitou-se e desejou uma boa noite em silêncio.

Um novo amanhecer começou, o sol estava a pico logo de manhã. Seria um daqueles dias mais quentes do ano. Leon sentara-se na cama, acabou por perceber que o outro já havia levantado, sim, dormira feito uma pedra. Levantou-se também, ele vestia uma blusa preta de um material que lembrava roupa de mergulhador, uma espécie de borracha com alguns fios de lycra, um tecido sintético que se prendia fortemente  à pele de forma a manter a temperatura corporal e a evitar a exposição tanto de raios solares quanto a variados tipos de intempéries. Sua calça era de um couro rústico amarronzado e calçava botas com solas potentes de borracha, ou seja, parecia estar realmente preparado para uma guerra e tanto.

Ele resolveu sair da barraca e logo encontrou Chris, Jill e Sheva sentados numa mesa a céu aberto, tomavam seu devido café matinal, pães, ovos ou torradas. Leon caminhou até eles, não se via nenhuma outra pessoa por perto, talvez por ser ainda muito cedo. Girava em torno de umas 7 da matina. Educadamente, os cumprimentou:

L   : Bom dia.

Ch : Oi cara... dormiu bem?

L   : Como uma rocha...

Sentou-se ali, entre os outros. Jill mostrava sobre a mesa um mapa da região. Nele tinha algumas marcações, como quadrados, X , bolas, setas e agora ela marcava mais algumas coisas e seguia explicando depois de ver que Leon finalmente se sentara na mesa.

J   : Bem, hoje vamos seguir pelo norte, aqui temos dois prédios e mais um em estado de calamidade, ou seja, devemos explodi-lo.

Ch : Certo... Temos três detonadores, mas devemos ter cuidado já que fica perto de um antigo laboratório, pode ainda haver alguma coisa por lá.

J  : Sim, por precaução vamos levar a...

Antes de Jill terminar, Leon a interrompeu inesperadamente.

L  : Os quatro irão nessa missão?

Chris coçou a testa e ficou pensativo, começava a prever um clima amistoso naquele local. Jill o olhou friamente e respondeu séria.

J  : Sim, algum problema com isso?

L  : Sim, completamente... deve-se ao menos um ficar na reserva, melhor...  abrigo. Se algo acontecer a todos nós, esse povo estará condenado. Ao menos um deve ficar e tomar conta daqui.

Sheva e Jill se entreolharam. Chris era vaga certa, pela sua força e resistência e até agilidade, e bem, Leon era um grandioso sobrevivente, considerando inclusive a “ajuda” que não teve e mesmo assim conseguiu resgatar a jovem sã e salva. Kennedy observou que ambas se entreolharam e ao ver Chris, este escondia o rosto com a palma de uma das mãos, concentrava-se em tomar seu café.

L  : Podemos ir eu e ele, assim vocês não precisam decidir nada.

J  : Ei! O que está insinuando?

Jill batera com força na mesa e o encarava como se quisesse fuzilá-lo com o olhar. Chris levantou-se apoiando ambas mãos na mesa.

Ch  : Escutem com atenção, não temos tempo para discursões bobas,  se fazem tanta questão assim de ir, eu fico então.

E deu de ombros como se não se importasse, ambas meninas seguravam-lhe os braços, uma de cada lado. Leon tocou os lábios com uma das mãos escondendo seu sorrisinho, estava achando um tanto cômico a cena.

J     : Escolha então, Chris...

Sh  : É, escolha...

Ch  : Sabia que ia sobrar para mim... sei lá, tirem par ou ímpar.

L  : Posso escolher?

E os três pareceram ter combinado um “Não” em resposta a Leon que cruzou os braços e sorria, agora, abertamente.

L     : Mulheres...

Ch  : Olha só.. ao menos alguém está se divertindo aqui.. é isso aí.

Chris correspondera à risada jocosa do outro, ambas mulheres não conseguiram acompanhar a “piada”. Acabou pelo fato das duas ficarem já que não conseguiram chegar a um consenso, na próxima, Leon ficaria provavelmente. Os dois entraram num jipe, levavam os detonadores e o mapa marcado devidamente, mostrando os atalhos, os locais a serem “vasculhados”.

L : Como consegue?

Ch : O que?

Chris dirigia o veículo, seguiam por um caminho desértico, o sol queimavam-lhe os couros cabeludos. Leon olhava para um dos lados, falava e observava ao mesmo tempo aquele ambiente apocalíptico, em sua opinião, o local até reservada um ar mágico, belo.

L : Ah... em chegar a um acordo com aquelas duas...

Ch: Elas são dedicadas e estão sempre presentes em tudo... elas têm um carinho imenso por aquelas pessoas, com a Claire e a Ada não é assim?

L : Hum...

Chris o olhou de relance. Agora tinha a absoluta certeza de que algo não estava indo bem no grupo oficial dele.

Ch: Leon, fala... o que está acontecendo?

L  : Ada não participa de nada. Some e não dá sinal de vida.

Ch : Hum ... isso é péssimo, a Claire não tomou nenhuma atitude?

L : Isso cabe a mim tomar,  pois conheço a Ada e bem.. sei como deve-se falar com ela.

Ch : Isso me cheira a romance...

L : Quem dera.

Chris franziu as sobrancelhas, o olhou desconfiado enquanto dirigia.

Ch : Cara... você é... gay?

Ele parou o carro freando repentinamente, Leon o olhou surpreso.

Ch : Não sou preconceituoso... é só que, bem, você não tem cara disso.

L : Não, não sou... mas porque parou o jipe assim?! Ta procurando alguém que lhe dê isso?

Ch : Eu não sou não, viu... é só que... você é boa pinta, galã... duvido que ela não fique babando por você!

L : Ei, Chris... devemos prosseguir ou será que esqueceu? Deve ter um bando de zumbis esperando por nós...

Ch : É mesmo...

O mais forte tocou a testa no volante, ficou um tempo assim, pensativo.

Ch : Que mundo louco que vivemos...

Leon o encarava desconfiado, agora pensava se aquele sol o fizera mal e até delirar, pois era o que parecia.

L : Você está bem?

Ch : To... é só que... há tempos não converso com ninguém, digo, com nenhum amigo... outro homem, com a Jill e a Sheva não consigo ter... um diálogo sabe... é diferente com mulheres.

L : você se sente á vontade com um cara... é normal, tal que se não fosse, não haveriam tantas partidas de futebol com os amigos... tem coisas que, só com pessoas do mesmo sexo conseguimos fazer e uma delas é conversar mais abertamente.

Ch : É... sinto falta de quando o Barry era da minha equipe... a gente ficava até tarde da noite papeando sobre futilidades, era tão bom... bem que aceitaria uma cerveja gelada agora... adoraria.

L : Um dia, você vai no G3 e bebemos juntos, ok? Mas agora... é melhor prosseguirmos...

Ch : Obrigado cara.

E voltou a acelerar e finalmente retomou a direção que seguia antes, Kennedy lhe deu um tapinha em um dos ombros, Chris sorriu e finalmente prosseguiram ao destino determinado.

