Yaya abriu os olhos lentamente, pois a luz do sol entrava em seu quarto. Ela não queria ter acordado, na verdade ela nunca queria acordar. Queria pensar que todos os acidentes de ontem fossem um sonho... Ou pesadelo.

Ela sentou-se na cama e olhou seu celular na mesa de cabeceira para checar a hora:

11h48min

Você tem 45 mensagens não lidas!

A menina apenas suspirou e foi ver as mensagens. Praticamente todas de Amu;

Yaya-chan cadê você?

O que aconteceu?

Estamos indo pra casa, responde Yaya-chan!

Entre muitas outras mensagens desse tipo, Yaya achou uma de número desconhecido, e que não tinha nada a ver com as de Amu.

Encontre-me no restaurante de Rámen Tsukoi* as 05h30min, hoje! E vá sozinha!

A menina ficou confusa com tal mensagem, que tipo de pessoa deixaria uma mensagem dessas no celular? Pessoas que não tinham boas intenções, com certeza. Mas Yaya resolveu deixar pra lá, mais tarde poderia resolver isso.

Ela não parava de pensar no que acontecera ontem. Uma lágrima solitária escorreu em seu rosto, e rapidamente foi limpada por ela mesma. Eu prometi que não iria chorar-ela pensou melancólica.

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Era uma e meia da tarde, Yaya saia do banheiro naquele instante, pois acabou por passar duas horas tomando banho.

Trocou de roupa rapidamente e logo uma pequenina voz falou:

-Yaya-tan? Por que está tão triste?-Pepe-chan, a pequena chara de Yaya perguntou preocupada.

Os Charas não tinham ido ao show, por isso nenhum presenciou as “cenas”.

-Ahn, nada Pepe-chi, a Yaya tá meio cansada por causa do show, foram horas ouvindo ela cantar.

-Tudo bem-assentiu a Chara ainda desconfiada, mas não queria pressionar a ruivinha a falar mais.

Tindindindindon!

A campainha tocou e Yaya quase pulou de susto, vestiu uma roupa rapidamente e foi atender a porta, já que seus pais foram levar seu irmão menor no médico.

Quando ela abriu com indiferença, viu uma menina de cabelos rosa e blusa de caveirinha, conhecida como Amu, sua melhor amiga.

-Amu-chi!-Yaya abraçou a amiga com carinho. Ela não sabia porque, mas na verdade Amu era a única pessoa que ela se abria e confiava pra praticamente tudo.

-Yo, Yaya-chan! Por que não respondeu as minhas mensagens hein?-Amu perguntou  pondo a mão na cintura.

-Eu só vi quando acordei, fui tomar banho e acabei esquecendo.

-Tudo bem... Mas, por que saiu sem avisar? Aconteceu alguma coisa?

A Às gelou ao escutar a pergunta da menina. Certo que ela confiava em Amu, mas aquilo ainda era um assunto delicado.

Então, ela resolveu começar pelas bordas, e depois chegaria ao ponto.

Yaya suspirou.

-Bem, acho que nada.

-Como assim nada? Pode tratar de me contar viu dona Yaya?

-Ah, foi só que o... Kukai... E... Utau... Beijo-ela falou pausadamente, deixando a frase super sem-sentido.

-Hein? É sério, o que foi?-Amu perguntou inocente, sem se tocar que a menina se esforçava para não chorar.

-O KUKAI BEIJOU A UTAU DEPOIS DO SHOW TÁ LEGAL? E...-a ruivinha cobriu o rosto com as mãos, mas limitou-se a apenas suspirar, sem chorar.

-Anh... Yaya, mas ele nem-Amu estava sem fala. Ela não tinha nem como consolar a pobre amiga.

-Não precisa dizer nada, eu... Eu já superei-ela mentiu-.

-Humpf! Você está omitindo essa história! Bem, eu tenho umas coisas pra fazer... Qualquer coisa me liga, eu estarei aqui-ela deu um sorriso meigo e saiu.

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Eram três e meia. Yaya dormia tranquilamente. De repente, um toque de mensagem tocou alto perto dela.

