- O-o que você disse? – Perguntou ela, levantando os olhos para me fitar.

- Apenas uma besteira. Você me confunde garota. Me confunde, me distrai e me deixa curioso. Tão parecida com ela e ao mesmo tempo tão oposta. Esforço-me muito para conseguir compreender que vocês não são a mesma pessoa; mas no fundo eu sei que são. Lindas, doces, furiosas, orgulhosas. A única diferença é a pureza no sangue... E isso, para mim, muda tudo.

Eu falei tudo de uma vez, antes que não pudesse mais me controlar.

Ela nada disse, apenas chorou silenciosamente; ver as lágrimas rolarem daqueles lindos olhos verdes era uma verdadeira tortura. Eu me aproximei dela, e ia abraçá-la, consolá-la. Mas então ela se afastou e disse:

- Você não é mais Tom Riddle. Não é mais o Tom Riddle que eu conheci, que eu amei. Agora você é Voldemort, um ser nojento, repulsivo e sem alma; alguém que eu jamais amaria. Sua nova forma se adéqua totalmente a sua nova personalidade.

- Pare de falar... – Dizia eu, mas novamente ela me interrompeu.

- Você prega algo, uma característica que nem você mesmo tem. Isso é hipocrisia; você não tem o sangue-puro e mesmo assim se acha no direito de exterminar “sangues-ruins” ou “traidores do sangue”.

- Menina, não se meta em... – E advinha? Mais uma vez fui interrompido.

- Você se acha no direito de fazer o que bem entender; mas não possui. As pessoas tem sentimentos. Eu tenho sentimentos; e Lorena também teve.

- Não fale o nome dela. – Pedi, quase suplicando. Aquele nome me causava uma dor enorme.

- Por que não? Ela salvou Tom Riddle, deu a vida para você continuar vivendo. Você não sabe como é morrer, não é Voldemort? Pois eu posso te contar com os mínimos detalhes.

- Então por que ela morreu?! – Perguntei já transtornado. Ela pareceu ignorar minha pergunta.

- Sabe por que Lorena te abraçou antes de receber aquele Avada? Ela queria ouvir você dizendo que amava ela, pois ela tinha consciência de que seria a ultima vez que ouviria sua voz, que se sentiria em seus braços gélidos e ao mesmo tempo aconchegantes.

- Pare... Por favor, pare! – Eu não agüentava mais.

- Vou responder sua pergunta, Voldemort; Lorena morreu para salvar o rapaz que ela amava. Não foi fácil para ela, te ver chorando sobre o corpo já sem vida dela... Ah sim, ela observou tudo por algum tempo... Mais precisamente até a morte de James.  Ela lhe viu chorando. Você não acredita... Mas é um Legillimens; use isso. Leia minhas memórias.

- Eu não... – Eu não queria rever Lorena.

- Por favor. – Pediu ela novamente.

Eu apenas olhei para ela. Imagens vieram. Eu via tudo de um ângulo diferente. Mas podia ouvir os pensamentos dela. Eu me vi mais novo, com a varinha em punho... Vi também Lorena, esta corria em minha direção.

“Me abracei a Tom e olhei-o nos seus olhos. Ele me olhou confuso e eu sorri em sua direção.

- Eu te amo. – Disse a ele.

E então ouvi.

- ... Kedavra. – James terminou sua frase.

- Eu tam... – Foi a ultima coisa que eu ouvi a voz melodiosa falar.”

“Eu os via. Me via também.

Estava deitada no chão, com Tom abraçando meu corpo. Meu corpo... É isso! Eu morri e estava vendo-me agora. Eu realmente estava morta.

Tom chorava, soluçava na verdade. Nunca vi ninguém em tamanho desespero. Senti-me mal por isso, mas tinha consciência que era melhor vê-lo triste do que vê-lo morto.”

- Chega. – Ouvi a voz ofegante de Hellena falar. Sai naquele momento de sua mente. Olhei para ela, mas ela parecia bem.

Eu já não agüentava mais; todas as lágrimas que segurei ao longos dos anos escorriam agora por minha face.

- Não chore... – Ouvi a voz dela sussurrar para mim. – Não foi por você que eu me sacrifiquei. Foi por Tom Riddle. O homem que eu amei e que eu amaria se estivesse vivo.

- Choro porque ela não ouviu eu dizer que a amava. Ela não soube que eu acreditei em seu amor. Ela não soube o quanto me machucou. Foi aquilo tudo, a morte dela, a falta dela que me fez ser o que sou hoje. Eu não consegui amar mais ninguém. Vi todos continuarem com suas vidas. Eles estavam lá, Millena e Abraxas, viram a morte dela e podem ter sofrido também, mas mesmo assim continuaram com sua vida, tiveram família e momentos felizes. E eu? O que sobrou para mim?

Despejei tudo de uma vez só.

POV Hellena

Ao ouvir ele falar tudo aquilo eu fiquei sem reação. Aquele na minha frente não era meu Tom Riddle, mas algo nele fazia-me lembrar de meu antigo (e põe antigo nisso) amor.

Eu queria abraçá-lo. Mas não poderia, ele era Voldemort, e eu uma mestiça de sangue sujo.

Eu tinha que admitir que morria logo pelas mãos de quem amei.

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Oie (:

Queria agradecer a quem deixa-me rewiews. E queria fazer um comentário.

Eu tento sempre postar os capítulos da Fic para vocês; mas anda meio dificil, eu não sinto motivação. Nem rewiews eu ando recebendo direito. Tenho 22 leitores e mal recebo 5 rewiews por capítulo.

Eu não tenho certeza se quero continuar a escrever assim.

Então peço que comentem dizendo o que gostaram, o que não gostaram, dêem sugestões, dicas, reclamem de algo, indiquem a fic.

Agradeço desde já.

Ps: escrevi isso aqui, para não precisar criar um capítulo só para isso.

Beijinhos, Janine.