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O caminho era bem pedregoso, mas nada que o amortecedor do jipe não desse conta. Seguiam na direção de um destino incerto, perigoso, ameaçador. Eles pretendiam invadir um antigo laboratório da Umbrella, que por sinal, até aquele momento, estava apenas sob quarentena. Para mantê-lo assim, fora cercado de minas terrestres por Chris e Sheva há umas três semanas atrás, isso lhes daria o devido alerta sobre alguma possível movimentação na área e como nenhuma explosão ocorreu, eles iriam de uma vez por todas “limpar” uma possível ameaça, atitude que só depois de anos de experiência acabaram por adquirir, em outras palavras, que com zumbis e mutantes da Corporação Umbrella, só explorando de fora pra dentro.

Chris estacionou o jipe e assim que o fez, “saltou” de dentro dele e seguiu até a parte posterior do automóvel, abriu uma bolsa a qual tinha variados tipos de armas, tanto as de fogo quanto as chamadas armas brancas, como facões, por exemplo. Colocou uma dessas numa espécie de cinto, próximo à cintura. Pegou uma pistola, duas granadas e um rifle. Já Kennedy escolhera uma magnun, acompanhada de um rifle de longo alcance, além de uma pistola com silenciador.

Depois de equipados, se entreolharam e ambos consentiram com as cabeças quase que ao mesmo tempo. Feito isso, seguiram a passos apressados em direção ao enorme prédio de vidro fume, o qual possuía uma entrada com portas automáticas.

Inicialmente não havia nenhum sinal de vida aparente, um silêncio mortal predominava no recinto. Atravessaram uma ampla sala de recepção. Haviam alguns computadores estraçalhados, outros em curto, marcas nas paredes de garras e borras de sangue no chão. Continuaram com a missão por um longo corredor laborial, no qual desembocava muitas saletas pequenas. Houve tempo para trocarem um diálogo rápido antes de chegarem a um elevador na extremidade oposta do corredor.

Ch: Estranho, não há nada, nem cachorrinhos...

L: Não faça barulho, todo cuidado é pouco.

E finalmente chegaram ao elevador, enquanto Chris apertava o botão e examinava para ver se ainda funcionava, Leon ficava dando cobertura. Se posicionara logo atrás do moreno, de costas para ele. Vigiava cada possível movimento no andar, parecia nem piscar. Finalmente o elevador desceu, a porta abriu-se.

Ch: Putz... cara, olhe isso.

L: O que é?

Leon virou-se para ver o porque de Chris ter-lhe chamado e viu uma cabeça amputada e virada na direção da porta.

Ch: Que nojo...

L: Não está viva, vamos.

Kennedy a chutou para fora dali, esperou Chris entrar, mesmo com aquela cara de nojo e logo apertou o botão para subirem.

L: Vamos começar de cima e descer.

Ch: Não queria dizer nada não, mas eu e a Sheva costumamos fazer o contrário.

L : Hum...

Ch: Ok, vou pelo seu jeito, mas acho que se houver bichos nos andares inferiores e sentirem nosso cheirinho humano lá em cima, eles podem nos prender lá e fazer uma reuniãozinha familiar com direito a churrasco.

L : É impressão minha ou você está realmente agourando nossa situação? Hunf... que seja, vamos pelo seu jeito, não quero que a Jill me odeie mais do que já odeia.

Ch: Como?

L: Duvido que você não deixará de falar sobre tudo que estamos enfrentando aqui, com cada detalhe, isso enquanto elas comem pipoca.

Ch: Ok, ok, você venceu...

L: Não, não... vamos voltar para o primeiro andar e começar por lá.

Ch: Ai, que complicação... Leon, cara, agora entendo porque você costuma trabalhar sozinho, você não tem outra opção.

Kennedy soltou uma bufada e ficou sério.

L : É brincadeira... tsc, eu mereço.

O sinal do elevador tocou dando o alerta que a porta se abriria, estavam no 20º andar.

Ch: Cara, aperta o botão de fechar a porta cacete! Aperta! Ta esperando o que?

L : Calma, se ta tão apressado, faça você.

Chris se aproximou do botão e não deu o tempo, a porta abrira-se. Leon cauteloso mirava com a pistola para fora dali, estava um breu quase completo, apenas uma luz bem fraca e que piscava dava-se para ver ao fundo do extenso corredor. Não deu tempo suficiente de Chris se esquivar de uma garra enorme que atravessou a porta do elevador de um canto a outro. Sorte de Leon empurrá-lo para o chão quase que instantaneamente, fazendo-o cair logo abaixo do Monstro, entre as pernas dele. Sem mais demora, o moreno mirou-lhe a parte inferior e “estorou-lhe” as entranhas matando-o. Kennedy saiu do elevador dando uns quatro passos mais à frente, para que o moreno pudesse levantar-se e até limpar o rosto da “gosma” que parecia ser o sangue do bicho.

Ch: Puta que pariu...

L: Não se preocupe, é bom para a pele.

Ch: Vai pro inferno, Kennedy.

L: Desculpe amigo, mas já estou nele. Vamos.

E acabou por começarem do andar mais alto do prédio, percorreram todo o seu comprimento e chegaram a uma grande sala. Entraram e conseguiram acender a luz. Não havia nenhum sinal de vida ali, porém um dos variados laptops da sala estava ligado no site da Umbrella. Chris se aproximou e começou a vasculhar o conteúdo do aparelho, Leon contentou-se em aproximar-se de uma das janelas, olhava em direção aos céus, provavelmente calculando as horas que ainda tinham antes de anoitecer.

L: Tem alguma coisa interessante aí?

Ch: Muito estranho isso...

L: O que foi?

Kennedy aproximou-se mais da cadeira onde Redfield estava sentado e depositou uma das mãos no encosto dela, inclinou-se para a frente e tentava observar e descobrir do que o outro estava falando.

Ch: O último acesso foi anteontem...

L: Como assim?

Ch: Bem, provavelmente não foi aquele bicho que matamos, os dedos dele não tinham como acessar essas  teclas e ele não parecia nem um pouco inteligente a esse ponto.

L: Ta, me poupe da piadinha...

Ch: E o login... está escrito Ada Wong.

L : Tem certeza? Como...

Ch: Ah, cara... não vem me dizer que ela é santa agora, você mesmo disse que ela some de vez em quando... como ela acessou esse laptop e não matou o monstro, eu não sei...

L: Vai ver o monstro chegou aqui depois...

Ch: Vou salvar no pendrive que tenho, mostrarei para os demais.

L: Espera...

Ch: O que foi cara?

L: Não faça isso...

Ch: Como?

O moreno levantou-se e pressionava uma mão na outra, estalava os dedos, estava de pé diante de Leon, parecia disposto a uma boa briga.

Ch: Escute aqui, pense com a cabeça de cima, Kennedy. Se essa mulher  for ferrar a gente, eu vou salvar sim e vou caçá-la.

L: Tente ao menos ver o que ela acessava antes de tirar conclusões precipitadas.

E foi o que Leon fez ignorando o gesto provocativo do outro, ele apertou alguns teclas e um sinal de contagem regressiva apareceu na tela.

L: Corre!

Ch: Hã, o que é ago...