A menina deu um pulo da cama e abriu a telinha do celular rapidamente.

Estou esperando, restaurante Tsukoi*!

A ruiva arregalou os olhos, assustada da mensagem anônima ter se repetido. Ela achava que tinha sido engano ou só um trote mesmo.

Como Yaya era muito curiosa, resolveu ir. Ela sabia que aquilo era perigoso. Sabia que aquilo era algo que podia até lhe custar a vida. Mas mesmo assim, saiu de casa apressada, correndo para que ninguém familiar a visse.

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A menina diminuía os passos, hesitante, ela não tinha certeza se queria fazer aquilo. Mas, como já estava longe, entrou com coragem no restaurante. Ela correu os olhos por toda a lanchonete, olhou mesas, e até pequenos bancos do lado de fora, o lugar parecia bem vazio. Então, quando ela percorreu um olhar de busca até umas mesas lá no final, viu uma figura preta, ou melhor, de sobretudo preto, um óculos com lentes roxas e um chapéu escondendo seus cabelos. Não dava para saber quem era, nem sequer se era homem ou mulher.

Yaya aproximou-se da mesa com certo medo na voz, e por fim falou tremulando:

-Ahn, você está me esperando?

-Sim. Sente-se querida-pela voz aparentava ser uma garota, mas isso não fez ccom que Yaya ficasse menos atordoada.

O silêncio reinou entre as duas. Até que o garçom trás dois bowls grandes com Rámen dentro.

-Err... Obrigada mas eu não quero-Yaya afastou a tigela com cuidado, tentando ser educada.

-E quem disse que era pra você? Se quiser peça, esses dois são meus.

A ruivinha ficou com uma gota na cabeça, nunca vira uma pessoa comer tanto assim na vida**.

Após míseros cinco minutos, a suposta menina afastou as tigelas e tirou o chapéu, e o, sobretudo. Revelando belos cabelos loiros, lisos e longos. E por baixo do casaco, uma roupa bem básica.

Yaya ficou boquiaberta quando finalmente percebeu quem era. Aquela era Hoshina Utau, a cantora que tinha beijado “seu melhor amigo”.

-U-utau?-Yaya falou gaguejando.

-Sim, eu, em pessoa querida, e não, não vou te dar autógrafo-ela empinou o nariz arrogante.

-Oras, por que diabos eu iria querer um autógrafo seu?-a Às retrucou irritando-se.

-Não precisa se irritar querida. Só quero conversar com você.

-Sério? Sobre o quê? Não tivemos nenhuma briga ou coisa do tipo-a menina rebateu fingindo indiferença, mas a voz de Yaya estava muito trêmula, o que não demonstrava o mínimo de segurança.

-Não se faça de desentendida. Você sabe sobre o que é.

Yaya engoliu em seco. Ainda não conseguia entender o porquê de Utau ter lhe chamado para conversar sobre um assunto tão... pessoal.

-Mas... Hoshina-chi eu...

-Oras pode parar com essa atuação toda!-Utau aumentou o tom de voz-Eu sei que você só se faz de santa para o Kukai! Escute aqui sua pirralha infantil, um menino como ele não iria querer você! Acedite em mim! Você só iria partir seu coração com falsas ilusões!

Utau falava descontrolada, nem respirava direito.

Yaya estava com os olhos marejados, não conseguia dizer mais nada.

-Então acho que o melhor que você pode fazer é desaparecer da vida dele! Deixar ele conviver com pessoas maduras e adultas como eu! Pirralha idiota!

Yaya saiu correndo da loja como braço no rosto, desabando de chorar. Ela chegou até um parquinho e sentou-se debaixo de uma árvore. Ali ninguém a imcomodaria.

Quer saber? Ela está certa, o melhor que eu tenho a fazer é desaparecer da vida do Kukai mesmo, sou só mais uma pirralha infantil!

Notas: *Eu inventei o nome do restaurante pq nem me lembrava o nome do que tinha no anime :P **mente poluída é a de vcs, se alguém pensou algo.... se não ignorem isso :P