Assim foi por mais duas horas, até que finalmente era hora do almoço. Depois que eu e Dina pegamos nossos pratos, sentamos à mesa de sempre. Olhei para a mesa de Ryan e ele ainda não havia chegado. Olhei para meu prato e tentei achar apetite para comer.

- Julia?

Levantei a cabeça para ver que era. Era Rob, ele adorava fazer isso.

- oi – eu disse em um sorriso – resolveu aparecer?

- ah, é... Desculpa, eu tava meio atrapalhado essa manhã.

- e então? Vai me falar o ‘plano’?

Ele olhou para Dina. Que ao mesmo tempo ela olhou pra ele e depois pra mim e percebeu que Rob estava meio que expulsando ela de lá

- ok, eu me retiro. Nem tava com fome mesmo. – ela se levantou – se precisarem de mim, estarei no teatro. – e então ela foi embora.

Ele sentou ao meu lado, respirou fundo, me encarou e ficou imóvel por um longo tempo.

- Rob, fala logo. Eu to nervosa!

- tudo bem. – ele respirou fundo de novo – Bom, ontem, depois da nossa conversa, eu tava pensando *o que fazer pro Ryan tomar uma iniciativa com a Julia?* E então me lembrei de uma revista feminina que minha irmã tem, dizia que uma dose de ciúmes sempre fazia com que, a pessoa que não toma iniciativa, se interesse mais ou até mesmo se declare de vez, por que ela fica com medo de perder a pessoa amada – brega.

- peraí! – eu disse assustada – você leu uma revista feminina?!

- isso não vem ao caso July.

- ok, continue. – disse tentando esquecer a imagem de Rob lendo uma revista direcionada para o publico feminino.

- depois, eu pensei instantaneamente na Elly também. E esse eu fizesse com que ela sentisse ciúmes? Será que ela voltaria comigo? – ele parou para ver minha reação.

- continue...

- então eu analisei os dois casos e conclui: e se eu e a Julia nos juntássemos para fazer ciúmes nos dois?

- quer dizer que... – tentei juntar as peças – e-então você quer que agente finja que está...

- namorando. – ele concluiu.

Eu parei para pensar um pouco. Estava confusa. Eu não me conseguia ver namorando Rob, nem mesmo de mentira. Ate por que sempre gostei de Ryan e Rob não passava de um confidente, um amigo.

- July, eu e você somos amigos o suficiente para isso, você sabe. Estamos fazendo isso com apenas um propósito. Não tem nada de errado... – ele disse tentando me convencer.

Eu ficava em silencio, olhando pra baixo e analisando a situação. Percebi que Robert começava a ficar preocupado com meu silencio. O plano dele parecia coisa de louco, mas até poderia funcionar.

- July, o que me diz? – ele implorou por resposta.

- bom... Eu até que gostei... é um bom plano. Mas temos que analisar algumas coisas...

- tipo o que?

- nosso ‘namoro’ envolve mãos dadas, abraços... – parei pra respirar –... Beijos e tudo mais?

- bom, tem que ser convincente...

- hmm... E se, por acaso, a Elly voltar com você, mas o Ryan não estiver nem aí pra mim? Ou vice-versa.

- bom, o primeiro a alcançar seus objetivos pode sair do contrato. Mas sem ressentimentos.

- interessante...

- e então? Vai topar ou não? – ele esticou a mão

- é, acho que sim. Me parece uma boa. – eu apertei a mão dele. – mas lembre-se: é tudo profissional!

- claro, isso eu sei – ele deu um sorriso torto – então? Tá valendo?

- sim.

- ótimo, por que o Ryan acabou de chegar!