E uma explosão se fez, Chris fora acertado em sua lateral, mas nada muito profundo, só deu para arranhar a pele de leve, causar algumas queimaduras e ele acabou por ficar temporariamente surdo de um dos ouvidos.

Ch: Que ... dor.

O mais forte sentou-se num sofá e balançava a cabeça, parecia atordoado. Leon escondera-se atrás de uma pilastra, agora se reaproximava de Redfield e lhe verificava a pulsação.

L : Desculpa... fui pego de surpresa.

Ch: Essa mulher... você sabe que devemos tomar cuidado com ela, no mínimo farei um breve interrogatório.

L : Eu já disse... deixa que eu cuido dela.

Ch: Leon! Dá um tempo! Ela saiu do seu controle, sua equipe está em crise!

L : ... Ada...

Levantou-se e deu uns três passos para frente, ficando logo reflexivo, pronunciou novamente o nome de maneira amargurada.

L: Ada...

Ch: Vamos terminar logo com essa missão... pelo jeito, a maior ameaçava está entre nós e não nesses laboratórios...

O moreno seguiu em direção à porta, a abriu e deu uma olhada para trás, viu Kennedy perdido em pensamentos, sentiu até certa pena dele, mas falou com uma voz grave.

Ch: Vamos...

L : Certo.

A missão prosseguiu sem maiores impedimentos, o destaque foi a descoberta do envolvimento de Ada com a Umbrella, para Leon, isso não era novidade, mas Chris estava realmente surpreso com o que ficou sabendo. Após terem avaliado a situação de todo prédio, voltaram para o abrigo. Ambos chegaram calados e abatidos.

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Assim que chegaram, entraram no alojamento, seguiram dirigindo até uma área restrita para o estacionamento de veículos e logo foram recepcionados por Sheva e Jill que aguardavam ansiosas na entrada principal da “fortaleza”. Jill foi a primeira a se aproximar e foi logo comentando com Redfield:

J: Até que enfim, pensei que tivessem se perdido por lá.

Ainda falando, seguiu caminhando próxima de Chris que a repeliu com o abanar de uma das mãos.

J : Chris? O que foi? Aconteceu alguma coisa?

Sheva e Jill se entreolharam, Kennedy ainda no carro, olhava as duas em silêncio. O mais alto seguiu na direção de uma cabana onde ficavam todos os conectores tecnológicos da área, variavam desde computadores a laptops. Elas prosseguiram o olhar na direção de Leon, que agora, já estavam subindo em sua moto e partindo dali.

J: Com certeza aconteceu alguma coisa...

Sh: Com certeza... Homens... nunca falam como se sentem.

J: É, parece que esses vão morrer honrando as cuecas... quanto machismo!

Sh: Não podemos permitir que não haja diálogo conosco!

J : Eu conheço o Chris, hoje não será o melhor momento para nos aproximarmos. Ele fica assim, reservado e sério quando alguma coisa muito grave acontece...  precisamos esperar ao menos até amanhã.

Sh: Entendo... você está mencionando que ele é perigoso, digo...

J : O quê? Não! Não sheva, não pense besteiras... ele nunca se atreveria a ser grosseiro, não é típico dele, inclusive com mulheres... você ainda lembra que quando mesmo dominada por aquele aparelho diabólico do Wesker ele não se atreveu a encostar um dedo em mim.

Sh: É bem verdade...

J: É só que...

Ela olhou na direção da sala onde Chris estava. Parecia refletir sobre o que falaria.

J: que será impossível dialogar com ele, inclusive agora.

Sh: Entendo...

J: Como dizem, os novos vão logo para a guerra, já os sábios esperam o melhor momento para atacar.

Sh: Hehe... vamos beber alguma coisa?

J : Vamos... assim a noite passa mais depressa.

E ambas seguiram para um tipo de Hall de entretenimento. Era um local específico para relaxarem, um salão coberto muito precariamente com um a lona esticada e com paredes de tecidos derivados de couro para cortar o vento desértico e arenoso do local. Chris entrara num laptop e tentava descobrir algo do site que apareceu na tela do outro computador antes da explosão.

Ch: Droga...

Bateu na mesa umas quatro vezes, o que fez o laptop pular ali algumas vezes.

Ch: A merda do site pede um login! Vou ligar para Claire e vai ser agora...

Chegou a digitar o número do celular da irmã no aparelho, mas só agora se dera conta de que já se passavam das três horas da madrugada.

Ch: Putz... vida de policial é foda mesmo, não tem tempo pra dormir, pra fuder, pra nada... mas não quero essa vida para minha irmãzinha... droga! Saco! Vou deixar ela descansar. Vou ligar amanhã... aquela Ada não perde por esperar. Eu mesmo vou acabar dando um jeito nela.

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Leon chegara na cidade, estacionou num parque logo próximo da entrada do local. Era bem diferente do G5, ou seja, do outro alojamento, pelo qual, Chris era o principal responsável. Ali haviam prédios, ruas asfaltadas, hotéis os quais hospedavam todos os sobreviventes muito devidamente. Havia uma ótima convivência entre as pessoas, o hospital tinha todos os remédios, era limpo, bem conservado e com bons profissionais. Havia escolas, indústrias, Pequenos agricultores e pecuaristas. Parecia uma micro-cidade bem desenvolvida. Ainda existia um quartel, um local onde se faziam os armamentos e o treino para combate. Kennedy fiscalizava tudo de perto, ele tomava as decisões praticamente sozinho. Claire ficara responsável por ser uma espécie de ouvidora quando este se afastava devido a qualquer circunstância emergencial. Claro que essa situação fora combinada entre os membros do G 3, ou seja, nem o G 5 e nem o G 7. Tinham conhecimento da decisão de Leon ser o “cabeça” do grupo. Isso feria nitidamente as normas, quando na verdade a decisão deveria ser tomada a três e algumas vezes, com todos os demais grupos presentes.

Claire não vira um problema nessa situação, na verdade ela não gostava de controlar grupos de pessoas, mas sim, servir a eles como voluntária, inclusive em atividades ligadas ao orfanato, ao hospital, ou seja, a situações de ajuda humanitárias.

E quanto a Ada, esta estava geralmente ausente. Não parecia se importar com o que acontecia com a cidade, nem com os moradores. Ao contrário, parecia envolvida com outros ideais e metas de vida, estes ainda desconhecidos a todos, ao menos por enquanto.

Naquela manhã, Leon já  sentia seu limite e resolvera dormir em seu apartamento, para sua surpresa, Ada estava lá, sentada em sua ampla e aconchegante sala, até a lareira estava acesa. A morena vestia um vestido de veludo vermelho. Segurava uma taça com champanhe em uma das mãos, olhava com malícia para Kennedy que entrou ali e, aparentemente, pareceu ignorá-la.

Ele fechou a porta em silêncio, passou a chave e colocou trancas. Virou-se na direção dela, encarando-a desafiador.

L : O que pretende? Sempre que me procura... é porque aconteceu alguma coisa...

Ele seguiu para um dos lados da sala, com a face virada na direção dela. Olhava-a nitidamente rancoroso, mas um rancor sensual, desafiador. O clima do recinto era de puro flerte, emanava um desejo ainda não realizado. Um coito ainda não rompido.

Encontrava-se meio alterado, agora os motivos de sua desorientação emocional não estavam claros, aproximou-se de uma das janelas e ficou a olhar lá para o lado de fora. Uma brisa gelada adentrou o recinto e ameaçou apagar o fogo frágil da lareira.

Ad: Leon, o que foi? Diga-me...

E ela se esgueirou mais para frente, mordendo com os lábios, dotados de um batom vermelho sangue, a borda da taça.

Ad: O que vos atormenta? Hum... acho que já sei...

E voltou a se reencostar, cruzou as pernas e olhava-o ainda sedutoramente.

L : Não me desmereça, Ada. Você acha que tudo se resolve assim...

Ad : Oras, me diga você... você que é o homem...

Ele focou algum ponto do lado de fora na janela, tentava conter a raiva misturada à adrenalina que só aquela mulher lhe provocava.

L : Acho que você já sabe ao que estou me referindo...

Ad : Sei?

L : .... você está mexendo com fogo... por que não confia em mim?

Ad : E porque deveria? Você adora fazer média com aqueles... S.T.A.R.S...

E ela sorriu debochada.

Ad : Essas ervas daninhas que já deveriam ter deixado de existir...

L : Do que está falando?! Eles estão ajudando esse povo!

Ada seguiu com o corpo embalando numa dança delicada, assim como uma serpente disposta a dar o inevitável bote. Aproximou-se dele, tocou-lhe o queixo com uma das mãos, sorriu.

Ad : Não me venha com esse moralismo Leon... para que salvar um mundo já condenado?

L : Oras... sua...

Ad : Pense...  para quê? Logo estarão se matando... tudo se repetirá.

L : Ada, você está com sérios problemas... você sofreu alguma alteração desde a morte do...

Ad : Cale-se! Acha que sou tão fraca assim?! Há! Não me conhece!

Se ela fosse uma serpente já estaria enroscada com a vítima, e agora, estaria mordendo-a e exibindo seu poderoso veneno em seu corpo perfurado.

L : Só não entendo... por quê? Você sempre sai andando, me deixa para trás... me ajuda e depois some... o que isso lhe traz? O que isso lhe traz de vantagem Ada!?

Ad : Você não entende...

Ela foi andando para trás até encostar-se numa das paredes da sala.  Conservava um ar machucado, ferido, traumatizado. Respirou profundamente e se desencostou dali, cruzou os braços e toda aquela fraqueza pareceu dissipar-se e evaporar. Voltou a vestir sua armadura, sua ironia, sua segurança inabalável.

L : Wesker está vivo?

Ad : Leon, ainda se comporta como uma criança apaixonada... até parece que não me conhece. Sabe o que eu acho?

Ela seguiu até a lareira, ainda com os braços cruzados, seu olhar gélido e distante encarava as chamas, as quais emanavam uma luz amarelada, que dançava nos contornos corporais de Ada.

Ad : Que ainda me vê como aquela jovem amargurada que chorou a morte do amado. Sensível, frágil, boazinha. E ainda assim, em meu último momento, você me beijou desrespeitando tudo o que eu sentia por ele. Haha... não havia momento melhor, não tinha como eu me esquivar de você.

Leon sentiu como se lhe tivessem dado uma facada nas entranhas. Comentou baixo e com a voz falhada.

L : Ada.. eu não quis..

Ad : Não? Como não quis... você não me engana. Sou a única que conhece verdadeiramente você.

L Ada, isso é passado, não mude de assunto, Wesker está vivo?

Ad : ...

Ela o olhou com as sobrancelhas franzidas. Kennedy não parecia querer ceder. Ela tinha uma discreta faca em uma das mãos e Kennedy também tinha a dele, escondida detrás da cortina da janela, segurava-a firme em uma das mãos, parecia saber que ela investiria contra si, se fosse muito pressionada.

L : Não vou perguntar denovo...

Ad : Então, não pergunte...

E ambos foram andando a passos lentos um em direção do outro. Seus olhares se encaravam sem ao menos piscar. Pareciam estudar as mensagens corporais que um enviava para o outro.

Umas três batidas foram dadas na porta, era Cherry. Agora, com seus 12 anos.

Che: Tio Leon? Está tudo bem?

Ada olhou na direção da porta e fez sinal de: “Não vai atender?”. Leon olhou-a e falou alto.

L : Está sim! Até mais tarde...

Che: Claire disse que ouviu passos... tem certeza?

Ada segurou a risada com uma das mãos diante da boca, seguiu até a porta e a abriu. Olhou para a menina e disse-lhe amigável.

Ad : Não quer um priminho? E a titia Claire não quer um sobrinho? Então deixe os adultos conversarem...

E ela bateu a porta na cara da menina. Voltou-se para Leon, onde ele estava? Surpreendeu-se quando este apareceu bem ao seu lado, com a faca direcionada em seu pescoço.

L : Responda!

Cherry ouviu um dos corpos bater na porta, ela corou. Imaginava quando Claire lhe permitiria ter aquelas intimidades com alguém. Seguiu desanimada para seu apartamento que era o mesmo de Claire.

Ada sorriu e levou ambas mãos até a cintura de Kennedy, este estremeceu.

L : Ada! Pare com isso!

Ad : Por que? Se você está gostando...

A faca tremia sobre a pele alva da mulher, ela mantinha os lábios semiabertos e sua respiração tocava a face do outro devido à proximidade.

Ad: Se me saciar... prometo responder.

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Dentro dali, os dois corações batiam juntos, acelerados. Leon sentia o corpo resistir ao avanço apelativo de Ada, mas seu coração dizia para tomar a direção oposta e ir de encontro ao aparente risco. As mãos habilidosas dela foram sutilmente levantando a blusa de material parcialmente aborrachado e de lycra, específico para dar aderência, proteção e manter a temperatura corpórea. As mãos seguiram tateando a pele arrepiada do outro, avançando gradativamente, de forma cada vez mais íntima, até que Leon se deu conta que algo tocava-lhe o baixo ventre. Ele olhou na direção.

L: Ada?

Ad: Sim?

Ela preservava um sorriso malicioso em sua face tranqüila, amena. Tratava-se da pistola que Kennedy carregava próxima da lateral de seu corpo, numa espécie de amarra de couro. Ela sussurrou essas palavras:

Ad: Se eu fosse você... daria alguns passos para trás.

Ela mirava entre as pernas dele com a arma. Leon deu uns Três passos para trás, recuando.

L : Hunf...

Ad: Hehe... adorei revê-lo, Leon.

Mais que depressa ela correu na direção da janela, retirou da lateral de sua perna uma pistola pequena a qual deu um discreto tiro com uma espécie de gancho  que se prendeu na parede de algum outro lugar a puxando dali rapidamente. Ele ficou a olhá-la, queria berrar seu nome, mas não o fez, sua voz morreu no silêncio do recinto. Uma música tocava ao fundo, proveniente do rádio relógio em seu quarto, o qual estava programado para despertar tocando. Eram 4 da marugada.

She's Like The Wind

She's like the wind through my dreams

She rides the night next to me

She leads me through moonlight

Only to burn me with the sun

She's taken my heart,

(But) she doesn't know what she's done

Feel her breath in my face

Her body close to me

Can't look in her eyes

She's out of my league

Just a fool to believe

I have anything she needs

She's like the wind

I look in the mirror and all I see

Is a young old man with only a dream

Am I just fooling myself

That she'll stop the pain?

Living without her,

I'd go insane

I feel her breath in my face

Her body close to me

Can't look in her eyes

She's out of my league

Just a fool to believe

I have anything she needs

She's like the wind

I feel your breath in my face

Your body close to me

Can't look in your eyes

You're out of my league

Just a fool to believe

(Just a fool to believe)

She's like the wind

(Just a fool to believe)

Just a fool to believe

(She's like the wind)

Just a fool to believe

(Just a fool to believe)

She's like the wind

(Just a fool to believe)

Just a fool to believe

She's like the wind

(Just a fool...)

(She's like the wind)

(She's like the wind)

(Just a fool...)

(She's like the wind)

(Just a fool...)

Ela É Como O Vento

Ela é como o vento através dos meus sonhos

Ela passeia a noite perto de mim

Ela me leva através do luar

Só para me queimar com o sol

Ela pegou meu coração,

Mas ela não sabe o que fez

Sinto sua respiração em meu rosto

Seu corpo perto de mim

Não consigo olhar em seus olhos

Ela está fora do meu alcance

Só um bobo para acreditar

Que eu tenho algo que ela precisa

Ela é como o vento

Eu olho no espelho e tudo que vejo

É um jovem homem velho, com apenas um sonho

Eu estou apenas me enganando

Que ela vai parar a dor?

Vivendo sem ela,

Eu iria ficar louco

Sinto sua respiração em meu rosto

Seu corpo perto de mim

Não consigo olhar em seus olhos

Ela está fora do meu alcance

Só um bobo para acreditar

Que eu tenho algo que ela precisa

Ela é como o vento

Sinto sua respiração em meu rosto

Seu corpo perto de mim

Não consigo olhar em seus olhos

Ela está fora do meu alcance

Só um bobo para acreditar

(Só um bobo para acreditar)

Ela é como o vento

(Só um bobo para acreditar)

Só um bobo para acreditar

(Ela é como o vento)

Só um bobo para acreditar

(Só um bobo para acreditar)

Ela é como o vento

(Só um bobo para acreditar)

Só um bobo para acreditar

Ela é como o vento

(Só um bobo...)

(Ela é como o vento)

(Ela é como o vento)

(Só um bobo...)

(Ela é como o vento)

(Só um bobo...)

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>Continuação

O dia se iniciava, uma brisa amena anunciava chuva. Nuvens negras começavam a se formar lá do lado de fora, pareciam uns conjuntos de algodões negros e encorpados. Leon acabara por ceder ao cansaço, deixou o corpo tombar no sofá da sala, seus olhos pesados fecharam-se e ele adormeceu ali mesmo, seu corpo encontrava-se totalmente anestesiado pelo sono.

Três batidas foram dadas na porta de entrada, não obtiveram resposta. Claire insistiu, mas nenhum sinal de vida novamente. Achou estranho e resolveu descer até a portaria do prédio e pegar a chave extra, subiu novamente e abriu a porta. Foi entrando devagar com a arma em punho, não engolira de que Ada sairia dali sem causar problemas, a conhecia, já havia ouvido falar dela, e agora, que Chris já havia lhe ligado e explicado o que ocorrera na visita de um dos laboratórios da Umbrella, da suspeita dela ser uma espiã, realçava ainda mais a sensibilidade perceptiva da irmã mais nova de Redfield.

Seguiu por uma discreta saleta da entrada, e logo viu os cabelos de Kennedy escorridos pelo encosto do sofá. Ela achou um tanto estranho e foi contornando o assento até que viu que o mesmo dormia pesadamente. Parou diante dele.

Cl: Leon?

Ela se aproximou mais e desengatilhou a arma a guardando, tocou a testa dele, disse baixo:

Cl: Você está bem?

Kennedy foi abrindo os olhos devagar, seu brilho tênue e esverdeado foi revelando-se através de sua pupila dilatada.

L: Claire, é você...

Cl: Sim, você não me respondeu, eu pensei que...

E ela foi andando para trás, receosa, sentia-se envergonhada, pois havia incomodado o amigo.

Cl: Eu vim mais porque... fiquei preocupada, foi isso.

L: Entendo, onde está Cherry?

Kennedy ajeitou-se no sofá, deixou o corpo ainda cansado arquear para frente e seus cotovelos apoiarem-se em seus joelhos. Olhava para Claire sem malícia ou irritação, dava a impressão de que eram apenas bons amigos, um ar bem diferente do de minutos atrás com Ada.

Cl: Ela foi para o colégio aqui perto, hoje é segunda-feira.

L: Huuum... é mesmo.

Resmungou o jovem soltando um longo bocejo e espreguiçou-se.

Cl: Leon, você dormiu? Parece que você nem trocou de roupa e...

L: Foi uma noite agitada, é...foi.

E abaixou o olhar, ficou encarando fixadamente o chão, pensativo. Claire estranhou o gesto do amigo, tinha as sobrancelhas franzidas.

Cl: Leon, tem alguma coisa que queira me contar?

L: Por que está dizendo isso?

Cl: Por que Chris me falou do que aconteceu e bem... admito que fiquei decepcionada de você não me contar.

L: Claire, escuta, era tarde e ainda... aqui, nesse apartamento, ontem, à noite... não era um lugar apropriado para uma conversa tranqüila.

Cl: É, to sabendo, você se deitando com nossa inimiga.

Leon levantou o olhar e não só o olhar, acabou por se levantar também. Agora, ele encarava Claire nos olhos, com as mãos na cintura, conservava um ar sério e concentrado.

L: Desculpe, mas acho que não entendi o que quis dizer.

Cl: Leon, essa mulher... se ela está com Wesker, por que raios não a capturou para depois fazermos perguntas? Até parece que você não sabe do que aquele cara é capaz! Chris estava uma pilha de nervos.

L: Claire, me responda uma coisa, você disse a ele que ela estava aqui... ontem?

Cl: Não... mas deveria, mas sabe porque não disse? Por que ele ia querer comer o seu fígado, você não conhece o meu irmão... Deus me livre do que poderia acontecer.

Ela foi caminhando até a janela, olhou por um tempo lá para fora, depois voltou a olhar Kennedy.

Cl: Desculpe pelo que disse antes... eu... não quis ser grosseira, é só que... não acho que ela mereça você. Por favor, em nome de nossa amizade, deixe essa mulher.

L: Claire, acho que você não entendeu... insiste que eu estou com ela?

Cl: Leon! Eu sei como são os homens, ta né... nem sou sua esposa nem namorada ou sei lá o quê! Não deveria me meter, mas... me preocupo contigo! E... não gostaria de ver você brigando com meu irmão... nós somos uma equipe, devemos permanecer unidos.

Ela deu uns passos em direção à Kennedy, tocou-lhe a face e sorriu doce.

Cl: Descanse, deixe que me responsabilizo pelo que vai acontecer nas próximas oito horas... durma, querido amigo.

E seguiu em direção à porta, antes de sair, deu uma olhadela para trás e acenou.

Cl: Até mais tarde...

L: Claire! Ei...

Ele correu, mas já era tarde, ela já havia descido pelo elevador.

L: Droga!

Ele levou uma mão à testa, sentia a cabeça pesar e finalmente decidiu-se por depois conversar melhor com ela. Era sua intenção realmente capturar Ada e lhe fazer boas perguntas, mas ela era escorregadia, ardilosa, esperta. Kennedy voltou ao seu apartamento, calado e chateado.

Claire descia pelo elevador, sentiu algumas lágrimas brotarem de seus olhos, esfregou-os algumas vezes, pois não queria que Chris a visse chorando. Ela fazia questão de carregar uma postura corajosa e inabalável.

Cl: Leon...

Suspirou a jovem olhando os números diminuírem no visor do elevador.

Cl: Não sei porque me lembro do Steve quando o vejo... deve ser o corte de cabelo.

E ela pegou-se sorrindo, mas seu coração doía, acabara se lembrando de seu mais amado companheiro.

Cl: Wesker maldito... nunca te perdoarei!

Chris estava a caminho, usava um jipe e Sheva estava com ele. Antes ele passaria no G7 que era o grupo de Barry, Carlos e Rebeca, só para ver como estavam as coisas lá. Foi muito bem recepcionado.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Continuação:

Chris deu algumas dicas de como deveriam prosseguir ao longo dos dias, toda a atenção era pouca se comparado com a eminente ameaça de Wesker e de seus bichinhos de estimação.

O grupo encontrava-se numa ampla sala no G7, lá estavam: Chris, Sheva, Barry, Carlos e Rebeca. Havia uma mesa redonda e as cadeiras cercavam-na. Decidiam novos passos e novas invasões estratégicas para a manutenção da paz, ao menos naquela região. A reunião não durou muito, exatamente duas horas. Os pontos principais do encontro já estavam mais que determinados, com exceção de uma nova informação: A de Ada Wong ser uma agente dupla.

A escolha ali foi que a mesma fosse capturada e interrogada. Decidiu-se também de que o policial Kennedy fosse mantido afastado durante o interrogatório e até as informações dadas pela mesma, seriam duramente guardadas do jovem.

Não se podiam arriscar futuros erros e por mais que Kennedy fosse responsável, todos ali observavam que talvez Ada  fosse um provável ponto fraco dele e a situação era por demais caótica para correrem algum risco.

Decidido, a notícia seria passada para os demais grupos, o G3 e o G5 via Internet em tempo real, todas as áreas de abrigo mantinham essa conexão on-line 24 horas por dia, pois nunca se sabia quando chegariam novidades, fossem ruins ou boas. Mais que depressa, Barry recebeu pelo seu netbook a confirmação do recebimento das notícias: Fotos da procurada Ada e dos procedimentos a serem tomados se acaso fosse encontrada e capturada.

A morena estava parada ao lado da porta do recinto, tinha os braços cruzados e uma fisionomia pensativa. Depois de um tempo, finalmente comentou:

Sh: Será uma boa idéia omitir o Leon dessas coisas? Ela não me parece o tipo que aceita isso fácil...

Ch: Aceitando ou não, foi o decidido.

Sh: Como ele não ficará sabendo? Ele é o líder praticamente do G5.

Ch: Especifiquei isso variadas vezes no e-mail que enviei para Claire, ela não vacila, confie na minha irmã, Sheva.

Sh: Não foi isso que quis dizer... é só que...

Chris se levantou da mesa, parou diante da morena, respirou profundamente e comentou mais baixo com as mãos na cintura.

Ch: Você quer mesmo colocar em risco a vida de 10 mil pessoas que residem no G5? Pois é isso que parece, Leon não está agindo certo...

Sh: Chris! O que você não esta vendo?

Ela descruzou os braços e agora gesticulava agitada.

Sh: Ele é um bom membro, Chris! Isso é duvidar do potencial de um cara que sabe tudo sobre você! E isso tirando que ele inclusive escreveu relatórios sobre você para sua própria irmã, Claire os leu e acredite, ela pôde confirmar tudo.

Ch: Que relatório...?

Sh: Nem vem, eu sei que vocês mantiveram contato durante um bom tempo, antes mesmo de me conhecer, vasculhei os arquivos das S.T.A.R.S. e por lá vi que vocês dois mantiveram contato desde a época do tal código Verônica, não pessoalmente, mas por documentos postados. Não sou boba, Chris... eu argumento sim! Não sou como a Jill!

Ch: Sheva...

Sh: Eu só estou dizendo que, que... que ele não pode ser omitido! Isso é desmerecer o potencial dele, isso é considerá-lo tão errado quando a Ada!

Ch: Sheva..

Barry levantou-se e comentou ficando entre os dois.

Ba: Realmente, não havia pensado nessa situação sob essa perspectiva. Melhor reavaliarmos antes de tomar atitudes pesadas como essa...

Ch: Ta bem, posso pensar melhor... o que vocês propõem?

Carlos se remexia na cadeira, Rebeca olhava para ele sorrindo levemente.

Ba: Que realizemos uma outra reunião e falaremos diretamente com Leon lhe dando um belo puxão de orelha e depois, vamos beber até ficarmos bêbados...

Ch: Barry, esse não é o melhor momento para se fazer brincadeiras.

Ba: Chris, sobrevivemos até agora, devemos curtir cara! Realmente Kennedy mandou bem salvando aquela menina e outras pessoas que até perdi a conta. Cara... ele é o único que pode concorrer contigo para a posição de mais herói.

Sheva sorriu, era o que ela queria dizer, mas não havia encontrado as palavras.

Sh: Ele é um bom guerreiro, vamos dar uma trégua para ele. Deve ter havido algum mau entendido, não acredito que ele esteja sendo tão irresponsável.

Ch: Pelo jeito essa é a última palavra de vocês, então... está decidido, na próxima quarta feira, uma reunião geral. Estarão convocados: Barry, Carlos, Sheva, Eu, Claire e Leon. Pronto, está decidido.

Ba: Sim senhor!

Sh: Sim senhor!

E Sheva e Barry sorriram juntos ao baterem continência.

Ch: Ai... ai parece que to no jardim de infância.

Todos acabaram por sorrir da situação, finalizado a reunião, seguiram para um bar ali perto. Chris não beberia, visto que tinha que ir para o G5, mas Barry o convenceu e todos o restante foi junto. Pelo jeito a dupla demoraria ali mais do que se estava esperando.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Continuação.

Claire estava deitada em sua cama, dormia pesadamente. Ela tinha sonhos pesados, de discursões, brigas, exageros de atitudes. De repente, ela viu-se presente num campo florido e Steve estava lá, sorria para ela naquele jeitão moleque dele. Ela sorria feliz e comentava sobre isso no sonho. Beijos foram trocados e finalmente eles iam se abraçar quando Cherry a acordou.

Cl: Ahh... poxa, o que foi agora?

Ch: Claire?

Cl: Sim?

Ch: Hoje é aniversário da Cindy... posso ir?

Eram nove da noite. Claire sentou-se lentamente na cama e olhou no relógio.

Cl: Mas Cherry... está muito tarde.

CH: Por favor, por favor...

Cl: Ta bom, mas volte no máximo até as 12 horas.

Ch: Ta bem!

E ela saiu correndo vestindo um vestidinho de renda preta e de salto alto.

Cl: Essas crianças de hoje em dia...

A ruiva sentou-se na cama mais confortavelmente, encostou-se no encosto da mesma e pegou um livro que estava na cabeceira e o abriu. O título era “Alegrias de um verão passado”. Quando ia começar a lê-lo, observou que uma mensagem de celular havia chegado ao seu telefone. Ela tocou a tela e leu:

“Claire, estou bebendo com Barry, não se preocupe, amanhã estarei cedo aí. Chris”.

A campainha tocou, ela resmungou baixo reclamando e por estar de baby-doll, vestiu um robe de seda cinza amarrando-a na cintura.

Cl: Deve ser a Cherry, deve ter esquecido o batom.

Ela pegou um batom na cabeceira da cômoda do quarto e seguiu para a entrada, abriu a porta e para sua surpresa, a mão que pegou a maquiagem era masculina.

L: Boa noite...

Claire corou na mesma hora, tentou retirar o batom antes que Kennedy se desse conta, mas este já olhava na base do mesmo vendo a cor.

L: Vermelho cobre.

Finalizou dizendo baixo e ficando sério.

Cl: Me dá isso! Achei que fosse a Cherry!

Leon sorriu brevemente.

L: Você não viu o computador pelo jeito...

Cl: Como?

Um vento frio entrou pela fresta da porta o que fez Claire gelar.

Cl: Entra, Leon... está muito frio aí fora.

L: Obrigado...

E assim foi feito, ele entrou e sentou-se no sofá da sala, logo Claire sentou-se num outro, de forma a ficar de frente para ele.

Cl: O que lhe traz aqui?

L: O seu e-mail, ele tocou na sua sala, eu fui lá para buscar um arquivo sobre o T-vírus e... o vi piscando, como achei que fosse emergencial, acabei lendo.

Cl: Isso foi tão respeitável, Leon, obrigada.

L: Desculpe por isso, foi automático, nesse tempo de guerra.

Cl: Eu tava brincando, mas o que dizia?

L: Que haverá uma nova reunião, que Ada deverá ser caçada e que eu não poderei tomar ciência de todo o processo.

Cl: Mesmo?!

L: Está escrito pelo e-mail enviado do Barry, está lá, só você ler.

Cl: Mas...

L: Está tudo bem, eu não faço questão de fazer sucesso nas reuniões, nem nada... esse não é o meu foco, eu pretendo vencer Wesker e acabar de vez com a Umbrella, com suas pesquisas, ou seja, livrar o mundo dessas aberrações.

Cl: Deve ter ocorrido algum engano...

L: Claire, está tudo bem, entenda...

Cl: Não Leon, não está, você é praticamente da família, que absurdo é esse?!

L: Vai ver seu irmão não concorda com isso.

Cl: Não, algo deve estar...

Só agora Kennedy deu conta da roupa que a outra vestia.

L: Me desculpe, te acordei?

Cl: Não se preocupe, a Cherry fez isso antes de você.

L Hum...

Cl: estava sem sono e... pensando no Steve.

Claire olhava na direção do nada, um olhar vazio, dolorido, era como se estivesse vendo alguma cena de seu passado, algum feedback. Leon sentiu o peito dolorido por ela, argumentou baixo.

L: Acho que não é uma boa hora... eu...

E Levantou-se, Claire aproximou-se dele segurando um dos seus braços.

Cl: Espera, podemos papear um pouco, por favor, Leon.

Ele ficou um tempo olhando-a e ela correspondia com uma expressão meiga e frágil.

L: Se assim prefere.

Eles ficaram um tempo ainda se entreolhando, até que ela abaixou a face e disse:

Cl: É... não sabemos quando poderemos morrer, nem quando encontraremos nosso destino virando um monstro. A nossa vida é tão incerta...

Leon segurou gentilmente a mão dela que se mantinha forte em seu braço e acomodou-a entre suas próprias mãos. Mantinha uma expressão serena.

Cl: Esse medo, esse futuro incerto. Amanhã meu irmão virá, mas... será que chegará seguro? Tenho tanto medo... não podemos ter uma vida...

A expressão dela era de dor profunda, lágrimas começavam a correr pela face, sua voz começava a falhar e a ficar trêmula.

Cl: Sempre tentei me fazer de forte, mas... nunca chorei na frente do meu irmão, sabe... ele é tão corajoso e resistente, mas... agora... eu eu...

Leon a abraçou, ela permitiu-se ser abraçada e soluçava baixinho encostado no peito do mais alto.

Um silêncio ecoava pela sala, uma brisa gélida anunciava um clima mais frio e com neve. Era véspera de Natal.

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Continuação:

De repente, o celular de Claire tocou e vibrou sobre a escrivaninha da sala. A ruiva se distanciou de Leon e enxugou os olhos, logo seguindo em direção ao aparelho.

Cl: É Cherry... alô?

Che: Claire?

Cl: Cherry, eu já não te falei para não chegar depois das duas? Já viu que horas são, mocinha?

Leon sorriu, acabou por associar à Claire uma feição materna, uma postura fraternal em relação à garota.

Che: Claire...

Cl: Ai ai, diga.

Che: Eles estão aqui...

Só agora ela reparou que a menina parecia suspirar, falava bem baixinho e tinha a voz trêmula.

Cl: Quem, Cherry?

Che: Eles, os monstros...

Cl: Como?

Ao ver que a feição de Redfield havia se fechado e parecia preocupada, Kennedy se aproximou e comentou baixo.

L: Aconteceu alguma coisa?

Cl: Espera, Leon. Quem Cherry? Monstros, como assim? Te deram alguma coisa para você beber? Me explica.

Che: Claro que não, Claire... eu sigo tudo que me fala... minha amiga, a Lucy, ela havia sumido e fui procurá-la e ela ta lá no quarto, devorando a Deby!

Cl: CHERRY! ONDE VOCE TÁ?

Che: No banheiro, acho que ela não me viu, mas deve vir para cá depois... esses bichos devoram tudo, não é, Claire?

Cl: Não saia daí! Eu to indo!

Leon viu a agitação da ruiva, ela jogou o celular na cama e se despia ali mesmo, diante dele, parecia com pressa, agitada, ele tentou não olhar para a jovem, mas estava nitidamente preocupado com ela e com a garotinha.

L: Claire, não me ignore... o que está acontecendo?

Cl: desculpe, Leon, a Cherry disse que...

Ela levou uma das mãos ao rosto, tentava conter o choro.

Cl: uma amiguinha, foi contaminada... ela... ela...esta presa no banheiro enquanto a menina está no quarto, devorando uma outra amiguinha.

L: Sério? Como pode isso?

Cl: EU NÃO SEI! SÓ SEI QUE VOU LÁ E...

L: Deixa que eu vou.

Cl: Não, Leon, você sabe que eu não fujo de uma guerra, eu vou protegê-la! Sempre faço isso!

L: Eu sei e é por isso que vou, fique aqui e...

Cl: O QUÊ? NUNCA!

L: Claire, será mais uma coisa para me preocupar, eu trabalho melhor sozinho, você sabe disso melhor do que ninguém!

Cl: Ela confia em mim, Leon! EU VOU!

L: E você não confia em mim?

Cl: Olha, não vamos ficar aqui discutindo enquanto ela está lá, sozinha, ok?!

L: Eu vou com você de qualquer jeito então, poderá haver outros.

Cl: Ok!

E ambos saíram dali, apressados. Kennedy catou um jipe e seguiram na direção da casa da menina, algumas crianças saíram correndo dali, tentavam sair pelo portão da casa, o qual havia sido trancado por Lucy, agora, a garota zumbi, antes da festa começar. O lado bom era que estava sendo uma festa apenas para as amigas mais próximas e elas contavam dez no total, incluindo Cherry.

Leon estacionou ali, pegou sua pistola favorita e claire o acompanhou dotada de uma metralhadora portátil.

L: Eu vou pelos fundos, você examina e libera as meninas do portão.

Cl: Ok!

Claire se aproximou das grades liberando as meninas que berravam desesperadas, puxou cada uma pelo braço as examinando.

Cl: Alguém foi mordida? Alguém foi ferida?

As meninas diziam que não, mas que Lucy estava na sala e havia conseguido alcançar a Debra, uma outra amiga. Dito isso, Claire soltou as meninas e as liberou, fechou novamente o portão e seguia em direção à entrada principal da casa. Já Leon estava na cozinha, pois havia entrado pelos fundos. Ele avançava lentamente quando ouviu barulho de um mastigar barulhento, quando chegou à sala viu uma menina loira deitada, sendo devorada por uma morena, provavelmente era a tal Lucy. Mirou na cabeça e a matou.

Claire ouviu o tiro e se precipitou para a casa entrando logo, viu Leon e se assustou de ver que a vítima era loira, se ajoelhou ali, respirou aliviada quando viu que não era Cherry.

Cl: Ela deve estar no banheiro, cuidado Leon, poderá haver outros.

L: Ok. Fique aqui.

Mas antes de ir, ele deu um tiro na cabeça da loirinha que estava deitada no chão. Claire se levantou rapidamente, tinha uma das mãos na boca, sentia nojo.

Ele foi avançando em direção ao quarto, as gotas de sangue pelo corredor lhe serviram de trilha para o caminho certo. Olhou todo o quarto e nada, aproximou-se de um banheiro que dava para ali e batucou algumas vezes.

L: Cherry?

A garota se levantou, abriu a porta e o abraçou, mas olhava para os lados, parecia procurar outra pessoa.

L: Ela está na sala.

E a menina foi correndo na direção de Claire, a abraçou apertado e a ruiva correspondeu.

Cl: Está tudo bem, Cherry, está tudo sobre controle agora.

L: Não ainda.

Disse Leon aparecendo na sala.

L: Devemos ver onde ela esteve nas últimas horas, o que a fez se contaminar e verificar se há outros infectados.

Cl: Tem razão, irei com você.

L: Não agora, ligue para Chris e o avise, diga para dar estado de vigília em todos os grupos de abrigo, nunca se sabe se esse acontecimento foi um ato terrorista do Wesker. Cuide da Cherry, a leve pra casa, vou pedir para o grupo de limpeza queimar essa casa.

Cl: Ok, Leon, pode contar comigo.

L: Sempre contarei, Claire.

Ela sorriu e Kennedy correspondeu.

Cl: Mas tome cuidado.

L: Ok. Agora, vão, podem levar o jipe, usarei minha moto.

Cl: Ok, entendido.

E as duas foram em direção ao jipe, Leon as ficou olhando partir. Depois, voltou para a casa e se certificou que não havia mais nada de ameaçador ali, tentou descobrir uma fonte, um foco, mas a contaminação não havia sido na casa pelo que pôde verificar.

L: Merda...

Ligou para um dos militares mais renomados dali.

L: Sim, Reforço em todas as entradas. Estado de alerta, toque de recolher. Isso, agora.

Ele terminou a ligação e ligou para Claire.

L: Sou eu, Tenta descobrir com a Cherry qual foi o último lugar que Lucy havia ido antes da festa.

Cl: Um segundo.

Ele ficou sentado na Hollydays por uns cinco minutos.

Cl: Ela disse que na parte norte há uma fenda da cerca que dá para crianças passarem, ela disse que a Lucy costumava ir para ali fumar.

L: Então ela saía da cidade?

Cl: Pelo que pude entender, sim, ela ficava mais para dentro da floresta que nos cerca.

L: Entendi, vo estender a zona de quarentena em mais dois quilômetros.

Cl: Quer que eu vá?

L: Não, cuide da Cherry, ligou para o Chris?

Cl: Ainda não, vou ligar agora.

L: Certo.

Cl: Quer que o peça para vir para cá?

L: Pode ser, não sei ainda o que estamos enfrentando, não tive notícia de casos assim nos outros grupos, vai ver somos o alvo principal.

Cl: Entendi. Pode deixar, Leon. Vo ligar agora.

L: Ok, entendido, desligo.

Cl: Entendido.

E foi o que a jovem Redfield fez, ligou para seu irmão mais velho, Chris.

Cl: Alô, Chris?

Ch: E aí, irmã. Boas novas? O que a fez me acordar ás três da matina?

Cl: desculpe, é que tivemos um caso aqui e.. Leon achou melhor o avisar.

Chris levantou-se e se sentou na cama, estava nitidamente concentrado no que a irmã dizia.

Ch: Continue, Claire.

Cl: Uma amiga da Cherry foi infectada, mas já contornamos a situação, Leon está vendo se há outros possíveis casos, ele está fazendo uma ronda por toda cidade.

Ch: To indo agora.

Cl: chris, olha, vem de manhã, quando estiver mais claro.

Ch: prepare mais um lugar na mesa do café, to saindo agora.

E ele desligou, Claire levou uma das mãos ao próprio peito, temia pela segurança do irmão, mas o que a consolava era que ele teria uma dupla e Sheva era bem responsável, habilidosa ou Jill, um membro do renomado S.T.A.R.S., porém não foi isso que iria acontecer. Na noite anterior, Sheva, Barry, Carlos e Rebeca beberam mais da conta e Chris, vendo todos de ressaca, resolveu seguir sozinho o caminho para cuidar de sua irmã e de seu parceiro de luta, Leon. Ele escreveu um bilhete, encheu-se de armas e equipou um jipe o qual possuía uma metralhadora na parte de trás, mas sem uma dupla, era inútil.

E lá foi ele, saiu da cidade e dirigia com certa pressa na direção da cidade na qual estava a irmã. Mal ele sabia que estava sendo vigiado, que alguém o vigiava ao longe, um antigo amigo de batalha, e, agora, seu pior pesadelo, Albert Wesker.


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